Seguimento Sul - Dezembro 2022

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Céu limpo e 8,7ºC neste momento por aqui, nem parece que vai chover nas próximas horas.

A grande quantidade de orvalho existente ainda alterou o acumulado para 0.9mm.

Dezembro segue com 334.8mm, valor impressionante para esta zona e ainda faltam 2 semanas para o mês terminar.
2022 com 788mm. De referir que até 1 de setembro o acumulado anual era de 160.2mm.
 
Céu limpo e 8,7ºC neste momento por aqui, nem parece que vai chover nas próximas horas.

A grande quantidade de orvalho existente ainda alterou o acumulado para 0.9mm.

Dezembro segue com 334.8mm, valor impressionante para esta zona e ainda faltam 2 semanas para o mês terminar.
2022 com 788mm. De referir que até 1 de setembro o acumulado anual era de 160.2mm.
Se os modelos estiverem certos vais passar os 400 mm. Vai já avisando o pessoal aí na tua zona para se preparar para o pior.
 
Se os modelos estiverem certos vais passar os 400 mm. Vai já avisando o pessoal aí na tua zona para se preparar para o pior.
Ainda é algo incerto, mas de momento, a possível frente que irá afetar o território no início da próxima semana não apresenta grande risco para esta zona e esperemos que assim seja porque já há prejuízos que chegue. No entanto, não deixa de ser preocupante o impacto que poderá ter em regiões mais próximas ao litoral se as previsões não mudarem.
Se fosse ligar aos delírios do GFS até os 500mm ultrapassava, o que seria surreal. No entanto, já se pode esperar tudo, uma vez que nenhum modelo mostrava mais de 300mm ao longo destes dias. Vamos ver...
 
Para termos o Guadiana a transbordar em VRSA... o Alqueva tem de encher e abrir comportas, e depois o Beliche, Odeleite e Chança teriam de abrir também. A última vez que vi o Guadiana a transbordar foi há cerca de 20 anos, se a memória não me falha não havia Alqueva. O evento ocorreu depois de fortes cheias em todas as ribeiras do Sul que alimentam o rio, com as barragens de Odeleite, Beliche e Chança a abrir comportas.

PS: Estou desconfiado que as estações automáticas de Mértola e Beja foram à vida e não estão a emitir dados correctos de precipitação.
 
Para termos o Guadiana a transbordar em VRSA... o Alqueva tem de encher e abrir comportas, e depois o Beliche, Odeleite e Chança teriam de abrir também. A última vez que vi o Guadiana a transbordar foi há cerca de 20 anos, se a memória não me falha não havia Alqueva. O evento ocorreu depois de fortes cheias em todas as ribeiras do Sul que alimentam o rio, com as barragens de Odeleite, Beliche e Chança a abrir comportas.

PS: Estou desconfiado que as estações automáticas de Mértola e Beja foram à vida e não estão a emitir dados correctos de precipitação.
Para Beja tens a estação da base aérea no ogimet para desenrascar
 
A média de Portimão (Praia da Rocha) é de 73,5 mm para dezembro. Noutras situações usei dados aproximados do Portal do Clima em relação à média de precipitação em diversos locais do Algarve e Alentejo, bem como estimativas aproximadas e adaptadas ao relevo e à localização das estações.
3 km pode ser bastante até, numa região onde há zonas com 400 mm de média anual e, não muito longe, zonas com mais de 1000 mm de média anual. ;)
E bom saber que a Praia da Rocha, tem um dos valores mais baixos em Portugal Continental, ainda rivaliza com o interior alentejano... 410 mm anuais, deve ser sido com valores capturados idênticos a VRSA antonio em que um 1/3 dos valores de precipitação anual é perdido, mas o IPMA diz que está tudo bem...
Se queres acreditar nisso força...
Quanto a Odiacexere olha se queres acreditar nisso também força..
Epa.. Choveu o dobro de Lagos fantástico....
 
