Aqui está uma prova da diferença entre produzir azeitona no planalto transmontano e no vale do Douro. O planalto é sempre muito mais inconstante... O que não quer dizer que uma surpresa ou outra não aconteça num vale, mas é muito mais raro...
Falando na precipitação, acha que não? E no granizo? O vento? O que destruiu a azeitona não foi a trovoada...
Os estragos foram provocados por uma violenta saraivada que foi originada por uma trovoada. Trata-se de um fenómeno muito localizado e bastante raro. Felizmente, a maior parte das trovoadas não origina saraivadas assim tão intensas e mesmo aquelas onde tal acontece, o fenómeno fica normalmente limitado a um pequeno sector. Como são fenómenos com uma frequência de ocorrência tão baixa, parece-me difícil estabelecer, na mesma região, uma diferenciação apenas em função da localização topográfica.
Por aqui já aconteceu várias vezes as culturas estragarem-se devido ao granizo... por outro lado a trovoada em si não faz mal, pelo contrário, fixa azoto na terra que é uma substância importantíssima para o crescimento da vegetação. Claro que a trovoada está associada muita chuva, etc..., e isso sim danifica praticamente todas as culturas que não estejam protegidas se for em demasia. Abraço
Apenas se referiu que zonas mais expostas sofrem mais com o vento, a saraivada e as intempéries, ou ainda acha que não??? Numa zona exposta com maior altitude a probabilidade de queda de precipitação é maior, pelo simples facto das nuvens se condensarem em maior quantidade no seu topo. Acredito que saiba isto, afinal roça um pouco o incontestável e até o senso comum. Por alguma coisa chove mais,geralmente, nas zonas montanhosas em Portugal, exemplos flagrantes são a montanha do Pico nos Açores ou a Serra de Monchique no algarve. E menos, em locais como os vales abrigados do Douro ou no interior do Alentejo. Mesmo perante fenómenos raros ou localizados, a tendência é a mesma, devido simplesmente à disposição de relevo. Os mapas de precipitação, que descrevem o Alto Douro, fazem aliás claramente essa distinção.
Claro que a precipitação aumenta com o aumento da altitude, também o relevo, em determinadas circunstâncias, pode potenciar as correntes ascendentes favorecendo assim o desenvolvimento das nuvens de trovoada. Mas depois de formada a nuvem de trovoada o problema é saber onde esta vai “descarregar”. Tanto pode ser próximo do local onde foi originada como a 10, 20 ou 50km a jusante desse local. Se existissem locais onde fenómenos desta violência ocorressem todos os anos ou mesmo em cada dois anos nunca poderiam ser áreas agrícolas e até mesmo a vegetação natural teria dificuldade em sobreviver.