Como eram e quem eram os Portugueses nativos?

frederico

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Ou seja, somos essencialmente indo-europeus como os restantes povos da Europa. Mais uma bofetada na cara de quem quer que sejamos africanos à força.
 
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belem

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Duvido que o DNA antigo esteja bem estudado na peninsula ibérica... Só se for em algumas partes de Espanha.
Quanto à influência do Norte de África na Ibéria, deve datar até tempos bem anteriores a 4000 anos atrás, pois é possível identificar movimentos até pré neolíticos, sobretudo a nível de mtDNA.
E sendo Marrocos, o país atualmente conhecido por ter os restos fósseis mais antigos de Homo sapiens, o que mais seria de esperar? Já que este estudo deu um "safanão" nos que falam em mistura de mouros, pelo menos aproveitava também para falar da antiguidade de ligações entre a Ibéria e o Magrebe, em que na verdade, a influência da Ibéria no Magrebe é significativamente maior do que o oposto (a partir de fases da pré-história ,mais recentes).
Quanto aos bascos, o que dizem não é novidade, mas importa referir, que tanto Portugueses como Espanhóis, são em média, fisicamente mais semelhantes aos povos ibéricos pré-históricos e até têm linhagens paternais e maternais mais antigas que os Bascos. Misturaram-se mais, mas não muito mais. Uma pessoa da Beira Baixa, pode ter a sua herança genética sobretudo circunscrita ao Neolítico tardio, por exemplo, enquanto um Basco pode estar mais ligado a uma fase ligeiramente mais inicial do Neolítico (ambos com contribuições significativas de fases também anteriores ao Neolítico).
E o Frederico diz a verdade, quando não é novidade alguma que todos os europeus resultam da mistura de indo-europeus com os sobreviventos do Neolítico e do Paleolítico e é este o padrão verificado em praticamente toda a Europa.
Contudo e efetivamente, continuam a ser os italianos e os ibéricos, os menos miscigenados, nos últimos 2500 anos (ou 5500 anos, dizem alguns).
Portanto este estudo pouco ou nada adiantou e omitiu algumas verdades importantes.
 
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camrov8

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a verdade é que nunca se sabe a verdadeira Historia e não sendo conhecedor da coisa, acho redutor pegar-se em meia dúzia de esqueletos um deles sendo português e inferir que todos os homens iberos foram eliminados e as mulheres não.
Quer dizer ou os que vieram eram uns garanhões bonzudos e as iberas so os quiseram a eles , ou por maior que fosse a migração deviam ser todos igual ao rambo e mataram todos os homens e desfizeram-se dos corpos, pois não existe registo de aumento de violência (diz o próprio do estudo) ninguém levantou a sobrancelha ao ver os resultados.
 

belem

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a verdade é que nunca se sabe a verdadeira Historia e não sendo conhecedor da coisa, acho redutor pegar-se em meia dúzia de esqueletos um deles sendo português e inferir que todos os homens iberos foram eliminados e as mulheres não.
Quer dizer ou os que vieram eram uns garanhões bonzudos e as iberas so os quiseram a eles , ou por maior que fosse a migração deviam ser todos igual ao rambo e mataram todos os homens e desfizeram-se dos corpos, pois não existe registo de aumento de violência (diz o próprio do estudo) ninguém levantou a sobrancelha ao ver os resultados.

É impossível não ter havido contribuição masculina, tanto paleolítica como neolítica, nas populações mais recentes, da peninsula ibérica, basta ter atenção, ao que já foi postado aqui neste tópico.
E penso que ainda está por definir, qual o sexo, que apresentava o maior numero de pessoas, pois podiam haver muitas mulheres e poucos homens, por exemplo.
Sinceramente, nunca comparei, mas parece-me que existiam muito mais linhagens femininas do que masculinas, por isso mesmo que todos os homens, tivessem companheira e descendência, a simples chegada de mais populações acabaria por dar-nos a falsa sensação de que as contribuições pré-históricas masculinas, foram quase nulas. Adicionalmente,mais outros fatores poderão influenciar estes resultados, como a parca amostragem, por exemplo.
Já li num forum, que em algumas aldeias do Norte de Portugal, a influência pré-histórica do lado paterno, atingia valores relativamente altos, mas sem ver o estudo que confirma isto, é difícil ter uma posição segura.
Mas, pelo que tudo indica, houve mesmo uma mudança no padrão gemético masculino e poderá ter influenciado a escolha das mulheres, a possibilidade destes forasteiros terem cavalos (e de saberem domesticar cavalos), e de terem algum domínio sobre metais e armas mais avançadas.
Mas que fique assente: houve contribuição do homem pré-histórico ibérico, sim, e em alguns casos, é até de enorme antiguidade.
Eventualmente, estudos mais detalhados em certas zonas, poderão ampliar mais o nosso conhecimento sobre esta matéria.
 
