Biodiversidade



AnDré

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Lince Ibérico libertado em Silves

Azahar, a primeira de 16 linces ibéricos que nas próximas semanas chegarão a Portugal para evitar a extinção da espécie, já foi libertada no centro nacional de reprodução em cativeiro destes animais, em Silves.

A lince viajou hoje, segunda-feira, desde o jardim zoológico de Jerez de la Frontera, em Espanha, até Silves, onde foi libertada no cercado do centro de reprodução em cativeiro, uma espaço com cerca de mil metros quadrados e bastante maior do que aquele em que vivia.

Azahar viajou dentro de uma caixa desde Espanha, sempre monotorizada por um veterinário, e ao ser libertada no cercado de Silves mostrou-se nervosa e deu vários saltos, um comportamento que os técnicos do centro disseram à Lusa ser normal.

O animal, de cinco anos, viveu nos últimos três em cativeiro no jardim zoológico de Jerez de la Frontera e foi transferido hoje para Portugal ao abrigo do protocolo entre os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha assinado em Agosto de 2007. O acordo tem como objectivo preservar uma espécie animal em vias de extinção.

Aos dois anos, Azahar foi capturada em Janeiro de 2006 em Sierra Morena, na Andaluzia, porque através das câmaras de videovigilância detectaram que ela tinha um alto nas costas e estava muito magra. A radiografia detectou uma vértebra partida e Azahar ficou em Jerez de la Frontera porque o centro espanhol precisava de capturar espécimes para procriar.

Jornal de Noticias


Mais quatro linces ibéricos chegarão a Silves nos próximos dias

Mais quatro linces ibéricos chegam ao centro de reprodução em Cativeiro em Silves entre a próxima sexta-feira e sábado, afirmou hoje o director do centro, Rodrigo Serra.

"Na semana seguinte chegam mais quatro linces e o último, de um total de 16 que o centro vai receber, chega em Dezembro", afirmou aos jornalistas o director do Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro para o Lince Ibérico.

O presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), responsável em Portugal pelo programa de reprodução do lince, disse que o último dos 16 linces que vêm de Espanha para Portugal vai chegar ao centro de Silves a 01 de Dezembro.

Diário Digital / Lusa
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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Excelente iniciativa com vista à preservação desta espécie que acho fascinante e tão poucas vezes se deixa observar. :thumbsup:

Não sei neste momento como se encontra a situação de um dos maiores redutos do Lince ibérico em Portugal que é na Serra da Malcata. Os últimos dados que recolhi desde há já algum tempo, espero que desactualizados, apontavam para um número baixíssimo de elementos.

Se ainda assim permanece essa tendência, não estará previsto nenhum reforço também para esta área? Talvez o objectivo seja apenas a criação em cativeiro e não sei se existe algum centro com essa função por lá.
 

belem

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Excelente iniciativa com vista à preservação desta espécie que acho fascinante e tão poucas vezes se deixa observar. :thumbsup:

Não sei neste momento como se encontra a situação de um dos maiores redutos do Lince ibérico em Portugal que é na Serra da Malcata. Os últimos dados que recolhi desde há já algum tempo, espero que desactualizados, apontavam para um número baixíssimo de elementos.

Se ainda assim permanece essa tendência, não estará previsto nenhum reforço também para esta área? Talvez o objectivo seja apenas a criação em cativeiro e não sei se existe algum centro com essa função por lá.

Em Portugal, os número ainda são baixíssimos.
Mesmo na Serra de Monchique é o que se passa.
Sem a ajuda deste centro de reprodução seria praticamente o fim.
 

AnDré

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Malcata já tem quase 500 hectares para coelho crescer e alimentar a espécie


A Reserva Natural da Serra da Malcata deverá chegar ao fim de 2009 com perto de 500 hectares de terreno adaptado para a população de coelho bravo crescer e vir a alimentar o lince ibérico, disse o responsável pela área.

