Seguimento - Incêndios 2025

Assim estava a situação do incêndio, vista do concelho de Vila do bispo por volta das 15h
1000045705.webp
1000045693.webp
1000045695.webp
1000045697.webp
 
Incêndio perto das casas, a 100 metros daqui. A sorte é que está SW, se tivesse NW ardia tudo até à EN125.
1000008140.webp
 
Última edição:
  • Triste
Reactions: "Charneca" Mundial
O incêndio no Barlavento Algarvio é claramente um incêndio dominado pelo vento, que tem lavrado numa zona com muita continuidade na vegetação, que está muito seca e disponível para arder. Para Sul de Barão de São João a paisagem tem mais descontinuidades, pode ser que surjam oportunidades para o parar. Caso contrario irá até à zona da Praia da Luz e vai se auto extinguir por falta de mais combustível para arder. O Algarve estava a escapar este ano, agora já não está...
 
Já está em resolução, esperemos que o aguentem e concluam durante a noite. Assim sim, apesar da tristeza de ter ardido mais uma parcela da Estrela.
Aqui foram acionados até 12 meios aéreos.


Novo incêndio em Montalegre, a ESE do Larouco
Neste não passaram dos 5. Continua em curso. :(

Claro que não estou a tirar conclusão alguma, só a relatar.

Entretanto o incêndio na Abrunheira, concelho de Sintra mas nada a ver com a Serra, já foi concluído, chegou a ter 92 operacionais. A zona era limitada, basicamente uma plantação densa de eucaliptos no meio de áreas industriais/comerciais, que há muito tempo já devia ter sido retirada...:rolleyes:
 

Anexos

  • Fogo_Abrunheira_sat.webp
    Fogo_Abrunheira_sat.webp
    388.5 KB · Visto: 11
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial

Incêndio de Aljezur volta a ganhar dimensão​



:sono: No Algarve, os incêndios levam sempre dias para apagarem :rolleyes:
 

Incêndio de Aljezur volta a ganhar dimensão​



:sono: No Algarve, os incêndios levam sempre dias para apagarem :rolleyes:

Felizmente já aparece como dominado esta manhã. Veremos se não o deixam fugir durante o dia de hoje. :unsure:
 
Atenção para a tarde de Sábado, vento moderado a forte de Sul associado ao Gabrielle antes da chegada da precipitação... Poderá ser um dia complicado se surgirem ignições em sítios propícios. E como é sabido na véspera da chegada da precipitação é comum haver muitas ignições associadas ao uso do fogo para limpeza de sobrantes agrícolas e florestais.
 
Atenção para a tarde de Sábado, vento moderado a forte de Sul associado ao Gabrielle antes da chegada da precipitação... Poderá ser um dia complicado se surgirem ignições em sítios propícios. E como é sabido na véspera da chegada da precipitação é comum haver muitas ignições associadas ao uso do fogo para limpeza de sobrantes agrícolas e florestais.
Assim foi, e é uma zona difícil e propícia à propagação (pinhais), especialmente com este vento de Sul 20 Km/h numa estação em Casal do Frade (fora as rajadas).

Fogo Arganil_18h48.webp


Se caíu alguma precipitação, ainda nada acumulou, literalmente à espera que chova algo significativo.

Vento diminuiu bastante na última hora, talvez ajude.
 
Última edição:
Com a época de incêndios quase a terminar, este ano foi interessante, permitam-me alguns desabafos, admito que polémicos:

- Maiores incêndios não foram em área de eucalipto. E foi um pouco ensurdecedor o silêncio sobre isso, eucalipto é sempre o culpado fácil e populista, este ano não esteve tão à mão. E isto não é uma defesa do eucalipto, já escrevi nos últimos anos que foi uma asneira. Mas não é a causa do drama dos incêndios em Portugal, porque Portugal tem há milénios muitos incêndios no Verão, foi a nossa própria floresta autóctone que nos ensinou isso, o exemplo mais notável é o sobreiro cuja casca grossa a que chamamos cortiça, foi uma evolução natural da arvore contra incêndios ao longo de milhares de anos. A agricultura e pastoreiro de subsistência é que quebraram o ciclo natural de fogos e ocupação de solos entre o século XIX e XX, bem como a plantação de florestas aonde antes nem existiam, como em muitos montes e serras aonde só existiam matos e arbustos, excluindo os vales aonde arvoredo sobrevivia melhor.

- Padrão atmosférico gerou extremos sobretudo no interior norte/centro do país, padrão bastante anormal, anticiclone no Atlântico muito fraco este verão, quase não gerou nortadas intensas este ano que normalmente propagam incêndios mais perto do litoral durante as tardes.

- E afinal com as condições extremas no local certo, também a Espanha arde como nós.
Ainda se lembram o ano passado o quanto diziam que só havia incêndios da fronteira da Galiza para baixo, que esta m**** só acontecia em Portugal ?
Normalmente o norte de Espanha é húmido mesmo nos Verões, mesmo quando assenta vento leste, costuma passar a sul da Galiza, mas este ano teve um padrão bastante diferente, com vento de quadrante sul e seco durante semanas. E pronto, afinal também arde.
Este ano esse tipo de populismo que só em Portugal é que arde, também desapareceu do mapa. Como dos eucaliptos. Vão voltar para o ano.

- Sorte de Espanha é realmente não ter este tipo de condições com tanta frequência com que nós temos, que é quase todos os anos, uns anos piores, outros melhores. Mas o nosso território é mesmo tramado como referi acima, e a nossa floresta autóctone testemunha isso.
Mais idiotas são os que ousam comparar a nossa floresta com florestas a latitudes mais a norte, ignorantes. Das poucas vezes que em latitudes mais a norte tem apenas um "cheirinho" do que é o clima de Portugal entre Invernos chuvosos que geram muita biomassa e verões com ar muito quente e seco, as florestas também ardem. Sorte a deles é que é apenas um "cherinho".

- Sobre o sobreiro sabia há uns anos que a cortiça foi uma evolução da nossa arvore nacional contra os incêndios frequentes no nosso clima, na altura foi um autentico mind-blowing para mim, imensa coisa passou a fazer sentido.
Mas o ano passado descobri outra coisa nova que não sabia.
Até os carvalhos (e azinheiras) do nosso território são espécies que evoluíram com o fogo, quando há incêndios em carvalhais os carvalhos depois rebentam de novo, nascem e crescem espontaneamente e com bastante pujança no pós-incêndio.
Ironicamente afinal bastante parecido com o eucalipto, essa espécie não é nossa e não deveria estar por cá. Mas os nossos carvalhos comportam-se quase da mesma forma com o fogo, tiram partido dele, porque evoluíram com ele.
 
Última edição:
Com a época de incêndios quase a terminar, este ano foi interessante, permitam-me alguns desabafos, admito que polémicos:

- Maiores incêndios não foram em área de eucalipto. E foi um pouco ensurdecedor o silêncio sobre isso, eucalipto é sempre o culpado fácil e populista, este ano não esteve tão à mão. E isto não é uma defesa do eucalipto, já escrevi nos últimos anos que foi uma asneira. Mas não é a causa do drama dos incêndios em Portugal, porque Portugal tem há milénios muitos incêndios no Verão, foi a nossa própria floresta autóctone que nos ensinou isso, o exemplo mais notável é o sobreiro cuja casca grossa a que chamamos cortiça, foi uma evolução natural da arvore contra incêndios ao longo de milhares de anos. A agricultura e pastoreiro de subsistência é que quebraram o ciclo natural de fogos e ocupação de solos entre o século XIX e XX, bem como a plantação de florestas aonde antes nem existiam, como em muitos montes e serras aonde só existiam matos e arbustos, excluindo os vales aonde arvoredo sobrevivia melhor.