E bom saber que a Praia da Rocha, tem um dos valores mais baixos em Portugal Continental, ainda rivaliza com o interior alentejano... 410 mm anuais, deve ser sido com valores capturados idênticos a VRSA antonio em que um 1/3 dos valores de precipitação anual é perdido, mas o IPMA diz que está tudo bem...
Se queres acreditar nisso força...
Quanto a Odiacexere olha se queres acreditar nisso também força..
Epa.. Choveu o dobro de Lagos fantástico....
A Praia da Rocha só tem dois anos de falhas, 1994 e 1995, não é assim tão mau
 
A Praia da Rocha só tem dois anos de falhas, 1994 e 1995, não é assim tão mau
A costa algarvia tem pontos de precipitação muito baixa, a Ria Formosa e as suas ilhas, a Ponta da Piedade e Ria de Alvor ou o Cabo de São Vicente e Ponta de Sagres. São locais que por vezes têm menos de 450 mm ou mesmo pouco mais de 400, mas meia dúzia de quilómetros para o interior a a precipitação sobe logo 100 mm.

O @AnDré mencionou algo importante em relação ao Guadiana. As fontes sofrem com a seca há vários anos e os aquíferos que as alimentam estão esgotados com a agricultura intensiva. O caudal do rio deve-se à precipitação perto da fronteira e dentro do nosso território.


Nessa região os solos continuam secos.

nwbhgp92.jpg


Figura-1-Localizacion-de-Las-Tablas-de-Daimiel-con-respecto-al-resto-de-Parques.png
 
Boa noite,
Alguma chuva ao longo da madrugada e manhã, mas durante a tarde pouco choveu e o sol ainda espreitou.
Em contrapartida, de acordo com as estações, choveu a tarde inteira em Portalegre.

O acumulado de hoje em Arronches é de 5.7mm.
Portalegre com 21.5mm.

Terminado o evento do Efrain, ficam os acumulados mensais das estações da zona, até ao momento:
Arronches: 340.5mm
Esperança (Arronches): 376.2mm
Monforte: 316.2mm
Camping Puro Alentejo (Barbacena): 316mm
S. Vicente e Ventosa: 297.4mm
Portalegre (IPMA): 264.4mm
Portalegre (MeteoAlentejo): 276.3mm
Elvas (netatmo): 235.8mm
Elvas (MeteoAlentejo): 251.4mm
Campo Maior (netatmo): 224.9mm
Campo Maior (MeteoAlentejo): 207.7mm

Uma zona que esteve vários meses em seca extrema e agora está perante um mês de dezembro extremamente chuvoso. No meu caso, posso dizer que presenciei umas das piores secas e um dos meses mais chuvosos de sempre no mesmo ano.
Reportar mais de 100mm em apenas 1 dia aqui desde a terrinha, era uma coisa impensável para mim. Um evento que ficará sempre na memória e que se vai juntar ao nevão ocorrido em janeiro de 2010.

11,2ºC atuais.
 
Uma zona que esteve vários meses em seca extrema e agora está perante um mês de dezembro extremamente chuvoso. No meu caso, posso dizer que presenciei umas das piores secas e um dos meses mais chuvosos de sempre no mesmo ano.
Reportar mais de 100mm em apenas 1 dia aqui desde a terrinha, era uma coisa impensável para mim. Um evento que ficará sempre na memória e que se vai juntar ao nevão ocorrido em janeiro de 2010.

Nem foi a primeira vez nem será a última.

Cuidado ao usar termos como "de sempre" para descrever a percepção pessoal vinda da pequena amostra que é a nossa vida individual. Em termos climáticos este período é completamente insignificante mesmo reduzindo a conversa à nossa era climática actual.

Olhando para a história "recente" da nossa era climática, para além dos breves momentos em que temos registos, basta olhar para as marcas no território para perceber a escala de certos eventos. 100/200 anos equivale a nada.

