Crise sismo-vulcânica São Jorge (Açores) 2022

Acabou de dar na TV este gráfico da profundidade dos sismos!

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Segundo consta o magma ainda está a uma profundidade abaixo dos 10 km
 
Segundo este "Heatmap" será por aqui que terá mais probabilidade de caso haja erupção, vir a ser o local de saída!?!

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Esse heatmap foi gerado a partir de dados do IPMA

Baseando nos dados do CIVISA


Apesar de continuar com uma zona "quente" onde indicaste, maioria dos sismos registados pelo CIVISA está centrado mesmo nas Velas.
O IPMA tem 3 estações sísmicas na ilha.
O CIVISA tem 4 (sem confirmação) .
É dificil dizer se é o IPMA ou CIVISA que tem o melhor cálculo epicentral.


Há duas perguntas que ainda me parece que não têm resposta, provavelmente porque não é mesmo possível responder.
Primeira: quanto tempo (dias, horas, minutos?) é previsível decorrer entre os sinais prévios e inequívocos de uma erupção eminente e o início efectivo da erupção?
Segunda: também quanto tempo decorreria entre o início de uma erupção e o impacto nas zonas habitadas mais próximas?
Para um sismo de magnitude destrutiva deve ser ainda mais difícil responder à primeira questão; a segunda não tem, obviamente, outra resposta que não seja tempo nulo.
Leitura de gases, análise geodésica, etc..serve para ajudar a ter uma imagem do que se passa, mas os sinais mais importantes de para perceber se estamos perante de uma erupção iminente (horas anteriores), é a sismicidade.

Para haver uma erupção, o magma tem que se aproximar da superfície e nesse caminho vai partir muita rocha, se começar a acelerar a velocidade de penetração na rocha, na teoria vai provocar uma sismicidade muito mais intensa, mas se for uma penetração mais lenta, como suspeita-se que esteja agora a ocorrer, faz pressão, abrem-se pequenas fendas (sismos) e infiltra-se nessas fendas.

O que geralmente é associado aos momentos de erupção iminente, é um incremento muito forte de sismicidade com tremor vulcânico.

Os sismos que tem ocorrido agora, são do tipo VT, apenas rocha a partir fruto da pressão do magma, mas faltam alguns sinais sísmicos vulcânicos: tremor vulcânico, associado a movimentação de magma, tornillos (parafusos em pt? eheh), sismos de baixa frequência, sismos de longo período. Mas o magma ainda encontra-se em profundidade.
Tenho procurado todos os dias por sinais sísmicos que saem fora da caixa, e ainda não vi nem um, suspeitei um registo contínuo de 10/20 segundos na segunda feira na faixa dos 5Hz, mas foi muito ténue..e possivelmente foi derivado de outra coisa não relacionada com sinais sísmicos.
 
Fiz um simples gráfico com os sismos desde o início, e a sua profundidade.
Aparenta estar mais "calmo", e com a maioria dos sismos a permanecerem ali entre os 10-15km.
Não se nota, para já, nenhuma alteração com subida da profundidade. O que acham?

Ver anexo 1311

Segundo consta o magma ainda está a uma profundidade abaixo dos 10 km

Esse heatmap foi gerado a partir de dados do IPMA

Baseando nos dados do CIVISA


Apesar de continuar com uma zona "quente" onde indicaste, maioria dos sismos registados pelo CIVISA está centrado mesmo nas Velas.
O IPMA tem 3 estações sísmicas na ilha.
O CIVISA tem 4 (sem confirmação) .
É dificil dizer se é o IPMA ou CIVISA que tem o melhor cálculo epicentral.



Leitura de gases, análise geodésica, etc..serve para ajudar a ter uma imagem do que se passa, mas os sinais mais importantes de para perceber se estamos perante de uma erupção iminente (horas anteriores), é a sismicidade.

Para haver uma erupção, o magma tem que se aproximar da superfície e nesse caminho vai partir muita rocha, se começar a acelerar a velocidade de penetração na rocha, na teoria vai provocar uma sismicidade muito mais intensa, mas se for uma penetração mais lenta, como suspeita-se que esteja agora a ocorrer, faz pressão, abrem-se pequenas fendas (sismos) e infiltra-se nessas fendas.

O que geralmente é associado aos momentos de erupção iminente, é um incremento muito forte de sismicidade com tremor vulcânico.

