Lobo Ibérico

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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alguem viu hoje de manhã a reportagem sobre o ataque de lobos em Almeida vou tentar descrever as melhores linhas. "Ataque selvagem de lobos em Almeida", "ataque provavelmente por brincadeira pois nenhum animal foi comido" continuo a dizer LOBOS? Já referi um lobo ataca para comer como qualquer predador, não ataca para se divertir pois podem-se ferir e isso é o fim e pela enormidade de animais que foi atacado, a unica coisa que acertaram foi o facto de o estado pagar meia duzia de patacos por animal

A verdade é que o lobo tem as " costas largas " . Qualquer ataque que haja é culpa do lobo . E as populistas televisões que temos vão logo atrás farejar .:angry:
 


AJB

Nimbostratus
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5 Mar 2009
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Hoje saiu nova reportagem no JN sobre supostos ataques de lobos-ibéricos "ás portas" da cidade de Viana do Castelo! Se esta noticia poderá ser positiva, a confirmar-se, revelando estabilidade e até aumento de individuos desta espécie, por outro lado é lamentável, desprezivel e pronunciadora de um futuro "negro"!
Lamentável o "favor" que os orgãos de comunicação social estão a fazer para ter noticias sensacionalistas, mas que levarão (ja acontece) a que o foco esteja nessa "terrivel criatura", o Lobo, que levará a ataques contra ele!
Desprezivel, o desleixo criminoso que o ICNF vota a esta espécie e que com isso permite que os ataques sejam "legitimados" quase como em legitima defesa!
Resumindo: quando parece que a população de Lobo Ibérico esta estabilizada verdadeiramente a Norte do Douro e Montemuro/Freita, e em expanção na Beira Alta/baixa, o ICNF vota ao abandono qualquer hipotese de expansão da espécie!
Não quero levar isto para o campo politico, mas sinceramente, quem esta no ICNF (cargo politico, de nomeação naturalmente), nos Ministerios do Ambiente e do da Agricultura são tecnicamente incompetentes e intelectualmente desonestos ao procederem desta forma!
E que não venham com a historia da introdução do Lince Ibérico, pois se não fossem as verbas compensatorias da barragem do Alqueva (por parte da EDP), nada era feito, absolutamente nada!
Sinceramente acho vergonhoso o que se passa! Miséria de civismo destes tipos.
 

frederico

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9 Jan 2009
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Hoje saiu nova reportagem no JN sobre supostos ataques de lobos-ibéricos "ás portas" da cidade de Viana do Castelo! Se esta noticia poderá ser positiva, a confirmar-se, revelando estabilidade e até aumento de individuos desta espécie, por outro lado é lamentável, desprezivel e pronunciadora de um futuro "negro"!
Lamentável o "favor" que os orgãos de comunicação social estão a fazer para ter noticias sensacionalistas, mas que levarão (ja acontece) a que o foco esteja nessa "terrivel criatura", o Lobo, que levará a ataques contra ele!
Desprezivel, o desleixo criminoso que o ICNF vota a esta espécie e que com isso permite que os ataques sejam "legitimados" quase como em legitima defesa!
Resumindo: quando parece que a população de Lobo Ibérico esta estabilizada verdadeiramente a Norte do Douro e Montemuro/Freita, e em expanção na Beira Alta/baixa, o ICNF vota ao abandono qualquer hipotese de expansão da espécie!
Não quero levar isto para o campo politico, mas sinceramente, quem esta no ICNF (cargo politico, de nomeação naturalmente), nos Ministerios do Ambiente e do da Agricultura são tecnicamente incompetentes e intelectualmente desonestos ao procederem desta forma!
E que não venham com a historia da introdução do Lince Ibérico, pois se não fossem as verbas compensatorias da barragem do Alqueva (por parte da EDP), nada era feito, absolutamente nada!
Sinceramente acho vergonhoso o que se passa! Miséria de civismo destes tipos.

Isto é tudo verdade e acrescento ainda muito mais.

1) Portugal continua a ser um dos países do dito mundo «civilizado» com menor percentagem de áreas protegidas. O mapa actual das áreas protegidas nasceu nas décadas de 70/80 e pouco mudou desde então. Há muito que se defende a classificação de inúmeros locais mas as autoridades não parecem estar preocupadas. Exemplos: serra de Freita, serra de Santa Justa, vales do Tua e do Sabor, estepes de Castro Verde, lagoa dos Salgados, ria de Alvor, serra de Monchique, etc.

