Furacões em Portugal

ABatalha

Cirrus
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10 Jun 2006
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Madrid
JORNAL DE NEGÓCIOS 9/6/2007

Começou a época dos furacões no oceano Atlântico. Peter Hoeppe, cientista-chefe da Munich RE, uma das maiores resseguradoras do Mundo, lança o alerta de que 2007 possa ter alguns dos piores furacões de sempre, o que terá grande impacto no preço do petróleo e nos custos das seguradoras. Numa visão a longo-prazo, este cientista afirmou à Bloomberg que é possível que Lisboa comece a ser fustigada por furacões, fruto do aquecimento global.

Peter Hoeppe, sobrevivente do tsunami que matou 229 mil pessoas na Ásia e África a 26 de Dezembro de 2004, considera que a época de furacões no oceano Atlântico será pior que o habitual, com as indemnizações a serem pagar pelas seguradoras a poderem superar a média de 20 mil milhões de dólares (15 mil milhões de euros) dos últimos sete anos. A probabilidade de uma grande tempestade entrar em território norte-americano e afectar uma das grandes cidades do Sul é grande, revelou o cientista.

Recorde-se o furacão Katrina, que, em Agosto de 2005, levou à inundação de New Orleans e destruiu várias plataformas de exploração de petróleo no Golfo do México, o que levou as seguradoras a pagarem prémios de 40 mil milhões de dólares e o petróleo a atingir o seu valor mais alto de sempre, até à altura, nos 70,85 dólares. O cientista afirma que, apesar de tudo, os EUA tiveram sorte pelo Katrina não ter atingido New Orleans com a máxima força.

As condições para que o número e a força dos furacões se multiplique são várias: aumento da temperatura das águas do mar e as alterações climáticas provenientes do efeito de estufa. O cientista da Munich RE, que lidera uma equipa que tenta antecipar catástrofes naturais para depois aconselhar as seguradoras, considera que as alterações climáticas poderão levar a que Lisboa, nos próximos 20 anos, comece a ser atingida por furacões.

As outras previsões incluem uma tempestade no Golfo do México que custe 100 mil milhões de euros às seguradoras, mais do dobro do custo do Katrina, o aumento das temperaturas na Europa e mais tempestades no Mar Mediterrâneo
 
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algarvio1980

Furacão
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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)
Re: Furacões em Lisboa

Furacões em Lisboa, mas só uma dúvida será mais pela sua localização geográfica do que com a temperatura da água do mar, já que o Algarve tem a àgua do mar mais quente do que Lisboa, e já tivemos o furacão "Vince" que passou ao largo da costa algarvia em 2005.:D :D
gostaria de saber a vossa opinião :thumbsup:
 
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Rog

Cumulonimbus
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6 Set 2006
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Norte Madeira (500m)
Re: Furacões em Lisboa

Furacões em Lisboa, mas só uma dúvida será mais pela sua localização geográfica do que com a temperatura da água do mar, já que o Algarve tem a àgua do mar mais quente do que Lisboa, e já tivemos o furacão "Vince" que passou ao largo da costa algarvia em 2005.:D :D
gostaria de saber a vossa opinião :thumbsup:

Ele fala de Lisboa como nos falamos de Portugal...:D
A referência a Lisboa deve-se apenas por ser a capital e possivelmente também uma referência à concentração de população, porque aqui se as condições são favoráveis a Lisboa mais o são à Madeira e o Algarve.. os Açores nem falo, porque neste momento já recebem furacões com alguma frequência...
E também no Mundo Lisboa deve ser das únicas cidades mais conhecidas de Portugal, embora muitas pessoas pensem que é uma cidade de España... :lol:
 
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Minho

Cumulonimbus
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6 Set 2005
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Melgaço
Re: Furacões em Lisboa

Furacões em Lisboa, mas só uma dúvida será mais pela sua localização geográfica do que com a temperatura da água do mar, já que o Algarve tem a àgua do mar mais quente do que Lisboa, e já tivemos o furacão "Vince" que passou ao largo da costa algarvia em 2005.:D :D
gostaria de saber a vossa opinião :thumbsup:


Sim é só em Lisboa porque o resto é deserto, não há problema :lmao:
Isto para não falar na Madeira que com latitudes tão a norte de certeza que está a salvo dos furacões :p
 
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Rog

Cumulonimbus
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6 Set 2006
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Norte Madeira (500m)
Re: Furacões em Lisboa

Sim é só em Lisboa porque o resto é deserto, não há problema :lmao:
Isto para não falar na Madeira que com latitudes tão a norte de certeza que está a salvo dos furacões :p

Será que eles sabem realmente onde fica Lisbon no mapa?:rolleyes:
 
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algarvio1980

Furacão
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21 Mai 2007
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Olhão (24 m)
Re: Furacões em Lisboa

tens toda a razão rogpacheco:thumbsup:, já conheci pessoas que pensavam que o algarve pertencia a marrocos:lmao: :lmao: :lmao: :lmao:, a única coisa boa é que as mulheres aqui andam sem véu:lmao: :lmao: :lmao: :lmao:
 

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
Re: Furacões em Lisboa

Numa visão a longo-prazo, este cientista afirmou à Bloomberg que é possível que Lisboa comece a ser fustigada por furacões, fruto do aquecimento global
...
considera que as alterações climáticas poderão levar a que Lisboa, nos próximos 20 anos, comece a ser atingida por furacões.

Algum alarmismo.
Não há nada a nível cientifico que suporte hoje tal afirmação. Por um lado se água está mais quente teoricamente existem mais ciclones, por outro há indícios que com o aquecimento global aumenta o windhsear que afecta o desenvolvimento dos furacões. E a climatologia da área é muito limitada, apenas é de confiança desde a era dos satélites.


O cientista afirma que, apesar de tudo, os EUA tiveram sorte pelo Katrina não ter atingido New Orleans com a máxima força.

Os EUA não tiveram sorte nenhuma, tiveram azar ora. Face ao que aconteceu, era irrelevante o Landfall ter sido categoria 5, as categorias actuais tem a ver com o vento e discute-se que deveriam ser revistas pois há furacões categoria 3 que causam storm surges maiores que outros de categoria 5, depende de muita coisa (como fundos marinhos, campo do vento no oceano, largura do furacão,etc)
O problema do Katrina foi a dimensão do Katrina (ocupava quase todo o Golfo do México), gerou um storm surge medonho e transportava muita quantidade de água e finalmente o facto de New Orleans estar abaixo do nível do mar.
 

Hawk

Cumulonimbus
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26 Nov 2006
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Funchal
Re: Furacões em Lisboa

Sei que este não é um site de futurologia e o assunto que aqui vou questionar depende de muitas variáveis, mas há algo que sempre me deixou intrigado:

As pessoas em geral têm como maior referência a nível de fortes tempestades os Estados Unidos. Estamos habituados a ver imagens de completa devastação em algumas cidades americanas, mas por muitas vezes esquecemos que nos EUA nem tudo são rosas e algumas cidades têm construções absolutamente precárias.

A questão que vos ponho é a seguinte: quais os reais efeitos que teria um furacão de força 4 ou 5 nas nossas ilhas, em Lisboa ou qualquer outra cidade continental? Será que veríamos aquelas imagens de devastação como vimos quando foi o Katrina?

È que tivemos o exemplo do furacão Gordon que ainda passou com relativa força nos Açores e praticamente nem deixou marcas. Também o Vince passou ao largo da Madeira e do Algarve e nada provocou...

Bem sei que não somos infalíveis e que nunca passamos por algo que os americanos passam. Mas se passássemos...estariamos melhor ou pior preparados? As imagens de devastação seriam semelhantes?
 

Dan

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26 Ago 2005
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Bragança (675m)
Re: Furacões em Lisboa

Muitas vezes os maiores estragos são provocados não tanto pelo vento, mas pela água. Nas últimas décadas, em Portugal, o fenómeno meteorológico que provocou mais estragos foi, muito provavelmente, o episódio de cheia rápida em Novembro de 1967, na região da grande Lisboa. Terá provocado mais de 500 mortos. Foi uma grande catástrofe e nem sequer foi provocada por um Furacão, muito menos de categoria 4 ou 5.
 

