ALQUEVA: Ministra da Agricultura insiste que "não será possível terminar" projecto "até 2013"
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, reiterou hoje que, perante as “condições atuais de financiamento” do país, “não será possível terminar, até 2013” o projeto do Alqueva e é necessário fasear a conclusão da obra. “É o reajustamento que é preciso fazer para as condições atuais de financiamento do Estado e, quem não disser isto, creio que não estará a ser totalmente honesto e sério, até do ponto de vista intelectual”, frisou. A governante que tutela o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) falava aos jornalistas em Montemor-o-Novo, onde visitou o certame agropecuário EXPOMOR, que decorre naquela cidade alentejana, a par da Feira da Luz.
Assunção Cristas admitiu que as condições financeiras do país se “deterioraram”, em relação, “porventura, ao momento em que foi decidida a antecipação” da conclusão do Alqueva, durante a governação socialista de José Sócrates. “A verdade é que, hoje, as condições são outras e é virtualmente impossível o Estado manter esse esforço tão concentrado de investimento” no Alqueva.
A prioridade no que toca à componente agrícola do Alqueva, insistiu a ministra da Agricultura, é “usar o que já está” feito, ao nível de regadios, e “mostrar o que se pode fazer e criar boas práticas, para depois irem sendo replicadas”. “Com toda a sinceridade, [o projeto] tem que ser reescalonado e, ao mesmo tempo, vamos dar toda a prioridade na mobilização de vontades para que as terras que já existem de regadio, e já são muitas, mais de 50 mil hectares, possam ser efetivamente aproveitadas”, afirmou.
Para a ministra, é “impossível” que as obras do empreendimento pudessem ser concluídas em 2013, tendo em conta o presente contexto de financiamento do Estado. “Para concluir a obra é preciso recorrer à dívida, é preciso que o estado peça dinheiro emprestado. Eu não tenho o dinheiro no bolso e o ministro das Finanças também não”, sublinhou. Neste momento, sustentou, Portugal está “sob um programa de auxílio financeiro”, são necessários “cortes de despesa em todo o lado” e o país não tem “condições para ir ao mercado buscar esse dinheiro todo” que o Alqueva precisa, sobretudo “nestes dois anos são que os mais difíceis”.
Sobre a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), gestora do empreendimento, Assunção Cristas disse que estão a ser avaliadas as hipóteses sobre o futuro da empresa, mas a “inclinação” é para que “termine”. A ideia é ainda que, se a EDIA for extinta, a rede secundária do regadio possa vir a ser concessionada às associações de regantes.
Fonte:
DESTAK