trovoadas
Cumulonimbus
Estive a fazer contas com os dados públicos... o ano caminha para seco no sotavento... tudo abaixo dos 250 mm...
Tavira tem média anual de 576 mm (1961-90), mas estamos quase a meio de Janeiro e nem chegou aos 200 mm. Alguma vez vão cair quase 400 mm nos meses que se seguem? O último ano civil acima da média em Tavira foi 2010... 2011 escapou, 2015 foi o mais seco desde que há estação no Convento do Carmo.
Cacela e Castro Marim têm médias acima dos 500 mm, precisam de 250 mm para ficar pelo menos na média. Teria de haver um mês com um pico de precipitação de 100 mm e os outros teria todos de ficar na média. O Faz Fato, que já é serra da Conceição de Tavira, tinha uma estação com média anual com perto de 700 mm, onde eles estão?
O nosso problema é este, não há instabilidade no golfo de Cádis, é só anticiclone a sudoeste de São Vicente. Não chove aqui nem nada de jeito na Andaluzia nem no Noroeste de Marrocos. As serras andaluzas chegavam a ter mais de 2000 mm...
A situação no sotavento está negra, se este ano for seco será mais um numa lista de anos hidrológicos secos seguidos, a vegetação não aguenta e até espécies bem adaptadas à aridez como os piornos da praia dão sinais de stress hídrico.
Boas Frederico,
A nível de vegetação até pode ser melhor que o ano passado basta termos mais dias húmidos, ou seja aqueles meses com foi Dezembro passado com precipitações entre os 40 e 50mm no entanto parece que a tendência é sempre para longos períodos anti-ciclonicos. Há uns anos era perfeitamente normal termos interregnos de 2 a 3 semanas entre períodos húmidos agora parece que a tendência é sempre de mês e meio a 2 meses. Agora a partir da próxima semana as noticias já não são boas! Mais do mesmo. Se continuar assim estamos a entrar numa mudança climática acelerada ou num período seco tipo "Califórnia". O problema é que os ecossistemas estão a regredir aceleradamente pelo que não me parece que seja apenas mais um "período" do nosso clima.
Para este ano (a continuar assim) o problema será mesmo as barragens. Odeleite e Odelouca simplesmente não enchem! No baixo alentejo também existem muitas barragens com problemas e não há caudal nas ribeiras.