CptRena
Nimbostratus
Agora está muito mais calmo o tempo.
Renato devíamos ter tirado umas fotografias ao cenário que vimos de manhã.
Sim, mas a malandrice abateu-se sobre mim e não fiz os registos fotográficos.
Mas hoje vem no Diário de Aveiro alguns estragos na cidade provocados pelo temporal
http://www.diarioaveiro.pt/noticias/mau-tempo-provoca-quedas-de-arvores-e-inundacoes
A propósito de algums membros terem posto a dúvida de se poder ter registado alguma trovoada durante este evento que acabamos de assistir e, apesar de todo o aparato do evento, a resposta mais correcta é a de que nem um só relâmpago deve ter ocorrido durante este evento.
E isto porquê? Porque existe uma variável que mede a capacidade da atmosfera produzir trovoadas e essa variável chama-se "Lifted Index". Para que haja condições para a ocorrência de trovoada, é preciso que essa variável atinja valores negativos e quanto mais negativos mais severas serão as trovoadas. Ora, esse valor esteve sempre positivo durante todo este evento. Geograficamente, o local mais perto que esteve no limite (valor zero) foi a costa norte espanhola.
O que é então o "Lifted Index": este mede a estabilidade ou instabilidade da atmosfera e os meteorologistas usam-no para medir o potencial da ocorrência de trovoadas. [...]
Acabei de consultar o site do IM na categoria "Descargas eléctricas".
A resposta que obtive foi: "Não foram registadas descargas eléctricas"
Como disse: para se registarem trovoadas, o "Lifted Index" tem que ser negativo. Neste episódio isso nunca ocorreu nem por um segundo.
Apenas usei os mapas que registam o potencial de ocorrência de trovoada: "Lifted Index". Em nenhum site que eu tenha visto, mencionava valores propícios para a ocorrência de trovoadas em Portugal: o wetterzentrale.de e o weatheronline.co.uk. Se não vamos acreditar nos mapas destes sites, vamos acreditar em quê? Eu estive o dia todo nas ruas do Porto e não ouvi um único trovão. E as trovoadas secas claro que são previstas nestes mesmos sites (já os consulto desde 2002 e não tenho razão de queixa).
Outra variável utilizada pelos meteorologistas para detectar possíveis trovoadas é o "CAPE" (Convective Available Potential Energy), que utilizam em conjunto com o "Lifted Index". [...]
É mais provavel a ocorrencia de trovoada no extremo NW durante o dia de amanhã, já que vai entrar um pouco de ar frio em altura, mantendo-se á superficie um fluxo de SW que transporta ar maritimo tépido e humido.
Mas o CAPE inferior a 300-400J/Kg, o forçamento incipiente e os fracos gradientes verticais deverão limitar muito o desenvolvimento de nebulosidade convectiva.
Apesar de tudo, um pouco por todo o pais espera-se que amanhã haja mais periodos de sol, com melhor aquecimento diurno, que poderão gerar alguma nebulosidade de evolução com aguaceiros fracos exporadicos mais plausiveis nas zonas montanhosas.
Bom, quanto á questão dos indices convectivos...o CAPE ( surface based) é aquele que talvez melhor serve o proposito de diagnosticar a instabilidade total da troposfera, mas por vezes tem algumas falhas...pode não ter em conta a presença de camadas de inversão muito limitativas, ou instabilidade nos niveis mais altos por exemplo...e ai entram outros indices mais especificos.
Para mais informação podem consultar ( Para os nerds ) -
http://www.estofex.org/guide/
http://www.theweatherprediction.com/thermo/parameters/
http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j...MhODGhUBA6VAMnLVjok3A&bvm=bv.1355325884,d.d2k
Apesar de podermos tirar algumas conclusões dos modelos quanto à probabilidade de ocorrência de descargas eléctricas temos que ter sempre em conta que os modelos são limitados e a atmosfera engloba processos complexos impossíveis de modelar.
As descargas eléctricas atmosféricas assim como a sua origem ainda são alvo de grandes estudos pois ainda não as percebemos completamente.
http://en.wikipedia.org/wiki/Thunderstorms