Aldeias Históricas de Portugal, Abril de 2011

AnDré

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22 Nov 2007
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Odivelas (140m) / Várzea da Serra (930m)
Era uma viagem que há muito desejava concretizar.
Porque há pormenores de Portugal que me têm escapado e tanta história que me tem passado à margem.
Assim, e face ao desconhecido, lá fui eu, o ac_cernax e o João Soares em busca da aventura. E que aventura...

A partir de Cernache do Bonjardim, quisemos começar pelo Piódão, por ser a aldeia que ficava fora de mão de todas as outras.
Mas olhando para o mapa e até chegar ao Piódão, tínhamos a barragem de Cabril pelo meio e a EMA de Fajão que mereceu uma visita obrigatória. O relato dessa visita, aqui.

EMA vista e seguimos pelo cume da serra, em direcção a Fajão.

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Fajão, uma aldeia pequena, mas que fizemos questão de conhecer ao pormenor cada ruela. :D
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Seguimos depois para a primeira aldeia histórica.
Já a conhecia de outras voltas, mas não fazia ideia que por lá se fazia licor de castanha tão bom. :p

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E agora, qual o caminho a tomar? Ora, vamos para este, em direcção à serra.

Serra do Piódão

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Parque eólico das Pedras Lavadas.

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À medida que a tarde ia avançando, o céu ia prometendo a instabilidade prevista.
Mas enquanto da grande Lisboa já nos chegavam noticias de fortes trovoadas, em Unhais da Serra, a tranquilidade reinava.

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No caminho para Castelo Novo, apanhámos o nosso primeiro aguaceiro.
Uma vez lá, a chuva deu tréguas, e permitiu-nos ver a aldeia sem guarda-chuva.

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A noite começou a instalar-se. No horizonte eram visíveis vários aguaceiros, mas mais nenhum nos afectou. Rumamos para Idanha-a-Nova onde nos esperava um belo jantar e um agradável serão na companhia do *Dave*.
Ainda antes de findar o dia, quisemos subir ao castelo. Tínhamos esperança de ver alguns flashes no horizonte, mas há falta deles, criámos uns quantos artificiais. :cool:

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O segundo dia começou cinzento e chuvoso em Idanha-a-Nova.
Durante a madrugada ainda demos conta de um aguaceiro forte que ainda assim não nos fez levantar da cama.
Pequeno almoço tomado, e eis que pára de chover. Foi altura de ver Idanha à luz do sol.

Depois disso, seguimos para este, rumo à Senhora do Almortão, da qual nunca tinha ouvido falar.

Rio Pônsul, Idanha-a-Nova
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Senhora do Almortão
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Depois da capela visitada, rumamos para norte em direcção a Idanha-a-Velha.
Ao longo da viagem, céu cada vez mais encoberto, e alguma chuva em Idanha-a-Velha.

Alcafozes
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Idanha-a-Velha
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Idanha-a-Velha obrigou-nos mesmo a usar o guarda-chuva. E o chão molhado pregou-nos algumas rasteiras durante a visita da mesma. :lol:

Seguimos depois para Monsanto, que se encontrava envolto em nevoeiro.

Uma vez lá, tínhamos 2 percursos pedestres possíveis. Um turístico e outro para caminheiros (com sinais de escuteiros). Apesar do calçado nada adequado, não foi difícil decidir qual o caminho a seguir.

Monsanto, numa perspectiva diferente.

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Aldeia lá em baixo:

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Agora no caminho dos turistas e no meio da civilização:

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O dia ia avançando a passos largos e ainda havia muito que andar nesse dia.
Seguimos para Penamancor, onde ainda fomos ao castelo.
Depois, Meimoa, onde fizemos umas quantas caches.
E por fim, Sortelha. Uma aldeia que me surpreendeu muito pela positiva.
Muito cuidada e organizada.

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Infelizmente, enquanto visitávamos a aldeia, a chuva voltou a aparecer e desta vez com alguma intensidade, obrigando-nos a ir para o carro já de pés molhados.

Seguimos para Caria e depois para Belmonte. Sempre debaixo de muita chuva.
Em Belmonte praticamente nem saímos do carro. A visita foi feita dentro do carro, pelas ruelas da aldeia.
E não é que descobrimos ali uma bomba de gasolina bem em conta? :p

Já noite, foi hora de ir até à Guarda secar os pés, encher a barriga e fumar um cachimbo. Relax, enquanto lá fora a chuva caía e o nevoeiro cobria os pontos mais altos da cidade.

