Registos de pressão da erupção do vulcão Hunga Tonga (15/16 Janeiro 2022)

algarvio1980

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Terceira vaga?
Eventuais novos picos de pressão esta noite. Amanhã confirmo melhor nos gráficos mais detalhados, mas parece haver outras estações europeias a registar o mesmo novamente.
Ver anexo 943
Esta estação em Moncarapacho, também mostra um pico

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Chingula

Cumulus
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Também foi observado variação da maré, segundo o IPMA

Tsunami gerado pela explosão do vulcão nas Ilhas Tonga​


Na sequência da erupção explosiva do vulcão submarino Hunga-Tonga-Hunga-Ha'apa, ocorrido no dia 15 de janeiro de 2022 na proximidade das ilhas Tonga, foi gerado um tsunami que afetou particularmente as ilhas Tonga e vários outro países com costas próximas, com algum nível de destruição costeira embora sem vítimas mortais conhecidas.


Este tsunami, gerado no oceano Pacifico, propagou-se pelos vários oceanos, incluindo o Atlântico, tendo-se observado variações do nível do mar em praticamente todas as estações maregráficas em operação na costa portuguesa, variações essas com amplitudes inferiores a meio metro.


A origem destes registos está relacionada com a onda de choque atmosferica resultante da explosão no vulcão, a qual se propagou pelo globo, gerando condições particulares sobre os oceanos que potenciam a geração de um tsunami, neste caso designado por meteo-tsunami de origem vulcânica.


Os sinais atmosféricos da explosão foram registados pouco depois das 00h do dia 16 de janeiro de 2022, tendo nas horas seguintes sido observadas alterações no nível do mar. O sinal de maior amplitude, cerca de 40cm, foi registado em Ponta Delgada, Açores, tendo o fenómeno sido observado na ilha da Madeira (20cm medidos no Funchal) e no Continente, aqui genericamente os valores foram inferiores a 20cm com exceção de Peniche, onde foram medidos 39cm.


O IPMA está a acompanhar o desenvolvimento da situação.


Ver anexo 930



Fonte: IPMA

Fosse de Verão e durante o dia, lá fugiam todos da praia para trás das dunas, como aconteceu no Algarve, há uns anos. :D
Estranho a hora deste registo do marégrafo de ponta Delgada, no dia 16 de Janeiro como é afirmado no texto.
 

StormRic

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Estranho a hora deste registo do marégrafo de ponta Delgada, no dia 16 de Janeiro como é afirmado no texto.

O registo indicado ("pouco depois das 00h do dia 16") refere-se aos "sinais atmosféricos", ou seja, é o registo barométrico da variação brusca da pressão atmosférica associada à onda de choque. O "registo do marégrafo" é o das "alterações no nível do mar" e foram observadas nas "horas seguintes" (não especificam quais). Note-se que o tsunami não teria como chegar intacto a este local do globo, só por difracção da onda oceânica na ponta sul da América do Sul ou da que conseguisse passar no Estreito de Bering e ainda contornar o obstáculo da Groenlândia.
 

ecobcg

Super Célula
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O registo indicado ("pouco depois das 00h do dia 16") refere-se aos "sinais atmosféricos", ou seja, é o registo barométrico da variação brusca da pressão atmosférica associada à onda de choque. O "registo do marégrafo" é o das "alterações no nível do mar" e foram observadas nas "horas seguintes" (não especificam quais). Note-se que o tsunami não teria como chegar intacto a este local do globo, só por difracção da onda oceânica na ponta sul da América do Sul ou da que conseguisse passar no Estreito de Bering e ainda contornar o obstáculo da Groenlândia.

Há uma teoria em análise, de que o tsunami terá sido gerado não pelo vulcão em si (ou pelo sismo gerado pela erupção), mas sim pela própria onda atmosférica (registada nas variações das pressões), o que até o fez chegar a alguns locais mais rápido do que era previsto:
"La erupción fue tan explosiva que ocasionó fuertes vibraciones en el aire creando ondas atmosféricas. Unas 7 horas después de la erupción, estas ondas alcanzaron Japón y elevaron su presión atmosférica unos 2 hPa en 30 minutos. Este cambio repentino de la presión, empujó el nivel del mar hacia abajo unos 2 cm antes y después de que se observara la primera ola del Tsunami. Por estas razones, los científicos consideran que este tsunami pudo haber llegado antes a las costas japonesas porque fue provocado por las ondas atmosféricas, y no por un terremoto a consecuencia de la erupción volcánica, como se sospechaba al inicio del estudio."

https://www.tiempo.com/noticias/actualidad/raro-tsunami-japon-meteotsunami-volcan-tonga.html

Muito interessante...
 

StormRic

Furacão
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)
Há uma teoria em análise, de que o tsunami terá sido gerado não pelo vulcão em si (ou pelo sismo gerado pela erupção), mas sim pela própria onda atmosférica (registada nas variações das pressões), o que até o fez chegar a alguns locais mais rápido do que era previsto:
"La erupción fue tan explosiva que ocasionó fuertes vibraciones en el aire creando ondas atmosféricas. Unas 7 horas después de la erupción, estas ondas alcanzaron Japón y elevaron su presión atmosférica unos 2 hPa en 30 minutos. Este cambio repentino de la presión, empujó el nivel del mar hacia abajo unos 2 cm antes y después de que se observara la primera ola del Tsunami. Por estas razones, los científicos consideran que este tsunami pudo haber llegado antes a las costas japonesas porque fue provocado por las ondas atmosféricas, y no por un terremoto a consecuencia de la erupción volcánica, como se sospechaba al inicio del estudio."

https://www.tiempo.com/noticias/actualidad/raro-tsunami-japon-meteotsunami-volcan-tonga.html

Muito interessante...

Sim, acho que é possível, mas só em determinadas circunstâncias geográficas. Ao chegar a um local a onda de choque atmosférica inicia-se com uma subida da pressão atmosférica, e consequente depressão do nível do mar. Mas esta depressão do mar não é gerada só naquele local, terá vindo sempre a acompanhar a frente da onda e a associada subida da pressão atmosférica. Logo atrás desta subida da pressão vem uma descida ainda mais abrupta e desta resultará uma subida do nível do mar. Mas esta acção atmosférica ocorre de forma muito mais rápida do que a normal maré que acompanha as depressões atmosféricas profundas, e não faço ideia como a onda marítima, que está continuamente a ser gerada ao longo do trajecto da onda atmosférica, se propaga numa interferência permanente com a onda gerada mais à frente. Penso que para haver mesmo uma onda marítima é preciso que haja uma acção pontual da onda atmosférica e depois um alívio dessa acção mais à frente. Talvez isto suceda quando a onda de choque atmosférica passa por pequenas faixas de terra, arquipélagos.
Na origem, local da explosão, a onda de choque atmosférica propaga-se em todas as direcções, não só na horizontal mas também na vertical, para cima e para baixo. E é desta propagação para baixo que resulta a maior pressão exercida na superfície oceânica, gerando o tsunami original. As componentes verticais da propagação da onda de choque atenuam-se à medida que esta se afasta do ponto de geração sendo as componentes horizontais preponderantes a grande distância. Ou seja, o tsunami inicial será mais importante do que ondas posteriores geradas ao longo da expansão da onda de choque atmosférica.

Claro que isto são especulações minhas, só uma micro-modelação analógica ou uma modelação numérica podem tirar as dúvidas.