- Padrão atmosférico gerou extremos sobretudo no interior norte/centro do país, padrão bastante anormal, anticiclone no Atlântico muito fraco este verão, quase não gerou nortadas intensas este ano que normalmente propagam incêndios mais perto do litoral durante as tardes.

- E afinal com as condições extremas no local certo, também a Espanha arde como nós.
Ainda se lembram o ano passado o quanto diziam que só havia incêndios da fronteira da Galiza para baixo, que esta m**** só acontecia em Portugal ?
Normalmente o norte de Espanha é húmido mesmo nos Verões, mesmo quando assenta vento leste, costuma passar a sul da Galiza, mas este ano teve um padrão bastante diferente, com vento de quadrante sul e seco durante semanas. E pronto, afinal também arde.
Este ano esse tipo de populismo que só em Portugal é que arde, também desapareceu do mapa. Como dos eucaliptos. Vão voltar para o ano.

- Sorte de Espanha é realmente não ter este tipo de condições com tanta frequência com que nós temos, que é quase todos os anos, uns anos piores, outros melhores. Mas o nosso território é mesmo tramado como referi acima, e a nossa floresta autóctone testemunha isso.
Mais idiotas são os que ousam comparar a nossa floresta com florestas a latitudes mais a norte, ignorantes. Das poucas vezes que em latitudes mais a norte tem apenas um "cheirinho" do que é o clima de Portugal entre Invernos chuvosos que geram muita biomassa e verões com ar muito quente e seco, as florestas também ardem. Sorte a deles é que é apenas um "cherinho".

- Sobre o sobreiro sabia há uns anos que a cortiça foi uma evolução da nossa arvore nacional contra os incêndios frequentes no nosso clima, na altura foi um autentico mind-blowing para mim, imensa coisa passou a fazer sentido.
Mas o ano passado descobri outra coisa nova que não sabia.
Até os carvalhos (e azinheiras) do nosso território são espécies que evoluíram com o fogo, quando há incêndios em carvalhais os carvalhos depois rebentam de novo, nascem e crescem espontaneamente e com bastante pujança no pós-incêndio.
Ironicamente afinal bastante parecido com o eucalipto, essa espécie não é nossa e não deveria estar por cá. Mas os nossos carvalhos comportam-se quase da mesma forma com o fogo, tiram partido dele, porque evoluíram com ele.

Ao ler o teu post lembrei-me de tudo o que foi dito aquando do incêndio o ano passado na Madeira.

Screenshot-20251008-094634-Chrome.jpg
.

Acho que hoje podemos responder, sim, foi sorte. Este ano na Madeira ainda não arderam 0.5 hectares. No continente arderam mais de 250 mil. É sorte? Sim, é sorte.

Podem vir com grandes dissertações sobre tudo o que bom foi feito. Mas quando as condições estâo reunidas, em determinados locais, é preciso saber lidar com a nossa pequenez em vez de fazer o luto disparando contra tudo e todos.

O ano passado a Madeira passou por um padrão meteorológico particularmente severo nas zonas altas onde humidades abaixo dos 20% persistiram 24h/dia durante quase 15 dias e com noites em que o vento médio rondava os 40km/h. Arderam 5000 hectares e o fogo só apagou quando a meteorologia assim o fez.

O continente passou por uma situação semelhante este ano. Repare-se que o sistema de prociv raramente esteve perto da capacidade máxima. Não houve dezenas de fogos simultaneamente como noutros anos, houve sim muitos fogos em geografia muito montanhosa e com condições meteo particulares, que impediram combate inicial eficaz. Arganil onder arderam 65 mil hectares durante 11 dias (!) é um exemplo disso. Mas também Ponte da Barca e Montalegere. Tudo fogos apagados pela meteorologia.
 
  • Gosto
Reactions: "Charneca" Mundial