Seguimento Litoral Norte - Dezembro 2012

[1337]

Fotos excelentes da belíssima Ponte do Lima, provavelmente uma das maiores cheias desde a construção das barragens do Alto Lindoso e do Touvedo. É um facto que o rio subiu bastante, mas dentro do normal e planeado, a zona marginal de Ponte de Lima está desocupada de habitações mesmo por essa razão (é das poucas localidades do país com bom planeamento urbano). A zona inundada pertence ao leito de cheia do Lima, e é normal que nestes dias mais chuvosos o rio o ocupe.

Obrigado David, concordo em tudo que dizes, observaste bem a vila estou a ver

 

[1337]

Embora ache um pouco estranho estas inundações, pois Pte de Lima nem está num sitio baixo, o que acho é que talvez tenha as margens comprimidas a jusante, ajudadas talvez pela maré...mas sendo assim viana tambem ficaria inundada e freguesias anteriores

Edit: quanto às barragens, a do Lindoso pelo que ouvi está a menos de 20% da quota....

A parte baixa da vila está a apenas 20 m de altitude em relação ao mar, tou a falar da parte baixa, a que está junta ao rio, claro que depois tem a parte com mais altitude pois a vila vai a subir, não percebi porque disseste isso, e também acho estranho que viana com o mesmo rio não tenha subido um pouco também, ou talvez tenha haver com o mar...

 

[Ruipedroo]

Deve ser o Rio Torto. Até gostava de ver. Ele chama-se rio, por alguma coisa é...

O Rio Torto já deu "um ar da sua graça" no Outono do ano passado:

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/n...ade/temporal-faz-um-morto-em-braga-com-videos

Rio Torto, esse mesmo, mas desta vez o seu leito não cobriu as pontes que passam sobre ele, mas galgou as margens e de que maneira.
Tal como prometi, aqui ficam algumas fotos e um vídeo que fiz esta tarde, tarefa que foi um pouco complicada devido à chuva e ao vento, mas fica o registo:

Vídeo - Só para avisar que isto é um riacho, transformando-se num autêntico Cávado :

(Ver em 720p)

 

[ciclonico]

A propósito de algums membros terem posto a dúvida de se poder ter registado alguma trovoada durante este evento que acabamos de assistir e, apesar de todo o aparato do evento, a resposta mais correcta é a de que nem um só relâmpago deve ter ocorrido durante este evento.
E isto porquê? Porque existe uma variável que mede a capacidade da atmosfera produzir trovoadas e essa variável chama-se "Lifted Index". Para que haja condições para a ocorrência de trovoada, é preciso que essa variável atinja valores negativos e quanto mais negativos mais severas serão as trovoadas. Ora, esse valor esteve sempre positivo durante todo este evento. Geograficamente, o local mais perto que esteve no limite (valor zero) foi a costa norte espanhola.
O que é então o "Lifted Index": este mede a estabilidade ou instabilidade da atmosfera e os meteorologistas usam-no para medir o potencial da ocorrência de trovoadas.
Funciona assim: parcelas de ar começam a ascender por si sós se estiverem mais quentes que o ar circundante. É a convecção. Considerem uma parcela de ar que começa a ascender pela atmosfera após ter sido aquecida pelo sol e pelo solo aquecido. O "Lifted Index" é definido como a subtração da temperatura dessa parcela de ar em ascenção, quando ela atinge o nível dos 500mb (5,500 m), pela temperatura do ar ambiental a 500mb. Se o "Lifted Index" for um número negativo elevado, então a parcela de ar estará mais quente que o ar circundante e continuará a ascender. As trovoadas são alimentadas por ascendências fortes de ar, por isso o "Lifted Index" é uma boa mediada do potencial da atmosfera para produzir trovoadas severas. Concluindo: só se dão condições para a ocorrência de trovoadas quando o "Lifted Index" tiver valores negativos e quanto mais negativos , mais severa a trovoada.

 

[Miguel96]

A pressão atmosférica sobe, neste momento 1009,4 hPa e Vento Fraco de Sul a 11 km/h.

 

[Aristocrata]

É um facto que Ponte de Lima, como outras localidades no NO, está habituada a cheias ocasionais.