Quando reparo na estrutura do vale do "meu" rio (Rio Ave) vejo muito claramente marcas de cheias nunca vistas na nossa história recente. A moldura do leito de cheia demonstra claramente que aconteceram eventos estrondosos não vai há "muito tempo.
 
Nem foi a primeira vez nem será a última.

Cuidado ao usar termos como "de sempre" para descrever a percepção pessoal vinda da pequena amostra que é a nossa vida individual. Em termos climáticos este período é completamente insignificante mesmo reduzindo a conversa à nossa era climática actual.

Olhando para a história "recente" da nossa era climática, para além dos breves momentos em que temos registos, basta olhar para as marcas no território para perceber a escala de certos eventos. 100/200 anos equivale a nada.

Quando reparo na estrutura do vale do "meu" rio (Rio Ave) vejo muito claramente marcas de cheias nunca vistas na nossa história recente. A moldura do leito de cheia demonstra claramente que aconteceram eventos estrondosos não vai há "muito tempo.
De facto, estava apenas a referir-me à minha perceção pessoal tendo em conta aquilo que tem ocorrido ao longo destes meus 22 anos e por isso referi "no meu caso", mas também considerando os registos existentes desde que é possível. Ao longo destes anos tenho ouvido sempre histórias de familiares sobre uma ou outra cheia que galgou as pontes e que chegou a determinado local, onde eu nunca imaginaria. Posto isto, não foi nada que nunca tivesse acontecido, mas também não é comum. E sim, acredito que sempre tenham ocorridos situações de cheias semelhantes ou até bem piores, tal como as secas, porque tudo isto faz parte da natureza.
No entanto, o principal objetivo dessa frase era evidenciar os extremos bastante significativos relativos a precipitação que marcaram este ano, visto que tivemos uma seca extrema durante vários meses e agora regista-se um acumulado mensal impressionante para esta zona e em poucos dias.

Acumulado anual de janeiro a setembro: 160mm
Dezembro: 340mm (mais de 50% do acumulado anual normal)

303mm de 9 a 14 de dezembro.

Pode já ter acontecido, mas poucas vezes certamente. Um evento excecional que infelizmente deixou grandes marcas, incluindo no património histórico:

Fronteira: Ponte da Ribeira Grande destruída pela força das águas

 
Última edição:
Pode já ter acontecido, mas poucas vezes certamente. Um evento excecional que infelizmente deixou grandes marcas, incluindo no património histórico:

Fronteira: Ponte da Ribeira Grande destruída pela força das águas

Compreendo o ponto de vista pessoal.

Mas este é exactamente um tipo de visão das coisas que quanto a mim devemos evitar precisamente pelos motivos que assinalei.

Dizes que não são eventos comuns. Mas se olharmos aos últimos 2000 anos, período temporal que não deixa de ser curto pois o Holoceno começa há quase 12.000 anos atrás, casos destes ou piores são às centenas.

O que nós achamos "raro" e "incomum" passa a ser absolutamente comum , repetitivo, verificável no território e até previsível, assim que nos afastamos das limitações da perspetiva humana individual e aceitamos ver as coisas numa perspetiva um pouco mais abrangente.

Apenas há umas meras décadas atrás encontramos registos de tragédias localizadas bem piores que estas. Por exemplo, em Lisboa em 1967. Se formos buscar eventos localizados como estes (porque na verdade é um evento restrito a uma pequena região de um pequeno país), teremos eventos "recorde" desde que temos registos todos os anos um pouco por todo o lado.

Se fores ao Porto ou a Ponte de Lima encontras edifícios com marcas de cheias absolutamente descomunais apenas no século passado:

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Tu mesmo admites que a tua família já presenciou eventos destes antes. Imagina então a quantidade de cheias e dias de precipitação extrema que ocorreram ao longo dos séculos e milénios.

Certamente que depois de considerares isso não poderás referir-te ás mesmas como eventos raros tendo em conta que estas ocorrências estão inseridas em padrões climáticos que tem de ser analisados e julgados ao longo de vários séculos / milénios e não através das lentes de uma ou duas gerações.

