Antes de mais parabéns pelas imagens obtidas. Gostava de saber com que tipo de máquina obteve estas fotos.
Obrigado, Filipe. A lente é a ultra grande angular Canon 10-22mm. Presentemente uso-a com a 700D. Apesar das deformações periféricas, especialmente quando a tomada de vista não tem o horizonte a meio da imagem, serem enormes, para apanhar o máximo de céu não há melhor. O ângulo de vista de 97º é essencial. Em 22mm as deformações são muito menores, melhor até que a 18-55mm em 18. É essencial conjugar esta lente com o Digital Lens Optimizer da Canon, integrado no programa de edição de RAW que vem com a câmara, e que corrije a 99% as aberrações cromáticas e melhora espantosamente a definição. Sem esta correcção digital e sem aplicar na própria câmara o Lens aberration correction, o resultado é mau do ponto de vista das aberrações cromáticas.
Foco sempre previamente em modo manual e Live View. Também uso sempre a câmara em manual (para qualquer fotografia). O f/8 é o "sweet point" desta lente, quando o equilíbrio entre a profundidade de campo e a difracção produz a melhor nitidez, o que para a fotografia de raios é óptimo pois é em geral a melhor abertura para as descargas próximas. Tenho sempre a exposição em modo variável (Bulb), controlado por disparador remoto infra-vermelho, RC-6. Conforme a luminosidade ambiente e o brilho esperado para os raios vou expondo por períodos variáveis até 1 minuto, interligados por uma pausa técnica de 1 segundo para nova exposição. Se durante um período de exposição apanho uma descarga termino-o imediatamente e inicio o seguinte. A única "arte" é tão sómente prever, por observação da evolução da proximidade das descargas, a intensidade luminosa que vão ter e assim regular a abertura desde f/3,5 (ou mais aberto conforme a lente) quando estão longe, até f/8 ou às vezes mesmo f/11, quando o acontecimento já está mesmo em cima de nós; também a direcção da tomada de vista em que estamos a apostar é uma "arte", só a experiência de acompanhamento de trovoadas nos dá esse instinto, mas com esta lente isso torna-se muito mais fácil devido ao grande ângulo de vista. O facto de nesta trovoada ter apanhado cerca de 80% dos raios significa que ela foi bastante estável na distribuição espacial das descargas, era muito previsível onde ia produzir-se a descarga seguinte.
Penso que esta conversa já está em off-topic, peço aos moderadores para a colocarem onde o Duarte já sugeriu.