Furacão LORENZO (Atlântico 2019 #AL13)

Jorge_scp

Nimbostratus
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17 Fev 2009
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Casal do Rato (Odivelas)
É fantástico como os modelos estão a lidar como este ciclone. Nunca vi tanta concordância a distâncias de 10 dias a 1 semana. Entre diferentes modelos, mesmo os menos fiáveis, entre os ensembles, entre diferentes saídas... parece-me certo, pese embora na meteorologia a esta distância seja sempre prudente ter cautela, afirmar que este sistema vai definitivamente afectar os Açores de alguma forma. Quais ilhas, com que real intensidade, ainda não sabemos, mas tudo aponta neste momento para uma das maiores tempestades que visitaram os Açores no último século, tropicais ou extra-tropicais. É melhor os Açorianos se irem preparando. Sabemos bem que estão habituados, mas não me parece sensato subestimar o Lorenzo. Sem alarmismos, mas ir passando a palavra aos poucos para estarem todos atentos e preparados para esta possibilidade, é um começo. Daqui a 2/3 dias conversaremos de novo.
 


Snifa

Furacão
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16 Abr 2008
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De facto não fará nada mal ir prevenindo e divulgando, a passagem da tempestade pelo Arquipélago parece cada vez mais uma realidade, mais à esquerda mais á direita e com que intensidade, só mais em cima da hora haverá "certezas".

anim_wpz8.gif
 
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Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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A intensidade do Lorenzo foi aumentada para 75 nós às 12z.

Os impactos nos Açores vão depender da intensidade que o Lorenzo ganhar nos próximos 4/5 dias. O Lorenzo pode surpreender tanto pela positiva como pela negativa.

13L_intensity_latest.png


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gfs_mslp_wind_13L_28.png


Correndo o risco de ser repetitivo, a transição do IFS continua a ser mais agressiva (ocorre por cima das ilhas). No GFS, parece-me que será um cenário ao estilo Opheliano...

YcMPH6V.png


... em que o ciclone interage com a frente mas ainda retém muitas características tropicais (início da transição ET).

Em qualquer um dos modelos, o ciclone é severo. Porreiro seria se passasse ao lado.
 
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Aristocrata

Super Célula
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28 Dez 2008
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Correndo o risco de ser repetitivo, a transição do IFS continua a ser mais agressiva (ocorre por cima das ilhas). No GFS, parece-me que será um cenário ao estilo Opheliano...
Mal vi essa projecção do furacão a leste dos Açores pensei logo nisso.
A diferença aqui é termos nalgumas zonas do país as terras mais húmidas do quem 2017.
Mas se passar ainda mais aproximado à península safa-se os Açores (ainda bem) requer mais atenção ao continente e zonas mais secas.
 

Calisto83

Cirrus
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18 Set 2019
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Cenário Opheliano em termos da estrutura do ciclone, não em trajeto (só para clarificar).

Por agora dificilmente o Lorenzo afetará diretamente o continente. Podem sempre acreditar, claro :D
Não passará de todo pelo continente, e ainda bem, para passar ao largo da costa que passe bem longe.
Se passasse por cá, que era de valor.:D:rolleyes:
 
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Ricardo Carvalho

Cumulonimbus
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23 Jul 2015
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De facto impressionante a concordância dos modelos a mais de 170h de cada saída em relação à passagem do sistema perto, ou mesmo literalmente em cima do arquipélago , para mim dos modelos que este ano têm estado melhor , o alemão ICON coloca novamente em duas run´s seguidas a TT em cima do arquipélago , e com uma intensidade de rajadas brutal :unsure:

qvcqw8I.png



O assentimento dos modelos é mesmo muito, e o GFS insiste numa versão em modo Ophelia,atingindo a intensidade de Major :hmm:

i77sMVl.png
 
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Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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É sensato não ter o Ophelia como padrão-ouro dos furacões a afetar os Açores. Até prova em contrário, é um evento pouco frequente.

O Lorenzo é um ciclone tropical, vá, mais 'comum'.

O cenário do IFS é desastroso. Ainda aparece algum sting jet com as rajadas previstas acima dos 200 qph.

O Lorenzo deve ser maior mas um cenário à Gordon 2006 é realista (isto na versão GFS). Um cat. 2 moderado a poucas centenas de quilómetros (a oeste) a deslocar-se rapidamente na direção das ilhas mas a perder rapidamente intensidade. O tempo que demorou a meter-se no buraco da agulha (entre SM e StM, tendo passado a sul do GOc e GC) foi essencial, tendo passado enquanto cat. 1 com danos mínimos. Infelizmente, o Lorenzo não deverá pastar muito tempo em água fria (vem de sul) por isso não seria descabido um cat. 1 intenso (ou mesmo um cat. 2 fraco) a passar por cima das ilhas. Não é só os outros que levarão com CTs incomuns.

