A paixão por previsões atmosféricas, tempestades e furações junta alguns milhares de portugueses num hobby em comum: são meteorologistas amadores, muitos com estações meteorológicas em casa e sites próprios, nos quais dizem como está o tempo na zona onde residem.
O antigo piloto da Força Aérea Francisco Leitão é um dos muitos meteorologistas amadores que existem em Portugal e o mais velho do site ‘MeteoPT.com’, em que já estão inscritos cerca de 4.400.
Com 79 anos, o antigo piloto contou à Lusa que está ligado à meteorologia há mais de 50: «Em 1955 fui instrutor em Sintra, recebi e dava aulas de meteorologia. Mantive sempre um certo interesse».
Há cinco anos, os filhos, «sabendo disso», ofereceram-lhe uma estação meteorológica amadora.
«Fizeram-me esta surpresa no Natal, depois de a minha mulher ter morrido. Só tenho pena de não ter uma casa para a montar sem obstáculos», disse, explicando que deveria ser montada num campo livre.
Da estação ao site ‘meteoeiras.com’ foi um pulo e agora disponibiliza, em tempo real, informação do estado do tempo em Oeiras, onde reside, bem como os níveis de humidade, o vento e a pressão.
No entanto, faz questão de sublinhar que «é uma coisa amadora sem qualquer pretensão», mas à qual impõe «o maior rigor possível para ser uma informação fidedigna».
«Não é um serviço concorrente, é complementar e pretende cooperar com serviços de meteorologia», acrescentou Francisco Leitão.
As informações que fornece no seu site, são também remetidas para o site ‘MeteoPt.com’, para um semelhante espanhol (‘Awekas’) e para um internacional (‘Underground’).
A página portuguesa é o ponto de encontro dos meteorologistas amadores e nasceu em 2005 como fórum de discussão de temas ligados à meteorologia e climatologia.
Entretanto evoluiu e hoje disponibiliza vários tipos de informação e previsão meteorológica.
Entre os 4.400 inscritos, há «todo o tipo de gente com diferentes interesses e de todas as idades» e de «diversificados estratos sociais e profissionais», disse Vince, nome de código de um dos administradores do site.
«Nos últimos anos temos também notado um cada vez maior interesse de pessoas da área de riscos naturais e outros, que se têm inscrito e participado, desde bombeiros a técnicos de protecção civil», afirmou.
Vice explicou ainda que, além do site ‘Meteoeiras.com’, existem muitos outros, como o ‘meteomoita’, ‘meteocovilhã’, ‘meteomelgaço’ ou ‘meteoabrantes’.
Quanto às relações com as autoridades oficiais de meteorologia, Vince admitiu que «há uns anos eram olhados com alguma desconfiança», mas actualmente já são encarados de outra forma.
«O próprio Instituto de Meteorologia [IM] várias vezes se reuniu connosco por iniciativa deles, em que se debateram formas da entidade pública tirar partido da distribuição de tantos entusiastas atentos pelo país todo», disse.
«Há dois anos o IM criou mesmo uma plataforma de colaboração da sociedade civil para submissão de eventos meteorológicos chamada MeteoGlobal (
http://meteoglobal.meteo.pt). O projecto ainda funciona a meio gás, há alguma falta de hábito e rotina, mas certamente melhorará ao longo do tempo», acrescentou.
O ‘MeteoPT.com está a apostar também nas redes sociais como o Twitter e o Facebook, nas quais tem mais de 7.800 'amigos'.
«Tentamos criar uma ponte entre a nossa comunidade e as redes sociais, quer facultando informação, quer obtendo informações em tempo real. Tudo isto pode ser precioso em alturas de crises ou eventos meteorológicos significativos, a informação circula muito rápido e isso em certas situações pode ser importante», frisou Vince.
Um exemplo disso foi o recente furacão Gordon. Na noite em que passou pelos Açores, o site ‘MeteoPT’ obteve o número recorde de audiências.
Lusa/SOL
Reportagem SIC
quando previam neve por vezes punha o despertador para me acordar de madrugada para ver o inicio do invento.... hoje em dia continuo assim 
e adoro meteorologia.