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camrov8

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não sou nacionalista, sou Português e patriota, sei que pelas minhas características (loiro, olhos, azuis, cara larga, nariz largo semelhante ao africano mas não tão largo, rh- que ja li algures significa que algures os meus ancestrais tiveram pouca interacção com forasteiros tal como os bascos onde a percentagem de rh- é enorme) sou recente neste pedaço de terra e não tendo intolerâncias como o gluten e lactose, so acho a peninsula ibérica esta pouco estudada, chegando cá não há por onde há para onde ir tirando Gibraltar e o facto de termos um halotipo especifico ibero
 

belem

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Não sei como o Camrov8 é, mas deixo aqui isto:"Other local series, which represent the coastal regions of northern Portugal rather than the interior, are relatively Mediterranean, and are comparable metrically to Spanish groups. Some of the fishing villages along the coasts, however, contain locally differentiated populations as do fishing villages everywhere; one, Povoa de Varzin in Minho province,126 is distinguished by a slightly greater than usual degree of blondism, broad faces, and broad jaws (bizygomatic = 133 mm., bigonial, 108 mm.). Whence this broad-faced strain is derived is not known."
Carleton Coon
 
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belem

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Em relação à domesticação do cavalo na Ibéria, alguns investigadores estimam que terá iniciado há cerca de 6250 anos, salvo o erro (depois vou confirmar), portanto terá começado relativamente pouco depois da chegada dos primeiros agricultores.
Pouco depois, poderá ter surgido o interesse em domesticar o auroque, pois a cavalo, penso que é mais fácil chegar até este animal (e da caça ao auroque a cavalo, poderá ter surgido o estilo da "gineta", que é a arte de ludibriar o imponente bovino a cavalo).
 
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belem

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Hoje em dia, penso que muitos investigadores chamam de povos ibéricos antigos, às populações pré-romanas, que existiram na peninsula ibérica.
A passagem para a Idade dos Metais, facilmente antecede a chegada dos Romanos.
A Ibéria dficilmente (dadas as suas excelentes condições) passaria despercebida a outros povos, passado o período do Neolítico.
Mas ainda que tenha havido uma alteração na frequência das linhagens masculinas, a influência dos povos vindos das estepes ucranianas, penso que é relativamente baixa, se analisarmos o pertinente DNA nuclear, (dos povos ibéricos atuais).
É questiono-me se não chegariam à Ibéria, já miscigenados (com alguns dos povos que encontraram pelo caminho).
 
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a parte de já virem miscegenados é um bom ponto, uma coisa será também e acho que é importante o tipo de "funeral" o que fariam os povos iberos antes da chegada dos povos das estepes, poderiam ter rituais que não permitissem a preservação dos esqueletos, outra coisa que me tem confundido, toda a ciência diz que os olhos azuis são originários do Cáucaso, no entanto todos sabemos onde este fenotipo é mais presente e foi no norte de Espanha que se descobriu o mais antigo Homem (neste caso homem) com o genotipo para olhos azuis
 

belem

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É muito raro ver caras desenhadas pelos caçadores da pré-história.
Normalmente, quando aparecem pessoas nas gravuras ou pinturas, apenas se observam versões muito simplificadas de formas humanas a correr ou caçar animais por exemplo.
Nas gravuras do Côa, muito raramente vi caras desenhadas. Se calhar, podem haver mais que eu não me tenha dado conta.
Penso que ainda há muito por descobrir no Côa e de momento já é o maior complexo de arte paleolítica ao ar livre do mundo que se conhece.
Mas reparei que existem várias gravuras pré-históricas magdalenianas (no Sul de França) em que aparecem caras humanas.
É muito curioso observar que em apenas algumas aparecem homens com barba e que usavam muitas vezes um chapéu.
Algumas representações apresentam traços algo exagerados e simbólicos.

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Publicação recente reforça a teoria de que as gentes de Muge não foram assassinadas e portanto extintas (de certa forma suportada por vários estudos que coloquei aqui (como até análises anatómicas feitas à população moderna Portuguesa) e juntaram-se portanto, aos primeiros agricultores (houve uma integração cultural e genética):
http://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=US201800009280

No passado houve quem pensasse que não tinham sobrevivido (e alguns autores mostravam algum pesar, pois trata-se de uma população aparentemente muito primitiva e com traços físicos algo peculiares).
.
Grandes notícias portanto, sobretudo para quem gosta de arqueologia, pré-história e afins.