É verdade que podemos todos aqui presentes vir a morrer sem ver outro cenário idêntico no Alentejo. Contudo, em 1997 existiu um semelhante, também ele localizado. Se não vier a ocorrer, o que dizer sobre eles? Que são ocorrências incomuns? Ou que por outro lado são episódios que sempre aconteceram e que vão voltar a sê-lo mais tarde ou mais cedo?

Eu cá continuaria a não construir em leitos de cheia, mesmo no Alentejo, precisamente porque sei perfeitamente que um dia alguém há de ir no enxurro se continuarmos a olhar para estes fenómenos como uma anormalidade.
 
Compreendo o ponto de vista pessoal.

Mas este é exactamente um tipo de visão das coisas que quanto a mim devemos evitar precisamente pelos motivos que assinalei.

Dizes que não são eventos comuns. Mas se olharmos aos últimos 2000 anos, período temporal que não deixa de ser curto pois o Holoceno começa há quase 12.000 anos atrás, casos destes ou piores são às centenas.

O que nós achamos "raro" e "incomum" passa a ser absolutamente comum , repetitivo, verificável no território e até previsível, assim que nos afastamos das limitações da perspetiva humana individual e aceitamos ver as coisas numa perspetiva um pouco mais abrangente.

Apenas há umas meras décadas atrás encontramos registos de tragédias localizadas bem piores que estas. Por exemplo, em Lisboa em 1967. Se formos buscar eventos localizados como estes (porque na verdade é um evento restrito a uma pequena região de um pequeno país), teremos eventos "recorde" desde que temos registos todos os anos um pouco por todo o lado.

Se fores ao Porto ou a Ponte de Lima encontras edifícios com marcas de cheias absolutamente descomunais apenas no século passado:

Ver anexo 3607

Tu mesmo admites que a tua família já presenciou eventos destes antes. Imagina então a quantidade de cheias e dias de precipitação extrema que ocorreram ao longo dos séculos e milénios.

Certamente que depois de considerares isso não poderás referir-te ás mesmas como eventos raros tendo em conta que estas ocorrências estão inseridas em padrões climáticos que tem de ser analisados e julgados ao longo de vários séculos / milénios e não através das lentes de uma ou duas gerações.

É verdade que podemos todos aqui presentes vir a morrer sem ver outro cenário idêntico no Alentejo. Contudo, em 1997 existiu um semelhante, também ele localizado. Se não vier a ocorrer, o que dizer sobre eles? Que são ocorrências incomuns? Ou que por outro lado são episódios que sempre aconteceram e que vão voltar a sê-lo mais tarde ou mais cedo?

Eu cá continuaria a não construir em leitos de cheia, mesmo no Alentejo, precisamente porque sei perfeitamente que um dia alguém há de ir no enxurro se continuarmos a olhar para estes fenómenos como uma anormalidade.
São situações que acontecem com menos frequência, mas o risco das mesmas ocorrerem está sempre presente. Aquilo que se deve é estar preparado para enfrentar este tipo de episódios e lá está, não construir em leito de cheia. A água tem de passar por algum lado e vai acabar sempre por ir buscar aquilo que é dela. Felizmente que no caso de Lisboa, a situação não foi tão má como em 1967 porque muita coisa foi melhorada desde então certamente. Em relação a 1997, esta zona não foi tão afetada, mas aqui ao lado, em Badajoz, foi um desastre.
Nenhuma região está livre destes episódios e aquelas onde o tempo mais seco predomina às vezes ainda é pior, como é o caso do Alentejo e também do Algarve, porque pensa-se que nunca vai acontecer e depois quando menos se espera, a água leva tudo pela frente. As caraterísticas do clima que domina nestas regiões assim o ditam e devia-se reconhecer isso, mas não é o caso em muitas situações.
Peço desculpa pelo off topic.