Relembro que os terrenos estavam ainda com boa capacidade de absorção das chuvas, que os rios andavam até relativamente baixos para a época, e que as barragens tinham muita capacidade de encaixe disponível.
Foi esta a razão principal para que não tenham existido danos de monta com a precipitação de hoje.

Estamos ainda a meio de Dezembro, a previsão é de chuva nos próximos 10 dias (mais fraca\mais forte). Com esta situação os solos ficam saturados, as barragens rapidamente enchem e os rios tendem a apresentar caudais consideráveis.
Com isto, não me admirarei de as cheias se tornarem rotina se a situação de chuvas persistir por mais algumas semanas. Aliás essa era uma norma nos chamados "invernos de antigamente", em que os rios, ribeiros e afins galgavam as suas margens inúmeras vezes na mesma época hidrológica

......

Actualizando a situação, tenho agora céu muito nublado, vento moderado de SO com rajadas e sem precipitação.


P.S.: ciclonico, sempre a aprender Penso que alguma oportunidade houver para as ditas trovoadas, será sempre no pós-frontal. Mas estes eventos não costumam ser propícios à dita trovoada. Até porque a massa de ar mais frio está ainda bastante afastada de nós:

 

[David sf]

A parte baixa da vila está a apenas 20 m de altitude em relação ao mar, tou a falar da parte baixa, a que está junta ao rio, claro que depois tem a parte com mais altitude pois a vila vai a subir, não percebi porque disseste isso, e também acho estranho que viana com o mesmo rio não tenha subido um pouco também, ou talvez tenha haver com o mar...

Bastante mais baixa, a cota da zona marginal de Ponte de Lima está abaixo dos 10 m, estando o rio no seu leito normal a cerca de 5 m acima do nível do mar. É certamente o efeito da maré,que em Viana não se sente tanto por ser permanente.

 

[Miguel96]

Vento a aumentar de intensidade agora a 18 km/h de Sul e 1009,6 hPa.

 

[filipe cunha]

A parte baixa da vila está a apenas 20 m de altitude em relação ao mar, tou a falar da parte baixa, a que está junta ao rio, claro que depois tem a parte com mais altitude pois a vila vai a subir, não percebi porque disseste isso, e também acho estranho que viana com o mesmo rio não tenha subido um pouco também, ou talvez tenha haver com o mar...

Em viana trabalho a 20 metros da margem do lima com vista privilegiada para o rio e hoje a maré subiu o previsto e nada de inundações....
Agora aquele areal, pertença do leito do rio, aproveitado para estacionamento quiçá de muitas dezenas de automoveis e local de uma feira quinzenal...acho que nos tempos de hoje merecia melhor aproveitamento natural...tal como Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, que dá gosto ver o cuidado tido com o rio
Isto é mesmo off
A foto a seguir está muito boa...
http://3.bp.blogspot.com/-kEEfAhGSxRY/UCjDZj1CLOI/AAAAAAAAG-I/8Kt54jPypRE/s1600/Ponte+de+Lima+2.JPG

http://twilight.no.sapo.pt/Paisagens/slides/Ponte de Lima 2.jpg

 

[ciclonico]

Caros,

Efetivamente os valores de precipitação deste evento são super interessantes para aliviar a seca presente em algumas zonas, mas não podemos esqueçer a famosa tarde do dia 26 de Outubro 2011 onde foi o verdadeiro caos em vários cidades do Norte (Braga, Porto, Trofa, Vila Do Conde).

Apenas para relembrar que a EMA (Braga Merelim) registou perto de 80mm entre as 16H-21H nesse dia!!!

A diferença principal com este evento foi a precipitação que posso considerar mesmo de torrencial por ter assistido ao vivo e que aconteceu em pouco mais de 3 horas, originando muitas inundações e outros incidentes dignos de registo.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2084399

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=2084217

Cmps.

