Cunene: Cheias desalojam mais de quatro mil famílias
10/Fev - Mais de quatro mil famílias residentes na cidade capital do Cunene, Ondjiva, ficaram desabrigadas durante as últimas 24 horas devido às inundações de águas pluviométricas que se registam desde sexta-feira na região. As cheias afectaram grande parte de residentes dos bairros dos Castilhos, Naipalala, Kashila e Kafito, na cidade de Ondjiva.
De acordo com o comandante provincial dos Serviços de Bombeiro e membro do serviço de protecção civil, Joaquim Domingos António, as condições de apoio alimentar às famílias afectadas já estão criadas, enquanto aguardam a recepção das primeiras 600 tendas, provenientes de Luanda para abrigar essas famílias. Quanto aos prejuízos materiais, o responsável salientou que estão a trabalhar apenas no resgate dos populares, pois que, as cheias continuam com grande intensidade.
Entretanto, explicou que já se encontra na província uma delegação da Comissão Nacional de Protecção Civil, no sentido de avaliar a situação. Os desabrigados estão instalados provisoriamente no recinto da feira Agro-pecuária do Cunene.
Situação semelhante está a acontecer nos bairros do município de Ombandja, onde as chuvas provocaram o desabamento de mais de trezentas residências, na sua maioria construídas de adobe.
Em declarações à impressa, o administrador municipal de Ombandja, Domingos Taby, disse que as famílias desalojadas carecem de apoio do governo e dos parceiros sociais. Enquanto isso, realçou que neste momento muitos deles encontram-se a residir provisoriamente nos recintos escolares.
Segundo o responsável, desde os primeiros dias do início das chuvas a administração mobilizou as autoridades locais para fazerem o registo das famílias afectadas por esse fenómeno.
AngolaPress
Chuvas torrenciais causam inúmeros prejuízos no Namibe
8/Fev - As fortes chuvas que se abatem nos últimos dias sobre a cidade do Namibe estão a provocar inúmeros prejuízos. Muitas residências nos bairros periféricos foram destruídas e as ruas encontram-se completamente alagadas.
As autoridades municipais, que temem pelo pior, começaram já a avaliar os prejuízos causados pelas enxurradas.
A reportagem do Jornal de Angola constatou o movimento desusado de algumas pessoas, que com baldes e enxadas “lutavam” para retirarem a água dentro e defronte das suas moradias.
“ Formou-se uma lagoa no quintal. Além disso, a inundação partiu metade da minha casa. Não sei como aguentar esta situação. É sempre assim quando chove”, lamentou um morador do bairro Torre do Tombo.
A avenida Eduardo Mondlane, um dos tradicionais locais de alagamento quando chove, até ao meio-dia de quinta-feira se mantinha intransitável e muitas empresas ali perfiladas não funcionaram.
Uma fonte do comité de protecção contra as calamidades naturais, contactada pela nossa reportagem, não pôs de lado a hipótese de se lançar um SOS se as consequências se agravarem nos próximos dias, já que começa a chover também no interior da província, para o alento de uns (agricultores e camponeses ) e desaire de outros (as vítimas das enxurradas), depois de uma prolongada seca de mais de dois meses.
A água em muitas empresas e organismos do Estado foi enxugada com o auxílio de motobombas.
Jornal de Angola
Seca se agrava no sul de Angola; quatro pessoas já morreram
27/Jan - A seca que afeta o sul de Angola já provocou quatro mortes na província de Huila, onde não chove desde novembro, enquanto em outras regiões várias famílias foram afetadas pela fome, informam as autoridades locais. As primeiras quatro mortes associadas à seca foram relatadas pela Rádio 2000, da cidade de Lubango, capital de Huila, e ainda pelo jornal Cruzeiro do Sul, que confirmaram a informação junto às autoridades de administração municipal. Em plena época das chuvas, há ainda registro de milhares de hectares de culturas perdidas, e os apelos por parte da população para que o governo angolano interceda se sucedem.
Em Huila, o último registro de chuva, em pequena quantidade, é de novembro, comprometendo seriamente as colheitas deste ano, que são a garantia de subsistência de milhares de famílias camponesas. As culturas mais afetadas na província de Huila são milho, batata e algumas frutas. Já na vizinha Namibe - que faz fronteira com o deserto da Namíbia - e no litoral do país, os números apontam para centenas de cabeças de gado perdidas e milhares em risco.
No litoral sul de Angola, o impacto da seca está sendo sentido também em outros setores, declarou à Rádio Morena Comercial o governante de Namibe, Manuel Valentim. Um dos exemplos são as escolas. O ano letivo ainda não começou normalmente porque, como a região é de pastoreio, as crianças estão sendo matriculadas. Em busca de pastagens, os pais foram obrigados a levar o gado para longe de casa. Os poucos locais onde ainda existe algum pasto estão sendo totalmente aproveitados, a ponto de as imediações do aeroporto do Namibe estarem ocupadas por centenas de animais, constituindo um risco para as aeronaves que usam a pista, disseram à Lusa as autoridades aeroportuárias.