No terreno, já é visível "um crescimento dos núcleos existentes", mas ainda é cedo para dizer quando haverá coelho de forma sustentável para o lince regressar, referiu Armando Carvalho, em declarações à agência Lusa.

"A natureza leva o seu tempo", referiu o responsável, precisando que foram precisos três anos de trabalho nos quase 500 hectares de ambiente florestal recortado aqui e ali para os matos secos darem lugar a espécies herbáceas que os coelhos possam comer.

A Serra da Malcata era um dos habitats do lince ibérico, como o demonstra a marca Terras do Lince, que serve de chapéu a diversos produtos e actividades da Câmara Municipal de Penamacor, concelho que guarda "muita simpatia" pela espécie em risco de extinção, realça Armando Carvalho.

O Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro de Silves recebe esta semana os primeiros linces ibéricos, ao abrigo de um protocolo com Espanha.

O objectivo é que a espécie se reproduza e seja depois reintroduzida em habitats naturais.

Enquanto em Silves todos os olhos se viram para os linces, na Malcata a atenção ainda está centrada no seu principal alimento: o coelho bravo. Cuida-se de pontos de água e instalam-se moroiços (estruturas de abrigo e reprodução) para que nade falta aos coelhos bravos e suas crias.

A Reserva Natural da Serra da Malcata tem 6000 hectares, 5000 dos quais estão sob gestão do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB). "Até final do ano estimamos que um décimo da área tenha sido intervencionada, num trabalho com duas frentes: criar condições para o coelho bravo crescer e minimizar o risco de incêndios florestais", explicou Armando Carvalho.

"Esta já será uma área muito significativa para podermos obter alguns resultados", algo que só a monitorização do coelho bravo o dirá. "Se não tiverem predadores, muito provavelmente vamos ter um incremento e depois logo veremos quais os passos a dar", sublinha o responsável.

"A natureza tem as suas próprias regras e nós aprendemos fazendo. Temos ainda algum tempo para avaliar os resultados do nosso trabalho", realça o também director do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas do Centro e Alto Alentejo do ICNB.

Armando Carvalho aprecia o interesse da população e dos municípios no regresso do lince. "Estas batalhas não se ganham só no número de hectares intervencionados, mas também na capacidade de captar outras entidades e os residentes. A espécie tornou-se simpática e isso motiva outra maneira de estar", reconhece.

DN Ciência
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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(29 de Outubro de 2009)

Lince ibérico: Mais 4 animais chegam sexta-feira a Silves. :w00t:

"Mais quatro linces ibéricos chegam sexta-feira ao Centro Nacional de Reprodução em Cativeiro de Silves, onde está já há três dias a primeira lince transportada para Portugal, revelou hoje fonte do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade.

As fêmeas Espiga, Erica e Era, nascidas em 2008, e o macho de dois anos Daman vão ser sexta-feira transportados do centro espanhol de Olivilla, na Andaluzia, para o centro português do Algarve.

No final desta semana cinco dos 16 cercados que o centro de Silves tem vão ficar ocupados, cada um com um lince, esperando-se que até ao próximo mês de Dezembro cheguem, faseadamente, um total de 16 linces que Espanha vai ceder para estimular a reprodução desta espécie em vias de extinção."


Diário Digital / Lusa


http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=418237
 

AnDré

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Chegam agora boas noticias do Parque Nacional da Peneda Gerês:

Parque Internacional luso-galaico Gerês/Xurés tem 400 cabras selvagens


O Parque Internacional luso-galaico Gerês/Xurés tem uma população de cabra selvagem pirenaica, da subespécie "Vitória", calculada em mais de 400 animais, disse hoje fonte do Parque Nacional da Peneda-Gerês

O biólogo Henrique Carvalho adiantou que as cabras vagueiam livremente nos pontos mais altos dos rochedos graníticos numa zona entre o PNPG e o Parque galego do Xurés Baixo-Límia.

