Alerta precoce de Tsunamis em Portugal

Vince

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Estudo aponta o Barlavento Algarvio como o mais vulnerável

A Protecção Civil está a preparar um estudo sobre o risco sísmico e de tsunamis na região do Algarve. O estudo, que deverá estar concluído daqui por um ano, indica as cidades do Barlavento Algarvio como as que poderão vir a ser mais afectadas.
A Protecção Civil está a preparar um estudo sobre o risco sismíco e de tsunamis na região do Algarve.

Apesar de apenas estar concluído daqui por um ano, este estudo já deu indicadores que apontam para as cidades do Barlavento Algarvio como as que poderão vir a ser mais afectadas.

Por enquanto, o estudo tem recolhido informações sobre a região algarvia: o número de população, os edifícios existentes, bem como onde se situam as redes de abastecimento de água, electricidade ou transportes.

Embora um risco de tsunami seja baixo, o mesmo não se pode dizer em relação aos sismos. A população algarvia poderá ser muito afectada, não só pelo colapso de edifícios, mas também pelo deslizamento de falésias nas praias.

O estudo vai permitir conhecer as zonas que poderão ser mais vulneráveis. No entanto, em declarações à TSF, Carlos Oliveira, da Autoridade Nacional de Protecção Civil, considerou que a zona do Barlavento, onde se situam as localidades de Sagres, Lagos ou Portimão, poderá estar mais sujeita a terramotos ou tsunamis.

«As cidades mais afectadas serão as do Barlavento, no sentido em que as fontes sísmicas estão situadas a sudoeste do Cabo de São Vicente», disse, sublinhando que o tipo de costrução também deve ser levado em linha de conta.

Carlos Oliveira explicou ainda que o estudo está a ser feito com a colaboração das câmaras municipais, pretendendo dar aos municípios orientações no caso de uma catástrofe.

Fonte: TSF
 


algarvio1980

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Re: Sismos/Tsunamis: Barlavento Algarvio o mais vulnerável

Em Olhão e na Fuzeta produziu uma temorosa impressão o tremor de terra de 27 de Dezembro de 1722. Segundo o que consta este tremor de terra teve por centro de acção o nosso mar algarvio, entre Faro e Tavira, rebentando naquellas paragens uma coluna de fogo de dentro do mar, que destruiu muitas embarcações.
Parece que este tremor de terra foi resultante de algum vulcão que abrisse uma boca dentro do mar e por isso a sua acção destruidora exerceu-se principalmente nas terras próximas do mar: Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Fuzeta e Tavira.

FONTE: Monografia do Concelho de Olhão
 
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Vince

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Re: Sismos/Tsunamis: Barlavento Algarvio o mais vulnerável

Em Olhão e na Fuzeta produziu uma temorosa impressão o tremor de terra de 27 de Dezembro de 1722. Segundo o que consta este tremor de terra teve por centro de acção o nosso mar algarvio, entre Faro e Tavira, rebentando naquellas paragens uma coluna de fogo de dentro do mar, que destruiu muitas embarcações.
Parece que este tremor de terra foi resultante de algum vulcão que abrisse uma boca dentro do mar e por isso a sua acção destruidora exerceu-se principalmente nas terras próximas do mar: Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Fuzeta e Tavira.

A do Vulcão... que estranho .... um bocado bizzaro, mas em textos antigos por vezes aparecem descrições estranhas.



Algumas coisas que encontrei:


Alguns Tsunamis Históricos em Portugal

60aC
O tsunami de 60aC é o evento mais antigo do qual há descrições na literatura. Os efeitos do tsunami foram observados na costa norte de Portugal e na Galiza. Segundo Frei Bernardo de Brito (1597), " se arruinaram muitos lugares e o mar saindo nalgumas partes de seus ordinários limites ocupou muita parte da terra, deixando-a em outros lugares descoberta, onde nunca mostrara sinais de a poder haver "

382 dC
O sismo ocorrido no ano 382dC foi sentido em vários locais, nomeadamente na Sicília, na Grécia, na Palestina, e na península Ibérica. De acordo com os relatos históricos este sismo terá gerado um tsunami com fortes efeitos destruidores ao longo da costa portuguesa. Alguns escritos romanos referem o desaparecimento de ilhas localizadas ao largo do cabo de São Vicente.

