Seguimento - Incêndios 2025

Para sul do Vouga todos os incêndios estão em resolução ou concluídos:

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RTP3 a mostrar um grupo de cidadãos a recusar serem evacuados da aldeia pela GNR. E a meu ver, bem.

Excesso de zelo. Devem ser evacuadas pessoas de mobilidade reduzida, idosos, crianças ou toda a pessoa que assim o entender. Os outros devem ficar se assim o entenderem. Os fogos não são todos Pedrogão e a Protecção Civil tem que estar acima de traumas colectivos e perceber que a protecção civil somos todos nós. Uma faúlha que caia num quintal cheio de mato na aldeia pode ser rapidamente debelada pela população. Se não estiver lá ninguém é um convite a fogos no meio do casario.
 
RTP3 a mostrar um grupo de cidadãos a recusar serem evacuados da aldeia pela GNR. E a meu ver, bem.

Excesso de zelo. Devem ser evacuadas pessoas de mobilidade reduzida, idosos, crianças ou toda a pessoa que assim o entender. Os outros devem ficar se assim o entenderem. Os fogos não são todos Pedrogão e a Protecção Civil tem que estar acima de traumas colectivos e perceber que a protecção civil somos todos nós. Uma faúlha que caia num quintal cheio de mato na aldeia pode ser rapidamente debelada pela população. Se não estiver lá ninguém é um convite a fogos no meio do casario.

Ah, claro! Porque nada diz “estratégia eficaz contra incêndios florestais” como manter um grupo de civis no meio das chamas armados com mangueiras de jardim e boa vontade. Afinal, quem precisa de planos de evacuação, técnicos especializados ou meios aéreos quando se tem o tio Zé com um balde de água e a tia Lurdes a varrer a cinza?

E sim, claro, a Proteção Civil devia ligar menos ao que aprendeu em décadas de catástrofes e mais à opinião do senhor. Que podia correr mal?
 
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É mesmo verdade. E finalmente aparecem especialistas a afirmá-lo. É claro que quem está a precisar de um placebo para se sentir melhor não quer ouvir esses especialistas.


Ah, naturalmente! Os aviões são inúteis. Que disparate é esse de despejar toneladas de água ou retardante em zonas inacessíveis por terra? Muito melhor deixar os bombeiros a correr encosta acima de mangueira ao ombro, com 40 graus à sombra, enquanto a população local dá instruções do tipo "ali à direita, atrás daquele eucalipto".

Os famosos "especialistas"! Aqueles que nunca têm nome, nunca aparecem em lado nenhum, mas aparentemente estão sempre disponíveis para confirmar teorias brilhantes como “aviões não servem para nada” e “deixem o povo combater os fogos com sacholas e fé”.

Devem ser os mesmos especialistas que provaram que comer sardinhas evita queimadas, ou que o fumo purifica a alma. Porque, como todos sabemos, a Proteção Civil, os bombeiros, a Força Aérea e décadas de investimento em meios aéreos só existem para fazer figura. No fundo, tudo o que precisamos é de uma aldeia bem teimosa, uma mangueira de rega, e esses tais especialistas invisíveis que sabem mais do que quem realmente anda lá dentro do fogo.

Se calhar o próximo passo é substituir os aviões por drones comandados por grupos do WhatsApp. Revolução total.
 
Ah, naturalmente! Os aviões são inúteis. Que disparate é esse de despejar toneladas de água ou retardante em zonas inacessíveis por terra? Muito melhor deixar os bombeiros a correr encosta acima de mangueira ao ombro, com 40 graus à sombra, enquanto a população local dá instruções do tipo "ali à direita, atrás daquele eucalipto".

Os famosos "especialistas"! Aqueles que nunca têm nome, nunca aparecem em lado nenhum, mas aparentemente estão sempre disponíveis para confirmar teorias brilhantes como “aviões não servem para nada” e “deixem o povo combater os fogos com sacholas e fé”.

Devem ser os mesmos especialistas que provaram que comer sardinhas evita queimadas, ou que o fumo purifica a alma. Porque, como todos sabemos, a Proteção Civil, os bombeiros, a Força Aérea e décadas de investimento em meios aéreos só existem para fazer figura. No fundo, tudo o que precisamos é de uma aldeia bem teimosa, uma mangueira de rega, e esses tais especialistas invisíveis que sabem mais do que quem realmente anda lá dentro do fogo.

Se calhar o próximo passo é substituir os aviões por drones comandados por grupos do WhatsApp. Revolução total.

Os meios aéreos são úteis em determinados contextos. Falei no caso de Ponte da Barca onde tem sido impossível fazer consolidação das descargas das aeronaves. Sim, descargas esporádicas numa frente de 3 ou 4 km serra acima é uma inutilidade. É por isso que Ponte da Barca arde desde sábado, não é porque os pilotos sejam incompetentes.

Eu sei que demagogia fica sempre bem em tempos de catástrofe. "temos 2 aviões, eram preciso 10!" "temos 10 aviões? eram precisos 20!" Fica sempre bem. Mas eu continuo a preferir que se use a massa cinzenta em vez da demagogia.
 
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Ah, claro! Porque nada diz “estratégia eficaz contra incêndios florestais” como manter um grupo de civis no meio das chamas armados com mangueiras de jardim e boa vontade. Afinal, quem precisa de planos de evacuação, técnicos especializados ou meios aéreos quando se tem o tio Zé com um balde de água e a tia Lurdes a varrer a cinza?

E sim, claro, a Proteção Civil devia ligar menos ao que aprendeu em décadas de catástrofes e mais à opinião do senhor. Que podia correr mal?

Os planos de evacuação são úteis para os grupos que mencionei. Tudo o resto é excesso de zelo para este tipo de incêndio. Não pode alguém que se diz "especialista" olhar para o fogo que lavra em Ponte da Barca e achar que tem as caracteristicas de Pedrogão. E que consiga pesar bem os factores vs riscos. Os erros do passado não devem ser compensados com excesso de zelo agora.
 
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Relativamente a este incêndio de Ponte da Barca, há algo que me faz alguma confusão. O incêndio começou no sábado ao início da noite, hora pouco propícia para o ataque inicial, mas só pelas 18:00 do dia seguinte, já o fogo tinha contornado Parada e subido encosta acima, é que o número de efetivos no terreno passou dos 60. Durante a manhã e a tarde de domingo alturas houve com um único meio aéreo a operar.

Temos visto como vários casos de incêndios com potencial problemático são atacados desde a primeira hora com mobilização de efetivos na casa das centenas ou meios aéreos na casa da dezena, a maior parte com resultados muito positivos (como ainda hoje aconteceu aqui em Seia e ontem em Tondela, Nisa e Alcanede), outras nem tanto (como em Arouca e Penamacor).

O número de ignições na zona de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca nos últimos anos tem sido uma aberração, é de verão e de inverno, e por isso compreendo que já haja algum cansaço e algum relaxamento das autoridades na resposta a estas situações. Mas estamos a falar de uma área localizada dentro do único Parque Nacional de Portugal. Não devia ter havido maior empenho em apagar este foco de incêndio enquanto havia reais possibilidades de o conseguir?
 
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Os planos de evacuação são úteis para os grupos que mencionei. Tudo o resto é excesso de zelo para este tipo de incêndio. Não pode alguém que se diz "especialista" olhar para o fogo que lavra em Ponte da Barca e achar que tem as caracteristicas de Pedrogão. E que consiga pesar bem os factores vs riscos. Os erros do passado não devem ser compensados com excesso de zelo agora.
Pelo menos essas evacuações demonstram que se aprendeu alguma coisa com o passado. Embora já não seja o caso nas próximas noites, nesses locais poderia ocorrer algo semelhante ao que aconteceu aqui na minha zona na madrugada de segunda para terça: intensificação repentina do vento de Nordeste que chegou a alcançar rajadas de quase 70km/h. Esta situação, num cenário de incêndio, poderia cercar uma localidade em poucos minutos se estivesse próximo e dessa forma, as pessoas que lá ficassem podiam não conseguir sair.

As condições de Pedrógão eram mais imprevisíveis uma vez que os fenómenos de vento que favoreceram a propagação do incêndio foram causados por convecção. Mais previsível era a situação do 15 de outubro que sucedeu devido a um intenso fluxo de sul quente causado pelo furacão Ophelia. Penso que nesse dia, arderam mais aldeias e perderam-se mais vidas humanas nesses locais.

Um dos grandes problemas continua a ser a falta de ordenamento do território e nesse caso nem se sabe o que fazer dada a quantidade de eucaliptos que existem em muitas zonas. Além disso, muitos terrenos continuam sem ser limpos. Eu vejo no caso do Alentejo onde em terrenos completamente abandonados e que não ande gado, o pasto chega às árvores. A fiscalização é pouca ou quase inexistente e no Norte e Centro deve ser igual.
 
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Pelo menos essas evacuações demonstram que se aprendeu alguma coisa com o passado. Embora já não seja o caso nas próximas noites, nesses locais poderia ocorrer algo semelhante ao que aconteceu aqui na minha zona na madrugada de segunda para terça: intensificação repentina do vento de Nordeste que chegou a alcançar rajadas de quase 70km/h. Esta situação, num cenário de incêndio, poderia cercar uma localidade em poucos minutos se estivesse próximo e dessa forma, as pessoas que lá ficassem podiam não conseguir sair.

