Kiev
Já estive em muitos locais com História, mas nunca estive num local em que a História fosse tão recente. Tão actual, que este capitulo ainda está por finalizar. Como todos sabem a Ucrânia encontra-se neste momento em guerra, na sua metade Oriental, entre pró-russos e pró-europeus. Há pouco mais de dois anos houve uma revolução nas ruas de Kiev contra o Presidente Yanukovitch, com a população a exigir na rua uma maior aproximação à UE e um afastamento da esfera de influência russa (EuroMaidan). Nos últimos dois anos ocorreu a declaração unilateral de independência da Crimeia e o estalar do conflito armado no Donbass (parte Oriental da Ucrânia).
Este é apenas o mais recente episódio da atribulada História recente ucraniana. Nos últimos 100 anos houve pelo menos dois episódios de assassinato em massa (definido por alguns como genocídio), duas declarações de independência, duas ocupações russas intervaladas pela ocupação nazi durante a II Guerra Mundial que afectou fortemente Kiev, o maior acidente nuclear do Século XX, entre vários outros episódios.
Percorrer a cidade de Kiev é também percorrer um pouco desta História. Mas não só, Kiev surpreendeu-me pela positiva em vários aspectos. É uma cidade imponente e muito bem conservada. As ruas têm grande animação, cheias de artistas de rua, pessoas a confraternizar, fazendo lembrar as cidades espanholas ao fim do dia. A cidade é bastante organizada e limpa com vários espaços verdes bem tratados. Para um turista a quantidade de Museus, Mosteiros, Igrejas, parques e edifícios interessantes permitem passar três dias bem entretidos nesta cidade.
Tudo isto numa cidade com cerca de 2,7 milhões de habitantes, o dobro da população da Estónia, ou da soma das populações de Tallinn, Riga e Vilnius. Estas pessoas habitam essencialmente em bairros nos limites da cidade, cheios de prédios de enorme volumetria, mas sempre com bom aspecto. A margem esquerda do rio Dnieper, que atravessa Kiev, é dominada pela construção em altura.
O centro da cidade e a zona turística é enorme, o que parece ser apenas dois quarteirões (e são de facto dois) pode medir quase 1 km. Apesar disso, os percursos no centro da cidade fazem-se bem a pé (para quem tem boa preparação física – há várias colinas e como já referi as distâncias são longas), uma vez que garantidamente se passa por algo interessante, seja um edifício, um parque, etc. Mas por vezes é preciso atalhar caminho e apanhar o Metro, mas sempre evitando a hora de ponta, onde se viaja “como sardinha em lata”.
Relativamente à insegurança, seja a criminalidade comum, seja a instabilidade política, não se fizeram minimamente notar durante a minha estadia (não quer dizer que seja sempre assim). Pelo contrário, nada em Kiev aparenta que o país está em guerra civil, e apenas as várias homenagens espalhadas pela cidade aos mortos durante a revolução de 2014 nos lembram que esta de facto ocorreu.
Apenas na zona da estação de comboio vi alguma mendigagem, e é preciso ter cuidado na praça Maidan, uma vez que há muito oportunista a tentar “chular” o turista, seja para pedir dinheiro para as crianças do Donbass, ou para os hospitais de campanha, ou para tirar fotos com dois pombos na mão ou ao lado da Minie.
Chego a Kiev por volta das 13 horas, troco dinheiro e apanho o autocarro da SkyBus (60 hryvnias=2.2 euros) até à estação principal de Kiev. A viagem é longa, mais de uma hora, uma vez que apanhei algum trânsito devido a um acidente e a obras na estrada:
Logo nesta viagem nota-se a ampla zona residencial, com prédios enormes, na margem esquerda do Dnieper:
Da estação até ao meu apartamento situado junto à Praça Maidan, apanho a linha vermelha do Metro. Compro 5 tokens (moedas de plástico que abrem os torniquetes de entrada na estação) por 20 hryvnias (4 hryvnias por cada viagem, cerca de 0,13 euros por viagem!!!).
A Estação de comboio de Kiev:
Em Kiev há um forte apoio ao estreitar de relações com a UE. Há várias bandeiras da UE espalhadas pela cidade:
A primeira paragem que faço é na Praça Maidan, ponto central da revolução laranja de 2004 e no EuroMaidan de 2014:
Fotos de 2014:
Várias homenagens aos mortos na revolução de 2014, quase todos durante o mês de fevereiro, devido a disparos de snipers instalados no topo dos prédios:
E algumas barricadas montadas pela população estão agora recriadas:
A cerca de 500 m da Praça Maidan, outro local simbólico do EuroMaidan, junto à entrada do estádio do Dynamo de Kiev, onde se registaram as primeiras vítimas mortais da revolução, em 22 de janeiro:
Homenagem às vítimas neste local:
Em 2014:
Junto à entrada do estádio, uma homenagem à lenda Valery Lobanovsky, que se notabilizou como jogador, e principalmente, como treinador:
Já estive em muitos locais com História, mas nunca estive num local em que a História fosse tão recente. Tão actual, que este capitulo ainda está por finalizar. Como todos sabem a Ucrânia encontra-se neste momento em guerra, na sua metade Oriental, entre pró-russos e pró-europeus. Há pouco mais de dois anos houve uma revolução nas ruas de Kiev contra o Presidente Yanukovitch, com a população a exigir na rua uma maior aproximação à UE e um afastamento da esfera de influência russa (EuroMaidan). Nos últimos dois anos ocorreu a declaração unilateral de independência da Crimeia e o estalar do conflito armado no Donbass (parte Oriental da Ucrânia).
