Seguimento - Incêndios 2017

Orion

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E para que não falte mais um culpado na lista -> Pedrógão Grande: Castanheira de Pera alertou “entidades competentes”

Dos relatos das testemunhas a queda dos pinheiros impossibilitou a passagem normal dos veículos e certamente estará envolvida em algumas fatalidades (fora os congestionamentos subsequentes). Neste caso há responsabilidade direta porque haviam pinheiros (bastante altos) a poucos metros da estrada.



Voltando à meteorologia, resta saber a posição atualizada da PJ. Já a tese do downburst do IPMA tem mais evidências circunstanciais do que se gostaria. A imprensa está a difundir - sem culpa mas conveniente para alguns - mais uma teoria (um bocado fraca) como facto inequívoco. Mas enfim, publicamente não é melhor dizer que não se faz a mínima (que é mais verídico).

A meteorologia severa só foi relevante muito depois da ignição e a obsessão por esta é contraproducente. A cronologia que levou às mortes é bem mais fulcral. Qual é a diferença que faz o incêndio ter sido causado por um incêndiário, um raio ou um arco voltaico? Há nesse grupo alguma opção que teria originado um número diferente de mortos? Acho que não. Quantos operacionais estavam a acompanhar a progressão das chamas junto à EN 236? Ainda não se sabe publicamente e provavelmente a resposta é 0. Isso é bem mais relevante.
 
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dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-no-local-onde-comecou-o-incendio-de-Pedrogao


Na última semana surgiu um novo elemento sobre o ponto de ignição. Afinal, o raio causador do incêndio não caiu em cima de uma árvore. Terá atingido primeiro um posto de transformação das linhas de média tensão, sendo depois conduzido pelos cabos até onde o fogo começou, na zona de Escalos Fundeiros. Uma possibilidade que completa a informação do IPMA de que não caíram raios naquela zona na altura do início do incêndio


http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-para-o-inicio-do-incendio-em-Pedrogao-Grande

Mais uma vez a citar-me.:hehe:
Desta vez porque o expresso actualizou a noticia.
Na última semana surgiu um novo elemento sobre o ponto de ignição. Afinal, o raio causador do incêndio não caiu em cima de uma árvore. Terá atingido primeiro os cabos de média tensão que passam na zona de Escalos Fundeiros e só depois foi conduzido para um castanheiro, onde o fogo começou. O IPMA, por sua vez, diz que não caíram raios naquela zona na altura do início do incêndio

http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-para-o-inicio-do-incendio-em-Pedrogao-Grande
@algarvio1980 afinal a história de amor não foi com um eucalipto foi com um castanheiro.:lmao:
 
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Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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Mais uma vez a citar-me.:hehe:
Desta vez porque o expresso actualizou a noticia.


http://expresso.sapo.pt/sociedade/2...-para-o-inicio-do-incendio-em-Pedrogao-Grande
@algarvio1980 afinal a história de amor não foi com um eucalipto foi com um castanheiro.:lmao:

Se me permites...

Nas primeiras fotos do incêndio, tiradas por Daniel Saúde, que passava o fim de semana na quinta que tem naquela localidade de Pedrógão Grande, é possível ver os cabos elétricos junto às chamas que ainda começavam. Foi ele quem ligou para o 112 às 14h38, quando viu fumo a surgir no horizonte, acionando os primeiros bombeiros da corporação de Pedrógão Grande.

Custava muito ao jornalista publicar a foto em questão? Na única que se tem conhecimento não vejo fios:

Dq4W9vh.jpg


A meteorologia severa só foi relevante muito depois da ignição e a obsessão por esta é contraproducente.