1504
A data deste evento é incerta. Os documentos históricos referem a ocorrência de um grande sismo durante o reinado de D. Manuel I, no ano de 1504 ou 1505. Mendonça (1758) refere que " no reinado de D. Manuel I um terramoto tão grande que subiram as águas do Tejo tão altas que separando-se de suas correntes ficou mesmo a descoberto ". Teria inundsado a parte baixa de Lisboa e de várias localidades do vale do Tejo.

22 de Outuibro de 1522
è o evento mais antigo relatado nos Açores. Observou-se agitação no mar. A povoação de Vila Franca foi inundada.

26 de Janeiro de 1531
A intensidade sísmica deste evento, que ocorreu de madrugada, foi estimada em IX-X. Parte da cidade de Lisboa foi inundada pelas águas do Tejo. Afundados muitos navios no estuário do Tejo. A intensidade do tsunami deve ter sido de grau IV.

26 de Julho de 1691
Sismo violento ocorrido na ilha Terceira (Açores). Segundo cronista coevo " o ar e mar embravecidos xlamavam com tanto estrondo os navios, não só os que estavam ancorados, mas ainda os que iam à vela, a vinte léguas de distância, se viram no último risco de afundar" A intensidade estimada para este tsunami foi de grau III.

27 de Dezembro de 1722
Forte sismo sentido no Algarve entre as 17 e as 18 horas. Segundo fontes da época, " em Tavira acabou com um horroroso trovão No rio se apartaram as águas, de forma que uma caravela, que por ele ia saíndo, ficou em seco muito tempo"; " teve por centro de acção o nosso mar algarvio, rebentando naquelas paragens uma coluna de fogo de dentro do mar, que destruiu muitas embarcações parece que este tremor foi resultante de algum vulcão que abrisse uma boca junto dentro do mar e por isso a sua acção destruidora exerceu-se principalmente nas terras próximas do mar: Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Fuzeta, Tavira "; " no rio de Tavira afastaram-se as águas de forma que uma caravela que ia a saindo barra for a ficou em seco muito tempo, dando lugar a que a tripulação saísse para terra a pé enxuto ". A intensidade estimada para o tsunami é III.

1 de Novembro de 1755
O tsunami foi observado desde as ilhas Barbados até à Escócia. No entanto, as ondas mais destrutivas foram observadas em Portugal continental, em Espanha (golfo de Cadiz) e no norte de Marrocos. De entre as numerosas réplicas só algumas geraram pequenos tsunamis.
Segundo relatos escritos da época:
Lisboa - " se retirou o mar, deixando nas suas margens ver o fundo às águas nunca de antes visto e encapelando-se estas em altíssimos montes, se arrojaram pouco depois sobre todas as povoações marítimas com tanto ímpeto que pareciam querer submergi-las estendendo seus limites"; " de repente apareceu a uma pequena distância uma enorme massa de água a erguer-se como uma montanha precipitando-se em direcção à terra tão impetuosamente que não obstante termos imediatamente fugido muitos foram arrastados para o largo os restantes ficaram com água acima das cinturas, a boa distância das margens na opinião de vários pilotos a localização da barra da foz do Tejo foi alterada uma embarcação que tentou passar pelo canal normal afundou-se e uma outra ficou encalhada "; " um grande cais apinhado de mercadorias, próximo da Alfândega, afundou-se ao primeiro abalo, com cerca de 600 pessoas sobre ele "; "as ondas furiosas despedaçam as âncoras, quebram as amarras, e entram pelas ruas e praças vizinhas o Cais de Pedra se aparta de terra e rola no rio, e a Alfândega se abate com todas as suas fazendas ";
Figueira da Foz - " acabados que foram na terra os terramotos começou este a levantar tais montes de água subiram for a da ordem natural 44 palmos encheu por 3 ou 4 vezes foram os maiuores fluxos e refluxos, deixando nestes descobertos penedos e areias nunca vistos "
Lagos - " o mar que entrou pela terra adentro em altura de 7 varas a levou os fortíssimos muros da cidade padeceram também esta desgraça, foram conduzidos com a violência das águas "
Albufeira - " os que escapram ao terramoto não se livraram do mar "
Faro - " padeceram a mesma calamidade, submergindo-se a metade da praça com todas as casas e até agora não se tornaram a ver ".
Castro Marim - " a entrada do mar fez notável prejuízo "

2 de Junho de 1800
Foram sentidos 3 pequenos choques sísmicos na ilha Terceira, cerca das 8 da noite. Só após o terceiro é que foram observadas três grandes ondas.



Tsunamis instrumentais

8 de Maio de 1939
Sismo ocorrido na região dos Açores. Causou um tsunami de muito fraca intensidade, registado nas estações maregráficas de Ponta Delgada e de Angra do Heroísmo. A amplitude máxima registada foi de 0,3m.

25 de Novembro de 1941
Este sismo com epicentro em 37,42N; 19,01W teve magnitude estimada em 8,3. Gerou tsunami de intensidade I, registado nas estações maregráficas de Cascais, Lagos e Madeira.

28 de Fevereiro de 1969
Com epicentro a sul do Banco do Gorringe (36,01N; 10,57W), este sismo com magnitude 7,9 gerou pequeno tsunami registado em todas as estações maregráficas de Portugal continental, dos Açores, de Espanha e ilhas Canárias, e de Casablanca (Marrocos). A amplitude máxima da onda foi registada em Casablanca, com 1,2m.

26 de Maio de 1975
Este sismo, com epicentro localizado a 200km a sul da falha de Gloria (35,09N; 17,6W) teve magnitude estimada em 7,9. A amplitude máxima do tsunami associado foi registada no marégrafo da Horta (Açores), tendo o valor de 0,76m.

1 de Janeiro de 1980
Este sismo, que ocorreu entre as ilhas da Terceira e de S. Jorge, atingiu magnitude 7,2. O único registo maregráfico disponível é o do porto de Angra do Heroísmo, onde a amplitude foi de 30cm.
Fonte: http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA6_Tsunamis/060_TsunHistoricos.html



Simulação Tsunami 1775

Baptista, MA, J M Miranda, F Chiericci, N Zitellini. "New Study of the 1755 Earthquake
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Fonte: http://br.geocities.com/adrireligio/tsunamiatlantico.htm

Simulação Tsunami 1722
Simulação do Tsunami de Tavira de 1722. Joaquim Luis (Univ do Algarve), M A Baptista (ISEL) e J M Miranda (Univ de Lisboa).
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Para além dos provocados por sismos, ainda temos o possível deslizamento do vulcão de La Palma nas Canárias que se falou aqui há uns anos na sequência de um programa da BBC, embora já tenha lido críticas a esse estudo:
http://en.wikipedia.org/wiki/La_Palma#Tsunami_scenarios
http://www.tudelft.nl/live/pagina.jsp?id=3000b5ea-cdb6-421e-841c-d63d5aa73a39&lang=en
http://en.wikipedia.org/wiki/Megatsunami#Canary_Islands
http://www.tudelft.nl/live/pagina.jsp?id=4096f2de-bb4e-4d1f-830f-45d19de32940&lang=en

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Vince

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Tsunamis: Portugal vai ter sistema de alerta

Europa vigia tsunamis
O navio italiano Urania sai esta tarde do porto de Sagres para instalar, a cerca de cem quilómetros dali, no mar alto, a primeira estação marítima de alerta de terramotos e tsunamis para a Europa.

Colocada no fundo do mar, ao largo do Algarve, e equipada com sismómetros e sensores de pressão, esta estação, apesar de ser ainda um protótipo, é "idêntica às estações que os americanos têm no Pacífico ", explica ao DN Maria Ana Machado, investigadora do Centro de Geofísica da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

A instalação, a título experimental, está integrada no projecto europeu Nearest (Near Sources of Earthquakes and Tsunamis), que conta com parceiros em Portugal, Itália, Espanha, Alemanha, França e Marrocos, e é financiado pelo VI Quadro de apoio comunitário. Os parceiros portugueses são o Instituto de Meteorologia e a Universidade de Lisboa, mas o coordenador do projecto é o italiano Nevio Zitelini do ISMAR, em Bolonha.

A estação, de tipo Geostar, ficará a 3600 metros de profundidade no Golfo de Cádis, o mais próximo possível dos acidentes tectónicos encontrados - o Banco de Gorringe, a Falha do Marquês de Pombal e a Falha da Ferradura, cuja actividade, isoladamente ou em separado, pode gerar um sismo equivalente ao que abalou Lisboa em 1755.

