Trópicos expandiram-se 500km para norte e sul nos últimos 25 anos

Vince

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Segundo um estudo a publicar brevemente na Nature Geoscience, a circulação atmosféria associada ao clima e regiões tropicais expandiu-se 500 quilometros para norte e para sul nos últimos 25 anos. Desconhecem-se as causas, se é ou não devido ao aquecimento global ou a algum ciclo natural, pois os modelos globais apesar de preverem alguma expansão, este estudo revela que ela é muito superior ao que indicavam esses modelos.

Climate Change Pushing Tropics Farther, Faster
Over the past 25 years the tropics have expanded by as much as 300 miles (500 kilometers) north and south—evidence of climate change in action, a new study says.

This not only means that rain-drenched regions near the Equator are growing, experts say, but also that global warming may be pushing deserts poleward in places such as the U.S. Southwest, Mexico, Australia, South Africa, South America, and the Mediterranean.

"The rate of increase is pretty big," said study lead author Dian Seidel of the National Oceanographic and Atmospheric Administration's (NOAA) Air Resources Laboratory in Silver Spring, Maryland.

"It's several degrees of latitude over the course of 25 years."

Tracking Air Circulation

If it sounds strange to think of the tropics as expanding, that's because geographers and climate scientists view them differently. To mapmakers, the tropics are simply the regions between 23.5 degrees north and south latitude, where at least once a year the sun is directly overhead.

But Seidel and her team based their definition of the tropical belt on air circulation.

Near the Equator, moist air rises, producing clouds and ideal conditions for rain forests.

That air then moves poleward—north in the Northern Hemisphere, south in the Southern Hemisphere.

Wrung dry of moisture, the air eventually descends back to Earth, producing deserts. Surface breezes then angle back toward the Equator, completing the cycle.

Seidel's team used meteorological and satellite data to find the northern and southern edges of this zone, mapping changes from the late 1970s to the present.


Within the tropics, for example, there is less stratospheric ozone—the compound that absorbs harmful UV radiation from the sun—than in the zones to the north and south.

Jet streams—fast-moving air currents traveling through Earth's atmosphere—are also influenced by the air circulation boundary between the tropics and other zones.

Also, satellites can "see" the temperature difference between cold, high-altitude cloud tops near the Equator and warmer surface lands in the cloudless dry zones to the north and south.

Seidel's team tracked changes in five measures of the tropical-subtropical air circulation boundary.

All five showed that the tropical zone was steadily broadening, at a rate of 2.5 to 4.8 degrees latitude every 25 years.

The study appears in the advance online edition of the new journal Nature Geoscience.

Faster Than Anticipated

Global climate-change models predict that the tropics will expand as Earth warms up, Seidel said, but her team's observed expansion was much faster than predicted.

"The models indicate only fractions of a degree," she said.

Seidel and colleagues aren't sure why the tropics' spread has been so much more rapid.

But she thinks it might have something to do with the stratosphere, the second layer of Earth's atmosphere, which isn't well represented in most climate models.

Because current models don't explain what's going on, it's impossible to tell whether the tropics expansion is part of a cycle that might reverse in the future or an indicator that global warming is having stronger-than-anticipated effects.

'Unpredictable Consequences'

If the trend continues, however, the impacts would extend well beyond the tropics.

That's because the shift in the Northern and Southern Hemisphere jet streams could alter the tracks of storms, such as those that hit the U.S. West Coast each winter.

"If some of that storminess moves farther north, there is potential for changes in water supply [and] snowpack—things that determine climate in mid-latitudes, where a lot of agriculture is dependent on reliable rainfall," Seidel said.

Steven Running, a professor of ecology at the University of Montana who was not involved in the study, said there could be ecological changes.

"Biogeographers define tropical ecosystems [as existing] in climate zones where it never freezes—a very fundamental biophysical threshold," Running said by email.

That keeps cold-intolerant species—such as mosquitoes—from migrating into today's temperate latitudes, he said. (Read about dengue fever's spread and its link to climate change.)