Complementando, p. 59 do relatório do IPMA.

eqCcuJq.png


A primeira de duas intensificações observadas no padrão de pluma iniciou-se pelas 18:20-18:30 UTC, tendo atingido o auge pelas 18:50-19:00 UTC, período em que alcançou cerca de 13 km de extensão vertical, situando-se portanto acima do nível da bigorna (Figura 34). Pelas 19:10 UTC a refletividade do padrão de pluma, nos seus níveis mais baixos, decresceu um pouco, assim como a respetiva altitude. A segunda intensificação iniciou-se pelas 19:20-19:30 UTC, tendo atingido o auge pelas 19:40 UTC, instante em que o topo do padrão de pluma (ou pluma misturada com hidrometeoros) se situava a cerca de 14 km de altitude (Figura 35).

O incêndio pode ter sido acelerado por ventos mais fortes associados às trovoadas/células mais intensas (que vão ao encontro dos relatos das testemunhas). Mas ventos mais fortes podem rondar os 40/50/60/70 km/h e não 80/90/>100 km/h que podem estar associados a um downburst. Não há evidências claras de que tenha ocorrido um downburst naquela zona e é bom que isto fique claro. O primeiro corte disponibilizado pelo IPMA indica a presença de uma célula/cúmulo perto da EN 236 às 19:20 locais (18:20 UTC), ou seja, mais de 4 horas após a primeira ignição. A célula começou a atravessar a EN 236 às 19:10 UTC (20:10 locais - >5 horas após a ignição), mais ou menos na altura em que pensa que morreram as pessoas (20h/20:30h e não às 21:30h locais como foi inicialmente anunciado).

Em suma, a narrativa de que o incêndio surgiu e pouco depois foi levado por ventos ciclónicos que devoraram pessoas, bens e animais sem que nada se podia ter feito é manifestamente falsa. Havia e houve tempo para encerrar a estrada e impedir aquela gente de andar por ali. Houve gente a circular por ali antes da tragédia.
 
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bandevelugo

Cumulus
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3 Jan 2008
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Estou a citar a mim próprio porque a reportagem da rtp não só não referiu nada em relação ao assunto como constatou o obvio. Falhou quase tudo. Quando ocorre uma tragédia daqueles é mais do que obvio que muita coisa falhou.
Uma das falhas apontadas é a falta de meios seja humanos e etc. Estamos a falar de regiões do interior com muito pouca população cujos bombeiros são voluntários. Ora se a população já é pouca acham que é possível que existam muitos bombeiros. Houve um bombeiro dos quais pediu desculpa que disse, se não me engano que tinha 20 operacionais e 5 meios para 10 ou mais povoações........... vamos obrigar as pessoas a ingressar na corporações dos Bombeiros Voluntários?

A única coisa que a reportagem serviu foi para ter uma ideia da timeline dos acontecimentos.
Agora causa para as falhas, zero.
Conclusões, zero.


Edit: Verdade seja dita o titulo da reportagem é "O que falhou em Pedrogão Grande?"
Não podia esperar respostas.

Caro Dahon, por tudo o que vimos na reportagem da RTP, que é auto-explicativa, é que há muitos anos vem sendo proposto um modelo diferente do sistema de defesa contra incêndios florestais, que ligue a gestão florestal, a prevenção e o combate. Isto é, que haja profissionalização do combate, com trabalhadores que estejam o ano inteiro nas matas e nos montes, como os antigos guardas florestais. Isto além de conferir maior capacidade na abordagem aos incêndios, iria aumentar o emprego nestas regiões e melhorar a gestão e prevenção florestal (grandes corta-fogos, desbastes e limpezas das matas e dos matos, fogos controlados, etc.).

Da reportagem da RTP, independentemente das responsabilidades de cada comandante ou autarca, o que surge bem evidenciado é o amadorismo e a óbvia desculpabilização, que ouvimos há dezenas de anos: "não há meios...". Ou "não há caminhos", ou "as matas não estão limpas", ou...

Para além disso, é também evidentíssima a baixa prioridade que as câmaras dão ao problemas das florestas e da defesa da infraestruturas públicas e aldeias: são investimentos/obras que não se vêem, que só dão chatices com os proprietários e, por tudo isto, não dão votos.

