Depois do vendaval da frente aqui, neste momento o vento está em calma quase absoluta.
O carácter desorganizado das frentes, com células desalinhadas e mesmo isoladas fez com que os acumulados sejam heterogéneos e bastante dependentes da topografia local.
Por exemplo, aqui nesta limitada zona da linha da Póvoa temos:
Sacavém: cerca de 7 mm pela madrugada (das 5h às 6h30, aproximadamente), relativa à primeira frente quente, com notável subida da temperatura, e depois 10mm pela passagem da frente fria, totalizando
17,8mm.
Meteo S.Iria: apenas 1 mm de madrugada, e mais 7,6mm agora, perfaz
8,6mm. Outras três estações da área de Santa Iria têm valores semelhantes: 6,1mm, 8,4mm e 11,4mm.
Na Póvoa de S.Iria, a estação da Escola teve grandes interrupções, não conta; a estação mais junto ao rio acumulou apenas 4,6mm.
Vialonga: vinha com apenas 0,8mm da madrugada, mas com a passagem das células da frente fria acabou com
24,6mm. Atingida por células de eco laranja que vieram pelo vale desde os montes de Odivelas/Loures cerca das 14h00, o acumulado nos primeiros 5 minutos foi 3,6mm e nos seguintes um notável valor de
7,4mm/5 minutos (11mm/10 minutos).
Estas células passaram de raspão em Santa Iria e também aqui no Casal da Serra, zona alta da Póvoa (é pena a estação da Escola estar sem registo nessa altura).
Conclusão: para quem estava na Póvoa lá em baixo ao pé do rio, "fiasco", para quem estava em Vialonga ou Sacavém, "temporal" (a célula roxa da nuvem funil passou tangente a Sacavém), em Vialonga em particular, "dilúvio". O evento segue de acordo com as previsões, não há fiasco algum.