"If tropical climates move, the tropical-temperate geographic transition of ecosystems will be disrupted—with very unpredictable consequences."
(c) National Geographic


Progress Article abstract
Nature Geoscience
Published online: 2 December 2007 | doi:10.1038/ngeo.2007.38

Widening of the tropical belt in a changing climate

Dian J. Seidel1, Qiang Fu2, William J. Randel3 & Thomas J. Reichler4
Abstract

Some of the earliest unequivocal signs of climate change have been the warming of the air and ocean, thawing of land and melting of ice in the Arctic. But recent studies are showing that the tropics are also changing. Several lines of evidence show that over the past few decades the tropical belt has expanded. This expansion has potentially important implications for subtropical societies and may lead to profound changes in the global climate system. Most importantly, poleward movement of large-scale atmospheric circulation systems, such as jet streams and storm tracks, could result in shifts in precipitation patterns affecting natural ecosystems, agriculture, and water resources. The implications of the expansion for stratospheric circulation and the distribution of ozone in the atmosphere are as yet poorly understood. The observed recent rate of expansion is greater than climate model projections of expansion over the twenty-first century, which suggests that there is still much to be learned about this aspect of global climate change.
(c) Nature Geoscience
 


M

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Bolas! Isso é imenso! Agora entendo pk não chove mais em Portugal! Lisboa fica com a antiga posição de Rabat! :(:(:(

Quero ir viver pa Lapónia! Junto do Pai Natal! Lá eu era feliz!!!:disgust::disgust::disgust:
 

Dan

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A expansão dos trópicos até acaba por ser positiva. Vastas regiões em África passaram a ter mais precipitação, o que evita algumas daquelas crises de fome que afectavam o Sahel.
 

MSantos

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A expansão dos trópicos até acaba por ser positiva. Vastas regiões em África passaram a ter mais precipitação, o que evita algumas daquelas crises de fome que afectavam o Sahel.

Mas Portugal ficou sem chuva...:sad:
 

Vince

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Mas Portugal ficou sem chuva...:sad:

Pois, é o que eles referem no texto, das consequências das depressões poderem ter um trajecto mais a norte e afectarem os niveis de precipitação e clima das latitudes médias, algo de que já se fala há muitos anos a propósito das alterações climáticas em Portugal.

That's because the shift in the Northern and Southern Hemisphere jet streams could alter the tracks of storms, such as those that hit the U.S. West Coast each winter.
"If some of that storminess moves farther north, there is potential for changes in water supply [and] snowpack—things that determine climate in mid-latitudes, where a lot of agriculture is dependent on reliable rainfall," Seidel said.

Resta saber se em contrapartida não haverá um aumento da precipitação convectiva, que sendo irregular e por vezes extrema, poderia contudo equilibrar um pouco as coisas em termos de água no sul do país, mas não por exemplo no interior norte.
 

Gerofil

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Clima tropical atinge regiões onde não deveria chegar até o século XXII

Como se as conhecidas conseqüências da mudança climática já não fossem suficientes, agora há a informação de que o clima tropical acelerou sua expansão nos últimos 25 anos, atingindo regiões as quais deveria chegar apenas no próximo século. Este é o alerta feito por especialistas de várias instituições acadêmicas dos Estados Unidos no último número da revista especializada britânica "Nature Geoscience".
Esta conclusão é fruto de uma análise feita por pesquisadores por meio dos resultados de estudos anteriores, que registraram as variações climatológicas vividas pelo planeta entre 1979 e 2004. Nesse espaço de tempo, as zonas tropicais do planeta se estenderam por cerca de 2,5 graus sobre a latitude da Terra, o que provocou mudanças nas temperaturas atmosféricas, nos ventos e nos níveis de ozônio das regiões agora tropicais.
"As temperaturas tropicais são consideradas altas e, exceto nas grandes regiões de monção, as variações climatológicas entre os dias e as estações são pequenas se comparadas com os climas extratropicais", comentam os pesquisadores. Acrescentam que "outra característica importante dos trópicos é a prevalência de chuvas nas regiões mais próximas à linha do Equador, o que as diferencia das condições secas apresentadas pelas áreas subtropicais".
Sobre estas últimas regiões, especificamente, os cientistas lançam outra advertência: com a expansão dos trópicos, as zonas subtropicais estão tendo que se deslocar e já alcançam espaços próximos ao Mar Mediterrâneo, ao norte do México e mesmo zonas da América do Sul onde antes esse clima não era presente. "Uma expansão das áreas tropicais rumo aos pólos pode gerar inclusive condições mais secas para as regiões subtropicais do planeta, tão povoadas, mas podem produzir também um aumento da umidade em outras zonas", dizem os pesquisadores.
Para eles, "um aumento na extensão dos trópicos faz com que a zona do planeta afetada por tempestades tropicais aumente ou mesmo possa provocar mudanças na direção e na evolução de ciclones".
Em termos de cartografia e astronomia, a zona tropical do planeta se estende aproximadamente por cerca de 23,5 graus de latitude para norte (delimitada pelo Trópico de Câncer) e para sul (delimitada pelo Trópico de Capricórnio) a partir da linha do Equador, que "corta" a Terra pela metade. Esta divisão geográfica não coincide com a climatológica, pois a identificação das zonas tropicais em termos climáticos é feita mediante padrões de precipitação e de temperaturas na superfície.

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