Estação Meteorológica de Moscavide (Davis Vantage Pro2)

Daniel Vilão

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Como já devem ter reparado, há cerca de 2 meses que tenho tido problemas de software que me são neste momento difíceis de resolver, de modo que os dados da estação irão continuar offline e só serão transmitidos manualmente aqui para o fórum.

Assim, também o site está a sofrer atrasos por não ser possível continuar a sua construção e desenvolvimento nestas condições.

Espero que possa dentro em breve resolver definitivamente o problema.
 


Daniel Vilão

Super Célula
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22 Mar 2007
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Após alguns testes ao abrigo da Davis em posições diferentes, concluí que na sua nova posição o arejamento é superior, permitindo que as mínimas sejam, em média, 0,3 ºC mais baixas (em noites de céu limpo e sem vento) do que seriam se o abrigo estivesse precisamente debaixo do pluviómetro, devido ao facto de fazer bastante barreira acima do radiation shield e, em noites de acalmia, sem qualquer vento, o ar frio tenha mais dificuldade em penetrar no abrigo.

Aumentando a exposição aos fluxos de ar, o tempo de reacção às mudanças de temperatura e humidade é também inferior, tornando-se mais rápida uma subida ou descida da temperatura, ajustando-se mais à realidade.

Estes testes tiveram uma duração de 2 semanas e envolveram outro abrigo, a uma altura semelhante, colocado no mesmo mastro. As máximas permanecem correctas e não sobem mesmo sem a existência do pluviómetro por cima do abrigo. O radiation shield tem um material bastante espesso e bastante adaptado a este tipo de instalações, que são possíveis, basta separar o abrigo do módulo principal da estação. A própria Davis testa os abrigos à radiação em separado dos pluviómetros.

Juntando duas utilidades, a separação do abrigo em relação ao pluviómetro foi também pensada em conjunto com uma separação do pluviómetro em relação ao mastro principal, para que não haja qualquer interferência do mesmo nas leituras da precipitação e não constitua uma barreira para a acumulação de precipitação de forma correcta. Está assim mais afastado de qualquer obstáculo.

*A altura da base do telhado principal ao RS é agora de cerca de 1,8 m. Isto deve-se ao facto de, mesmo com uma altura tão significativa em relação ao telhado principal, em relação ao telhado mais alto, o RS encontra-se apenas cerca de 1,3 m sobre ele. Houve a necessidade de o colocar a esta altura, pois o telhado mais alto ficaria, de outro modo, demasiado próximo do termo-higrómetro. Assim, a altura é a mais adequada.

*A altura da base do telhado principal à entrada do pluviómetro é de cerca de 2,4 m.

*O anemómetro está - como já estava - cerca de 3,2 m acima da base do telhado principal.

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joseoliveira

Cumulonimbus
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O radiation shield tem um material bastante espesso e bastante adaptado a este tipo de instalações, que são possíveis, basta separar o abrigo do módulo principal da estação. A própria Davis testa os abrigos à radiação em separado dos pluviómetros.

RS-Daniel.png


Acredito que tenhas ponderado a hipótese de que com a concentração de calor absorvida no prato superior (factor que anteriormente não se verificava quando acoplado ao pluviómetro), mesmo que constituído por um material bem espesso de efeito contra-radiação, possa em pleno Verão apresentar alguma vulnerabilidade no registo de temperaturas máximas! :intrigante:
Bom, quando o calor a sério chegar, terás o resultado, porque obviamente há que ter em conta o nº de horas num dia, que gera acumulação, de exposição às altas temperaturas.

Outro pormenor: ter o RS apenas suportado por 2 pontos, não irá gerar esforço face à área restante não suportada? :unsure:
 

Daniel Vilão

Super Célula
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RS-Daniel.png


Acredito que tenhas ponderado a hipótese de que com a concentração de calor absorvida no prato superior (factor que anteriormente não se verificava quando acoplado ao pluviómetro), mesmo que constituído por um material bem espesso de efeito contra-radiação, possa em pleno Verão apresentar alguma vulnerabilidade no registo de temperaturas máximas! :intrigante:
Bom, quando o calor a sério chegar, terás o resultado, porque obviamente há que ter em conta o nº de horas num dia, que gera acumulação, de exposição às altas temperaturas.

Outro pormenor: ter o RS apenas suportado por 2 pontos, não irá gerar esforço face à área restante não suportada? :unsure:

Tal como disse mais acima, os radiation shields da Davis são testados pela marca todos desprotegidos e nem por isso apresentam piores resultados.

O material é muito mais espesso do que o de um abrigo caseiro, por isso protege com muito mais eficácia o sensor da radiação, mesmo com um menor número de pratos. Mesmo quando estava debaixo do pluviómetro havia bastante sol a incidir sobre ele e o próprio espaço entre o pluviómetro e o abrigo retinha algum calor, que nem por isso deturpava as máximas. Na situação actual, devido à maior exposição, o sensor reage mais depressa aos efeitos de descida e subida das temperaturas, continuando as máximas na mesma ordem de diferenças com as estações circundantes, aqui as máximas sempre foram mais elevadas. Estarei sempre atento, apesar de confiar plenamente na fiabilidade do abrigo. Quem tem abrigos Davis rapidamente se apercebe da sua eficácia e protegem muito mais do que normalmente se espera. E o arejamento resultante da altura do local da instalação também ajuda bastante a ter dados racionais, a instalação muitas vezes é mais importante do que o material.

