Lince-Ibérico (Lynx pardinus)

frederico

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É importante não esquecer que Mértola situa-se ao lado do Parque Natural do Vale do Guadiana. Há extensas zonas despovoadas no concelho, a pressão humana é reduzida e a circulação automóvel é baixa. Quanto às populações de coelho: parecem-me baixas, mas em contrapartida há boas populações de perdiz-vermelha.

Uma população de lince-ibérico no Vale do Guadiana poderá no futuro comunicar com a serra do Caldeirão, recorrendo ao rio Vascão como corredor ecológico. A região central do maciço do Caldeirão tem neste momento uma reduzida presença humana e pelo que conheço há populações de coelho interessantes em alguns pontos, como o vale da ribeira de Odeleite a sul de Cachopo.

Por sua vez a partir do Vale do Guadiana poderá haver um corredor ecológica via Barrancos até à serra de Huelva. Das serras de Huelva e Sevilha terá de partir outro corredor para Doñana. Da serra do Caldeirão partirá um corredor via Odelouca e Arade para comunicar com as serranias de Silves, Monchique e Costa Vicentina.

É assim que vejo o futuro da espécie em Portugal e na minha opinião não deveria passar para já pela serra da Malcata.

Doñana já não comporta mais linces, bem como a região oriental da Serra Morena. Por isso a população tem andado estável em torno dos 310 exemplares.

EDIT: penso também que deverão ser dadas punições exemplares a quem atirar sobre linces. Se não aparecerem culpados talvez seja hora de começar a multar ou encerrar reservas de caça. Pelo que tenho ouvido de alguns caçadores há algum medo de atirar: os caçadores acham que os linces e as águias estão a ser seguidos por GPS e temem que o crime seja descoberto. É lamentável que assim seja mas só pelo medo se poderá proteger a espécie. Sei que em Alcoutim no final dos anos 80/início dos 90 ainda se matavam linces por se considerar que competiam com os caçadores.
 


boneli

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12 Jan 2008
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Gostei dessa tua visão sobre os corredores...é mais ou menos a opinião que tenho!!!!

Agora em termo de brincadeira, aproveitar o corredor da Serra do Caldeirão e na época de reprodução deixarem um corredor no centro de Silves para os Linces do centro se cruzarem com os que estão em meio selvagem. :D

Doñana de facto já não tem mais capacidade e alguns dos linces que morrem atropelados são precisamente juvenis à procura de novos territórios e os corredores são muito importantes para que eles se possam dispersar em segurança, encontrem novos territórios e se cruzem com indivíduos de outras populações já fixas. Importante que os números de Linces em meio selvagem continuem em curva ascendente.

Acho que a Norte do Guadiana há alguns locais que poderão albergar linces e já vimos que este animal tem uma capacidade de locomoção de centenas de Km. Para já vamos como vai ser no próximo ano, mas que vai ser uma batalha com dissabores lá isso vai, mas também já vimos que ás vezes que com pequenas intervenções conseguimos bom resultados.
 

frederico

Furacão
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9 Jan 2009
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Sobre a reintrodução em Portugal:

http://elpais.com/elpais/2014/12/12/ciencia/1418388155_803570.html

Sobre o gravíssimo problema dos atropelamentos:

http://esmateria.com/2013/12/05/el-...os-se-dispara-por-culpa-de-cuatro-carreteras/

Aquela estrada que liga Huelva a Doñana tem muito tráfego em algumas alturas do ano. Matalascañas e Mazagón são praias concorridas à beira de uma cidade com mais de 100 mil habitantes (Huelva) e outra com mais de 500 mil (Sevilha). O futuro estará mais a norte nas zonas despovoadas do interior: serra do Caldeirão, interior alentejano, serra Morena, serras da Extremadura. Contudo, importa resolver o problema da caça furtiva. Já acompanhei caçadas em Córdoba e Sevilha e os caçadores são acompanhados por um guarda da reserva. Vi caçadores portugueses que queriam matar corujas ou mochos e como foram impedidos de tal pelo guarda com ameaça de denúncia e multa. Não conheço este tipo de prática em Portugal e sei que no Algarve e Alentejo há guardas de reservas de caça que fazem controlo de predadores. Parece-me que os caçadores são neste moment a maior ameaça ao futuro da espécie em Portugal.
 
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22 Nov 2007
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Portugal tem um novo sinal de trânsito: “Atenção, linces”

O pior que pode acontecer a Katmandu e Jacarandá, o casal de linces ibéricos que será libertado esta terça-feira no concelho de Mértola, numa iniciativa inédita no país, é um dia virem a ser atropelados. Este risco real é uma das maiores apreensões que envolvem o programa de reintrodução desta espécie em Portugal, que entra agora numa fase decisiva, com a soltura de dez animais nos próximos oito meses no vale do Guadiana.

“A nossa principal preocupação de facto é a questão dos atropelamentos, que é a principal causa de mortalidade em Espanha”, afirma o secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto.

Outrora abundante, a espécie Lynx pardinus tinha quase desaparecido da Península Ibérica – o único lugar onde existe – ao longo do século XX, até transformar-se no felino mais ameaçado de extinção em todo o mundo. Nos últimos dez anos, a sua população voltou a crescer em Espanha, através de um plano de reintrodução conjunto com Portugal.

Mas os animais regressaram a um território modificado, com mais estradas e maior circulação de automóveis. Em Espanha, o número de linces atropelados subiu de nove em 2012 para 14 em 2013, e este ano a conta já vai em 20. O último caso foi o de Ketamina, uma fêmea nascida em Portugal, no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves, e libertada em Julho passado na Extremadura espanhola. Teve apenas três meses de vida selvagem. Em Outubro, morreu sob as rodas de um automóvel, perto de Badajoz.

Para reduzir o risco de atropelamentos, a libertação dos linces em Mértola está a ser rodeada de cuidados adicionais. Um deles é a instalação de placas específicas de sinalização nas estradas da região. Na verdade, trata-se de um novo sinal de trânsito, para alertar para a presença de animais. Ao invés de um gamo ou de uma vaca, como os que figuram nos sinais já existentes, neste caso o contorno é o da face de um lince ibérico. O novo sinal, segundo o Ministério do Ambiente, já foi homologado, embora a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária tenha informado o PÚBLICO de que o processo de autorização não está ainda completamente concluído.

Os sinais foram instalados nos pontos considerados de maior perigo, identificados a partir de registos de atropelamentos de outros animais. A preparação também inclui a limpeza das bermas, para melhorar a visibilidade dos condutores e afastar os animais da estrada.

Só dentro de algumas semanas é que os linces Katmandu e Jacarandá de facto correrão riscos. Serão soltos primeiro numa área cercada com dois hectares, onde permanecerão em adaptação até serem finalmente libertados na natureza, possivelmente dentro de um mês.

Jacarandá, a fêmea, nasceu em 2012 no centro de reprodução de Silves, uma de três crias do casal Flora e Foco. Já Katmandu, o macho, nasceu em 2013 em Zarza de Granadilla, onde fica um dos quatro centros espanhóis de reprodução de lince ibérico. Os nomes dados aos animais no programa luso-espanhol seguem uma ordem alfabética regular, com a mesma inicial para todas as crias nascidas num mesmo ano.

Por pouco os dois linces não ficam em Portugal. Há uma programação para a soltura das crias dos cinco centros de reprodução. Em Silves, já nasceram 58 e outros 28 por lá passaram, provenientes de Espanha. De todos estes, 38 foram libertados do outro lado da fronteira e 22 morreram. “Este ano havia um conjunto de animais reservado para serem soltos em Portugal. Se não fossem reintroduzidos cá, seriam em Espanha”, afirma o secretário de Estado da Conservação da Natureza. “Vínhamos há meses a acompanhar a situação no terreno para ver se isto seria possível ou não”, completa.