A sua população tem vindo a aumentar gradualmente, dada a ausência de predadores importantes, havendo já a possibilidade de ter chegado ao meio milhar: "escondem-se em pedras nos altos e o lobo tem dificuldade em lá chegar", frisou.

A realização de um atlas da fauna e da flora comuns é uma das acções previstas num projecto comum de conservação do Parque Internacional já em curso entre a Junta da Galiza e o Instituto português da Conservação e da Biodiversidade, financiado por fundos comunitários, e que vai ser apresentado dia 12 em Santiago de Compostela, na Galiza, Espanha.

A cabra foi reintroduzida em 1999, do lado galego - depois de aclimatada num cercado - tendo saltado a fronteira e criado raízes nos dois lados do território.

Além da cabra, o Parque Nacional português tem uma população de 60 lobos, divididos em cinco alcateias, os quais se alimentam, em regra, de pequenos mamíferos e, também, de gado doméstico, vacas e cavalos, já que estes pastam livremente pela montanha ao longo do ano.

Na área protegida está também a aumentar a população de corços, tal como sucede em toda a região norte, devido ao abandono da agricultura nas regiões serranas e à regressão da caça furtiva.

O corço, uma espécie cinegética que há alguns anos se encontrava em dificuldades, está agora - garante o especialista - em franca expansão na região norte, havendo populações em crescimento na zona do rio Douro internacional, em Bragança - no Parque Natural de Montesinho, na serra do Marão e noutras zonas montanhosas.

"É um animal que come pequenas folhas e que não provoca a rejeição das populações", sublinhou.

Henrique Carvalho acentua que o Parque está numa zona climática de transição entre o Atlântico e o Mediterrâneo, pelo que a sua fauna apresenta grande diversidade: "junta dois tipos zonas bio-climáticas, e, por isso, é muito rica em espécies de anfíbios, répteis, e mamíferos", assinala.

Sublinha que acolhe espécies de mamíferos como a marta e o arminho, bem como uma víbora que só existe serra do Gerês.

A águia-real - um dos ex-libris do Parque - está reduzida a um indivíduo, devido a falta de animais como o coelho e aos venenos deixados em carcaças mortas de gado pelas populações para combater os lobos.

"A águia é um animal que tanto está no Gerês como está em Salamanca, voa centenas de quilómetros", assinala.

Henrique Carvalho garante, por isso, que o Parque Internacional "é uma área de boa diversidade", embora não o seja ao nível das aves, que se deslocam mais para zonas húmidas ou mais quentes.

Apesar disso, existem espécies únicas no seu território, como o Cartaxo-nortenho, sendo também local de nidificação da Marselha uma espécie migradora.

DN Ciência




Parque Nacional intervém na Mata Nacional do Gerês


O Plano de Ordenamento do Parque Nacional da Peneda-Gerês prevê medidas de gestão activa dos ecossistemas e das áreas de interesse geológico excepcional, casos da Mata Nacional do Gerês, um carvalhal raro na Península Ibérica e na Europa.
Destak/Lusa | destak@destak.pt

Em declarações à Lusa, o biólogo Henrique Carvalho adiantou que a Mata Nacional do Gerês, que se estende por 15 mil hectares, tem no seu núcleo central - a Mata da Albergaria - um carvalhal climáxico, ou seja, "uma floresta no máximo da sua evolução, com árvores com mais de 400 anos".

"Um carvalhal como este tem um longo processo de evolução: começa por ser apenas vegetação, com líquenes e musgos, depois passa a fetos, e a matos com algum porte arbóreo e desenvolve-se até se tornar num carvalhal denso", explicou.

Henrique Carvalho frisou que a intervenção neste tipo de floresta visa, nomeadamente, "evitar a degenerescência das árvores", já que - acentuou - "ou há regeneração das árvores ou a floresta pode voltar ao ciclo inicial".

