Número de mortos nas Filipinas poderá chegar aos 600
As equipas de resgate filipinas estão hoje a braços com mais corpos de vítimas dos deslizamentos de terras causados anteontem pela passagem do tufão Durian. As autoridades de Manila já temem que o número total de mortes chegue às 600.
Um mar de lama negra e espessa está a dificultar os trabalhos das equipas, que não terão até agora conseguido encontrar qualquer sobrevivente.
Já estão confirmadas 300 mortes e estima-se que haja outros 300 desaparecidos, mas as esperanças de que haja sobreviventes está a desaparecer. Os primeiros funerais das vítimas começaram hoje e procura-se acelerar o processo devido ao risco de decomposição rápida dos corpos expostos a temperaturas e humidade tropicais.
As autoridades indicam que na província mais afectada, Albay, morreram 236 pessoas, 129 das quais na cidade de Guinobatan, engolida pelas águas que encheram a base do vulcão Mayon. Três povoações nas encostas do vulcão quase desapareceram nos deslizamentos de terra, cinza vulcânica e pedregulhos. Ali, morreram pelo menos 22 pessoas.
A passagem do
Durian causou mortos noutras quatro províncias filipinhas, mas não há ainda números fiáveis devido à dispersão dos estragos feitos pela intempérie, que cortou também as linhas telefónicas e eléctricas.
A Cruz Vermelha filipina já começou a pedir ajuda externa. "Precisamos de comida, tendas, água e sacos para cadáveres", disse Andrew Nocon, da Cruz Vermelha, à rádio local DZMM. Os 300 sacos enviados ontem não chegam, lamentou.
A passagem do
tufão teria sido dura para a região, mas o facto do vulcão Mayon estar em plena actividade e ter tido uma erupção em Julho agravou os estragos nas zonas adjacentes. Durante a erupção, o vulcão libertou milhões de toneladas de rochas e cinza vulcânica para as encostas e continua ainda em actividade. A chuva trazida por vários tufões terá soltado os materiais acumulados nas encostas e o Durian desencadeou uma torrente de lama e pedras que gerou os deslizamentos de terras fatais.
Jornal Publico
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