Isso era noutros tempos, em que a elite de Salazar mandava mais que os outros milhões todos... No tempo de Salazar expropriava-se muita coisa para fazer urbanizações bem organizadas e construídas, e quem criticasse ia preso para Caxias ou então apanhava um avião e ia para o Tarrafal. Depois do 25 de Abril isso acabou!
A legislação que eu mencionei não implica expropiar ninguém nem obrigar ninguém a nada! E teria de haver um período de transição de 12 a 15 anos, para o crescimento das árvores plantadas antes de legislação.
O que a legislação implica é a obrigatoriedade dos pequenos proprietários se associarem em cooperativas e isto traria enormes vantagens para todos. Quem tem courelas, bouças, pequenos terrenos com eucaliptos não tem rentabilidade para pagar limpezas anuais nem para pagar a vigilância dos terrenos. Em cooperativa com áreas extensas essa rentabilidade já existe. O país fica mais ordenado, mais limpo e com menos incêndios. E as novas gerações já não são analfabetas, se as coisas forem bem explicadas as pessoas vão compreender. Ninguém vai pagar mais impostos nem ficar sem as suas terras.
Fora das áreas licenciadas o eucalipto seria proibido com um limite ao número de árvores por hectare e seriam dados 15 anos aos proprietários e às entidades públicas para cortarem os eucaliptos. Em 15 anos o país teria a área de eucaliptal reduzida para metade e produziria mais.
Também creio que o eucalipto deveria ser proibido a Sul do Tejo, por questões climáticas e de protecção dos solos.
Nã, isso não tem nada a ver com o 25A. Antes de 74 já havia muita construção clandestina, bairros da lata e loteamentos ilegais, basta ver como era a Margem Sul (ex. Lagoa de Albufeira).
Mas não é essa a discussão que interessa, daqui a bocado acabamos aos sopapos verbais, que é como acabam muitos despiques de futebol, religião e política.
O que interessa é que a expropriação com justa indemnização é uma solução apropriada, quer para a floresta com valor ecológico e de embelezamento, quer para as autoestradas. Só um exemplo:
- parque de Monsanto, +/- 1000 hectares em Lisboa, expropriados para uma mata de interesse público utilizada e atravessada por milhões de pessoas por ano - antes do 25 de abril;
- autoestrada Lisboa-Algarve, +/- 1000 hectares, expropriados para uma infraestrutura, passando também por bons terrenos agrícolas, só privados.
Por que é que as câmaras ou o ministérios do Ambiente/Agricultura não se lançam no desafio de criar novas florestas públicas para o século XXi, em vez de andar a perseguir os proprietários privados, obrigando-os a associarem-se (isto não será inconstitucional?)? Não têm necessariamente que expropriar, podem até comprar direito de superfície, e nem é preciso sair de Portugal:
https://www.dn.pt/lusa/madeira-inve...mpao-contra-incendios-no-funchal-8695354.html