Rog

Cumulonimbus
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6 Set 2006
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Norte Madeira (500m)
Re: Furacões em Lisboa

E o Delta passou relativamente a meio termo entre a Madeira e as Canárias (mas um pouco mais perto de Canárias) e na Madeira não foram sentidos ventos ou chuva de valores anormais.
Porque o vento não ocorre de igual forma em todas as frentes da tempestade, e igual situação poderá ter ocorrido com o Gordon, a parte mais intensa do furacão podia nem ter chegado a terra.
Depois só tenho a concordar com o Dan, nestes casos o pior seria as inundações, apesar do vento assim tão forte destruir muitos telhados e a chuva encarregava-se do resto do prejuizo..
No final, veriamos que um furacão em cat 1, 2... por cá e nos EUA não teriam assim tanta diferença nos prejuizos, com uma diferença que eles estão muito mais preparados, basta ver aquando dos tornados que possuem caves no subsolo. E nos o que temos.. estacionamentos que com chuvas um pouco mais moderadas ficam com água a meia parede... quando não pelo tecto.
E acredito que uma larga percentagem da população port. não saberia o que fazer em caso de um furacão..
 

RMira

Nimbostratus
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24 Nov 2006
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Setúbal
Furacões na costa portuguesa

Já se havia comentado esta situação mas...

"Portugal poderá ter furacões

FILOMENA NAVES

Com o aquecimento global, o Atlântico poderá ter mais tempestades
Chegou a temer-se um furacão, mas quando chegou à costa Norte de Portugal, no Outono de 2005, o Vince já era só tempestade tropical. Choveu muito, o vento foi um pouco mais forte, e pronto. Mas para Peter Hoeppe, cientista sénior da Munich Re, a maior resseguradora (seguradora de seguradoras) do mundo, o Vince foi sobretudo um sinal. O de que Portugal e a Europa poderão estar na rota dos furacões, nos próximos 20 anos.

A culpa, diz o especialista, é das alterações climáticas e o facto de o Vince ter existido - e de ter chegado à Península Ibérica - é a melhor demonstração de que algo está a acontecer nas águas do Atlântico em consequência do aquecimento global.

Para Hoeppe, além das crescentes perdas humanas que estes fenómenos climáticos acarretam, os prejuízos, que nesta última década dispararam, e que ele prevê que continuem a crescer, são uma verdadeira dor de cabeça.

Em entrevista à Bloomberg, citada pela Lusa, o especialista da Munich Re prevê que nos próximos 20 anos um tempestade pode originar perdas de 74 mil milhões de euros.

Para se perceber a dimensão que os prejuízos já estão a assumir, aqui um exemplo avançado pelo especialista da Munich Re. Em 2004, o estado da Flórida foi atingido por quatro furacões de grande intensidade numa única temporada, o que por si só foi um recorde absoluto desde que os Estados Unidos fazem registos de furacões. Os custos ascenderam a cerca de 70 mil milhões de euros - outro recorde.

Com o aquecimento global a acontecer e os seus efeitos a tomarem conta do planeta, Hoeppe prevê que a situação vai piorar. É que uma das condições essenciais para a formação de furacões é o aquecimento das águas superficiais do oceano. E isso, dizem os cientistas, já está a acontecer. Foi essa tendência, aliás, que esteve associada ao número e intensidade excepcionais dos furacões no Atlântico, em 2004.

Sobre a próxima temporada, o especialista da resseguradora alemã acredita que ela pode ser a mais intensa de sempre porque este ano, justamente, não está a ocorrer o El Niño no Pacífico.

El Niño é um fenómeno climático cíclico, que ocorre a intervalos de três a cinco, ou sete, anos no Pacífico e que se caracteriza por um aquecimento superficial rápido das águas naquele oceano, com repercussões no clima global. "Nos anos em que ocorre El Niño não se formam tantos furacões no Atlântico, como aconteceu, aliás, no ano passado", explicou ao DN Ricardo Trigo, investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa.

Hoeppe, diga-se, não costuma enganar-se nas suas previsões. Este inverno previu uma grande tempestade na Europa, depois de observar que havia menos neve na região devido às temperaturas amenas. Não se enganou. Em Janeiro, a tempestade Kyrill varreu a Europa, deixando 40 mortos pelo caminho, na Grã-Bretanha, França e Alemanha." in Diário de Notícias de 10 de Junho de 2007.
 

RMira

Nimbostratus
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24 Nov 2006
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Setúbal
Furacões em Lisboa

Já se havia comentado esta situação mas...

"Portugal poderá ter furacões

FILOMENA NAVES

Com o aquecimento global, o Atlântico poderá ter mais tempestades
Chegou a temer-se um furacão, mas quando chegou à costa Norte de Portugal, no Outono de 2005, o Vince já era só tempestade tropical. Choveu muito, o vento foi um pouco mais forte, e pronto. Mas para Peter Hoeppe, cientista sénior da Munich Re, a maior resseguradora (seguradora de seguradoras) do mundo, o Vince foi sobretudo um sinal. O de que Portugal e a Europa poderão estar na rota dos furacões, nos próximos 20 anos.