A Mata de Albergaria, única no país, pertence ao Estado desde finais do século XIX, estando, agora, sob gestão do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Além da intervenção na Mata Nacional, o documento prevê acções idênticas nos complexos higro-turfosos do Planalto de Castro Laboreiro, do Planalto da Mourela, e na Mata do Mezio, onde se registou, em 2008, um grande incêndio.

O documento, que se encontra em discussão pública, prevê ainda intervenções, a curto prazo, em manchas de espécies invasoras lenhosas, e em áreas degradadas por extracção de inertes.

O Plano, que irá substituir o que está em vigor desde 1995, salienta que se trata de "áreas de intervenção específica para a conservação dos valores naturais, da biodiversidade e da geodiversidade, por serem possuidoras de um valor biológico cuja conservação carece de cuidados de manutenção ou recuperação".

O director do Parque, Lagido Domingos, adiantou aquando da apresentação do Plano, que, no domínio florestal o "objectivo da intervenção é o de promover a preservação e restauração dos habitats de vegetação arbórea, com relevo para os carvalhais, incluindo sobreirais, azerais e medronhais".

Pretende-se ainda "intervir nos bosques e louriçais, nos bosques de teixo e nos ripícolas, nos pinhais de pinheiro-silveste reliquiais, nos matos montanos, incluindo zimbrais e matos colinos, nos complexos higroturfosos, nomeadamente turfeiras e urzais higrófilos, e na vegetação rupícola e aquática não arbórea".

O documento identifica também como áreas de intervenção específica para a valorização cultural e patrimonial, o Castelo Medieval de Castro Laboreiro, as necrópoles megalíticas de Castro Laboreiro, Lamas do Vez, Britelo e Mourela, os Fojos do Lobo da Peneda e Soajo, e o Mosteiro de Santa Maria das Júnias, em Montalegre.
Destak
 

joseoliveira

Cumulonimbus
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Ler tudo isto, até foi um prazer, afinal o facto de ter visitado uma área deste parque muito recentemente fez todo o sentido, considerando-o como ponto de revisita obrigatória! ;)

Confesso que ao longo desta leitura, por momentos senti que estava lá fazendo parte de uma visita guiada.
A vontade é enorme de lá voltar e conhecer muito mais de todo aquele paraíso verde... :sad:
 

belem

Cumulonimbus
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Obrigado pelas notícias, André!
A situação da águia-real no Gerês é uma tristeza. Eu tenho aqui fotos de um ninho com crias de águia-real e de uma águia-real adulta a alimentar-se de um coelho dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Mas, actualmente está muito pior. Em Montesinho e nos Vales do Douro, a situação está bastante melhor e até tem conhecido uma evolução positiva.
 

Kodiak

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Obrigado pelas notícias, André!
A situação da águia-real no Gerês é uma tristeza. Eu tenho aqui fotos de um ninho com crias de águia-real e de uma águia-real adulta a alimentar-se de um coelho dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Mas, actualmente está muito pior. Em Montesinho e nos Vales do Douro, a situação está bastante melhor e até tem conhecido uma evolução positiva.


Já há muito que não entro aqui mas agora fiquei curioso. Uma foto de águia-real com um coelho e uma foto com crias. Pode saber-se onde foram tiradas e em que ano?
Uma correcção: a população de águia-real não é exactamente a que dizem embora a espécie esteja extinta como nidificante. Com efeito para além da fêmea adulta, velha, o parque é percorrido com alguma frequência por outros indivíduos da espécie. Ainda há uma semana foi observado um casal adulto e a área é percorrida por três juvenis soltos em Junho passado, de um programa de reintroducção da Galiza.

Já agora aproveito para corrigir uma notícia de cima. O PNPG tem 6 alcateias no interior do seu território e mais 5 que andam dentro e fora (a região tem 11). A Mata Nacional do Gerês tem 5.000 hectares e não 15.000 mas o novo plano de ordenamento aumenta a área de ambiente natural em mais 10.000 hectares (ficará agora com 35.000 hectares fora da influência humana).

abraço
 

belem

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Já há muito que não entro aqui mas agora fiquei curioso. Uma foto de águia-real com um coelho e uma foto com crias. Pode saber-se onde foram tiradas e em que ano?