É pena que em 2006 o governo não tenha apostado num modelo profissional de prevenção e combate aos incêndios, agora estão a colher os frutos.
 

dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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é que há muitos anos vem sendo proposto um modelo diferente do sistema de defesa contra incêndios florestais, que ligue a gestão florestal, a prevenção e o combate. Isto é, que haja profissionalização do combate, com trabalhadores que estejam o ano inteiro nas matas e nos montes, como os antigos guardas florestais. Isto além de conferir maior capacidade na abordagem aos incêndios, iria aumentar o emprego nestas regiões e melhorar a gestão e prevenção florestal (grandes corta-fogos, desbastes e limpezas das matas e dos matos, fogos controlados, etc.).

Concordo, mas tenho uma questão. Então mas para que servem os GIPS?
 

dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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Independentemente de n considerações sobre a temática eu continuo a achar que muito devia ser questionado sobre esta foto.
A falta de limpeza(abandono) de terrenos que outrora já foram cultivados? Concordo plenamente.
Infelizmente na minha zona(Viseu) é algo cada vez mais recorrente.
Mas felizmente com alguma intervenção da GNR alguns foram obrigados a limpar.
 

algarvio1980

Furacão
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Uí, o incêndio em São Barnabé (Almodôvar), a fazer lembrar o grande incêndio de 2004, a zona é praticamente a mesma e depois veio descendo até Barranco de Velho. :unsure:
 

Davidmpb

Super Célula
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7 Jul 2014
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Portalegre( 600m)/ Fundão
Incêndios: Governo estima prejuízos de quase 500 milhões de euros

O Governo está reunido com os autarcas dos concelhos mais afetados pelo fogo. Levantamento dos prejuízos já foi feito.
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O Governo estima que os prejuízos causados pelos incêndios do mês de junho no Centro do país se aproximem dos 500 milhões de euros, informa a RTP3. A informação é avançada numa altura em que o Executivo está reunido, em Figueiró dos Vinhos, com os municípios atingidos pelos fogos para analisar a listagem de danos.


Os prejuízos diretos dos incêndios que começaram na região Centro no dia 17 de junho, nomeadamente em Pedrógão Grande e Góis, ascendem a 193 milhões de euros, estimando-se em 303 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia, o que perfaz um total de 496 milhões de euros.

À entrada do encontro, o ministro do Planeamento, Pedro Marques, afirmou aos jornalistas que a “reunião será consensual”, sem avançar com as medidas em cima da mesa. “Começámos um trabalho a que nos comprometemos de concluir num prazo de 10 dias o levantamento dos prejuízos. Ele está concluí-lo e vou agora apresentá-lo aos presidentes de câmara, assim como um conjunto de medidas de caráter excecional para resposta aos prejuízos identificados”, adiantou o governante.

O membro do Governo está reunido com os autarcas de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Pampinhosa da Serra, Góis, Sertã e Penela.

É de referir que, segundo os dados conhecidos até ao momento, foram atingidas pelas chamas cerca de 500 casas, das quais 169 são de primeira habitação e 205 de segunda. 117 habitações estariam devolutas.


Recorde-se que a Câmara Municipal de Pedrógão Grande, o município mais afetado pelo incêndio, já havia estimado o prejuízo em "pelo menos 250 milhões de euros".
https://www.noticiasaominuto.com/pa...stima-prejuizos-de-quase-500-milhoes-de-euros
 

MSantos

Moderação
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3 Out 2007
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Aveiras de Cima
Felizmente este episódio de calor é muito mais curto do que o de Junho. Amanha e nos dias seguintes já vai arrefecer um pouco, o que vai facilitar o combate aos incêndios.

Os modelos andam a assustar com saídas abrasadoras para meados de mês, esperemos que não passem de devaneios dos modelos, senão teremos mais uma situação muito complicada em perspectiva. :unsure:
 
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