A estiagem em Namibe está ainda levando alguns criadores de gado a se deslocarem para o norte, em direção à província de Benguela, sendo já visível um elevado número de rebanhos no município de Chongoroi, na zona de fronteira. Em Chongoroi, a fome já está afetando severamente centenas de famílias por causa das perdas de mais de 50% das culturas de milho, mandioca e feijão, afirmou à Lusa o administrador municipal, António Kayete.
António Kayete relatou que o grau de desnutrição entre a população local "já é muito elevado" e lançou um apelo às organizações nacionais e internacionais para que atuem no local de forma a "evitar que a situação ganhe dimensão de catástrofe humana".
Os municípios mais afetados em Benguela são Chongoroi, Cubal, Ganda, Caimbambo, Bocoio e Balombo, todos no extremo sul da província, fronteira com Namibe.
Contatadas pela Lusa, algumas organizações não-governamentais que mantêm projetos ligados à agricultura dizem se sentir incapacitadas para atuar por "falta de articulação" com as autoridades administrativas provinciais. Face à prolongada estiagem no sul de Angola, os produtos que formam a base da alimentação da população têm sofrido "rápidos e constantes" aumentos, apontam estas ONGs. Exemplo disso é a farinha de milho, que representa 50% da dieta da população rural nas províncias de Benguela, Kwanza-Sul e Huila. Em poucas semanas, o quilo passou de 45 kwanzas (R$ 1) para 100 kwanzas (R$ 2,40).
O mesmo cenário pode ser visto na província do Kwanza-Sul, onde as primeiras sementeiras foram perdidas "quase na totalidade", disse à Lusa fonte de uma associação comunitária de agricultores. A esperança nesta província reside no "ainda possível sucesso das novas sementeiras" caso volte logo a chover.
Em 2006, a região sul de Angola já havia sido assolada pela seca, embora com um impacto menor do que o sentido este ano. Como resposta ao problema que acontece em intervalos cada vez mais curtos, o ministro angolano da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Kanga, anunciou, em Benguela, a construção de estruturas de apoio à produção, como sistemas de irrigação nas províncias do país mais afetadas pela estiagem.
O governo estima que, nos próximos anos Angola, tenha mais 100 mil hectares irrigados para combater as dificuldades dos agricultores. O ministro explicou que as famílias afetadas pela seca estão sendo acompanhadas e apoiadas com novas sementes e ferramentas para que possam aproveitar, com sucesso, as segundas colheitas, que dependem da melhoria nas condições meteorológicas.
Afonso Kanga garantiu ainda que o governo tem condições para prestar assistência à população no que diz respeito à sua alimentação.
Agência Lusa Brasil
10/Fev - Mais de quatro mil famílias residentes na cidade capital do Cunene, Ondjiva, ficaram desabrigadas durante as últimas 24 horas devido às inundações de águas pluviométricas que se registam desde sexta-feira na região. As cheias afectaram grande parte de residentes dos bairros dos Castilhos, Naipalala, Kashila e Kafito, na cidade de Ondjiva.
De acordo com o comandante provincial dos Serviços de Bombeiro e membro do serviço de protecção civil, Joaquim Domingos António, as condições de apoio alimentar às famílias afectadas já estão criadas, enquanto aguardam a recepção das primeiras 600 tendas, provenientes de Luanda para abrigar essas famílias. Quanto aos prejuízos materiais, o responsável salientou que estão a trabalhar apenas no resgate dos populares, pois que, as cheias continuam com grande intensidade.
Entretanto, explicou que já se encontra na província uma delegação da Comissão Nacional de Protecção Civil, no sentido de avaliar a situação. Os desabrigados estão instalados provisoriamente no recinto da feira Agro-pecuária do Cunene.
Situação semelhante está a acontecer nos bairros do município de Ombandja, onde as chuvas provocaram o desabamento de mais de trezentas residências, na sua maioria construídas de adobe.
Em declarações à impressa, o administrador municipal de Ombandja, Domingos Taby, disse que as famílias desalojadas carecem de apoio do governo e dos parceiros sociais. Enquanto isso, realçou que neste momento muitos deles encontram-se a residir provisoriamente nos recintos escolares.
Segundo o responsável, desde os primeiros dias do início das chuvas a administração mobilizou as autoridades locais para fazerem o registo das famílias afectadas por esse fenómeno.
AngolaPress
Chuvas torrenciais causam inúmeros prejuízos no Namibe
8/Fev - As fortes chuvas que se abatem nos últimos dias sobre a cidade do Namibe estão a provocar inúmeros prejuízos. Muitas residências nos bairros periféricos foram destruídas e as ruas encontram-se completamente alagadas.
As autoridades municipais, que temem pelo pior, começaram já a avaliar os prejuízos causados pelas enxurradas.
A reportagem do Jornal de Angola constatou o movimento desusado de algumas pessoas, que com baldes e enxadas “lutavam” para retirarem a água dentro e defronte das suas moradias.
“ Formou-se uma lagoa no quintal. Além disso, a inundação partiu metade da minha casa. Não sei como aguentar esta situação. É sempre assim quando chove”, lamentou um morador do bairro Torre do Tombo.