Linces no zoo
A ideia inicial era realizar a operação no princípio do Verão. Mas as populações de coelho bravo, o principal alimento do lince, não se tinham recuperado da razia que a doença hemorrágica viral lhes fizera no ano passado.

Em Mértola, o secretário de Estado assegura que a situação agora é favorável. “Em Agosto/Setembro, dados no terreno indicavam que na zona onde vamos reintroduzir o lince tínhamos valores superiores a 3,5 coelhos por hectare, sendo que o mínimo que está definido para podermos pensar na reintrodução são dois coelhos por hectare”, explica. A temporada de caça pode ter reduzido a concentração de coelhos, mas apenas ligeiramente, segundo Miguel de Castro Neto.

Depois de Katmandu e Jacarandá, quatro outros casais serão libertados no vale do Guadiana, um a cada dois meses. Numa segunda fase, está prevista a soltura de mais linces na região de Moura-Barrancos. Só numa terceira fase, se as condições forem favoráveis, é que a mesma operação será realizada na serra da Malcata, região a que ficou associado o lince na cultura popular, devido a uma campanha pioneira pela sua preservação há quase 40 anos.

“Este é um primeiro momento. Vai ser necessário durante vários anos reintroduzir linces até que consigamos ter uma população estável. O processo não termina aqui”, refere Miguel de Castro Neto.

Quando estiverem a viver efectivamente livres, ninguém sabe o que os linces farão. Podem permanecer na zona, partir para outra ou até mesmo cruzar a fronteira. “Os linces fugirem para Espanha não me incomoda. Se estiverem vivos, podem ir para onde quiserem”, diz o secretário de Estado. “Mas também não há problema nenhum. Um dos objectivos do projecto do lince ibérico é recuperar os habitats históricos e garantir a continuidade destes habitats”, completa.

Os linces estarão equipados com coleiras de telemetria, financiadas pela Fundação PT, para que os seus movimentos sejam acompanhados à distância.

Será uma semana de grande protagonismo para o carismático felino em Portugal. Nesta mesma terça-feira, vai ser inaugurada uma exposição em Silves e uma torre de observação dos linces no centro de reprodução naquele concelho, já que não é possível ao público em geral chegar perto dos animais, para não comprometer a sua preparação para a vida selvagem.

E na quinta-feira, dia 18, o Jardim Zoológico de Lisboa passará a ter em exibição, pela primeira vez, um casal de linces. São animais que também vêm do centro de Silves, mas que já não estão aptos para a libertação na natureza.

Observá-los no seu habitat selvagem é virtualmente impossível. O lince é um animal discreto, que se mantém escondido de dia e só sai praticamente à noite, para caçar. Além disso, anda normalmente só e cada indivíduo mantém o domínio territorial sobre uma extensa área. Ou seja, para ver linces, esqueçam Mértola e o melhor mesmo será o zoo.


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Gil_Algarvio

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23 Mar 2009
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Manta Rota - Algarve
Portugal tem um novo sinal de trânsito: “Atenção, linces”

O pior que pode acontecer a Katmandu e Jacarandá, o casal de linces ibéricos que será libertado esta terça-feira no concelho de Mértola, numa iniciativa inédita no país, é um dia virem a ser atropelados. Este risco real é uma das maiores apreensões que envolvem o programa de reintrodução desta espécie em Portugal, que entra agora numa fase decisiva, com a soltura de dez animais nos próximos oito meses no vale do Guadiana.

“A nossa principal preocupação de facto é a questão dos atropelamentos, que é a principal causa de mortalidade em Espanha”, afirma o secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto.

Outrora abundante, a espécie Lynx pardinus tinha quase desaparecido da Península Ibérica – o único lugar onde existe – ao longo do século XX, até transformar-se no felino mais ameaçado de extinção em todo o mundo. Nos últimos dez anos, a sua população voltou a crescer em Espanha, através de um plano de reintrodução conjunto com Portugal.