As fotos estão no livro «Parques e Reservas Naturais de Portugal», secção Parque Nacional Peneda-Gerês.
Texto de Pedro Castro Henriques e fotografia de Augusto Cabrita e Rui Cunha.
Editorial Verbo. Foi impresso e acabado em Setembro de 1990.


Uma correcção: a população de águia-real não é exactamente a que dizem embora a espécie esteja extinta como nidificante. Com efeito para além da fêmea adulta, velha, o parque é percorrido com alguma frequência por outros indivíduos da espécie. Ainda há uma semana foi observado um casal adulto e a área é percorrida por três juvenis soltos em Junho passado, de um programa de reintroducção da Galiza.?

Já tinha obtido a informação de que haviam mais águias-reais a sobrevoar o Gerês. Uma coisa que tenho vindo a querer dar ênfase é ao facto da importância que as passagens ocasionais têm em certas zonas. Seja de mamíferos, aves ou o que for. Pena é que por vezes não se dê o devido valor a essa importantíssima característica comportamental dos animais, alegando que apenas é importante a fase reprodutora.
Muitos animais quando procuram um território para se reproduzir, alimentar ou o que for é deambulando que o vão encontrar.
 

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As fotos estão no livro «Parques e Reservas Naturais de Portugal», secção Parque Nacional Peneda-Gerês.
Texto de Pedro Castro Henriques e fotografia de Augusto Cabrita e Rui Cunha.
Editorial Verbo. Foi impresso e acabado em Setembro de 19


Aproveito para prestar um esclarecimento. Embora no referido livro venham como autores Augusto Cabrita e Rui Cunha na realidade as referidas fotos são da autoria de Maria de Lourdes Santarém. A foto da águia-real com o coelho foi tirada em cativeiro, no início dos anos noventa, no centro de recuperação de aves do Gerês. Essa mesma águia está neste momento num centro perto de Lisboa e curiosamente vai ser transportada para o Zoo de Santo Inácio dentro de dias para integrar um programa de reprodução em cativeiro. Quanto à foto do ninho foi tirada em Montesinho em 1984 e não no Gerês, pela mesma pessoa. Tenho comigo os diapositivos originais e os restantes que fazem parte da série. Este caso foi muito falado por ocasião da edição do livro com muita trapalhada e desculpas por parte da Verbo e de um dos autores do livro. Ao que parece não foram as únicas. Infelizmente isto passa-se em Portugal. Ainda há dias deparei com uma foto minha (de um açor) publicada na internet pela Quercus sem referir sequer o autor.


Já tinha obtido a informação de que haviam mais águias-reais a sobrevoar o Gerês. Uma coisa que tenho vindo a querer dar ênfase é ao facto da importância que as passagens ocasionais têm em certas zonas. Seja de mamíferos, aves ou o que for. Pena é que por vezes não se dê o devido valor a essa importantíssima característica comportamental dos animais, alegando que apenas é importante a fase reprodutora.
Muitos animais quando procuram um território para se reproduzir, alimentar ou o que for é deambulando que o vão encontrar.

De facto a zona é sobrevoada de quando em quando por um ou outra águia-real. Há dias uma bióloga que trabalha nesta região com o lobo (está a fazer capturas e a seguir uma alcateia via satélite) enviou-me pela net cinco fotos de um sub-adulto na Peneda e uma vigilante do PN fotografou um adulto a sobrevoar outra zona do PN. Portanto não existe apenas um fêmea velha. E por falar em águias é possível que a principal causa de mortalidade não seja o veneno mas as linhas eléctricas da periferia do Parque provocando uma enorme mortalidade sobretudo nos juvenis.