As condições de Pedrógão eram mais imprevisíveis uma vez que os fenómenos de vento que favoreceram a propagação do incêndio foram causados por convecção. Mais previsível era a situação do 15 de outubro que sucedeu devido a um intenso fluxo de sul quente causado pelo furacão Ophelia. Penso que nesse dia, arderam mais aldeias e perderam-se mais vidas humanas nesses locais.

Um dos grandes problemas continua a ser a falta de ordenamento do território e nesse caso nem se sabe o que fazer dada a quantidade de eucaliptos que existem em muitas zonas. Além disso, muitos terrenos continuam sem ser limpos. Eu vejo no caso do Alentejo onde em terrenos completamente abandonados e que não ande gado, o pasto chega às árvores. A fiscalização é pouca ou quase inexistente e no Norte e Centro deve ser igual.

Não defendo "heróis" para salvar a aldeia. Estou a falar de pessoas saudáveis e (relativamente ou tanto quanto possível) jovens. Essas podem perfeitamente ficar desde que na aldeia estejam também bombeiros. Ainda mais úteis são quando vês numa aldeia perdida do Gerês bombeiros da Figueira da Foz e de Ílhavo. Os populares conhecem a aldeia, os pontos de passagem, onde cabe um autotanque ou não, onde há pontos de água. Esse conhecimento não deve ser desaproveitado.
 
Essas podem perfeitamente ficar desde que na aldeia estejam também bombeiros.
A única questão relaciona-se com a responsabilidade se algo correr mal. E quem escolhe as pessoas que ficam? E quem diz que se correr mal os familiares não se voltam contra os responsáveis das forças de segurança e de socorro? Nada disso é simples nem é possível exigir que os responsáveis concordem. E se a ordem de evacuação foi dada superiormente, quem oficialmente se vai opôr ao comando superior e permitir que a evacuação não seja feita de forma completa. Quem diz que lá fica assina previamente algum termo de responsabilidade ou é só assumida de boca e transmitida oralmente pelos operacionais e forças de segurança aos seus superiores?
É como as viaturas que apesar de estradas estarem assinaladas como perigosas ou interditas, mesmo assim prosseguem e fazem vídeos "espectaculares" para pôr nas redes sociais, mas se o carro lá ficar e, quem sabe, os seus ocupantes, em quem vai recair a responsabilidade?
 
Face aos recentes incêndios, esta comparação até 15 de Julho deste ano é algo inútil e despropositada. As sequências meteorológicas dos diferentes anos têm de ser postas em evidência nas comparações, não são só os números de incêndios e de áreas ardidas ou mesmo as áreas dos maiores incêndios.

Nesta altura, se formos pela área ardida até à data presente (dia 30), o número deste ano já terá pelo menos duplicado.


No entanto, sem meter 2025 na questão, o estudo até 2024 tem conclusões interessantes que mais adiante seria importante debater.
 
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A única questão relaciona-se com a responsabilidade se algo correr mal. E quem escolhe as pessoas que ficam? E quem diz que se correr mal os familiares não se voltam contra os responsáveis das forças de segurança e de socorro? Nada disso é simples nem é possível exigir que os responsáveis concordem. E se a ordem de evacuação foi dada superiormente, quem oficialmente se vai opôr ao comando superior e permitir que a evacuação não seja feita de forma completa. Quem diz que lá fica assina previamente algum termo de responsabilidade ou é só assumida de boca e transmitida oralmente pelos operacionais e forças de segurança aos seus superiores?
É como as viaturas que apesar de estradas estarem assinaladas como perigosas ou interditas, mesmo assim prosseguem e fazem vídeos "espectaculares" para pôr nas redes sociais, mas se o carro lá ficar e, quem sabe, os seus ocupantes, em quem vai recair a responsabilidade?

A responsabilidade é sempre de quem de forma livre e consciente toma a decisão de não sair. Da mesma forma que uma pessoa que entre no mar com bandeira amarela ou vermelha, se houver um problema essa responsabilidade não é imputada ao nadador salvador.

Mas nem quero levar a questão para conceitos mais abstractos, como a liberdade de defender o que é seu. É fácil chegar uma aldeia de 30 ou 40 pessoas e "obrigá-las" a sair. Nas metrópoles as autoridade não obrigam nada a ninguém. Estão a obrigar as pessoas das cidades a usar máscara por causa do fumo? E não lhes faz mal?

A minha questão é mesmo técnico-prática. Há muita gente que pode ajudar os bombeiros de forma directa e indirecta. As evacuações gerais e praticamente compulsivas devem ser reservadas para cenários que não são o de Ponte da Barca.