Mas os animais regressaram a um território modificado, com mais estradas e maior circulação de automóveis. Em Espanha, o número de linces atropelados subiu de nove em 2012 para 14 em 2013, e este ano a conta já vai em 20. O último caso foi o de Ketamina, uma fêmea nascida em Portugal, no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves, e libertada em Julho passado na Extremadura espanhola. Teve apenas três meses de vida selvagem. Em Outubro, morreu sob as rodas de um automóvel, perto de Badajoz.

Para reduzir o risco de atropelamentos, a libertação dos linces em Mértola está a ser rodeada de cuidados adicionais. Um deles é a instalação de placas específicas de sinalização nas estradas da região. Na verdade, trata-se de um novo sinal de trânsito, para alertar para a presença de animais. Ao invés de um gamo ou de uma vaca, como os que figuram nos sinais já existentes, neste caso o contorno é o da face de um lince ibérico. O novo sinal, segundo o Ministério do Ambiente, já foi homologado, embora a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária tenha informado o PÚBLICO de que o processo de autorização não está ainda completamente concluído.

Os sinais foram instalados nos pontos considerados de maior perigo, identificados a partir de registos de atropelamentos de outros animais. A preparação também inclui a limpeza das bermas, para melhorar a visibilidade dos condutores e afastar os animais da estrada.

Só dentro de algumas semanas é que os linces Katmandu e Jacarandá de facto correrão riscos. Serão soltos primeiro numa área cercada com dois hectares, onde permanecerão em adaptação até serem finalmente libertados na natureza, possivelmente dentro de um mês.

Jacarandá, a fêmea, nasceu em 2012 no centro de reprodução de Silves, uma de três crias do casal Flora e Foco. Já Katmandu, o macho, nasceu em 2013 em Zarza de Granadilla, onde fica um dos quatro centros espanhóis de reprodução de lince ibérico. Os nomes dados aos animais no programa luso-espanhol seguem uma ordem alfabética regular, com a mesma inicial para todas as crias nascidas num mesmo ano.

Por pouco os dois linces não ficam em Portugal. Há uma programação para a soltura das crias dos cinco centros de reprodução. Em Silves, já nasceram 58 e outros 28 por lá passaram, provenientes de Espanha. De todos estes, 38 foram libertados do outro lado da fronteira e 22 morreram. “Este ano havia um conjunto de animais reservado para serem soltos em Portugal. Se não fossem reintroduzidos cá, seriam em Espanha”, afirma o secretário de Estado da Conservação da Natureza. “Vínhamos há meses a acompanhar a situação no terreno para ver se isto seria possível ou não”, completa.

Linces no zoo
A ideia inicial era realizar a operação no princípio do Verão. Mas as populações de coelho bravo, o principal alimento do lince, não se tinham recuperado da razia que a doença hemorrágica viral lhes fizera no ano passado.

Em Mértola, o secretário de Estado assegura que a situação agora é favorável. “Em Agosto/Setembro, dados no terreno indicavam que na zona onde vamos reintroduzir o lince tínhamos valores superiores a 3,5 coelhos por hectare, sendo que o mínimo que está definido para podermos pensar na reintrodução são dois coelhos por hectare”, explica. A temporada de caça pode ter reduzido a concentração de coelhos, mas apenas ligeiramente, segundo Miguel de Castro Neto.

Depois de Katmandu e Jacarandá, quatro outros casais serão libertados no vale do Guadiana, um a cada dois meses. Numa segunda fase, está prevista a soltura de mais linces na região de Moura-Barrancos. Só numa terceira fase, se as condições forem favoráveis, é que a mesma operação será realizada na serra da Malcata, região a que ficou associado o lince na cultura popular, devido a uma campanha pioneira pela sua preservação há quase 40 anos.

“Este é um primeiro momento. Vai ser necessário durante vários anos reintroduzir linces até que consigamos ter uma população estável. O processo não termina aqui”, refere Miguel de Castro Neto.