A culpa, diz o especialista, é das alterações climáticas e o facto de o Vince ter existido - e de ter chegado à Península Ibérica - é a melhor demonstração de que algo está a acontecer nas águas do Atlântico em consequência do aquecimento global.

Para Hoeppe, além das crescentes perdas humanas que estes fenómenos climáticos acarretam, os prejuízos, que nesta última década dispararam, e que ele prevê que continuem a crescer, são uma verdadeira dor de cabeça.

Em entrevista à Bloomberg, citada pela Lusa, o especialista da Munich Re prevê que nos próximos 20 anos um tempestade pode originar perdas de 74 mil milhões de euros.

Para se perceber a dimensão que os prejuízos já estão a assumir, aqui um exemplo avançado pelo especialista da Munich Re. Em 2004, o estado da Flórida foi atingido por quatro furacões de grande intensidade numa única temporada, o que por si só foi um recorde absoluto desde que os Estados Unidos fazem registos de furacões. Os custos ascenderam a cerca de 70 mil milhões de euros - outro recorde.

Com o aquecimento global a acontecer e os seus efeitos a tomarem conta do planeta, Hoeppe prevê que a situação vai piorar. É que uma das condições essenciais para a formação de furacões é o aquecimento das águas superficiais do oceano. E isso, dizem os cientistas, já está a acontecer. Foi essa tendência, aliás, que esteve associada ao número e intensidade excepcionais dos furacões no Atlântico, em 2004.

Sobre a próxima temporada, o especialista da resseguradora alemã acredita que ela pode ser a mais intensa de sempre porque este ano, justamente, não está a ocorrer o El Niño no Pacífico.

El Niño é um fenómeno climático cíclico, que ocorre a intervalos de três a cinco, ou sete, anos no Pacífico e que se caracteriza por um aquecimento superficial rápido das águas naquele oceano, com repercussões no clima global. "Nos anos em que ocorre El Niño não se formam tantos furacões no Atlântico, como aconteceu, aliás, no ano passado", explicou ao DN Ricardo Trigo, investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa.

Hoeppe, diga-se, não costuma enganar-se nas suas previsões. Este inverno previu uma grande tempestade na Europa, depois de observar que havia menos neve na região devido às temperaturas amenas. Não se enganou. Em Janeiro, a tempestade Kyrill varreu a Europa, deixando 40 mortos pelo caminho, na Grã-Bretanha, França e Alemanha." in Diário de Notícias de 10 de Junho de 2007.
 

bluejay

Cumulus
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8 Jun 2007
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Leiria
Re: Furacões na costa portuguesa

Não entendo qual o grande drama. Embora sejam situações não muito comuns o Vince não foi uma situação inédita.

allstorms2.jpg


Tivemos o Jeanne em 98, o Irene em 81, o Gordon, o Vince ....
 

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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Braga
Furacão de 1842 na Madeira e Península Ibérica

Foi publicado na BAMS um estudo sobre um evento de 1842. O estudo reconstroi a partir de documentos, registos e testemunhos o trajecto e intensidade do que terá sido um ciclone tropical com um trajecto muito parecido com o Furacão Vince de 2005 mas provavelmente de intensidade superior.

O ciclone chegou à Madeira na noite de 27 de Outubro de 1842 prolongando-se os seus efeitos até ao final da manhã do dia seguinte, tendo sido na altura a pior tempestade na Madeira desde 1803. No dia 28 afectou a costa africana e no dia seguinte afectou o sul da pensínsula com ventos de grande intensidade e mar agitado.
Na Baía de Cadiz vários navios afundaram e quatro dezenas foram danificados. Há registos de estragos da Andaluzia à Extremadura. Registos de estações meteorológicas no interior de Espanha sugerem uma ainda significativa transição extratropical no interior da península após o landfall.

1842.gif



1842-1.gif



A HISTORICAL ANALOG OF 2005 HURRICANE VINCE
http://ams.allenpress.com/archive/1520-0477/89/2/pdf/i1520-0477-89-2-191.pdf

El huracán Vince, que afectó a España en 2005, tuvo un precedente en 1842
http://www.abc.es/20080519/sociedad-educacion/huracan-vince-afecto-espana_200805190253.html