Seguimento Europa - 2023

@Pek, qual é a tua percepção da frequência destes eventos extremos, tanto em Espanha continental como ilhas, tem aumentado e muito nos últimos anos, não?
 
@Pek, qual é a tua percepção da frequência destes eventos extremos, tanto em Espanha continental como ilhas, tem aumentado e muito nos últimos anos, não?
E porquê que essas células tão fortes apenas acontecem no Nordeste da Península Ibérica nesta altura do ano?
 
@Pek, qual é a tua percepção da frequência destes eventos extremos, tanto em Espanha continental como ilhas, tem aumentado e muito nos últimos anos, não?

Sim, sem dúvida. E não se trata apenas de uma perceção, no caso dos sistemas convectivos severos no leste e nordeste ibéricos (1), da saraiva de grandes dimensões (2) e dos episódios mediterrânicos extremos de precipitação fora do período clássico (3), já existem séries e estudos que o demonstram.

1. https://www.meteopt.com/forum/topico/seguimento-europa-2022.10762/pagina-22#post-866566

2. https://www.meteopt.com/forum/topico/seguimento-europa-2023.10962/pagina-15#post-892038

3. https://www.meteopt.com/forum/topico/seguimento-europa-2017.9122/pagina-30#post-600574
 
E porquê que essas células tão fortes apenas acontecem no Nordeste da Península Ibérica nesta altura do ano?

O nordeste da Península Ibérica tem uma série de variáveis que o tornam ideal para convecção repetitiva, profunda, organizada e severa. Geograficamente, destaca-se pela sua proximidade com o Mar Mediterrâneo (ar quente e húmido) e pela sua complexa orografia, caracterizada pela vertebração marcada pelo vale do Ebro e pelas diferentes direcções e orientações das cadeias de relevo, como os subsistemas de La Rioja, Saragoça, Teruel e Castellón do Sistema Ibérico, cujo eixo principal corre de noroeste para sudeste, as regiões montanhosas pré-pirenaicas de Sobrarbe, Ribagorza e Pallars, cujos alinhamentos montanhosos não têm uma direção pré-definida, a cordilheira pré-costeira da Catalunha, paralela à linha da costa, e, evidentemente, o eixo axial dos Pirinéus, na direção oeste-leste (bloqueio orográfico sobre o ar do Mediterrâneo).

Por outro lado, durante os meses de verão, existe frequentemente uma configuração atmosférica que exerce um forçamento sinóptico e contribui para o início da convecção nesta zona da Península Ibérica, quer pela passagem de um cavado atlântico, quer pela aproximação de uma depressão isolada em níveis altos. Para além disso, a baixa térmica peninsular costuma impulsionar fluxos de leste (ar quente e húmido) canalizados pelo vale do Ebro ou forçados a subir pelas montanhas a algumas dezenas de quilómetros da costa. É igualmente comum que as brisas marítimas, as brisas de montanha ou as convergências locais de ventos provoquem o desencadeamento da convecção.
 
O nordeste da Península Ibérica tem uma série de variáveis que o tornam ideal para convecção repetitiva, profunda, organizada e severa. Geograficamente, destaca-se pela sua proximidade com o Mar Mediterrâneo (ar quente e húmido) e pela sua complexa orografia, caracterizada pela vertebração marcada pelo vale do Ebro e pelas diferentes direcções e orientações das cadeias de relevo, como os subsistemas de La Rioja, Saragoça, Teruel e Castellón do Sistema Ibérico, cujo eixo principal corre de noroeste para sudeste, as regiões montanhosas pré-pirenaicas de Sobrarbe, Ribagorza e Pallars, cujos alinhamentos montanhosos não têm uma direção pré-definida, a cordilheira pré-costeira da Catalunha, paralela à linha da costa, e, evidentemente, o eixo axial dos Pirinéus, na direção oeste-leste (bloqueio orográfico sobre o ar do Mediterrâneo).

Por outro lado, durante os meses de verão, existe frequentemente uma configuração atmosférica que exerce um forçamento sinóptico e contribui para o início da convecção nesta zona da Península Ibérica, quer pela passagem de um cavado atlântico, quer pela aproximação de uma depressão isolada em níveis altos. Para além disso, a baixa térmica peninsular costuma impulsionar fluxos de leste (ar quente e húmido) canalizados pelo vale do Ebro ou forçados a subir pelas montanhas a algumas dezenas de quilómetros da costa. É igualmente comum que as brisas marítimas, as brisas de montanha ou as convergências locais de ventos provoquem o desencadeamento da convecção.
Sim, faz sentido, quando se tem um vale rodeado de montanhas com mais de 1500m e um vento predominante (devido à depressão térmica) que trás ar que esteve sobre água a 25°C meio que já não é tão surpreendente, nunca tinha prestado a atenção devida à topografia da região:

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Realmente no que toca a montanha, Portugal ficou com as migalhas...
 
Cidade de Saragoça




















Mais imagens de saraiva gigante


Muniesa e Lécera (províncias de Teruel e Saragoça)

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Herrera de los Navarros (província de Saragoça)

 
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Realmente no que toca a montanha, Portugal ficou com as migalhas...
Se não estou em erro, se Portugal Continental fosse uma região espanhola, seria a que tem um ponto mais elevado com menor altitude. Posso estar errado mas o ponto mais elevado em todas as regiões da Espanha continental está a uma altitude superior a 2000 metros, e no caso de Portugal Continental nem chega a essa altitude por poucochinho... :unsure:
 
Loucura de topos das nuvens. Temperaturas entre -75 °C e -80 °C.

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P.S.: Mais videos da cidade de Saragoça

 
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Sem atingir a brutalidade de Aragão, este episódio também afectou severamente outras partes da Península Ibérica.

Cidade de Vitoria













Província de Álava







Província de La Rioja



 
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A forte chuva que atingiu a província espanhola de Saragoça na quinta-feira inundou várias estradas e deixou inúmeras pessoas presas dentro dos seus veículos.

Segundo dados da Agência Meteorológica Espanhola (AEMET), citados pela imprensa espanhola, em Saragoça caíram mais de 54 litros por metro quadrado em cerca de uma hora, 19,6 dos quais em apenas dez minutos.


Não houve acidentes com feridos causados pela tempestade, mas várias pessoas tiveram de ser resgatadas depois de ficarem presas dentro dos seus carros.

A província de Saragoça está em aviso amarelo, esta sexta-feira, devido à possibilidade de tempestades com granizo e fortes rajadas de vento, bem como chuvas de mais de 15 litros por metro quadrado.







 
Já começou outra vez hoje, mais para montante do vale do Ebro.

jYr5nKm.jpg


Pelo menos 70mm em menos de uma hora

Dois exemplos:

 
As células atravessam os Pirenéus entre Pamplona e Huesca, durante a travessia diminuem a convecção para logo a seguir ao cair em França recrudescerem.
Entretanto todo o sistema vai descendo lentamente o vale do Ebro.

16:35utc
pxDpIqv.jpg


16:50utc
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Zaragoza (Saragoça) parece estar a ser poupada hoje.
Grande célula agora do lado francês, região de Pau. Também Toulouse.
 
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Imagens de hoje

- Província de Saragoça. Absolutamente brutal. Provavelmente a melhor estrutura de supercélula que já vi na Europa.

20230707_230230.jpg















- Província de Huesca

20230707_231312.jpg


20230707_231316.jpg




 
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