2) Se não fossem os esforços das autoridades espanholas espécies como o lince-ibérico ou a águia-imperial-ibérica já se teriam extinguido! Em Portugal quase nada foi feito nas últimas décadas para travar as extinções! Classificou-se a serra da Malcata e «prontos». Compara-se com o trabalho feito em Espanha a nível de monitorização das populações, recuperação de habitats, criação de corredores ecológicos...

3) O lobo-ibérico está-se a expandir devido ao abandono do mundo rural e à diminuição do número de caçadores! O número de caçadores em Portugal caiu para metade nos últimos anos e vai cair ainda muito mais, pois é um desporto que não agrada às novas gerações (preferem o ginásio ou o surf!). E o que faz o Ministério do Ambiente? Nada. Já deveria ter avançado um Census das alcateias, planos de recuperação das populações de veado ou corço, e diálogo com as populações para que tomem medidas preventivas! Sim, porque a culpa dos ataques das alcateias é por vezes do desleixo dos donos do gado!

4) Esses artigos sensacionalistas e que incentivam ao ódio contra esta espécie seria inadmissíveis em países que queremos imitar (Inglaterra, Suécia, Dinamarca, Noruega, entre outros).

5) O Ministério tem desperdiçado muito dinheiro que faria falta, por exemplo, para comprar terrenos e criar micro-reservas onde estão endemismos portugueses. Há muitas plantas à beira da extinção devido à negligência do poder político! E as associações ambientalistas, infelizmente, não têm recursos para comprar as terras. Somos um país onde os sócios não pagam as quotas e o ambiente é uma causa pouco popular, logo recebe poucas dádivas...

6) Se não fosse a UE então o desastre ainda seria muito maior.
 
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frederico

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Qualquer pessoa que faça umas caminhadas por esses montes vê cães soltos por todo o lado. É impossível que esses cães não causem danos.

E quando acabam as épocas de caça os caçadores abandonam os cães velhos perto das aldeias...

E depois os aldeões deixam iscos envenenados no campo para controlar as populações de cães vadios. O que por sua vez tira a vida a inúmeras espécies selvagens, algumas à beira da extinção.
 

lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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A generalidade dos comentários atrás feitos terá certamente pertinência e enquadramento face à implementação política da Conservação da Natureza em Portugal.
Choca-me, no entanto, que não seja referido, a meu ver, um dos mais importantes: a demissão do poder central (global) em Portugal pelo acompanhamento (técnico, monitorização, policial. etc) que existe sobre o território natural deste País.
Não se iludam. As evidências que apontam podem até ser colmatadas. Mas se não ouver um reforço radical do acompanhamento atrás referido, o território "interior" de Portugal será sempre dos "índios". Serão eles que vão mandar, e as regras serão as que quiserem, porque o "poder político não está nem aí". E nesse caso, temo bem, que a preservação e desenvolvimento de populações selvagens animais estará ao sabor das ondas, por muitos que sejam os esforços das ONGAs e dos bem-aventurados de Portugal.
 
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frederico

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9 Jan 2009
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Já escrevi aqui no fórum que os antigos postos dos guardas florestais ou da guarda civil deveriam ser reactivados. Falta vigilância do território nas florestas, zonas rurais, cursos de água, áreas protegidas. Isto não é falado mas por todo o lado se rouba cortiça, azeitonas, castanhas, madeira. Há ainda outras problemáticas que seriam atenuadas com vigilância: incêndios florestais, caça furtiva, tráfico de estupefacientes, corte ilegal de árvores, utilização de venenos, abandono de animais domésticos, apoio às povoações mais isoladas, etc.

Quanto custaria ao erário público? Uns milhões certamente. Mas quanto gasta desnecessariamente o Estado português com os escritórios de advocacia amigos do Regime, ao invés de usar recursos humanos internos? Quanto gasta o Estado com as Misericórdias, quando existe um SNS e uma Segurança Social? Ou com as Fundações? Quanto gasta o Estado com a RTP? E com os desvarios dos nossos banqueiros e construtoras?