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O terceiro dia amanhece com nevoeiro e pouca vontade de sair da cama.
Os 8ºC que se faziam sentir no exterior não colaboravam.
Mas enquanto tomávamos o pequeno-almoço, o nevoeiro lá despregou.
Era altura de ver a cidade com a luz do dia.

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Seguiu-se depois Linhares.
Aí, vimos crescer, de forma exponencial, a primeira célula que nos trouxe trovoada.
Mas mais uma vez, a chuva e o nevoeiro apareceram, pondo fim às fotografias.

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Seguimos para norte, em direcção a Trancoso.
Pelo caminho, em Celorico da Beira, ainda vimos e ouvimos 2 trovões e apanhámos uma grande carga de água.

Acompanhámos a célula até Trancoso, onde ainda tivemos que esperar um bom bocado até que a chuva acalmasse.
Depois disso, a merecida volta pelo castelo e pela cidade.

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Serra da Estrela ao fundo:

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Visto Trancoso, seguimos para norte, em direcção a uma pequena aldeia chamada Marialva.
Pequena mas bonita. :)

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Depois, e como ficava a caminho, quisemos ir até Foz Côa, em busca dos vales mais secos do país, na esperança que lá não chovesse.
Não sei se foi azar ou sorte, mas mesmo lá, a chuva apesar de fraca, não nos largou.

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O Côa de um lado, o Douro do outro.
O gps geocaching dava conta de uma cache mesma na foz do Côa, numa estação de caminhos de ferro desactivada há mais de 20 anos. Não ficámos indiferentes e fomos até lá.
Num caminho brutal cheio de curvas e contra-curvas onde o carro ocupava a faixa toda. Isto sempre com o Douro a espreitar a cada curva mais apertada.

Lá em baixo, a paisagem era majestosa. As ruínas da estação, a ponte que a pé atravessámos, uma cascata... Enfim, brutal!

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Muitas fotos tiradas, cache encontrada e era hora de seguir para mais uma aldeia.
Desta vez Castelo Rodrigo que guardava lá de cima a vila de Figueira Castelo Rodrigo.

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Já de noite, mas ainda com energia, fomos até às grandiosas muralhas de Almeida. Fiquei impressionado com a espessura e a arquitectura das mesmas, e merecerá um nova visita, mas à luz do dia.

Com relâmpagos a chamarem-nos do lado espanhol, fomos até à fronteira dar de beber à viatura, e ver partir o Sud Express em mais uma viagem até Hendaye.

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E por fim, seguimos ainda para Várzea da Serra, Tarouca, onde nos esperava uma lareira e uma ceia deliciosa para repormos energias. :lol:
Mas antes, paragem ainda em Castelo Mendo, a última aldeia histórica.
Dado o avançado da hora, deparámo-nos com uma aldeia fantasma. É outro local que havemos de visitar à luz do dia.

Aquecidos ao lume e de barriga cheia, findámos o terceiro dia.

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O quarto dia foi para dormir até mais tarde e fazer calmamente a viagem até sul.

Mas à partida, ainda tivemos alguns minutos para irmos até à serra tirar algumas fotografias. :D

Serra de Santa Helena, Tarouca:

32SantaHelena.jpg


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Em suma, um mapa resumo da viagem feita, neste Portugal profundo e que aconselho a toda a gente!

mapawz.png
 


joseoliveira

Cumulonimbus
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18 Abr 2009
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Loures (Moninhos) 128m
O percurso é tentador!
Já estive em alguns destes locais, uns durante mais tempo em relação a outros e por isso muito do que gostaríamos de ver fica pelo caminho com a promessa de mais tarde voltar, mas a cada regresso é inevitável a triste partida.
Isto é muito mais do que a busca de tranquilidade, é história conjugada com a aventura de ir ao seu encontro tendo como pano de fundo paisagens e gentes únicas... ;)

Obrigado por partilharem, as imagens estão fantásticas e fazem-nos parecer que estamos lá...:p
 

Dan

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26 Ago 2005
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Bragança (675m)
Excelente reportagem :thumbsup:

Tenho uma ligação muito especial a essa região, gosto muito e recomendo. Ainda estes dias andei por alguns desses locais também :)
 

Z13

Cumulonimbus
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20 Set 2006
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Bragança - 690m
Que grande passeio e que belas imagens!

Foi uma reportagem 5 estrelas!;)

Quanto à Sra do Almortão, desconhecia a sua localização, mas já tinha ouvido falar dela através do Zeca Afonso, a quem rendo homenagem hoje 25 de Abril, que na década de 70 cantava:

Sra do Almortão,
Ó minha linda raiana,
Virai costas a Castela,
Não queirais ser castelhana...