No Alto Alentejo e na Beira Baixa, em especial, ainda se observam traços óbvios afins das gentes de Muge em algumas pessoas, mas deverão estar espalhados em mais partes do país (como em Trás-os-Montes).
Não conheço estudos anatómicos sobre as gentes do Côa e também sobre as que viviam nas margens do Guadiana.
Uma boa forma de sabermos, porque somos como somos, é ver as fotografias dos nossos antepassados recentes.
Há poucos meses, ao ver fotografias de alguns antepassados meus que nunca tinha visto, por exemplo, fiquei surpreendido por ver uma influência bem vincada de elementos afins das gentes de Muge em algumas pessoas (no caso da minha família, oriunda em boa parte do interior do país, observei os elementos aurignacoids), o que poderão explicar boa parte da minha aparência. Não há nada de errado com isto, sinto-me perfeitamente bem com a minha aparência. Tem que acabar a percepção patética e obsoleta de que o homem pré-histórico era um grunho, sem modos e de aparência assustadora.
Até aqui no forum, penso que existem mais alguns membros possivelmente com influências afins das gentes de Muge também, pois já vi fotografias no perfil com bom nível de nitidez (observei elementos cromagnoides, por exemplo, também presentes em Muge).
Existem até personalidades públicas conhecidas pela sua boa aparência, que herdaram a maior parte da sua aparência, às gentes pré-históricas.
Não percebo porque algumas pessoas, sentem que se deve esconder e omitir esta realidade.
É até com tristeza e preocupação, que se observa uma assustadora redução da capacidade cerebral do ser humano moderno, em relação, por exemplo ao ser humano que existia há 25.000 anos atrás. Será que os estudos são tendenciosos e não é bem assim?
Eu acho que é isso que está a suceder, porque a redução do cérebro, é uma consequência da domesticação, que também se pode observar em animais domesticados em relação aos seus antepassados selvagens.
No caso dos humanos, penso que se perderam estímulos e modos de vida, que incentivavam ou mantinham uma boa saúde cerebral.
Claro que as pessoas não deviam voltar a caçar, para incrementar a capacidade intelectual, mas este é um tema que merece atenção por parte dos investigadores, de forma a inverter a tendência atual. Senão, nos próximos 25.000 anos, ficamos com um cérebro do tamanho de uma ervilha. lol
 
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belem

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Howell também identificou elementos afins do Ibero-Insular (o elemento mais predominante na população nativa de Portugal) em Muge.
Naturalmente que o elemento ibero-insular não veio todo exatamente de Muge, mas de povos relativamente próximos, e fisicamente relacionados.
 
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No Alto Alentejo e na Beira Baixa, em especial, ainda se observam traços óbvios afins das gentes de Muge em algumas pessoas, mas deverão estar espalhados em mais partes do país.
Não conheço estudos anatómicos sobre as gentes do Côa e também sobre as que viviam nas margens do Guadiana.
Uma boa forma de sabermos, porque somos como somos, é ver as fotografias dos nossos antepassados recentes.
Há poucos meses, ao ver fotografias de alguns antepassados meus que nunca tinha visto, por exemplo, fiquei surpreendido por ver uma influência bem vincada de elementos afins das gentes de Muge em algumas pessoas (no caso da minha família, oriunda em boa parte do interior do país, observei os elementos aurignacianos), o que poderão explicar a maior parte da minha aparência. Não há nada de errado com isto, sinto-me perfeitamente bem com a minha aparência. Tem que acabar a percepção patética e obsoleta de que o homem pré-histórico era um grunho, sem modos e de aparência assustadora.
Até aqui no forum, penso que existem mais alguns membros possivelmente com influências afins das gentes de Muge também, pois já vi fotografias no perfil com bom nível de nitidez (observei elementos cromagnoides, por exemplo, também presentes em Muge).
Existem até personalidades públicas conhecidas pela sua boa aparência, que herdaram a maior parte da sua aparência, às gentes pré-históricas.
Não percebo porque algumas pessoas, sentem que se deve esconder e omitir esta realidade.
É até com tristeza e preocupação, que se observa uma assustadora redução da capacidade cerebral do ser humano moderno, em relação, por exemplo ao ser humano que existia há 25.000 anos atrás. Será que os estudos são tendenciosos e não é bem assim?
Eu acho que é isso que está a suceder, porque a redução do cérebro, é uma consequência da domesticação, que também se pode observar em animais domesticados em relação aos seus antepassados selvagens.
No caso dos humanos, penso que se perderam estímulos e modos de vida, que incentivavam ou mantinham uma boa saúde cerebral.
Claro que as pessoas não deviam voltar a caçar, para incrementar a capacidade intelectual, mas este é um tema que merece atenção por parte dos investigadores, de forma a inverter a tendência atual. Senão, nos próximos 25.000 anos, ficamos com um cérebro do tamanho de uma ervilha. lol
não te preocupes o tamanho do cérebro não é tudo, pois continuamos a estudar ele moldasse