Previsão e Seguimento de Furacões (Atlântico 2025)

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Continua difícil a existência de Gabrielle como ciclone tropical, mas a previsão aponta para conseguir chegar a furacão dentro de 2 a 3 dias:



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De resto, o mês de pico na actividade de ciclones tropicais mantém-se fraco, muito fraco mesmo.
Mais uma tentativa de formação a sair da costa africana, com probabilidades baixas (20%), ainda por cima vai na esteira de Gabrielle
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Foi o primeiro ciclone que me lembro ... Furacão Charlie ...

Pela Terceira ainda fez os seus estragos ...

Lembro me perfeitamente de na altura eu e a minha mãe nos refugiarmos na casa de uma vizinha e de todos os vizinhos ficarem juntos com o receio de algo pior ...

Lembro me de um vizinho que vinha da rua nos relatar que várias estradas estavam cortadas ...

Foi a primeira vez que senti aquela sensação de que algo grande estava a vir ...

A segunda vez foi no Furacão Tânia em 1995 no que para mim foi o pior furacão de que tenho memória a afetar a Terceira ...

Lembro me perfeitamente de estar com a minha mãe a segurar as portadas durante a noite pois parecia que tudo ia levantar voo ...

Foram tempos animados esses ...

Claro que depois houve o Lorenzo que afetou algumas ilhas de uma forma inédita mas curiosamente na Terceira a coisa foi mais calma porque a tempestade afetou mais o grupo ocidental e o sul do grupo central ...


Recordo bem do Charlie... e do Bonnie que veio logo a seguir.
Estávamos em 1991 ou 92 se não me falha a memória.
O Charlie bateu forte no grupo Oriental, mas também o Bonnie que para mim foi o pior.
Foi o furacão mais recente em tempos cronológicos que me recordo que mais impacto fez na Ilha de São Miguel, mas também o Tânia que foi completamente assustador com muitos prejuízos materiais.
Nessa altura não haviam redes sociais nem internet e cada um ficava à conta de nosso senhor...apenas seguiamos os avisos pela TV e pelo rádio, mas lembro que nessa altura as pessoas encaravam isso como uma coisa normal sem o sensacionalismo exagerado de hoje em dia.
Lembro de ver telhados a voar e árvores arrancadas, quer no Bonnie, quer no Tânia.
As vagas entravam sem piedade pelos quintais das moradias que ficavam na orla costeira....
Meus avós contavam me que no tempo deles ( inícios do séc XX) os furacões eram bastante piores com consequências maiores do que hoje em dia.
Até no Inverno era costume ver as serras mais altas da ilha cobertas de branco semanas a fio..
Hoje em dia é raro já isso acontecer....
Muitas pessoas ficavam sem as suas casas, n havia subsidios para dar a ninguém, os pastores tinham que acautelar o gado em zonas altas e muitos deles desapareciam sem rasto com o temporal em profundas grotas e ravinas sem ser notícia...
Calhaus gigantes que entravam por terra dentro com a força do mar.. cemitérios fronteiriços ao mar que ficavam inundados de água , e a lista nunca mais acabava...

Minha mãe é da década de 50 do séc XX e é a própria a dizer que antigamente as estações eram bastante mais definidas, as tempestades tropicais e os invernos eram muito mais rigorosos que hoje...
O ciclone mais destrutivo que me recordo no grupo Oriental foi no Natal de 1996, a ilha de São Miguel foi atingida por uma grande tempestade, que causou o encalhe de navios na marina de Ponta Delgada, nos dias 25 e 26 de dezembro. Deve ter sido um ciclone fora da sua época normal.
Além disso, a 14 de Dezembro desse mesmo ano, um evento de mau tempo com chuva intensa, provocou deslizamentos de terra e cheias na vila da Povoação, que resultou em vítimas mortais e muitos estragos..
Se formos fazer uma perspectiva ao passado de todos os ciclones que já atingiram os Açores nunca mais saíamos daqui, por que a lista é infindável...
Mas uma coisa é certa: já não há verões nem invernos como antigamente, e isso é geral nos Açores, de uma ponta à outra do arquipélago...
 
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Mas uma coisa é certa: já não há verões nem invernos como antigamente, e isso é geral nos Açores, de uma ponta à outra do arquipélago...
Quais são concretamente as diferenças em relação aos de "antigamente"?

É preciso também realçar que a percepção das tempestades (ciclones tropicais ou meras tempestades extra-tropicais que também atingem intensidades de vento, agitação marítima e precipitações semelhantes às de furacões) em épocas em que a previsão, prevenção, protecção civil e informação em geral eram quase inexistentes ou muito rudimentares, tende a aumentar o relato dos efeitos e a dar a ideia de maior frequência dos fenómenos extremos. Por vezes, basta uma só tempestade com período de recorrência de várias dezenas de anos ou até centenárias para que os relatos generalizem no tempo e no espaço essas ocorrências.
O IPMA, e outros organismos inclusive internacionais e globais, tem registos e estudos históricos de todo o território nacional desde o início do século passado, os quais devem ser consultados e que são as fontes mais fiáveis para estabelecer uma evolução do clima dos Açores em todas as suas vertentes, incluindo frequência de fenómenos extremos.
Com isto não se pretende excluir dessa caracterização da evolução do clima os relatos pessoais, mas sim dar-lhes um correcto enquadramento no tempo e no espaço do território.
 
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"000
WTNT62 KNHC 201753
TCUAT2

Tropical Storm Gabrielle Tropical Cyclone Update
NWS National Hurricane Center Miami FL AL072025
200 PM AST Sat Sep 20 2025


...HURRICANE HUNTER AIRCRAFT REPORT THAT GABRIELLE IS FARTHER EAST
AND A LITTLE STRONGER THAN INDICATED IN THE PREVIOUS ADVISORY...


Reports from NOAA and Air Force Reserve hurricane hunter aircraft
data show that the center of Gabrielle is located about 30 miles
farther east than indicated in the previous advisory. The maximum
sustained winds have increased to near 65 mph (105 km/h). The next
full advisory will be issued at 500 PM AST (2100 UTC).

SUMMARY OF 200 PM AST...1800 UTC...INFORMATION
---------------------------------------------------
LOCATION...25.2N 58.7W
ABOUT 595 MI...960 KM NNE OF THE NORTHERN LEEWARD ISLANDS
ABOUT 615 MI...990 KM SE OF BERMUDA
MAXIMUM SUSTAINED WINDS...65 MPH...105 KM/H
PRESENT MOVEMENT...NW OR 325 DEGREES AT 13 MPH...20 KM/H
MINIMUM CENTRAL PRESSURE...996 MB...29.41 INCHES

$$
Forecaster Beven"

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Ainda com saídas antigas (00z e06z), o ECMWF já mostrava o ciclone tropical a atingir pelo menos o Grupo Ocidental dos Açores.
Da 00z para a 06z é notável o aumento da intensidade das rajadas máximas.
 

Anexos

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animgby6.gif


Até os melhores erram, à grande.

Para os Açores o cenário mais provável continua a ser um CT em contínuo enfraquecimento, bastante cisalhado.

O ciclone deverá passar depressa com alguma intensidade mas nada de anómalo tendo em conta a climatologia. Pela primeira vez, haverá cobertura de radar completa para acompanhar a zona de intensa convecção.

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Para que o ciclone chegue às redondezas do continente é necessário que o cavado a noroeste dos Açores só tenha uma influência fraca e breve sobre o CT.

Felizmente para os Açores, a influência do cavado não deverá ser suficiente para induzir uma transição ET precoce.

Daqui a pouco, com o novo aviso do NHC, acrescento mais.
 
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Daqui a pouco, com o novo aviso do NHC, acrescento mais.

~11 quilómetros
An NOAA Hurricane Hunter aircraft then confirmed the presence of a 6 n mi wide eye with a well-defined inner wind core.

EXTENDED OUTLOOK. NOTE...ERRORS FOR TRACK HAVE AVERAGED NEAR 125 NM
ON DAY 4 AND 175 NM ON DAY 5...AND FOR INTENSITY NEAR 15 KT EACH DAY
(...)
OUTLOOK VALID 25/1800Z 38.6N 33.8W
MAX WIND 60 KT...GUSTS 75 KT.
50 KT... 40NE 60SE 50SW 40NW.
34 KT... 90NE 150SE 150SW 90NW.

Não está previsto que o ciclone chegue às ilhas como furacão.

Ventos de TT são sempre uma chatice mas já ocorreu bem pior. Ondulação deverá ser bastante agreste.

Resta saber a intensidade e dimensão da eventual zona convectiva.
 
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