O GFS 12z está mais semelhante ao IFS...

gfs-14-153-3h_jwp4.png


... mas novamente ainda há muita incerteza na tipologia e intensidade do ciclone. Até prova em contrário (concordância entre vários modelos), posso estar relativamente descansado. Mas pode ser muito mau para outros indígenas e não, não há 'habituação' para esse tipo de eventos.
 
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rozzo

Moderação
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11 Dez 2006
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Não passará de todo pelo continente, e ainda bem, para passar ao largo da costa que passe bem longe.
Se passasse por cá, que era de valor.:D:rolleyes:
A questão em relação ao continente, é que convém mesmo que passe ao largo suficientemente longe para nem efeitos secundários ter.
E por efeitos secundários refiro-me a algo como o Ophelia, com fluxo muito quente e muito forte de sul. Receita para elevado perigo de incêndios, num território em seca, e numa altura em que começa o pessoal com as queimadas.

Se repararem nas várias saídas, aquelas em que o sistema passa relativamente perto (mas não perto o suficiente para causar tempo chuvoso) são as mais extremas em termos de calor no continente, com a dorsal a ser completamente esticada para norte por acção da tempestade.

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Wessel1985

Cumulonimbus
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21 Set 2013
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Angra do Heroismo, Ilha Terceira, Açores
Bem ... Parece que este vem mesmo para as nossas bandas ...

Aqui no Grupo Central pouca gente está se a preparar para este evento muito por culpa dos sucessivos anos em que se falou de vir tempestades terríveis e depois nada acontecer ...

Mas a prevenção é mesmo importante e cada caso é um caso e pelo que tenho estado a ver podemos ser mesmo directamente afectados por este menino.

Sem alarmismos inúteis mas com determinação e medidas para evitar situações mais complicadas.

Vamos estando atentos ao evoluir deste Lorenzo.
 

Ricardo Carvalho

Cumulonimbus
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Azeitão/Sesimbra
A questão em relação ao continente, é que convém mesmo que passe ao largo suficientemente longe para nem efeitos secundários ter.
E por efeitos secundários refiro-me a algo como o Ophelia, com fluxo muito quente e muito forte de sul. Receita para elevado perigo de incêndios, num território em seca, e numa altura em que começa o pessoal com as queimadas.

Se repararem nas várias saídas, aquelas em que o sistema passa relativamente perto (mas não perto o suficiente para causar tempo chuvoso) são as mais extremas em termos de calor no continente, com a dorsal a ser completamente esticada para norte por acção da tempestade.

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Ora nem mais, fiz referência a isso mesmo na saída 6z do GFS no dia de ontem

https://www.meteopt.com/forum/index.php?posts/740595


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Helinho

Cumulus
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12 Abr 2016
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Maia
Realmente as pessoas cá nos Açores não estão preparadas, fala-se em tempestades as pessoas automaticamente dizem " é só mais um dia de inverno..." espero que não aconteça nada de pior mas se for o caso isso vai haver muita desgraça por cá..

Olá, por um lado tens razão . Eu sou açoriano, sou jovem e concordo perfeitamente que as pessoas não têm a noção da realidade destes eventos, nem o quanto o seu poder de destruição. Uma coisa é ver na TV o rasto de destruição, mas outra coisa é vermos pessoalmente as coisas a acontecer e percebermos do perigo destas situações. A nível de mentalidade e condições penso que o arquipélago não está devidamente preparado para estes fenómenos e como pessoa licenciada na área da energias renováveis e ambiente, sou apologista que o governo deverá começar a ter mais em conta os efeitos das alterações climáticas no nosso arquipélago.

Por outro lado discordo contigo, as pessoas apresentam esta mentalidade de "é só mais um dia de inverno..." porque muitos dos avisos emitidos pelo IPMA são autênticos fails e isto pesa muito na opinião das pessoas. Ora vejamos, esta semana passada o grupo oriental teve em alerta amarelo para chuva e trovoada. Fez um lindo dia de sol e de praia na maior parte da ilha. Uma pessoa que vai ver os avisos meteorológicos e depara-se com estas situações de fails por parte do IPMA, que muitas das vezes os avisos são autênticos fiascos, perde toda a confiança na entidade responsável pela meteorologia. A culpa é de quem? Não sei responder bem a essa questão, mas penso que será de entidades superiores, como governo regional, IPMA e etc pelo facto dos Açores não apresentar um satélite meteorológica que abrange toda a região e que seja capaz de dar mais fiabilidade estes eventos.

Quando estes avisos começaram a ser mais correctos na forma que são emitidos , talvez as pessoas mudem o seu pensamento. A mentalidade sobre o perigos das chuvas fortes, furacões, ventos, tempestades está na mentalidade dos açorianos, a credibilidade na fonte que emite os avisos é que não está presente, porque erram muitas vezes por faltam de meios que sejam capazes de permitir emitir algo com mais certeza.

um abraço,
Hélio