A partir de sábado, a estação-piloto irá emitir para uma bóia à superfície que processa os dados e os envia, através de satélite, para as estações terrestres localizadas em Portugal, Espanha e Marrocos. Ao longo de um ano, os dados recolhidos permitirão fazer medições geofísicas do fundo do mar e identificar sinais de terramotos e tsunamis - não só é possível calcular o epicentro e a magnitude dos sismos como, através das medições da pressão, se pode detectar a ocorrência de um tsunami e calcular o seu tempo de chegada a diversos pontos na costa. Os dados permitirão ainda, por exemplo, antecipar as consequências de um tsunami e de uma grande inundação no Algarve.

Este ano também servirá para recolher o máximo de informação com vista à instalação do sistema de alarmes de terramoto e tsunamis para o Nordeste Atlântico e Mediterrâneo, que a ONU pretende ter a funcionar até 2008. "Esta estação-piloto vai dizer-nos qual a melhor localização no Golfo de Cádizs para instalar o sistema de alarme da ONU", explica Maria Ana Baptista.|
(c) Fonte: DN
 

Minho

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6 Set 2005
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Melgaço
Re: 1ª Estação para detectar Tsunamis

Uma excelente notícia. Muitas vezes as desgraças de uns é a salvação de outros e o mundo aprendeu muito com o Tsunami da Indonésia....
 

algarvio1980

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Re: 1ª Estação para detectar Tsunamis

Não há mecanismo que permita avisar rapidamente
Estação de alerta de tsunamis vai ser colocada ao largo do Algarve

Se sentir um sismo forte e estiver numa praia do Algarve, deve continuar descontraído a apanhar sol e tomar banho? Ou deve sair da praia e refugiar-se numa zona alta, para o caso de virem ondas gigantes causadas pelo sismo?

Um sistema de alerta precoce de tsunamis daria uma resposta aos banhistas em poucos minutos, o problema é não existir nenhum nesta zona do Atlântico. Mas estão a dar-se os primeiros passos nesse sentido: uma equipa de cientistas parte de Faro, hoje ou amanhã, no navio italiano Urania, para colocar, pela primeira vez, uma estação de alerta de tsunamis a 100 quilómetros a sudoeste de Sagres.

A estação vai ficar numa zona conhecida por gerar grandes sismos e tsunamis, que atingem a Península Ibérica e o Norte de Marrocos. "É uma das zonas da Europa com mais potencial de geração de tsunamis", diz Maria Ana Baptista, do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, que participa neste projecto.

O terramoto de 1755 nasceu ali. Com uma magnitude estimada de 8,7 e 8,8 na escala de Richter, foi um dos mais fortes de que há memória e provocou um tsunami que se abateu sobre o Algarve, o golfo de Cádis, o Norte de Marrocos e Lisboa.

A sudoeste de Portugal foi também a origem do sismo 1969, com magnitude de 7,3 a 7,8. Ou de Fevereiro deste ano, o maior em Portugal continental dos últimos 37 anos (com 5,8 a 6,1 de magnitude). "Se o sismo de 2007 fosse em Agosto, as pessoas teriam de saber o que fazer. A protecção civil teria de ter informação suficiente para dizer se seria preciso evacuar as praias", diz a geofísica. "Mesmo que a maior parte dos sismos possa não ser tsunamigénico, os turistas têm de se sentir num sítio vigiado."

Evitar muitas mortes

A equipa de Nevio Zitellini, do Instituto de Ciência Marinha, em Itália, já anda de olho na região do sismo de 1755 desde os anos 90, quando identificou a localização provável da sua origem, uma falha a 100 quilómetros a oeste do Cabo de São Vicente.

O tsunami no Sudoeste asiático, a 26 de Dezembro de 2004, tornou evidente como um sistema de alerta, então inexistente no Índico, pode evitar muitas mortes. Terão morrido 226 mil pessoas.

Depois desta catástrofe, a União Europeia financiou vários projectos dedicados aos tsunamis. Um deles é o Nearest, coordenado por Zitellini, que pretende fazer observações de fontes de tsunamis perto da costa, para se desenvolver um sistema de alerta. Além de italianos e portugueses (da Universidade de Lisboa e do Instituto de Meteorologia), participam cientistas espanhóis, alemães, franceses e marroquinos.

Eficácia ainda em teste

Uma parte do projecto é a colocação da estação a sudoeste de Sagres. Ficará no fundo do mar durante um ano, numa estrutura metálica que funciona como um observatório de grande profundidade - o Geostar, onde podem instalar-se diversos tipos de instrumentos.

No caso da estação de alerta de tsunamis, vai colocar-se sismómetros e sensores de pressão, para determinar variações de altura na coluna de água e assim detectar a ocorrência de uma onda.

Mas esta estação é um protótipo, por isso ainda é preciso testá-la. Os cientistas têm de demonstrar que é possível mantê-la no mar, detectar tsunamis e tratar os dados. A ideia é ver se tudo funciona. A probabilidade de ocorrer um sismo com um tsunami durante a experiência é pequena, mas a estação não deixará de ser testada por isso. Tem de ser capaz, igualmente, de dizer aos cientistas que um pequeno sismo não provocou uma onda destruidora, para evitar falsos alertas.

Só depois de passar neste teste a estação poderá fazer parte de um futuro sistema de alerta de tsunamis. A UNESCO já tem em marcha um sistema para o Atlântico Nordeste e o Mediterrâneo, pelo que esta estação poderá vir a integrá-lo daqui a quatro anos. Até lá, só se manterá no mar, se houver vontade política e interesse dos vários Estados em torno desta zona do Atlântico, diz Maria Ana Baptista. O dinheiro comunitário, acrescenta, só dá para o funcionamento da estação durante um ano, que custa 50 mil euros.

Até tudo ficar operacional, se estiver na praia durante um sismo, sem saber se o epicentro foi em terra ou no mar, os cientistas deixam-lhe um conselho: vá-se embora.

Fonte: Público
 

algarvio1980

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Re: 1ª Estação para detectar Tsunamis

Bóia gigante de sistema de alerta de tsunamis recuperada

Bóia gigante do sistema de alerta de tsunamis
Uma das bóias gigantes da Geostar, a primeira estação marítima europeia experimental de alerta para tsunamis e terramotos, que estava à deriva depois de se ter partido o cabo, foi recuperada e rebocada ontem para o Porto de Portimão.

A estação experimental foi lançada em meados de Agosto passado e está situada a 80 milhas do Cabo de S. Vicente e perto do Golfo de Cádiz.
A bóia gigante, de cor amarela, decorada com os símbolos da missão e da União Europeia e com os números de telefone e emails das instituições responsáveis, partiu o cabo com cerca de três mil metros que a ligava à estação experimental, andando desde aí à deriva.
Ontem foi recuperada em alto mar e transportada para o Porto de Portimão pelo rebocador Ulisses.
A bóia é equipada com painéis solares e está dotada de equipamentos que registam os movimentos tectónicos do fundo do mar e os tsunamis, enviando esta informação para terra por meio de satélite.
O Geostar é um observatório no fundo do mar para medir os níveis sísmicos da área e estudar um eventual tsunami.
O Geostar está equipado com sismógrafos e sensores capazes de efectuar levantamentos geológicos e geofísicos e prevenir eventuais tsunamis a partir do fundo do mar.
O observatório Geostar vai ficar submerso numa área onde se registam muitos sismos e tsunamis e durante cerca de um ano vai ser estudada a área junto ao Algarve onde há muita actividade tectónica, explicou em Agosto o coordenador do projecto Nevio Zitellini, do instituto de Ciências Marítimas em Bolonha (Itália).
A implementação no fundo marítimo de um protótipo que detecta tsunamis é a primeira resposta que surge para Portugal, mas também para toda a zona do Atlântico e Mediterrâneo.

Fonte: www.barlavento.online.pt

Pronto, se fizer um sismo o melhor é fugir, já que a bóia não gostou de estar lá, e foi dar uma voltita:lmao::lmao:
 

algarvio1980

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Re: 1ª Estação para detectar Tsunamis

Mar Algarvio monitorizado

No mês em que se assinalam 252 anos sobre o terramoto que devastou Lisboa e o Algarve fica completa a primeira rede de sismómetros colocada no fundo do mar algarvio para estudar a actividade sísmica da região.

Durante um ano, 24 sismómetros colocados entre o Golfo de Cadiz e o Banco de Gorringe vão medir a actividade sísmica da área onde se pensa que tiveram origem os terramotos de 1755 e 1969, este menos devastador, mas que também gerou um tsunami.
Segundo disse à Lusa Maria Ana Baptista, responsável pelo projecto e especialista em tsunamis, o objectivo não é detectar a ocorrência de sismos, mas medir fenómenos de pequena intensidade para obter dados referentes àquela área.
Esta é a primeira experiência do género a acontecer no Algarve, mas já aconteceu noutras zonas do país, nomeadamente em Peniche, nos Açores e na costa alentejana.
A rede de sismómetros, que fica completa em Novembro, começou a ser instalada em Setembro na zona compreendida entre o local onde está a estação "Geostar" e o Banco de Gorringe (complexo de montes submarinos).
Aquela estação piloto - localizada a cerca de 150 quilómetros da ponta de Sagres, perto do Golfo de Cadiz - é a primeira vocacionada para o alerta precoce de tsunamis e permite detectar a ocorrência de grandes sismos.
O terramoto de 01 de Novembro de 1755, sobre o qual passam quinta-feira 252 anos, arrasou dois terços da cidade de Lisboa, mas teve também efeitos muito devastadores na região algarvia, tendo deixado submersas povoações inteiras.
Por ser menos habitada que Lisboa, a região acabou por não registar tantas vítimas, mas o terramoto abalou severamente o Barlavento (parte ocidental do Algarve), sobretudo a cidade de Lagos, embora tenha também causado fortes estragos em Faro.
Segundo a investigadora do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), a onda gigante que sucedeu ao terramoto destruiu todas as construções que se erguiam nas ilhas barreira da Ria Formosa, entre Loulé e Tavira.
"Se a onda gigante galgou a Ilha de Faro, cuja altura actual é de dez metros, o seu tamanho teria de ter sido superior", observa a especialista, que explica que a massa de água que a formava deveria ter cerca de 100 quilómetros de dimensão.
"Normalmente a massa de água forma-se ao longo do comprimento da falha que origina o tsunami", explica Maria Ana Baptista, que sublinha que estas ondas "são muito diferentes" das causadas pelo vento.
O tsunami que se seguiu ao terramoto de 1755 deixou muitas vilas algarvias submersas, algumas delas acabaram por ser reconstruídas por detrás da linha de costa, mais longe do mar do que na sua localização original.
"A vila de Armação de Pêra e Quarteira ficaram totalmente devastadas e tiveram de ser reconstruídas", exemplifica, explicando tratar-se de zonas extremamente vulneráveis, por estarem muito expostas.
No caso da capital algarvia, a vulnerabilidade a um possível tsunami é menor, por estar protegida pela Ilha de Faro, o mesmo acontecendo com as povoações que têm ilhas à sua frente, como Olhão ou Tavira.
A instalação da rede de sismómetros é financiada pela União Europeia e está integrada num projecto mais abrangente, o NEAREST, que se dedica à investigação sobre potenciais fontes de tsunamis localizadas perto da costa.

Fonte: Observatório do Algarve
 

*Dave*

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Tsunamis: Portugal vai ter sistema de alerta

O Instituto de Meteorologia (IM) e o Joint Research Center, agência de investigação da Comissão Europeia, vão partilhar conhecimentos científicos e técnicos para estabelecer um sistema nacional de alerta precoce de tsunamis.

Em comunicado hoje divulgado, o Instituto de Meteorologia (IM) adianta que um acordo de entendimento celebrado com o Joint Research Center (JRC) vai permitir instalar o sistema de alerta, que será constituído por três componentes: 'detecção sísmica, detecção de tsunami e emissão de avisos e alerta'.

Segundo o IM, o acordo, agora celebrado, insere-se na 'sequência dos trabalhos desenvolvidos no âmbito de projectos europeus', como o 'NEAREST, em articulação com as actividades do Grupo de Trabalho sobre Investigação e Monitorização de Tsunamis (GT/IMAT), criado no âmbito da Comissão Oceanográfica Internacional (COJ)'.