Quando estiverem a viver efectivamente livres, ninguém sabe o que os linces farão. Podem permanecer na zona, partir para outra ou até mesmo cruzar a fronteira. “Os linces fugirem para Espanha não me incomoda. Se estiverem vivos, podem ir para onde quiserem”, diz o secretário de Estado. “Mas também não há problema nenhum. Um dos objectivos do projecto do lince ibérico é recuperar os habitats históricos e garantir a continuidade destes habitats”, completa.

Os linces estarão equipados com coleiras de telemetria, financiadas pela Fundação PT, para que os seus movimentos sejam acompanhados à distância.

Será uma semana de grande protagonismo para o carismático felino em Portugal. Nesta mesma terça-feira, vai ser inaugurada uma exposição em Silves e uma torre de observação dos linces no centro de reprodução naquele concelho, já que não é possível ao público em geral chegar perto dos animais, para não comprometer a sua preparação para a vida selvagem.

E na quinta-feira, dia 18, o Jardim Zoológico de Lisboa passará a ter em exibição, pela primeira vez, um casal de linces. São animais que também vêm do centro de Silves, mas que já não estão aptos para a libertação na natureza.

Observá-los no seu habitat selvagem é virtualmente impossível. O lince é um animal discreto, que se mantém escondido de dia e só sai praticamente à noite, para caçar. Além disso, anda normalmente só e cada indivíduo mantém o domínio territorial sobre uma extensa área. Ou seja, para ver linces, esqueçam Mértola e o melhor mesmo será o zoo.


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boneli

Nimbostratus
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Braga. Lomar
Já foram hoje libertados ainda de forma condicionada os 2 primeiros linces....é uma alegria muito grande e espero que seja o inicio de um final feliz!

Curiosamente e ainda ligado ao lince em Portugal li um artigo na revista da National Geografic sobre uma herdade em Barrancos que se chama Parque de Natureza de Noudar que está a ser preparada para poder libertar Linces.
 

MSantos

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Aveiras de Cima
Já foram hoje libertados ainda de forma condicionada os 2 primeiros linces....é uma alegria muito grande e espero que seja o inicio de um final feliz!

Curiosamente e ainda ligado ao lince em Portugal li um artigo na revista da National Geografic sobre uma herdade em Barrancos que se chama Parque de Natureza de Noudar que está a ser preparada para poder libertar Linces.

Imagens desse grande momento! :)

http://cmtv.sapo.pt/atualidade/detalhe/mais-linces-vao-voltar-a-natureza.html
 

MSantos

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Aveiras de Cima
Sobre a reintrodução em Portugal:

http://elpais.com/elpais/2014/12/12/ciencia/1418388155_803570.html

Sobre o gravíssimo problema dos atropelamentos:

http://esmateria.com/2013/12/05/el-...os-se-dispara-por-culpa-de-cuatro-carreteras/

Aquela estrada que liga Huelva a Doñana tem muito tráfego em algumas alturas do ano. Matalascañas e Mazagón são praias concorridas à beira de uma cidade com mais de 100 mil habitantes (Huelva) e outra com mais de 500 mil (Sevilha). O futuro estará mais a norte nas zonas despovoadas do interior: serra do Caldeirão, interior alentejano, serra Morena, serras da Extremadura. Contudo, importa resolver o problema da caça furtiva. Já acompanhei caçadas em Córdoba e Sevilha e os caçadores são acompanhados por um guarda da reserva. Vi caçadores portugueses que queriam matar corujas ou mochos e como foram impedidos de tal pelo guarda com ameaça de denúncia e multa. Não conheço este tipo de prática em Portugal e sei que no Algarve e Alentejo há guardas de reservas de caça que fazem controlo de predadores. Parece-me que os caçadores são neste moment a maior ameaça ao futuro da espécie em Portugal.