Este é apenas o mais recente episódio da atribulada História recente ucraniana. Nos últimos 100 anos houve pelo menos dois episódios de assassinato em massa (definido por alguns como genocídio), duas declarações de independência, duas ocupações russas intervaladas pela ocupação nazi durante a II Guerra Mundial que afectou fortemente Kiev, o maior acidente nuclear do Século XX, entre vários outros episódios.
Percorrer a cidade de Kiev é também percorrer um pouco desta História. Mas não só, Kiev surpreendeu-me pela positiva em vários aspectos. É uma cidade imponente e muito bem conservada. As ruas têm grande animação, cheias de artistas de rua, pessoas a confraternizar, fazendo lembrar as cidades espanholas ao fim do dia. A cidade é bastante organizada e limpa com vários espaços verdes bem tratados. Para um turista a quantidade de Museus, Mosteiros, Igrejas, parques e edifícios interessantes permitem passar três dias bem entretidos nesta cidade.
Tudo isto numa cidade com cerca de 2,7 milhões de habitantes, o dobro da população da Estónia, ou da soma das populações de Tallinn, Riga e Vilnius. Estas pessoas habitam essencialmente em bairros nos limites da cidade, cheios de prédios de enorme volumetria, mas sempre com bom aspecto. A margem esquerda do rio Dnieper, que atravessa Kiev, é dominada pela construção em altura.
O centro da cidade e a zona turística é enorme, o que parece ser apenas dois quarteirões (e são de facto dois) pode medir quase 1 km. Apesar disso, os percursos no centro da cidade fazem-se bem a pé (para quem tem boa preparação física – há várias colinas e como já referi as distâncias são longas), uma vez que garantidamente se passa por algo interessante, seja um edifício, um parque, etc. Mas por vezes é preciso atalhar caminho e apanhar o Metro, mas sempre evitando a hora de ponta, onde se viaja “como sardinha em lata”.
Relativamente à insegurança, seja a criminalidade comum, seja a instabilidade política, não se fizeram minimamente notar durante a minha estadia (não quer dizer que seja sempre assim). Pelo contrário, nada em Kiev aparenta que o país está em guerra civil, e apenas as várias homenagens espalhadas pela cidade aos mortos durante a revolução de 2014 nos lembram que esta de facto ocorreu.
Apenas na zona da estação de comboio vi alguma mendigagem, e é preciso ter cuidado na praça Maidan, uma vez que há muito oportunista a tentar “chular” o turista, seja para pedir dinheiro para as crianças do Donbass, ou para os hospitais de campanha, ou para tirar fotos com dois pombos na mão ou ao lado da Minie.
Chego a Kiev por volta das 13 horas, troco dinheiro e apanho o autocarro da SkyBus (60 hryvnias=2.2 euros) até à estação principal de Kiev. A viagem é longa, mais de uma hora, uma vez que apanhei algum trânsito devido a um acidente e a obras na estrada:
Logo nesta viagem nota-se a ampla zona residencial, com prédios enormes, na margem esquerda do Dnieper:
Da estação até ao meu apartamento situado junto à Praça Maidan, apanho a linha vermelha do Metro. Compro 5 tokens (moedas de plástico que abrem os torniquetes de entrada na estação) por 20 hryvnias (4 hryvnias por cada viagem, cerca de 0,13 euros por viagem!!!).
A Estação de comboio de Kiev:
Em Kiev há um forte apoio ao estreitar de relações com a UE. Há várias bandeiras da UE espalhadas pela cidade:
A primeira paragem que faço é na Praça Maidan, ponto central da revolução laranja de 2004 e no EuroMaidan de 2014:
Fotos de 2014:
Várias homenagens aos mortos na revolução de 2014, quase todos durante o mês de fevereiro, devido a disparos de snipers instalados no topo dos prédios:
E algumas barricadas montadas pela população estão agora recriadas:
A cerca de 500 m da Praça Maidan, outro local simbólico do EuroMaidan, junto à entrada do estádio do Dynamo de Kiev, onde se registaram as primeiras vítimas mortais da revolução, em 22 de janeiro:
Homenagem às vítimas neste local:
Em 2014:
Junto à entrada do estádio, uma homenagem à lenda Valery Lobanovsky, que se notabilizou como jogador, e principalmente, como treinador: