Crise sismo-vulcânica São Jorge (Açores) 2022

Em relação ao risco imediato logo após o início de uma eventual erupção, é a topografia da ilha de São Jorge que a distingue do que sucedeu em La Palma.
Na ilha das Canárias os declives eram suficientemente suaves para haver tempo de evacuações. Parece-me que em São Jorge esse tempo deverá ser muito menor devido ao acentuado declive. Isto pode ter pesado na prontidão da protecção civil e na própria avaliação que as populações fazem da sua situação.
 
Procurei se esta entrevista já tinha sido referida aqui, mas parece-me que não:

 
Em relação ao risco imediato logo após o início de uma eventual erupção, é a topografia da ilha de São Jorge que a distingue do que sucedeu em La Palma.

E, novamente, o facto de que o aeródromo e o principal porto estão vulneráveis também não ajuda. Isso também não se sucede em LP.
 
Entretanto a famosa página do CIVISA inteiramente dedicada a esta situação já está disponível online ...

Deixo aqui o endereço abaixo ...



Ponto de Situação - 25-03-2022 10:00



O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que a crise sismovulcânica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima dos valores de referência.



O sismo mais energético desta crise ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1), teve epicentro a cerca de 2 km a NNW de Urzelina e uma magnitude 3,3 (Richter). Até ao momento foram identificados cerca de 175 sismos sentidos pela população.



Ao longo do dia de ontem, 24 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 2380 eventos. Entre as 00:00 e as 10:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 360 eventos, o que reflete uma ligeira diminuição da atividade sísmica. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.



A campanha de medição de gases e temperatura no solo que o CIVISA vem desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias.



No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, encontra-se a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os dados existentes até à data corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral.



A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.

O CIVISA alerta para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica e pelas adversas condições meteorológicas que afetam o arquipélago. Não há evidências de estar iminente uma erupção vulcânica, embora tal cenário não esteja afastado.



Pelo exposto o CIVISA encontra-se em ALERTA V4 desde as 15h30 do dia 20 de março.

O CIVISA emitiu igualmente um alerta para o Centro de Controlo Aéreo de Santa Maria (ACC Santa Maria), para o Volcanic Ash Advisory Centre (VAAC) de Toulouse e para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).





Alertas anteriores:



Alerta V3 – Dia 20 às 02h40;



Alerta V2 – Dia 20 às 00h40;

Fontes - CIVISA
 
Última edição:
Procurei se esta entrevista já tinha sido referida aqui, mas parece-me que não:

Penso que esta ainda não tinha sido publicada.
Mas convém sempre lermos os 2 lados. Quem defende piedosamente uma erupção, e quem ache que isto tudo não vai passar de apenas mais uma mera crise vulcânica entre outras tantas no arquipélago.
Temos que ter em conta que a possibilidade de algo acontecer não quer dizer que ela aconteça. É apenas uma possibilidade e não uma confirmação!
Há que estar em alerta e de precaução! Apenas isso!
Posto isto, são apenas teorias em cima da mesa e o tal mediatismo do costume da comunicação social
 
Há duas perguntas que ainda me parece que não têm resposta, provavelmente porque não é mesmo possível responder.
Primeira: quanto tempo (dias, horas, minutos?) é previsível decorrer entre os sinais prévios e inequívocos de uma erupção eminente e o início efectivo da erupção?
Segunda: também quanto tempo decorreria entre o início de uma erupção e o impacto nas zonas habitadas mais próximas?
Para um sismo de magnitude destrutiva deve ser ainda mais difícil responder à primeira questão; a segunda não tem, obviamente, outra resposta que não seja tempo nulo.
 
Há duas perguntas que ainda me parece que não têm resposta, provavelmente porque não é mesmo possível responder.
Primeira: quanto tempo (dias, horas, minutos?) é previsível decorrer entre os sinais prévios e inequívocos de uma erupção eminente e o início efectivo da erupção?
Segunda: também quanto tempo decorreria entre o início de uma erupção e o impacto nas zonas habitadas mais próximas?
Para um sismo de magnitude destrutiva deve ser ainda mais difícil responder à primeira questão; a segunda não tem, obviamente, outra resposta que não seja tempo nulo.
Perguntas interessantes mas um pouco difíceis de resposta.
Penso que tudo irá depender da forma como a energia vai sendo libertada até à superfície, havendo deformações no terreno, aumento da quantidade de gases vulcânicos e da intensidade da suposta erupção.
Quanto à tua ultima questão, não te sei responder...
 
Há duas perguntas que ainda me parece que não têm resposta, provavelmente porque não é mesmo possível responder.
Primeira: quanto tempo (dias, horas, minutos?) é previsível decorrer entre os sinais prévios e inequívocos de uma erupção eminente e o início efectivo da erupção?
Segunda: também quanto tempo decorreria entre o início de uma erupção e o impacto nas zonas habitadas mais próximas?
Para um sismo de magnitude destrutiva deve ser ainda mais difícil responder à primeira questão; a segunda não tem, obviamente, outra resposta que não seja tempo nulo.

