AMFC
Nimbostratus
Assim estava a situação do incêndio, vista do concelho de Vila do bispo por volta das 15h
Já está em resolução, esperemos que o aguentem e concluam durante a noite. Assim sim, apesar da tristeza de ter ardido mais uma parcela da Estrela.Incêndio muito grave na encosta NO da Estrela, Gouveia !
Neste não passaram dos 5. Continua em curso.Novo incêndio em Montalegre, a ESE do Larouco
Incêndio de Aljezur volta a ganhar dimensão
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Incêndio de Aljezur volta a ganhar dimensão
O agravamento do incêndio, que começou domingo em Aljezur e passou para o concelho vizinho de Lagos, deveu-se a um reacendimento na zona da Feiteira que originou quatro projeção num dos flancos do incêndio.sicnoticias.pt
No Algarve, os incêndios levam sempre dias para apagarem
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Assim foi, e é uma zona difícil e propícia à propagação (pinhais), especialmente com este vento de Sul 20 Km/h numa estação em Casal do Frade (fora as rajadas).Atenção para a tarde de Sábado, vento moderado a forte de Sul associado ao Gabrielle antes da chegada da precipitação... Poderá ser um dia complicado se surgirem ignições em sítios propícios. E como é sabido na véspera da chegada da precipitação é comum haver muitas ignições associadas ao uso do fogo para limpeza de sobrantes agrícolas e florestais.
Com a época de incêndios quase a terminar, este ano foi interessante, permitam-me alguns desabafos, admito que polémicos:
- Maiores incêndios não foram em área de eucalipto. E foi um pouco ensurdecedor o silêncio sobre isso, eucalipto é sempre o culpado fácil e populista, este ano não esteve tão à mão. E isto não é uma defesa do eucalipto, já escrevi nos últimos anos que foi uma asneira. Mas não é a causa do drama dos incêndios em Portugal, porque Portugal tem há milénios muitos incêndios no Verão, foi a nossa própria floresta autóctone que nos ensinou isso, o exemplo mais notável é o sobreiro cuja casca grossa a que chamamos cortiça, foi uma evolução natural da arvore contra incêndios ao longo de milhares de anos. A agricultura e pastoreiro de subsistência é que quebraram o ciclo natural de fogos e ocupação de solos entre o século XIX e XX, bem como a plantação de florestas aonde antes nem existiam, como em muitos montes e serras aonde só existiam matos e arbustos, excluindo os vales aonde arvoredo sobrevivia melhor.
- Padrão atmosférico gerou extremos sobretudo no interior norte/centro do país, padrão bastante anormal, anticiclone no Atlântico muito fraco este verão, quase não gerou nortadas intensas este ano que normalmente propagam incêndios mais perto do litoral durante as tardes.
- E afinal com as condições extremas no local certo, também a Espanha arde como nós.
Ainda se lembram o ano passado o quanto diziam que só havia incêndios da fronteira da Galiza para baixo, que esta m**** só acontecia em Portugal ?
Normalmente o norte de Espanha é húmido mesmo nos Verões, mesmo quando assenta vento leste, costuma passar a sul da Galiza, mas este ano teve um padrão bastante diferente, com vento de quadrante sul e seco durante semanas. E pronto, afinal também arde.
Este ano esse tipo de populismo que só em Portugal é que arde, também desapareceu do mapa. Como dos eucaliptos. Vão voltar para o ano.
- Sorte de Espanha é realmente não ter este tipo de condições com tanta frequência com que nós temos, que é quase todos os anos, uns anos piores, outros melhores. Mas o nosso território é mesmo tramado como referi acima, e a nossa floresta autóctone testemunha isso.
Mais idiotas são os que ousam comparar a nossa floresta com florestas a latitudes mais a norte, ignorantes. Das poucas vezes que em latitudes mais a norte tem apenas um "cheirinho" do que é o clima de Portugal entre Invernos chuvosos que geram muita biomassa e verões com ar muito quente e seco, as florestas também ardem. Sorte a deles é que é apenas um "cherinho".
- Sobre o sobreiro sabia há uns anos que a cortiça foi uma evolução da nossa arvore nacional contra os incêndios frequentes no nosso clima, na altura foi um autentico mind-blowing para mim, imensa coisa passou a fazer sentido.
Mas o ano passado descobri outra coisa nova que não sabia.
Até os carvalhos (e azinheiras) do nosso território são espécies que evoluíram com o fogo, quando há incêndios em carvalhais os carvalhos depois rebentam de novo, nascem e crescem espontaneamente e com bastante pujança no pós-incêndio.
Ironicamente afinal bastante parecido com o eucalipto, essa espécie não é nossa e não deveria estar por cá. Mas os nossos carvalhos comportam-se quase da mesma forma com o fogo, tiram partido dele, porque evoluíram com ele.