Fica o convite à reflexão.
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Já escrevi aqui no fórum que os antigos postos dos guardas florestais ou da guarda civil deveriam ser reactivados. Falta vigilância do território nas florestas, zonas rurais, cursos de água, áreas protegidas. Isto não é falado mas por todo o lado se rouba cortiça, azeitonas, castanhas, madeira. Há ainda outras problemáticas que seriam atenuadas com vigilância: incêndios florestais, caça furtiva, tráfico de estupefacientes, corte ilegal de árvores, utilização de venenos, abandono de animais domésticos, apoio às povoações mais isoladas, etc.

Quanto custaria ao erário público? Uns milhões certamente. Mas quanto gasta desnecessariamente o Estado português com os escritórios de advocacia amigos do Regime, ao invés de usar recursos humanos internos? Quanto gasta o Estado com as Misericórdias, quando existe um SNS e uma Segurança Social? Ou com as Fundações? Quanto gasta o Estado com a RTP? E com os desvarios dos nossos banqueiros e construtoras?

Fica o convite à reflexão.


Completamente de acordo .

Nos últimos anos foram criadas leis e elaborados alguns bons planos de proteção à natureza , sem dúvida . Contudo , a sua aplicabilidade no terreno tem sido quase nula devido à falta de meios humanos .
 
M

Membro excluído 274

Pelos visto a coisa não anda fácil na zona de Vila Pouca de Aguiar... as populações estão a perder a paciência...
Muitos ataques de lobos nos últimos tempos por aqueles lados...
Soube disso hoje num jantar de familia em Chaves.
 

james

Cumulonimbus
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16 Set 2011
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Viana Castelo(35 m)/Guimarães (150 m)
E continua a saga dos terríveis ataques de lobos na nossa ( fraquinha ) comunicação social .

Agora foi numa região da Beira Interior que comeram alegadamente vacas .

É por que estavam com fome e , se estavam , fizeram muito bem .

Sinceramente , já perdi a paciência para esta gente(zinha ) que está sempre à espera do subsidiozinho , mas nunca está disponível para gastar do seu bolso ( pensando em construír cercas , por exemplo ; se não tiver dinheiro , é simples , fechem a loja ) .

E também o Estado , que , de uma vez por todas , deveria regular a ocupação do solo ( onde pode haver pastoreio e onde não pode haver ) .

Ouvi alguém a dizer que o Estado deveria intervir ( organizando caçadas implacáveis ao lobo , digo eu ) e , a seguir , se calhar , vão atacar populações ( e , se calhar , vão comer pessoas , homens , mulheres e crianças ) .

E , se calhar , um dia destes , nas minhas jornadas de montanhismo que costumo fazer nas grandes serras do Minho ( onde já me cruzei duas vezes com lobos e , pasme - se , nunca fui comido , ) , ainda me vou cruzar com o capuchinho vermelho .


Sempre fui um apoiante de políticas de fixação das populações no interior ( muitas vezes em discussões , era o único a defender isso ) , mas , sinceramente , se é para ser assim , mais vale partirem todos ( e podem levar as vacas com eles ) .
 

Cadito

Nimbostratus
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27 Fev 2010
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Fantástico vídeo, e com bastante sorte à mistura, de um Lobo Ibérico na zona de Cardaño (Palencia), ontem depois do grande nevão.



Cumprimentos:thumbsup:
 

frederico

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Parece-me que a culpa é dos donos do gado.

É que não são só os lobos. Qualquer mafioso rouba facilmente o gado que bem entender.

Vi no interior gado ao abandono em diversas regiões, sem cercas decentes, sem pastores.

Metem o gado dentro de muros baixos que os lobos facilmente saltam.

Cercas de arame e arame farpado não são caras, há quem use burros em Espanha, dentro das cercas, porque avisam mais eficazmente que os cães.

Não tenho muita pena dos donos do gado, se o negócio não dá para pôr uma porta decente onde o gado passa a noite e uma cerca de arame alta com arame farpado e base em betão então mais vale de facto fecharem a loja.

O lobo esteve em todo o território até meados dos anos 50 do século passado. Numa época em que até havia mais gado que agora!
 
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lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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E continua a saga dos terríveis ataques de lobos na nossa ( fraquinha ) comunicação social .

Agora foi numa região da Beira Interior que comeram alegadamente vacas .

É por que estavam com fome e , se estavam , fizeram muito bem .

Sinceramente , já perdi a paciência para esta gente(zinha ) que está sempre à espera do subsidiozinho , mas nunca está disponível para gastar do seu bolso ( pensando em construír cercas , por exemplo ; se não tiver dinheiro , é simples , fechem a loja ) .
.

O que é importante nisto tudo? Num momento imediato, o Estado tem de proporcionar os serviços de terreno para confirmar se são ataques de lobo ou não. Se o forem, o agricultor tem direito ao pagamento da indemnização devida. Se não forem, não existe pagamento.
Separa-se rapidamente o "trigo do joio", e espera-se que o pagamento se faça com a rapidez adequada.
Tenho muitas vezes criticado, os serviços oficiais relativamente a muitas matérias de Conservação da Natureza, mas relativamente a esta matéria considero que o serviço providenciado tem melhorado de forma notável, permitindo aos portugueses que não hajam "golpadas". Parece-me que estão assegurados procedimentos que permitem anular manobras de quem está à espera de receber dividendos por ataques de cães abandonados ou outros. E em termos da protecção do lobo é uma questão crucial: o Estado tem sido capaz de assegurar um serviço de reconhecimento de ataques de lobos e de pagamento dos prejuizos causados.
Acho que devemos é falar de outras questões que interferem com esta matéria directamente:
- que controle existe ao nível de matilhas de caçadores?
- que instrumentos existem para quando são identificadas estas matilhas em situação de abandono serem rapidamente recolhidos?
- são identificados os proprietários desses cães? e são aplicadas coimas/multas?
Temo bem que a este nível o controle deve ser mínimo, para não dizer zero.
Se, por exemplo, o Estado ou quem de direito, actuasse devidamente não só se acabavam muitos dos ataques "cães por lobo", como se preveniam muitos outras perdas para as populações animais, de que não se falam.
Já agora acho que o Estado ou quem de direito, devia dar efectiva publicidade de todas as denúncias que vão sendo feitas destes ataques, dos relatórios produzidos e da recomendação final.
É que senão ficamos sempre na situação do mediatismo dos alegados ataques que se vão produzido, não havendo depois com calma, ponderação e fundamentação, a resposta adequada.
Acho que isto iria se calhar calibrar doravante muitas das notícias dos media que vão sendo produzidas sobre a matéria.
 
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lreis

Cumulus
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22 Dez 2010
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Parece-me que a culpa é dos donos do gado.

É que não são só os lobos. Qualquer mafioso rouba facilmente o gado que bem entender.

Vi no interior gado ao abandono em diversas regiões, sem cercas decentes, sem pastores.

Metem o gado dentro de muros baixos que os lobos facilmente saltam.

Cercas de arame e arame farpado não são caras, há quem use burros em Espanha, dentro das cercas, porque avisam mais eficazmente que os cães.

Não tenho muita pena dos donos do gado, se o negócio não dá para pôr uma porta decente onde o gado passa a noite e uma cerca de arame alta com arame farpado e base em betão então mais vale de facto fecharem a loja.

A questão não será tão simples. A experiência diz-me que pôr cercas (pelo menos 2 metros) encimadas com arame farpado, é uma operação assinalavelmente cara. E se o terreno for acidentado, acresce este factor. Admito portanto que não será uma situação que à partida, seja um problema menor.
Mais uma vez devia haver uma situação proactiva de quem dá subídios para "vacas": o subsídio está dependente da adopção de um conjunto de boas práticas, especialmente se os animais forem colocados em Bragança, Vila Real, etc:
- Existem ou não cães pastor?
- os cercados onde se guadam os animais têm condições?
- etc.
 

frederico

Furacão
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Porto
Pois, o preço depende da dimensão do terreno e do tamanho do rebanho, mas estava a pensar em rebanhos mais pequenos e não naqueles comunitários.

Já vi um documentário espanhol que aborda este tema da prevenção. Se o encontrar coloco aqui o link.

Notei que muitos rebanhos usam cães pequenos. Um rafeiro alentejano ou um cão de Trás-os-Montes não seriam mais adequados?
 
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camrov8

Cumulonimbus
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14 Set 2008
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Oliveira de Azeméis(278m)
Portugal tem um património rico em cães pastor desde o castro laboreiro até o rafeiro alentejano, protegiam-se os rebanhos salvavam-se estas raças das extinção e evitava-se o ataque dos lobos pois com uma parelha de serras da estrela nenhum lobo se atreve a atacar e também se preveniam os ataques de cães vadios
 
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