Há uma terceira...

No caso de erupção vulcânica, e tendo em conta a direção dominante/climatológica do vento & configuração da ilha, que medidas estão a ser ponderadas para proteger/evacuar a população da Calheta de gases tóxicos?

Precisamos do Trump para construir rapidamente um muro :D
 
Há uma terceira...

No caso de erupção vulcânica, e tendo em conta a direção dominante/climatológica do vento & configuração da ilha, que medidas estão a ser ponderadas para proteger/evacuar a população da Calheta de gases tóxicos?

Precisamos do Trump para construir rapidamente um muro :D
Neste momento no Pico estão algumas rajadas de quase 70 km/h e o vento predominante de SE, o que até devem ser as melhores condições caso haja alguma erupção.
 
Entretanto a famosa página do CIVISA inteiramente dedicada a esta situação já está disponível online ...

Deixo aqui o endereço abaixo ...



Ponto de Situação - 25-03-2022 10:00



O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que a crise sismovulcânica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima dos valores de referência.



O sismo mais energético desta crise ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1), teve epicentro a cerca de 2 km a NNW de Urzelina e uma magnitude 3,3 (Richter). Até ao momento foram identificados cerca de 175 sismos sentidos pela população.



Ao longo do dia de ontem, 24 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 2380 eventos. Entre as 00:00 e as 10:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 360 eventos, o que reflete uma ligeira diminuição da atividade sísmica. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.



A campanha de medição de gases e temperatura no solo que o CIVISA vem desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias.



No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, encontra-se a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os dados existentes até à data corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral.



A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.

O CIVISA alerta para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica e pelas adversas condições meteorológicas que afetam o arquipélago. Não há evidências de estar iminente uma erupção vulcânica, embora tal cenário não esteja afastado.



Pelo exposto o CIVISA encontra-se em ALERTA V4 desde as 15h30 do dia 20 de março.

O CIVISA emitiu igualmente um alerta para o Centro de Controlo Aéreo de Santa Maria (ACC Santa Maria), para o Volcanic Ash Advisory Centre (VAAC) de Toulouse e para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).





Alertas anteriores:



Alerta V3 – Dia 20 às 02h40;



Alerta V2 – Dia 20 às 00h40;

Fontes - CIVISA
Que tremenda desilusão!
Este Site é tão limitado quanto o outro...


Estava à espera de encontrar planos verticais em 2D, nem a profundidade indicam...
 
Que tremenda desilusão!
Este Site é tão limitado quanto o outro...


Estava à espera de encontrar planos verticais em 2D, nem a profundidade indicam...
Pois ... também estava à espera de mais dados e conclusões dos dados recolhidos in loco ...

Pode ser que vão atualizando à medida que forem surgindo coisas ... ou não ...

Entretanto saiu esta notícia.

 
Última edição:
Que tremenda desilusão!
Este Site é tão limitado quanto o outro...


Estava à espera de encontrar planos verticais em 2D, nem a profundidade indicam...
Em dias normais às vezes nem a profundidade dão, por isso não admiro nada. O IPMA sempre mostra os hipocentros. Outra curiosidade é que quando são sismos internacionais a magnitude corresponde aos valores internacionais, por vezes, até aumenta a magnitude; quando é em Portugal é sempre a baixar...
 
Com tempo e dados faz se tudo!

O problema começa logo nos dados..
O IPMA partilha os seus dados por uma API (obrigado ao @Oliveiraj ), mas apenas eventos com magnitude superior a 2.
Através do CIVISA consegue se obter o XML que utilizam no mapa, também com eventos de magnitude superior a 2, mas com outra limitação de não partilharem a profundidade.

Sismos com magnitude superior a 2 dá para ter uma ideia do que se passa, mas neste tipo de sismicidade, grande maioria da sismicidade é inferior a magnitude 2.

O gráfico ficou muito bom @ecobcg ! Tens o gráfico partilhado na web para podermos consultar?

Ok, é pena então. Sobre os dados já é tradição em Portugal, até na pandemia houve muita omissão de dados e dos que havia disponibilizavam em formatos pouco amigáveis para open-data, houve quem durante muito tempo teve até que sacar dados de PDF para alimentar dashboards etc

Sobre os sismos <2, exatamente, para visualizar o comportamento do "enxame" quanto mais melhor, os pequenos são importantes quando falamos em crise vulcânica.

E claro, a ausência da profundidade que referiram hoje no novo "site" nem se fala, é ridículo, tipo monitorizar uma tempestade e só disponibilizar precipitação excluindo o vento ou disponibilizar temperatura e excluir humidade.

Quando falaram num novo site pensei que fosse outra coisa que ainda iria demorar algum tempo, deduzo que estejam a instalar diversas estações móveis e que depois de tudo calibrado integrassem a informação toda num site apropriado. Mas se é isto .... ainda tenho esperança que seja melhorado.