'Com o projecto NEAREST tem-se vindo a aprofundar o conhecimento das fontes tsunamigénicas próximas, em paralelo com o desenvolvimento de um protótipo de sistema de alerta precoce no IM, integrando dados da rede sísmica, de marégrafos e de uma estação oceânica (GEOSTAR) instalada em Sagres pelo período de um ano', informa a mesma nota.

Correio da Manhã
 

algarvio1980

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re: Alerta precoce de "Tsunamis" em Portugal

Amanhã vai ser apresentado o tão aguardado estudo de risco sísmico e de tsunami no Algarve, como Portugal é lento, a notícia do Vince reporta a 18 de Julho de 2007 e falava-se num ano, a 22 de Janeiro de 2010 é que vai ser divulgado.

Amanhã pelas 15 horas no Auditório 0.3 do complexo da Penha na Universidade do Algarve vai ser divulgado.:D
 

Lousano

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re: Alerta precoce de "Tsunamis" em Portugal

Amanhã vai ser apresentado o tão aguardado estudo de risco sísmico e de tsunami no Algarve, como Portugal é lento, a notícia do Vince reporta a 18 de Julho de 2007 e falava-se num ano, a 22 de Janeiro de 2010 é que vai ser divulgado.

Amanhã pelas 15 horas no Auditório 0.3 do complexo da Penha na Universidade do Algarve vai ser divulgado.:D

E espero que seja aqui sumamente divulgado... :thumbsup:
 

algarvio1980

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re: Alerta precoce de "Tsunamis" em Portugal

Algarve: Sismo igual ao do Haiti deixaria infra-estruturas básicas a metade da capacidade

Estudo de Risco Sísmico e Tsunamis apresentado sexta-feira

Um sismo com a magnitude do registado no Haiti na semana passada causaria uma inoperacionalidade de cerca de 50 por cento nas infra-esruturas básicas algarvias, segundo o simulador utilizado na elaboração do Estudo de Risco Sísmico e Tsunamis do Algarve.

"Neste cenário ficariam afectadas em cerca de 50 por cento unidades hospitalares, escolas, redes eléctricas ou de abastecimento de água, entre outras", precisou Sousa Oliveira, professor do Instituto Superior Técnico e um dos peritos que participou na elaboração do estudo, que esta sexta-feira foi apresentado na Universidade do Algarve (UAlg) na presença do Ministro da Administração Interna, Rui Pereira.

O ministro considerou que o Estudo de Risco Sísmico e Tsunamis do Algarve (ERSTA) é "um instrumento valiosíssimo que pode significar a preservação de inúmeras vidas e de valiosos bens patrimoniais", porque "abrange um vasto conjunto de áreas, desde a definição e caracterização das estruturas sísmicas da região até à avaliação dos danos associados a cenários sísmicos, passando pela caracterização dos movimentos pendulares da população".

"Com o precioso auxílio tecnológico dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG), podemos agora cruzar um significativo leque de informação técnico-científica que permita uma rigorosa avaliação de danos e que suporte o desenvolvimento de acções que reduzam as vulnerabilidades identificadas", afirmou.

O ministro explicou que o ERSTA "não é puramente teórico ou académico, porque permite prever quais serão as consequências de um tremor de terra ou tsunami na região".

"Com base neste estudo vai agora proceder-se a um plano de acção, de emergência. Vai ser feito pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, com a colaboração de inúmeras entidades, e vai fazer um inventário dos meios necessários e das medidas a tomar em caso de catástrofe", explicou.

Rui Pereira precisou que "o plano vai estar pronto durante o primeiro semestre deste ano e vai depois ser sujeito a consulta pública".

O presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), general Arnaldo Cruz, explicou que o objectivo do ERSTA, o segundo estudo do género realizado no país (o primeiro foi sobre a área metropolitana de Lisboa), é "elencar riscos, identificar vulnerabilidades e definir respostas".

Arnaldo Cruz sublinhou que a análise elaborada pelas diversas entidades que participaram no estudo vai ajudar agora na "árdua tarefa de planificar a emergência e o socorro" em caso de sismo ou tsunami, uma vez que o simulador dará dados sobre o nível de destruição dos edifícios, das infra-estruturas básicas, de mortos, de feridos ou das inundações de áreas afectadas por ondas gigantes.

José Oliveira, director nacional de planeamento de emergência, congratulou-se por a aplicação informática utilizada como simulador no estudo ter sido "eficaz na previsão das consequências do sismo registado em Portugal em meados de Dezembro passado".

"Quando colocámos os dados no simulador, vimos que apontava para a inexistência de danos em edifícios ou de vítimas e isso verificou-se, o que nos deu alguma confiança", afirmou.

Fonte: Região Sul

De referir que o sismo de magnitude 7.5 na escala de Richter com epicentro a 68 kms a Sul-Sudoeste de Faro causaria 8 mil a 13 mil pessoas desalojadas, entre 250 a 600 feridos e entre 33 a 1008 mortos caso o sismo ocorresse em Agosto. Com um tsunami que demoraria cerca de 12 minutos a chegar à costa e que as zonas mais afectadas seriam Vilamoura e Quarteira, dados referidos pelo simulador de sismos.

Agora levanta-se uma série de questões referentes a este simulador.

Será que a realidade seria mesmo esta?

Quem dará o alerta nas praias que vem um tsunami?

Será que 12 minutos que separa do tempo do sismo ao de tsunami, é suficiente para evacuar uma praia no Algarve, em pleno mês de Agosto?

Será que o simulador tem em atenção que isso provocaria o pânico das pessoas e isso entopia completamente a saída da praias em direcção a um lugar seguro?

Se 50% dos hospitais ficam inoperacionais, se o hospital de Faro é afectado, onde é assistida a população do Sotavento Algarvio, que outros meios existem para além do hospital de Faro?




Tive pena, assisti à apresentação do Estudo e fiquei um bocado surpreendido e um pouco aquém das minhas expectativas. E estava à espera de algo mais, e fiquei com a ideia que muita coisa ficou por responder.

Na passada 2ªfeira no programa Prós e Contras na RTP1, em que o tema era: "Sismos: Estamos preparados" e quando a própria protecção civil diz que depois das 72 horas seguintes ao sismo, é que começa a fazer buscas e a resgatar pessoas, acho que é muito preocupante. Porque primeiro, vão simular o sismo e ver quais as áreas mais afectadas, causa alguma preocupação a qualquer pessoa. Se repare-se que eles simularam o sismo no passado dia 17 de Dezembro e demoraram 1h30m a simular o sismo, a verem se tinha causado estragos, não será isto tempo demais.
Se calhar, se acontecer algum sismo violento em Portugal, a ajuda internacional chega primeiro do que a nossa. Vê-se isso nos incêndios no Verão.

Eu acho que não estamos preparados para um sismo de magnitude elevada em Portugal, porque nesse dia tudo vai falhar as comunicações entre as próprias forças de socorro, e isso ficou bem fincado quando fizeram o simulacro em Lisboa.
 

Gerofil

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re: Alerta precoce de "Tsunamis" em Portugal

TSUNAMIS: GERAÇÃO E RISCOS, por José S. Antunes do Carmo

São gerados anualmente em todo o Globo muitos tsunamis de pequenas dimensões. Historicamente, um tsunami já com forte poder destrutivo ocorre algures, em parte incerta do Globo, em cada período de dois a três anos. Um tsunami de elevadas proporções, com características devastadoras, ocorre em cada período de quinze a vinte anos.
Na costa Portuguesa, os períodos de recorrência de tsunamis gerados por sismos com idênticas magnitudes são incomparavelmente superiores. Da ordem de quatrocentos anos para um tsunami com algum poder destrutivo (p.e. quando gerado por um sismo com magnitude da ordem de 8.0 na escala de Richter) e superior a mil anos para um tsunami com características destrutivas e modificadoras da linha de costa, como o ocorrido em 1755. Por
conseguinte, Portugal situa-se numa região do Globo com baixa probabilidade de ocorrência de tsunamis com elevado poder destrutivo. Com efeito, embora ocorram sismos com alguma frequência, estes têm em geral magnitudes reduzidas e não geram tsunamis, ou se os produzem não revelam importantes efeitos devastadores.
Ainda assim, importa salientar que as zonas de Portugal potencialmente mais vulneráveis, se situam na orla costeira Atlântica situada a sul do Cabo da Roca, na costa Mediterrânica e no Arquipélago dos Açores.

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