Os sismos que tem ocorrido agora, são do tipo VT, apenas rocha a partir fruto da pressão do magma, mas faltam alguns sinais sísmicos vulcânicos: tremor vulcânico, associado a movimentação de magma, tornillos (parafusos em pt? eheh), sismos de baixa frequência, sismos de longo período. Mas o magma ainda encontra-se em profundidade.
Tenho procurado todos os dias por sinais sísmicos que saem fora da caixa, e ainda não vi nem um, suspeitei um registo contínuo de 10/20 segundos na segunda feira na faixa dos 5Hz, mas foi muito ténue..e possivelmente foi derivado de outra coisa não relacionada com sinais sísmicos.

Nas últimas 24 horas, segundo aquele gráfico, parece haver uma limitação das profundidades entre os 9 e os 14 Km. Curiosa a ausência dos sismos mais profundos que ocorreram sobretudo centrados no dia 21, ou dos sismos superficiais do início da crise. Partiu o que podia ser partido e agora estão a aumentar as tensões? Uma acalmia pode ter duas leituras opostas.
Pode-se depreender que basicamente faltam sinais claros de movimentação de magma.
 
20:10 (UTC) magnitude 3.0 Deve ter sido bem sentida. A Máxima desde 2022-03-25 às 09:10 h 3.1

Os 100 sismos de maior magnitude na zona dos Açores, desde 24/Fev:

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Os de maior grau, sentidos:

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Os últimos 100, de magnitude 2.0 ou superior (Imagem ampliada centrada em São Jorge):

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Dados obtidos na página https://www.ipma.pt/pt/geofisica/sismicidade/ , às 22:48:02 de 25/Mar.
 
Última edição:
Não sei se já alguém falou aqui sobre isso, mas se reparar-mos nos registos dos primeiros abalos do dia 19, foram quase todos até 10km de profundidade e muitos mesmos de 5 e 6km.
No dia 20 já muda para +10km de profundidade, não acham estranho este padrão?
Eu não percebo nada de vulcões e tenho aprendido muito hoje e ontem com o que tenho lido e ouvido, mas com este padrão, dá para se ter uma ideia, de que primeira a rocha começou a quebrar mais perto da superfície e depois mais abaixo, o que é que isto pode significar?

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Ponto de Situação - 25-03-2022 22:00


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que a crise sismovulcânica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima dos valores de referência.



O sismo mais energético desta crise ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1), teve epicentro a cerca de 2 km a NNW de Urzelina e uma magnitude 3,3 (Richter). Até ao momento foram identificados cerca de 182 sismos sentidos pela população.



Ao longo do dia de ontem, 24 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 2311 eventos. Entre as 00:00 e as 22:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 770 eventos, o que reflete uma ligeira diminuição da atividade sísmica. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.



A campanha de medição de gases e temperatura no solo que o CIVISA vem desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias.



No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, encontra-se a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os dados existentes até à data corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral.



A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.

O CIVISA alerta para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica e pelas adversas condições meteorológicas que afetam o arquipélago. Não há evidências de estar iminente uma erupção vulcânica, embora tal cenário não esteja afastado.



Pelo exposto o CIVISA encontra-se em ALERTA V4 desde as 15h30 do dia 20 de março.

O CIVISA emitiu igualmente um alerta para o Centro de Controlo Aéreo de Santa Maria (ACC Santa Maria), para o Volcanic Ash Advisory Centre (VAAC) de Toulouse e para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).





Alertas anteriores:



Alerta V3 – Dia 20 às 02h40;



Alerta V2 – Dia 20 às 00h40;





Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação, 25-03-2022, 22:00)



O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.

O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Vários sismos têm sido sentidos pela população. Desde as 10:00 às 22:00 do dia 25 de março, foram sentidos 7 sismos:
Dia
Hora (local)
Mag.
Localização
Int. (EMM)
Freguesia
25/mar15:20
2,5​
1 km NW Velas
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)
III​
Santo Amaro e Rosais (Velas, S. Jorge)
25/mar15:23
2,5​
1 km NW Velas
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)
III​
Rosais (Velas, S. Jorge)
25/mar16:16
2,6​
3 km W Velas
III/IV​
Santo Amaro, Urzelina (Velas, S. Jorge)
III​
Rosais (Velas, S. Jorge)
III​
Santo António (S. Roque do Pico)
25/mar16:23
2,5​
1 km N Santo Amaro
III​
Velas e Rosais (Velas, S. Jorge)
25/mar16:43
2,3​
1 km SE Beira
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)
III​
Rosais (Velas, S. Jorge)
25/mar17:07
2,5​
3 km E Santo Amaro
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)
III​
Rosais (Velas, S. Jorge)
25/mar19:10
2,8​
1 km NE Velas
IV​
Velas e Santo Amaro (Velas, S. Jorge)
III/IV​
Norte Grande, Urzelina e Rosais (Velas, S. Jorge)
III​
São Roque e Santa Luzia (S. Roque, Pico)

O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação.


