“Não há lóbi que consiga contornar a problemática das alterações climáticas”, esta foi uma das principais conclusões da conferência proferida pelo professor Eduardo Brito de Azevedo, do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores, no âmbito do programa da Câmara Municipal de Angra para a Semana Europeia da Mobilidade Europeia. A sessão de esclarecimento, decorrida ontem à tarde no Salão Nobre da autarquia angrense e presenciada por alunos do ensino secundário, pretendeu alertar para as preocupações “prementes” da climatologia. Para o docente trata-se cada vez mais de uma “questão incontornável” e “universal”.
“Esta é uma discussão está na ordem do dia”, enfatizou, e que não está subjacente, defendeu, a qualquer agenda política.
(...) Açores privilegiados - Eduardo Brito de Azevedo refere que os Açores são “sítio privilegiado” para o estudo da climatologia a nível global e que a partilha de estudos, e de dados relativos a este campo do saber já têm sido e estão a ser desenvolvidos, exemplificando com o projecto de medição da concentração de dióxido de carbono e de outros gases, a decorrer no cimo da ilha do Pico e na Serreta na Terceira, cujos dados são usados pelo National Oceanic & Atmospheric Administration (NOAA) ou pelos resultados do SIAM (Climate Change in Portugal) que efectua previsões do clima para o país e ilhas.
(...) Mais calor e chuvas - À semelhança do resto do mundo, as alterações climática também vão ser sentidas nos Açores. Mais calor, chuvas mais intensas, aumento do nível do mar – este é o quadro generalizado para o país e para as ilhas. As três principais variáveis – temperatura, precipitação e nível do mar – sofrerão modificações no decorrer das próximas décadas.
Apesar de ser a região do país que apresenta as menores alterações climáticas, os Açores vão ver aumentadas as suas temperaturas em 1 a 2 graus até final deste século. A título comparativo, existem outros pontos do no interior do país que, por exemplo, apontam para um acréscimo da temperatura que oscila entre os 5 e 6 graus. Quanto à precipitação, o cenário moderado é igual, não se prevendo grande variação anual, porém, a sua redistribuição ao longo do ano sofrerão uma redistribuição, facto que fará com que as chuvas concentrem nos meses de Inverno, projectando-se Verões mais secos. Em relação ao nível do mar, os estudos feitos apontam para um aumento de 50 cm para todo o país.
Oceano moderador - As alterações relativas do clima nos Açores tem a seu favor, referem os especialista, o papel modelador e moderador do oceano nas temperaturas insulares. Porém, ficam em alerta os perigos associados à erosão provocada pelas chuvadas fortes sobre os solos insulares, com particular destaque para o surgimento de deslizamento de terras. As secas do Verão, por seu turno, poderão trazer consequências para a ocupação em termos económicos desse solo.
Fonte:
http://gerotempo.blogspot.pt/2006/09/conferncias-fenmenos-climticos-sem.html
Temporais da Madeira, tornado na região centro, inverno mais chuvoso em Lisboa desde o séc. XIX, ou o verão mais quente desde 1931, assim como o mau tempo na Europa, têm um ‘culpado’: a Oscilação do Atlântico Norte (North Atlantic Oscillation-NAO). O ano de 2010 foi o ano mais chuvoso da última década em Portugal Continental, enquanto o verão, quente e seco, foi o segundo com as temperaturas mais elevadas desde 1931.
(...) O Verão, foi o segundo com as temperaturas, máxima e média, mais elevadas desde 1931. Acompanhando a seca, Julho teve o valor mais alto e Agosto ficou em segundo lugar, quanto a temperaturas, desde 1931. Muito calor e menos chuva criaram condições favoráveis para a ocorrência de fogos florestais ao longo do Verão. Funchal (Madeira) e Santa Maria (Açores) com valores pluviais mais altos: no Funchal, houve mais 872,6 mm de precipitação, relativamente aos valores de referência enquanto em Santa Maria choveu 630,8 mm acima dos valores normais de 1971-2000, sendo estes os locais que nas regiões autónomas registaram as maiores anomalias.
(...) De acordo com o IM, pode explicar-se esta situação de episódios meteorológicos adversos com o comportamento da Oscilação do Atlântico Norte (North Atlantic Oscillation - NAO), que é um dos principais modos de variabilidade lenta da atmosfera que afecta a região Euro-Atlântica, e Portugal Continental em particular.
O índice NAO está relacionado com a intensidade dos ventos de Oeste e influencia o fluxo de ar atlântico para o continente europeu, bem como a trajectória dominante de sistemas depressionários, ou seja a chuva e as temperaturas que se fazem sentir. As observações indicam que, a valores baixos da Oscilação do Atlântico Norte estão associadas quantidades de precipitação acima da média em Portugal, enquanto valores elevados deste fenómeno correspondem a quantidades de precipitação abaixo da média. Daí que, no inverno de 2009/2010 onde se registaram valores recordes negativos da Oscilação do Atlântico Norte à escala mensal e sazonal, estes ventos tiveram implicações directas no clima particularmente frio, na Europa Central e Setentrional.
O mesmo fenómeno justifica também as grandes quantidades de precipitação a oeste e sul da Península Ibérica, incluindo novos recordes absolutos de inverno em Gibraltar e Lisboa, desde o início das medições regulares a segunda metade do século XIX.
Fonte:
http://gerotempo.blogspot.pt/2011/02/o-que-provoca-cheias-tornados-e-ondas.html