A «Cheia Grande» no Guadiana, 7 Dezembro de 1876

Chingula

Cumulus
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Como existe uma referência à precipitação elevada em 1983, posso referir que no I. Geofísico de Lisboa, foi registada a precipitação de 95,6 mm/24 horas em 19 de Novembro desse ano (com 53 mm/ 1 hora), sendo o valor mais elevado, nesta estação, de 110,7 mm/24 horas, precipitação registada em 5 de Dezembro de 1876...
(in "Os temporais de Outubro e Novembro de 1997 em Portugal Continental" - publicação do I.M. Abril de 1998)
 


duero

Nimbostratus
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Hay que contar que en aquella época no había barragens apenas, y las crecidas y las secas eran mayores que hoy.

Hoy esas situaciones serían casi imposibles. Sin los barragens las crecidas y las secas serían mayores.
 
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Chingula

Cumulus
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As cheias nas bacias hidrográficas dos grandes rios Portugueses, são provocadas por precipitações elevadas (superiores ao normal) persistentes no tempo.
O Outono de 1876 foi extremamente chuvoso e num registo de três meses (Outubro, Novembro e Dezembro) de precipitação acumulada, que procurei há alguns anos (no século passado...anos 80/90) em registos do I.M., de estações disponíveis (Porto, Lisboa e Évora) obtive como precipitação acumulada para esse período:
Porto (Geofísico) - 1281 mm/ 3 meses
Lisboa (Geofísico) - 818 mm/ 3 meses
Évora - 734 mm/ 3 meses

A obtenção de dados da mesma época de estações meteorológicas Espanholas, junto à fronteira, seria um reforço de informação...
Cumpts

Na sequência desta informação, junto mais alguns episódios de cheias nos principais rios de Portugal Continental.

Apontam-se as principais ocorrências deste fenómeno e as precipitações registadas em algumas estações vizinhas.
Assumindo a ideia que estas cheias ocorrem devido a períodos de precipitação elevada de mais de um mês.
(Episódios que originaram cheias de rios desde 1870)

Outono/Inverno de 1876 – (Out., Nov. e Dez.):
Porto 1281mm– Lisboa 818 mm – Évora 734 mm
(Cheias, em Dezembro, dos rios Douro, Tejo e no Guadiana a maior que há registo)

Outono/Inverno de 1909/ 1910 – cheias nos rios Douro e Tejo (chuva persistente até dia 23 de Dezembro).

Outono/Inverno de 1978/1979 (Dez, Jan. e Fev.) - Maior cheia do Tejo no Ribatejo com 8,89 metros em Santarém (no mês de Fevereiro).
V.Castelo (1143 mm), Porto (1205 mm), V.Real (1272 mm), Bragança (771mm), Viseu (1211 mm), P. Douradas (1689 mm), Castelo Branco (813 mm), Lisboa (796 mm), Évora (567 mm), Beja (511 mm) e Faro (441 mm).

Outono/Inverno de 1989/1990 (Dez, Jan. e Fev.)
V.Castelo (980mm), Bragança (684mm), V.Real (679 mm), Viseu (982mm), P.Douradas (1339 mm) e Porto (781 mm).

Outono/Inverno de 1995/1996 (Dez, Jan. e Fev.) V.Castelo (1274 mm)

Outono/Inverno de 2000/2001 – (Dez, Jan. e Fev.) V.Castelo (1465 mm)

* Recolha pessoal a partir de registos de estações do INMG (actual IPMA)