O HotSpot tem um abrigo extra igual ao da minha estação, totalmente desprotegido e instalado ao nível do solo, paralelamente à estação dele para efeitos de comparação, e confirma que a diferença registada nele em relação ao abrigo de ventilação forçada é apenas de algumas décimas. Pode eventualmente ser um pouco superior em certos dias de Verão, mas com o arejamento do meu local de instalação e com a altura em relação aos obstáculos, nada se passará, certamente. Se eles são testados ao nível do solo e sem vento... Aqui em cima ainda melhor se portarão.

E o IM não são usa abrigos de ventilação forçada. Os abrigos do IM são ainda menos espessos do que estes. :p

Em relação ao suporte, os dois pontos são mais do que suficientes. Este abrigo é extremamente leve, muito mais leve do que seria um abrigo caseiro convencional. É também bastante pequeno e não produz oscilações nem desequilíbrios no mastro.

Com esta separação consigo ter aquilo que antes não conseguia ter; separar o pluviómetro do mastro principal para evitar que ele pudesse ter alguma influência nos dados da precipitação, embora ínfima, dada a proximidade.
 

joseoliveira

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Quem tem abrigos Davis rapidamente se apercebe da sua eficácia e protegem muito mais do que normalmente se espera. E o arejamento resultante da altura do local da instalação também ajuda bastante a ter dados racionais, a instalação muitas vezes é mais importante do que o material.

Da sua eficácia à partida não duvido porque quiçá muito em breve venha a adquirir um. ;)

Quanto a condições de instalação, por exemplo eu que o diga porque ainda não tenho as desejáveis, situação esta que muito em breve será bastante melhorada, diria quase perfeita! :thumbsup:
 

Lightning

Cumulonimbus
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Algures
Quem tem abrigos Davis rapidamente se apercebe da sua eficácia e protegem muito mais do que normalmente se espera. E o arejamento resultante da altura do local da instalação também ajuda bastante a ter dados racionais, a instalação muitas vezes é mais importante do que o material.

Subscrevo por baixo. :thumbsup:
 

Daniel Vilão

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Depois de bastantes dias de calor, resta-me dar a minha apreciação da nova instalação.

A nível das mínimas, confirma-se o maior arejamento do abrigo, com a descida de cerca de 0,3 ºC / 0,4 ºC, devido à separação da base do pluviómetro, que causava um certo aprisionamento do ar, acima e à volta do abrigo, em noites de acalmia.

Em relação às máximas, fruto da maior exposição do abrigo, este também reage mais depressa às variações de temperatura e reage com maior eficácia. Deste modo, as máximas são mais facilmente encontradas em períodos específicos, havendo maior facilidade em haver oscilações dos valores por haver maior exposição do abrigo.

Os radiation shields devem ser expostos ao sol, com o pluviómetro a cobrir a sua superfície, como outrora acontecia, pode haver, em determinados dias, cortes nas máximas em algumas décimas. A nova colocação do abrigo permite também que haja acertos, quer nas mínimas, que descem cerca de 0,3 ºC / 0,4 ºC, quer nas máximas, que medidas de forma mais correcta, com a exposição total do abrigo, têm maior liberdade de variação e podem, em determinados dias, ser cerca de 0,3 ºC / 0,4 ºC superiores em relação à instalação antiga, porque agora têm uma maior exposição a todos os fluxos de ar, mas também podem, em certos casos, ser idênticas ou até mais baixas, em dias ventosos e de pouco sol, pois a falta do pluviómetro, que se situava por cima, dificultava a circulação de ar descendente/subsidente em relação ao abrigo.

Aspectos bastante positivos. No meu novo projecto meteorológico, com mais uma Davis, vai ser novamente esta a instalação a aplicar.
 

Daniel Vilão

Super Célula
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Lá irá a Piedade distanciar-se de Moscavide no que aos valores de temperatura, especialmente máximas, diz respeito.:D

E umas fotos dos melhoramentos?:p

O que publiquei foi a apreciação de alguns meses a respeito dos melhoramentos definitivos, outrora feitos em Março, cujas fotos estão publicadas uns posts atrás.
 

Daniel Vilão

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Um melhoramento naquilo que parecia já estar bom, mas que nunca é demais melhorar. Até aqui, a altura do termo-higrómetro em relação ao telhado principal era de 1,80 m, estando cerca de 1,30 m acima do telhado mais alto.

Há alguns dias, o termo-higrómetro foi subido cerca de 20 cm. Está agora cerca de 1,50 m acima do telhado mais alto e a 2,00 m do telhado principal.

Se as leituras já eram fidedignas, ainda para mais estando no topo de um prédio, que pelas fotografias não deixa enganar, é mesmo dos mais altos do quarteirão, neste momento as leituras são ainda mais fiáveis, estando o termo-higrómetro bastante longe de superfícies sobreaquecidas, para quem é céptico em relação às temperaturas de Verão em Moscavide. Em relação ao anemómetro, nenhuma alteração, pois não me parece necessária.

Algumas fotografias.



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Daniel Vilão

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resumindo: subiste o termometro 20cm.
Não me parece que vá haver grande diferença, não há grande diferença de ângulo sólido

Se tivesse de haver diferença, haveria. Numa situação de calor reflectido por superfícies, 20 cm podem atenuar uma influência considerável, embora não seja o caso.