Erupção no vulcão subaquático Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai (Pacífico) gera tsunami que atingiu a costa de vários países
A erupção do vulcão subaquático Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai (Pacífico), ocorrida no passado dia 15 de janeiro, gerou um tsunami que atingiu a costa de vários países situados no pacífico. Este fenómeno, designado por meteo-tsunami de origem vulcânica, foi originado, neste caso, pela explosão violenta do vulcão Tonga que, por sua vez, provocou perturbações atmosféricas que exerceram uma grande pressão sobre a superfície do mar, provocando ondas de tamanho anómalo.
Este tsunami propagou-se por vários oceanos como o Pacífico e o Atlântico, provocando a destruição de algumas zonas costeiras de vários países como o Japão, Perú e Estados Unidos da América. As ondas de cerca de um metro de altura atingiram a parte oeste dos Estados Unidos da América desde a Califórnia até ao Alasca. Em Santa Cruz, estado da Califórnia, registaram-se algumas inundações. Por sua vez, no Perú registou-se a morte de duas mulheres que se encontravam numa praia.
No Atlântico, nomeadamente nos arquipélagos dos Açores e da Madeira e no Continente Português, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera registou variações do nível do mar em praticamente todas as estações maregráficas em funcionamento na costa portuguesa, tendo sido registados, depois das 00 h do dia 16 de janeiro, sinais atmosféricos devido à explosão e nas horas seguintes variações do nível do mar abaixo dos 50 cm. O maior valor registado (40 cm) verificou-se na cidade de Ponta Delgada (ilha de S. Miguel – Açores), no Funchal (Madeira) foi registada uma variação do nível do mar de 20 cm, e no Continente Português, e de uma forma genérica, registaram-se variações na casa dos 20 cm, destacando-se Peniche que registou 39 cm.
No arquipélago de Tonga, a Federação Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho calculam que cerca de 80 mil pessoas foram afetadas pelo tsunami. Depois da forte explosão verificada no dia 15 de janeiro, o Centro de Observação de Cinzas Vulcânicas de Darwin e os Serviços Geológicos dos Estados Unidos (USGS) verificaram uma nova explosão, tendo o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico detetado uma nova onda de choque naquela área.
Segundo dados recolhidos pela NASA, através dos seus satélites utilizando instrumentos OMPS (Ozone Mapping and Profiler Suite), a altura da coluna eruptiva gerada pelo vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai é de 30 km tendo atingido o nível da estratosfera. Foram ainda medidas concentrações de dióxido de enxofre (SO2) de cerca 400 000 toneladas (massa total), que são insuficientes para causar grandes impactos climáticos.
Imagens de satélite recolhidas recentemente, comparadas com imagens captadas a 17 de novembro de 2021 e a 7 de janeiro de 2022, mostram que a ilha Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai está com mudanças morfológicas significativas no terreno, tendo grande parte da ilha desaparecido.
A onda de choque gerada na atmosfera devido à forte explosão do vulcão Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai, foi registada em várias estações sísmicas em diversos observatórios à volta do globo, como na Islândia, Ilhas Canárias, Holanda, Alasca e Estados Unidos da América.
Fontes
VolcanoDiscovery
Sapo 24
IPMA
Variação do nível do mar em Ponta Delgada - Fonte: IPMA