Fontes

CIVISA/IVAR
 
Não sei se já alguém falou aqui sobre isso, mas se reparar-mos nos registos dos primeiros abalos do dia 19, foram quase todos até 10km de profundidade e muitos mesmos de 5 e 6km.
No dia 20 já muda para +10km de profundidade, não acham estranho este padrão?
Eu não percebo nada de vulcões e tenho aprendido muito hoje e ontem com o que tenho lido e ouvido, mas com este padrão, dá para se ter uma ideia, de que primeira a rocha começou a quebrar mais perto da superfície e depois mais abaixo, o que é que isto pode significar?

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Também tenho essa curiosidade. Não sei se os próprios especialistas sabem responder a isso. Eu interpreto como tendo sido um movimento tectónico que afectou toda a falha na vertical, ao início e sob o centro da ilha, que pode ter evoluído para uma intrusão de magma no limite inferior da crusta oceânica. Também houve muitos sismos a norte de São Jorge no início. Não sei o que significa.

A deformação do solo penso que é na parte central da ilha (perto do Pico da Esperança?), segundo a notícia da Antena1 Açores, partilhada mais acima.
 
CIVISA acaba de fazer o ponto da situação até às 10 horas de hoje e um novo comunicado sismológico referente ao mesmo período.

Deixo aqui ambos em baixo.

Ponto de Situação - 26-03-2022 10:00


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que a crise sismovulcânica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima dos valores de referência.



O sismo mais energético desta crise ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1), teve epicentro a cerca de 2 km a NNW de Urzelina e uma magnitude 3,3 (Richter). Até ao momento foram identificados cerca de 186 sismos sentidos pela população.



Ao longo do dia de ontem, 25 de março, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 870 eventos. Entre as 00:00 e as 10:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 560 eventos, o que reflete uma ligeira diminuição da atividade sísmica. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica.



A campanha de medição de gases e temperatura no solo que o CIVISA vem desenvolvendo desde o início desta crise na área epicentral não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias.



No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, encontra-se a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os dados existentes até à data corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral.



A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.

O CIVISA alerta para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica e pelas adversas condições meteorológicas que afetam o arquipélago. Existe a possibilidade real de se poder vir a registar uma erupção vulcânica, mas não há evidências de que tal esteja iminente.



Pelo exposto o CIVISA encontra-se em ALERTA V4 desde as 15h30 do dia 20 de março.

O CIVISA emitiu igualmente um alerta para o Centro de Controlo Aéreo de Santa Maria (ACC Santa Maria), para o Volcanic Ash Advisory Centre (VAAC) de Toulouse e para o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).





Alertas anteriores:



Alerta V3 – Dia 20 às 02h40;



Alerta V2 – Dia 20 às 00h40;






Sismos sentidos na ilha de São Jorge (Ponto de situação, 26-03-2022, 10:00)


O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) informa que atividade sísmica que se tem vindo a registar desde as 16:05 (hora local = UTC-1) do dia 19 de março na parte central da ilha de São Jorge, mais concretamente ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE, num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, continua acima do normal.
O sismo mais energético ocorreu no dia 19 de março, às 18:41 (hora local = UTC-1) e teve magnitude 3,3 (Richter).
Vários sismos têm sido sentidos pela população. Desde as 22:00 do dia 25 de março às 10:00 do dia 26 de março, foram sentidos 4 sismos:
Dia
Hora (local)
Mag.
Localização
Int. (EMM)
Freguesia
25/mar​
23:26​
2,2​
1 km NNE Beira
III/IV​
Santo Amaro e Velas (Velas, S. Jorge)
25/mar​
23:26​
2,4​
1 km WNW Velas
III/IV​
Santo Amaro e Velas (Velas, S. Jorge)
26/mar​
02:14​
1,9​
0,5 km W Santo Amaro
III​
Velas (Velas, S. Jorge)
26/mar​
03:22​
2,4​
1 km SW Beira
III/IV​
Velas (Velas, S. Jorge)

O CIVISA continua a acompanhar o evoluir da situação, emitindo novos comunicados caso necessário.

Centro de Operações de Emergência
CIVISA
 
Última edição:
pedir à ESA - agência espacial europeia - que dedique recursos a esta situação, nomeadamente os satélites.

A integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico Fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade.