Ora, a pedido de várias famílias, amantes da aventura e adrenalina, vou apresentar para quem ainda não conhece, o magnifico e perigosíssimo percurso que liga a estação de caminhos de ferro de Barca D'Alva (já encerrada) à estação espanhola de La Fregeneda (igualmente encerrada), sendo este percurso conhecido igualmente pela Rota dos Tuneis.
Entre La Fregeneda e Barca d'Alva, ergue-se um dos mais belos trechos de via férrea do mundo. São 17 km de linha, desactivada em 1985, que inclui qualquer coisa como 20 túneis e 13 pontes. Um cenário digno dos mais fabulosos filmes de aventuras. Medo de alturas e de morcegos, favor nem pensar em percorrer este caminho
"O passeio ao longo do que resta desta via é glorioso. Caminha-se entre penhascos sobrevoados por imponentes grifos. Atravessam-se pontes em ruína e túneis intermináveis, repletos de morcegos. Genial!
Foram milhares os trabalhadores que permitiram que em 1887 fosse inaugurada esta majestosa obra de engenharia. Uma obra que apesar de construída em Espanha foi planeada e executada por Portugal. Para lá de La Fregeneda, a linha prolongava-se até La Fuente de San Esteban, numa extensão total de 77 Km. Um projecto faraónico que, perfurando montanhas e unindo encostas, permitiria que as mercadorias provenientes de Espanha pudessem ser escoadas por mar, na cidade do Porto. "
in [B]http://numlugaradireita.blogspot.com[/B]
Quem quiser saber mais e fazer a viagem atraves do PC, pode consultar o site http://rotadostuneis.wordpress.com/rota-dos-tuneis/la-fregeneda, onde constam todas as informações deste magnifico percurso.
"A caminhada pela linha férrea entre Barca D’Alva (Portugal) e localidade salmanticense de Fregeneda (Espanha) é um hino à contemplação da natureza. Os dezassete quilómetros da esquecida linha férrea são uma genial obra pública do final do século passado, um miradouro contínuo donde se desfruta uma das paisagens mais espectaculares e raras de toda a Península Ibérica. Este troço foi há pouco tempo decretado Património Nacional Espanhol, sendo a primeira obra deste género a merecer tal galardão.
A ligação a Espanha por Barca d'Alva foi considerada de interesse económico fundamental em finais do século XIX, tendo a sua construção (inclusivamente do lado espanhol) sido financiada por um sindicato bancário portuense. Uma sucessão de 20 túneis e 13 pontes levava o comboio até La Fregeneda (a 17 Kms) de Barca d'Alva, donde seguia para Salamanca. Em 1988 interrompeu-se a circulação entre Pocinho e Barca d'Alva na sequência da decisão espanhola (1985) de abandonar esta ligação fronteiriça.
Por muito bom caminhante que seja, conte com, pelo menos seis horas, dados a dificuldade que vai encontrar. Para poder gozar a paisagem (com o rio Águeda do lado direito) sem abusar das suas forças, comece bem cedo para que na hora do calor já esteje a percorrer o último túnel (com cerca de 1,6km e que demora cerca de 25min a percorrer).
Equipe-se devidamente no que respeita ao calçado (há muita pedra solta do balastro da linha) e vestuário (é prudente levar calças grossas e mesmo luvas resistentes para passagens com mato). Lembre-se que não há onde abastecer água nem de comida ao longo do trajecto..
Ao entrar na linha procure adaptar a passada à irregularidade do piso (use as travessas). Aproveite as plataformas do lado esquerdo, geralmente com bom piso, mas seja prudente devido ao risco de queda.
A caminhada deverá começar no largo principal (das Faias) em Barca d'Alva, onde deve estacionar e começar por visitar o cais fluvial e as pequenas lojas de comercio tradicional. Daí até à grande estação fronteiriça são cerca de 800m, e quando lá chegar não deixe de visitar os armazéns em madeira, a cocheira das locomotivas e a placa giratória de inversão de marcha funcional. Esta é (foi) considerada uma das mais importantes estações de Portugal, mas agora está em ruínas (é aqui que está a cache inicial). A destruição do património é chocante.
Por aqui entrou Jacinto, a caminho de Tormes, conforme Eça descreve em A Cidade e as Serras*** . Logo a seguir, a ponte internacional sobre o Águeda (185 m), que se diz ter um pilar oco para facilitar a demolição em caso de guerra. A partir daqui, está em território espanhol. Começam os túneis e as pontes (começa no nº20 e vai decrescendo)!
As pontes estão em mau estado, algumas devastadas por incêndios. Atravessá-las só para quem não tiver vertigens e só com tempo seco e sem vento. Nos 17Km temos de atravessar 13 pontes usando, em quase todas elas, um passadiço de ferro por vezes seccionado em espaços superiores a meio metro que só uma passada firme logra vencer. O perigo é latente.
Impõe-se a maior concentração. Abrigos de pastores de uma só porta, redondos e com tecto abobadado encontrá-mo-los ao longo da linha numa manifestação etnográfica interessante.
À passagem do um túnel nº 6 surge uma abertura a meio que nos permite observar a paisagem de um alcantilado sobranceiro ao rio. Impôs-se uma paragem para almoço nesta altura, pois o melhor vem a seguir..
A progressão pela linha faz-se bem pois que não há vegetação. O cheiro a rosmaninho e à flor da giesta é constante. O zimbro começa a invadir a linha. O património construído está em ruína, mas uma ruína ainda assim bela que evoca o romantismo de outros gloriosos tempos em que o comboio silvava naquelas serranias. Parar a meio das pontes (a mais espectacular é a ponte Pollo Valiente que apresenta curvatura) e olhar as profundezas até ao rio Águeda transmite-nos uma sensação de domínio sobre uma natureza agreste sobrevoada em círculos pelas águias e abutres-do-Egipto que abundam naquelas paragens. No céu vagueiam águias reais e enormes abutres leonados cujos ninhos se encontram nas vertentes das encostas. Vemos também algumas tímidas e delicadas cegonhas negras. Mais se parecendo com um farol, um longo vértice geodésico destaca-se num local que se designa por Peña del Sastre.O silêncio da paisagem só é cortado pelo restolho da caminhada pelo balastro da linha.
Depois de vencido o túnel que alberga uma grande colónia de morcegos (por favor não incomodar) surge a ponte Morgado, a última, deparamo-nos com um cenário fantástico de imensidão e horizonte natural com a ribeira de Morgaez do nosso lado direito. O rio Águeda desaparece. Por fim temos que atravessar o último túnel com mais de 1500m de extensão. Outros 19 já passaram, mas este é o mais espectacular! No fim está a estação de La Fregeneda.
Material indispensável:
- Roupa resistente e confortável
- Calçado adequado (com sola semi-rígida e confortável)
- Protector solar
- Lanterna
- Máquina fotográfica
- Pilhas
- Mochila para grande caminhada"
in http://www.geocaching.com
Para aguçar o apetite:
Aceitam-se interessados...
Cumprimentos a todos
Entre La Fregeneda e Barca d'Alva, ergue-se um dos mais belos trechos de via férrea do mundo. São 17 km de linha, desactivada em 1985, que inclui qualquer coisa como 20 túneis e 13 pontes. Um cenário digno dos mais fabulosos filmes de aventuras. Medo de alturas e de morcegos, favor nem pensar em percorrer este caminho
"O passeio ao longo do que resta desta via é glorioso. Caminha-se entre penhascos sobrevoados por imponentes grifos. Atravessam-se pontes em ruína e túneis intermináveis, repletos de morcegos. Genial!
Foram milhares os trabalhadores que permitiram que em 1887 fosse inaugurada esta majestosa obra de engenharia. Uma obra que apesar de construída em Espanha foi planeada e executada por Portugal. Para lá de La Fregeneda, a linha prolongava-se até La Fuente de San Esteban, numa extensão total de 77 Km. Um projecto faraónico que, perfurando montanhas e unindo encostas, permitiria que as mercadorias provenientes de Espanha pudessem ser escoadas por mar, na cidade do Porto. "
in [B]http://numlugaradireita.blogspot.com[/B]
Quem quiser saber mais e fazer a viagem atraves do PC, pode consultar o site http://rotadostuneis.wordpress.com/rota-dos-tuneis/la-fregeneda, onde constam todas as informações deste magnifico percurso.
"A caminhada pela linha férrea entre Barca D’Alva (Portugal) e localidade salmanticense de Fregeneda (Espanha) é um hino à contemplação da natureza. Os dezassete quilómetros da esquecida linha férrea são uma genial obra pública do final do século passado, um miradouro contínuo donde se desfruta uma das paisagens mais espectaculares e raras de toda a Península Ibérica. Este troço foi há pouco tempo decretado Património Nacional Espanhol, sendo a primeira obra deste género a merecer tal galardão.
A ligação a Espanha por Barca d'Alva foi considerada de interesse económico fundamental em finais do século XIX, tendo a sua construção (inclusivamente do lado espanhol) sido financiada por um sindicato bancário portuense. Uma sucessão de 20 túneis e 13 pontes levava o comboio até La Fregeneda (a 17 Kms) de Barca d'Alva, donde seguia para Salamanca. Em 1988 interrompeu-se a circulação entre Pocinho e Barca d'Alva na sequência da decisão espanhola (1985) de abandonar esta ligação fronteiriça.
Por muito bom caminhante que seja, conte com, pelo menos seis horas, dados a dificuldade que vai encontrar. Para poder gozar a paisagem (com o rio Águeda do lado direito) sem abusar das suas forças, comece bem cedo para que na hora do calor já esteje a percorrer o último túnel (com cerca de 1,6km e que demora cerca de 25min a percorrer).
Equipe-se devidamente no que respeita ao calçado (há muita pedra solta do balastro da linha) e vestuário (é prudente levar calças grossas e mesmo luvas resistentes para passagens com mato). Lembre-se que não há onde abastecer água nem de comida ao longo do trajecto..
Ao entrar na linha procure adaptar a passada à irregularidade do piso (use as travessas). Aproveite as plataformas do lado esquerdo, geralmente com bom piso, mas seja prudente devido ao risco de queda.
A caminhada deverá começar no largo principal (das Faias) em Barca d'Alva, onde deve estacionar e começar por visitar o cais fluvial e as pequenas lojas de comercio tradicional. Daí até à grande estação fronteiriça são cerca de 800m, e quando lá chegar não deixe de visitar os armazéns em madeira, a cocheira das locomotivas e a placa giratória de inversão de marcha funcional. Esta é (foi) considerada uma das mais importantes estações de Portugal, mas agora está em ruínas (é aqui que está a cache inicial). A destruição do património é chocante.
Por aqui entrou Jacinto, a caminho de Tormes, conforme Eça descreve em A Cidade e as Serras*** . Logo a seguir, a ponte internacional sobre o Águeda (185 m), que se diz ter um pilar oco para facilitar a demolição em caso de guerra. A partir daqui, está em território espanhol. Começam os túneis e as pontes (começa no nº20 e vai decrescendo)!
As pontes estão em mau estado, algumas devastadas por incêndios. Atravessá-las só para quem não tiver vertigens e só com tempo seco e sem vento. Nos 17Km temos de atravessar 13 pontes usando, em quase todas elas, um passadiço de ferro por vezes seccionado em espaços superiores a meio metro que só uma passada firme logra vencer. O perigo é latente.
Impõe-se a maior concentração. Abrigos de pastores de uma só porta, redondos e com tecto abobadado encontrá-mo-los ao longo da linha numa manifestação etnográfica interessante.
À passagem do um túnel nº 6 surge uma abertura a meio que nos permite observar a paisagem de um alcantilado sobranceiro ao rio. Impôs-se uma paragem para almoço nesta altura, pois o melhor vem a seguir..
A progressão pela linha faz-se bem pois que não há vegetação. O cheiro a rosmaninho e à flor da giesta é constante. O zimbro começa a invadir a linha. O património construído está em ruína, mas uma ruína ainda assim bela que evoca o romantismo de outros gloriosos tempos em que o comboio silvava naquelas serranias. Parar a meio das pontes (a mais espectacular é a ponte Pollo Valiente que apresenta curvatura) e olhar as profundezas até ao rio Águeda transmite-nos uma sensação de domínio sobre uma natureza agreste sobrevoada em círculos pelas águias e abutres-do-Egipto que abundam naquelas paragens. No céu vagueiam águias reais e enormes abutres leonados cujos ninhos se encontram nas vertentes das encostas. Vemos também algumas tímidas e delicadas cegonhas negras. Mais se parecendo com um farol, um longo vértice geodésico destaca-se num local que se designa por Peña del Sastre.O silêncio da paisagem só é cortado pelo restolho da caminhada pelo balastro da linha.
Depois de vencido o túnel que alberga uma grande colónia de morcegos (por favor não incomodar) surge a ponte Morgado, a última, deparamo-nos com um cenário fantástico de imensidão e horizonte natural com a ribeira de Morgaez do nosso lado direito. O rio Águeda desaparece. Por fim temos que atravessar o último túnel com mais de 1500m de extensão. Outros 19 já passaram, mas este é o mais espectacular! No fim está a estação de La Fregeneda.
Material indispensável:
- Roupa resistente e confortável
- Calçado adequado (com sola semi-rígida e confortável)
- Protector solar
- Lanterna
- Máquina fotográfica
- Pilhas
- Mochila para grande caminhada"
in http://www.geocaching.com
Para aguçar o apetite:
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Cumprimentos a todos
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