A avenida Eduardo Mondlane, um dos tradicionais locais de alagamento quando chove, até ao meio-dia de quinta-feira se mantinha intransitável e muitas empresas ali perfiladas não funcionaram.
Uma fonte do comité de protecção contra as calamidades naturais, contactada pela nossa reportagem, não pôs de lado a hipótese de se lançar um SOS se as consequências se agravarem nos próximos dias, já que começa a chover também no interior da província, para o alento de uns (agricultores e camponeses ) e desaire de outros (as vítimas das enxurradas), depois de uma prolongada seca de mais de dois meses.
A água em muitas empresas e organismos do Estado foi enxugada com o auxílio de motobombas.
Jornal de Angola
Seca se agrava no sul de Angola; quatro pessoas já morreram
27/Jan - A seca que afeta o sul de Angola já provocou quatro mortes na província de Huila, onde não chove desde novembro, enquanto em outras regiões várias famílias foram afetadas pela fome, informam as autoridades locais. As primeiras quatro mortes associadas à seca foram relatadas pela Rádio 2000, da cidade de Lubango, capital de Huila, e ainda pelo jornal Cruzeiro do Sul, que confirmaram a informação junto às autoridades de administração municipal. Em plena época das chuvas, há ainda registro de milhares de hectares de culturas perdidas, e os apelos por parte da população para que o governo angolano interceda se sucedem.
Em Huila, o último registro de chuva, em pequena quantidade, é de novembro, comprometendo seriamente as colheitas deste ano, que são a garantia de subsistência de milhares de famílias camponesas. As culturas mais afetadas na província de Huila são milho, batata e algumas frutas. Já na vizinha Namibe - que faz fronteira com o deserto da Namíbia - e no litoral do país, os números apontam para centenas de cabeças de gado perdidas e milhares em risco.
No litoral sul de Angola, o impacto da seca está sendo sentido também em outros setores, declarou à Rádio Morena Comercial o governante de Namibe, Manuel Valentim. Um dos exemplos são as escolas. O ano letivo ainda não começou normalmente porque, como a região é de pastoreio, as crianças estão sendo matriculadas. Em busca de pastagens, os pais foram obrigados a levar o gado para longe de casa. Os poucos locais onde ainda existe algum pasto estão sendo totalmente aproveitados, a ponto de as imediações do aeroporto do Namibe estarem ocupadas por centenas de animais, constituindo um risco para as aeronaves que usam a pista, disseram à Lusa as autoridades aeroportuárias.
A estiagem em Namibe está ainda levando alguns criadores de gado a se deslocarem para o norte, em direção à província de Benguela, sendo já visível um elevado número de rebanhos no município de Chongoroi, na zona de fronteira. Em Chongoroi, a fome já está afetando severamente centenas de famílias por causa das perdas de mais de 50% das culturas de milho, mandioca e feijão, afirmou à Lusa o administrador municipal, António Kayete.
António Kayete relatou que o grau de desnutrição entre a população local "já é muito elevado" e lançou um apelo às organizações nacionais e internacionais para que atuem no local de forma a "evitar que a situação ganhe dimensão de catástrofe humana".
Os municípios mais afetados em Benguela são Chongoroi, Cubal, Ganda, Caimbambo, Bocoio e Balombo, todos no extremo sul da província, fronteira com Namibe.
Contatadas pela Lusa, algumas organizações não-governamentais que mantêm projetos ligados à agricultura dizem se sentir incapacitadas para atuar por "falta de articulação" com as autoridades administrativas provinciais. Face à prolongada estiagem no sul de Angola, os produtos que formam a base da alimentação da população têm sofrido "rápidos e constantes" aumentos, apontam estas ONGs. Exemplo disso é a farinha de milho, que representa 50% da dieta da população rural nas províncias de Benguela, Kwanza-Sul e Huila. Em poucas semanas, o quilo passou de 45 kwanzas (R$ 1) para 100 kwanzas (R$ 2,40).
O mesmo cenário pode ser visto na província do Kwanza-Sul, onde as primeiras sementeiras foram perdidas "quase na totalidade", disse à Lusa fonte de uma associação comunitária de agricultores. A esperança nesta província reside no "ainda possível sucesso das novas sementeiras" caso volte logo a chover.
Em 2006, a região sul de Angola já havia sido assolada pela seca, embora com um impacto menor do que o sentido este ano. Como resposta ao problema que acontece em intervalos cada vez mais curtos, o ministro angolano da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Afonso Kanga, anunciou, em Benguela, a construção de estruturas de apoio à produção, como sistemas de irrigação nas províncias do país mais afetadas pela estiagem.
O governo estima que, nos próximos anos Angola, tenha mais 100 mil hectares irrigados para combater as dificuldades dos agricultores. O ministro explicou que as famílias afetadas pela seca estão sendo acompanhadas e apoiadas com novas sementes e ferramentas para que possam aproveitar, com sucesso, as segundas colheitas, que dependem da melhoria nas condições meteorológicas.
Afonso Kanga garantiu ainda que o governo tem condições para prestar assistência à população no que diz respeito à sua alimentação.
Agência Lusa Brasil