Primeira visita à Serra de Sintra após as tempestades de Março e as primeiras chuvas de Abril.
Zona visitada: barragem, albufeira e RIbeira da Mula montante, até onde foi possível passar.
Conclusão das observações:
- Nível da albufeira > 100%, água acima do nível de pleno armazenamento passa pelo descarregador de superfície (galgamento).
- Devastação da floresta como nunca vi nesta área da Serra (nem na 'Gong' observei tal destruição). Os ventos dos quadrantes Sul/Sueste da 'Martinho' terão sido piores neste vale da encosta sul do que os ventos, dos quadrantes opostos, da
depressão já histórica de Janeiro de 2013.
- Havia cabras no cimo do Monte do Silêncio, que de longe se nota ter perdido várias árvores.
- Vários caminhos e trilhos interrompidos.
- inúmeras árvores que bloqueavam os principais caminhos de acesso principal já foram cortadas e seccionadas, mas ainda não removidas. Numa estimativa rápida pelo curto trajecto de cerca de 1 Km diria que observei muitas centenas de exemplares caídos, desenraizados, partidos.
- Muitas árvores de grande porte, incluindo eucaliptos e acácias, mas sobretudo pinheiros mostram que os ventos terão atingido seguramente força de furacão.
- Há eucaliptos e sobreiros partidos como palitos, mas também há eucaliptos e sobreiros de grande porte que ficaram incólumes.
- Muitos exemplares derrubados que estimo terem uma idade superior a 50 anos.
- A Ribeira da Mula a montante da albufeira tem simultaneamente dois cenários: queda pelo vento de inúmeras árvores, amontoadas, em diferentes direcções e evidência de enxurradas que terão originado quedas por desenraizamento devido a perda de solo ou movimentos de massa em taludes.
À passagem, observei que o acesso à Lagoa Azul estava interdito, assim como acessos a outros caminhos que partem da estrada N9-1.
Tirei várias fotos que irei pôr aqui.
A estimativa de uma centena de milhar de árvores derrubadas não é, quase certamente, exagerada.
Até receio o que possa encontrar nos cimos, pois isto foi uma pequena amostra de uma zona relativamente protegida dos ventos.
Embora seja vulnerável ao efeito de corredor de vento afunilado proporcionado pelo grande espaço aberto que é o plano de água da albufeira da Mula e o desbaste que foi feito a jusante para substituição de árvores não autóctones por plantio de espécies mais apropriadas.