Descarga poluente mata milhares de peixes no rio Alviela
09.09.2008
Lusa, PÚBLICO
Uma descarga poluente detectada ontem na freguesia de Vaqueiros, Santarém, matou milhares de peixes no rio Alviela. A autarquia acusa a estação de tratamento de águas residuais (Etar) de Alcanena de estar na origem da poluição.
Ao início da tarde de ontem, centenas de peixes começaram a aparecer com sinais de falta de oxigénio, contou Firmino Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros. "É um inferno assistir a este agonizar dos peixes", afirmou.
Poucas horas depois de detectada, a água de cor turva abrangia vários quilómetros, disse Firmino Oliveira, citado pelo “Jornal de Notícias”.
No local estiveram dois elementos do Sepna, o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR.
A fonte poluidora ainda não foi identificada. Mas Firmino Oliveira aponta culpas à Etar de Alcanena, uma vez que “não há pecuárias a montante da freguesia e o forte cheiro que se sente é a crómio”.
O presidente da Câmara Municipal de Alcanena, Luís Azevedo, garantiu ao jornal que ontem a Etar não teve problemas de funcionamento.
Firmino Oliveira lamentou, ao "Diário de Notícias", que apenas a GNR tenha comparecido no local e sem meios para uma intervenção imediata que permitisse identificar os autores do crime ambiental. "A GNR não dispõe dos equipamentos que permitam fazer recolha de amostras de água e de peixe para análises e o Ministério do Ambiente não compareceu no local o dia inteiro", disse ao "Diário de Notícias".
A bacia do rio Alviela é partilhada pelos concelhos de Porto de Mós, Santarém, Alcanena, Torres Novas e Golegã e todos estes concelhos contribuem para afectar a qualidade da água do Rio, com cargas poluidoras diferentes, defende a Câmara Municipal de Santarém.
Mas a poluição mais frequente do rio Alviela é causada pela indústria dos curtumes em Alcanena e pelas suiniculturas, boviniculturas e aviários, de acordo com o "Estudo para a Recuperação do Ecossistema do Rio Alviela", lançado em Agosto pelo presidente da Câmara Municipal de Santarém.