Que surpresa foi ver esta foto para mim, pois mostra mais uma cheia em frente à Torre onde morei quando vivi 10 anos em Braga. É essa torre do lado esquerdo com varandas vermelhas, mas morava no 12º andar. Muitas cheias vi nesse mesmo local da Rodovia. Lembro-me em especial uma de Setembro de 2002. Desde 2008 que regressei à minha cidade natal: Porto. (boas memórias desses 10 anos em Braga

 

[GabKoost]

A parte baixa da vila está a apenas 20 m de altitude em relação ao mar, tou a falar da parte baixa, a que está junta ao rio, claro que depois tem a parte com mais altitude pois a vila vai a subir, não percebi porque disseste isso, e também acho estranho que viana com o mesmo rio não tenha subido um pouco também, ou talvez tenha haver com o mar...

Acho que uma subida de 3 ou 4 metros que seja problemática numa vila interior pode não ter o mesmo impacto na foz.

A largura da mesma ajuda a combater estas situações. Se tal não ocorresse, cada chuvada seria calamitosa para a foz dos rios que teria de levar com a água de incontáveis afluentes desde a nascente até ao mar!

 

[invent]

A propósito de algums membros terem posto a dúvida de se poder ter registado alguma trovoada durante este evento que acabamos de assistir e, apesar de todo o aparato do evento, a resposta mais correcta é a de que nem um só relâmpago deve ter ocorrido durante este evento.

Boas, por acaso, no início da tarde de hoje, aqui pelos lados de Viseu, ouvi dois trovões, o primeiro ainda me deixou em dúvida, mas o segundo com um som mais audível, deu para perceber que era claramente um trovão.

O utilizador dlourenco, também reportou uma trovoada na sua zona, fica link do post.

http://www.meteopt.com/forum/seguim...norte-dezembro-2012-a-6837-17.html#post355203

bem, sendo esta a minha primeira mensagem no fórum, aproveito para dar os meus parabéns ao mesmo e a todos os utilizadores que contribuem com a mais variadíssima informação que me tem levado a acompanhar o fórum nos últimos tempos.

 

[ciclonico]

É um facto que Ponte de Lima, como outras localidades no NO, está habituada a cheias ocasionais.

Relembro que os terrenos estavam ainda com boa capacidade de absorção das chuvas, que os rios andavam até relativamente baixos para a época, e que as barragens tinham muita capacidade de encaixe disponível.
Foi esta a razão principal para que não tenham existido danos de monta com a precipitação de hoje.

Estamos ainda a meio de Dezembro, a previsão é de chuva nos próximos 10 dias (mais fraca\mais forte). Com esta situação os solos ficam saturados, as barragens rapidamente enchem e os rios tendem a apresentar caudais consideráveis.
Com isto, não me admirarei de as cheias se tornarem rotina se a situação de chuvas persistir por mais algumas semanas. Aliás essa era uma norma nos chamados "invernos de antigamente", em que os rios, ribeiros e afins galgavam as suas margens inúmeras vezes na mesma época hidrológica

......

Actualizando a situação, tenho agora céu muito nublado, vento moderado de SO com rajadas e sem precipitação.


P.S.: ciclonico, sempre a aprender Penso que alguma oportunidade houver para as ditas trovoadas, será sempre no pós-frontal. Mas estes eventos não costumam ser propícios à dita trovoada. Até porque a massa de ar mais frio está ainda bastante afastada de nós:

O "Lifted Index" podes consultar nos seguintes sites:
http://www.wetterzentrale.de/topkarten/fsavneur.html
ou
http://www.weatheronline.co.uk/cgi-...=-&VAR=lftx&HH=3&ARCHIV=0&ZOOM=0&PERIOD=&WMO=

 

[filipe cunha]

Acho que uma subida de 3 ou 4 metros que seja problemática numa vila interior pode não ter o mesmo impacto na foz.

A largura da mesma ajuda a combater estas situações. Se tal não ocorresse, cada chuvada seria calamitosa para a foz dos rios que teria de levar com a água de incontáveis afluentes desde a nascente até ao mar!

Ainda relativo a Pte de Lima e a incentivar estas cheias talvez seja um açude junto à ponte nova, numa zona que o rio começa a afunilar... +- visivel na minha 2ª foto e nesta a seguir

http://naturlink.sapo.pt/ResourcesU...agens para Peixes como medida mitigadora8.jpg

 

[ciclonico]

Para as trovoadas, o "Lifted Index" pode ser consultado em pelo menos estes dois sites:

http://www.wetterzentrale.de/topkarten/fsavneur.html

http://www.weatheronline.co.uk