Visão distorcida do que é a caça e os caçadores em Portugal...
 

lreis

Cumulus
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Sobre a reintrodução em Portugal:
Contudo, importa resolver o problema da caça furtiva. Já acompanhei caçadas em Córdoba e Sevilha e os caçadores são acompanhados por um guarda da reserva. Vi caçadores portugueses que queriam matar corujas ou mochos e como foram impedidos de tal pelo guarda com ameaça de denúncia e multa. Não conheço este tipo de prática em Portugal e sei que no Algarve e Alentejo há guardas de reservas de caça que fazem controlo de predadores. Parece-me que os caçadores são neste moment a maior ameaça ao futuro da espécie em Portugal.

É bastante provável que assim seja. Infelizmente o lince não é excepção. A situação torna-se de facto bastante mais delicada para esta espécie.
Tendo em conta o muito débil policiamento do território, estamos a falar de um "tiro no escuro", o que não será coisa pouca juntamente com a possibilidade de carência de presas (coelho-bravo).
 
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lreis

Cumulus
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E qual era a alternativa ?

Ficar de braços cruzados e não fazer nada ?

É que esse é o problema dos portugueses : falam muito mas fazem pouco .

Num tempo imediato, não existe de facto grande alternativa, é cruzar os dedos para que tudo corra bem.
Entendo bem que o imobilismo era a pior situação nesta altura.
Agora, num período de tempo mais dilatado, e no que se refere à questão do policiamento, é não ficarmos parados enquanto o poder vigente se encontra laboriosamente a demolir as estruturas que para isso concorrem, de forma que daqui a 10, 20, 30 anos, não estejamos outra vez a dizer que é "só garganta".
 
M

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Lince avistado no sul de Salamanca!

Cabreros, excursionistas o científicos han avistado en los últimos meses ejemplares de lince ibérico en el sur de la provincia de Salamanca, donde podrían convivir alrededor de una decena de parejas.

La última de las observaciones se produjo en invierno, a menos de un kilómetro de la ciudad salmantina de Béjar, según ha confirmado hoy uno de los investigadores de la especie más importantes en el mundo, el profesor Jesús Garzón.

Para apoyar la recuperación del felino más amenazado del mundo, el Gobierno español desarrollará un proyecto con fondos europeos entre 2014 y 2020, que afectará a las comunidades de Andalucía, Extremadura, Castilla-La Mancha, Madrid y Castilla y León.

Sin fotos, de momento
A través de muestras de excrementos se ha comprobado que el lince ibérico frecuenta los pueblos salmantinos de Lagunilla y Valdelageve, una zona de la Sierra de Béjar próxima al Valle del Ambroz (Cáceres).

Desde hace dos años, los vecinos de los pueblos del Espacio Natural de El Rebollar, al suroeste de Salamanca, en plena Sierra de Gata, también han advertido la presencia de lince ibérico.

La Junta de Castilla y León desarrolló un proyecto de «foto-trampeo» para inmortalizar ejemplares de la especie, aunque no hubo resultados positivos.

Sin embargo, los expertos están convencidos de que varias parejas de lince ibérico se mueven en el triángulo que forma la zona salmantina de El Rebollar, la parte cacereña de la Sierra de Gata y los parajes portugueses de La Sierra de Malcata.

http://www.abc.es/20120508/natural-biodiversidad/abci-lince-salamanca-201205081236.html

A noticias já é antiga, alguem sabe a evolução dos linces em Castela e Leão?
 

frederico

Furacão
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São boas notícias.

Doñana já não comporta mais linces, tal como a zona oriental da Serra Morena. A população só poderá atingir os 500 exemplares se forem criados outros núcleos.

Vejo no futuro uma população nos Montes de Toledo a atingir Portugal via serra de São Mamede, outra na Cordilheira Central Ocidental a chegar a Portugal via Malcata, e a que me parece mais interessante de todas, o corredor Litoral Alentejano-Costa Vicentina-Monchique-Caldeirão-Vale do Guadiana-Barrancos-Serra Morena.