Seg. Previsão do Tempo e Modelos - Setembro 2011

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MarioCabral

Cumulonimbus
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14 Jan 2010
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Senhora da Hora - 100m /Povoa de Cervães - 420m
Talvez a Península Ibérica esteja a aquecer menos? Ou talvez o entorno da Península esteja a aquecer mais? Ou outro factor...

É preciso que algumas condições se juntam para que tal aconteça...é verdade que este ano não foi tão quente como o anterior, mas o ano passado também não tivemos grandes eventos convectivos...É uma questão de sorte, este ano vi muito da convectividade que podíamos ter tido a "fugir" para terras Espanholas...
Esquecendo esse aspecto volto a focar-me no que aí está para vir...

Concordo com o Aurélio, para o que nos resta de Setembro, será principalmente e primeiramente o NW do Continente a iniciar a mudança de padrão que deverá chegar em Outubro...
Depressões ainda a latitudes muito altas, mas nota-se uma tendência para começarem a rasgar até mais a sul...
Os modelos de interessante mostram que lá para dia 28 se pode formar algo, não está bem definido se será apenas em altitude ou se será algo mais consistente...
O calor sim, esse estará de despedida...
 


MarioCabral

Cumulonimbus
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14 Jan 2010
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Senhora da Hora - 100m /Povoa de Cervães - 420m
Não é o caso, basta lembrar que o Verão de 2010 foi muito quente.

Embora fique um pouco fora do âmbito deste tópico, acho que é necessário ter percepção que para termos as famosas trovoadas de Verão é preciso reunirem-se factores que nem sempre andam juntos...
Antes de tudo é necessário um dia bem quente para que o interior da Península ou o local em questão aqueça bem mais que as áreas circundantes, o que por norma nem tem sido muito difícil ocorrer nos nosso Verões...À partida esse ar mais quente torna-se menos denso e vai subindo arrefecendo e adquirindo humidade até que passe o nível de condensação, de forma a formar nuvens...Aqui temos já um problema habitual no nosso interior, muitas vezes a falta de humidade mata logo de inicio as possibilidades que temos...
Caso a humidade relativa não seja um obstáculo é preciso que não tenhamos vento enquanto se faz a subida do ar quente, pois caso contrário a coluna estabelecida na formação de cúmulos vai ser cortada...
Estes são apenas alguns factores...e, apesar de tudo, este ano ainda tivemos algumas situações interessantes...
 

Zapiao

Nimbostratus
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20 Set 2006
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Coimbra - 135m alt.
Por falar em trovoada: existe algum instrumento para medir o cape? :D desculpem se for bacorada :D
 

rfilipeg

Cumulus
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21 Ago 2011
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Embora fique um pouco fora do âmbito deste tópico, acho que é necessário ter percepção que para termos as famosas trovoadas de Verão é preciso reunirem-se factores que nem sempre andam juntos...
Antes de tudo é necessário um dia bem quente
para que o interior da Península ou o local em questão aqueça bem mais que as áreas circundantes, o que por norma nem tem sido muito difícil ocorrer nos nosso Verões...À partida esse ar mais quente torna-se menos denso e vai subindo arrefecendo e adquirindo humidade até que passe o nível de condensação, de forma a formar nuvens...Aqui temos já um problema habitual no nosso interior, muitas vezes a falta de humidade mata logo de inicio as possibilidades que temos...
Caso a humidade relativa não seja um obstáculo é preciso que não tenhamos vento enquanto se faz a subida do ar quente, pois caso contrário a coluna estabelecida na formação de cúmulos vai ser cortada...
Estes são apenas alguns factores...e, apesar de tudo, este ano ainda tivemos algumas situações interessantes...

Olhe, então explique-me porque existem trovoadas no Inverno, às vezes ainda mais severas que no Verão, e em tempo frio?
 

Mário Barros

Furacão
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18 Nov 2006
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Maçores (Torre de Moncorvo) / Algueirão (Sintra)
Olhe, então explique-me porque existem trovoadas no Inverno, às vezes ainda mais severas que no Verão, e em tempo frio?

Isso tem a ver com o pós frontal. Após a passagem de uma frente fria, a atmosfera arrefece muito depressa, e leva a que haja trovoadas por vezes bastante violentas.
 

Beaufort

Cirrus
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9 Mar 2010
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Isso tem a ver com o pós frontal. Após a passagem de uma frente fria, a atmosfera arrefece muito depressa, e leva a que haja trovoadas por vezes bastante violentas.

A trovoada está associada a condições de forte instabilidade vertical, ou seja depende da estrutura térmica ao longo da troposfera.
Nas frentes frias a condensação que produz cumulonimbus dá-se pela subida de uma massa de ar frio sobre uma massa de ar quente, com ascenção rápida.

No verão é o forte aquecimento da superfície que provoca a subida do ar quente, mas neste caso devido à convecção que se produz e não ao encontro de diferentes massas de ar.
 

stormy

Super Célula
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7 Ago 2008
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A trovoada está associada a condições de forte instabilidade vertical, ou seja depende da estrutura térmica ao longo da troposfera.
Nas frentes frias a condensação que produz cumulonimbus dá-se pela subida de uma massa de ar frio sobre uma massa de ar quente, com ascenção rápida.

No verão é o forte aquecimento da superfície que provoca a subida do ar quente, mas neste caso devido à convecção que se produz e não ao encontro de diferentes massas de ar.

No Inverno maior parte da convecção severa ocorre ou nas frentes frias ou em sectores quentes instaveis.
Tomando o exemplo do evento de 18Fev 2008, uma Cut-off com expressão á superficie arrastou uma pluma tropical desde o Atlantico central, e a convecção severa que ocorreu em Lisboa deu-se quando o ar tropical maritimo encontrou uma linha de forçamento, o resultante foram nuvens de grande desenvolvimento vetical ( Medições da temperatura dos topos sugerem altitudes de 10 a 13km), nuvens essas que dada a origem em massas de ar muito ricas em agua descarregaram quantidades de precipitação da ordem dos 100 a 150mm na AML em 24h.
Portanto, fortes linhas de instabilidade associadas a massas de ar quente geralmente dão em trovoadas intensas no Inverno..

No caso das frentes frias, o mecanismo é tal como referes, e tambem podem ocorrer situações severas dependendo da energia retida na massa de ar pré frontal.

A convecção pós frontal, que refere o Mario, occore numa atmosfera muito fria, mas com bastante calor retido nos niveis baixos, calor latente que geralmente está armazenado no mar e que pode gerar bruscos movimentos verticas devido ao gradiente termico vertical.
Estas trovoadas são as mais frequentes e afectam geralmente apenas o litoral.
 

Vince

Furacão
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23 Jan 2007
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É o perfil vertical das temperaturas que dita a instabilidade da atmosfera como alguns disseram, no Inverno num pós frontal a maioria das vezes vem agarrada uma bolsa de ar muito fria em altitude, e como a superfície arrefece sempre muito mais lentamente que as camadas baixas ou médias, existe esse gradiente vertical que permite trovoadas. Inverno ou Verão, é sempre esse gradiente que as permite. No Verão a coisa normalmente complica-se, pois muitas vezes existe esse gradiente mas falta um outro, a humidade.

Em relação às depressões térmicas, elas formam-se todos os santos dias na PI em dias de calor no Verão e contribuem para as famosas nortadas que tantos odeiam... ou adoram. Tal como se formam as depressões térmicas no Verão também se formam os anticiclones térmicos no Inverno, que são infelizmente muito menos "famosos" que as depressões, mas contribuem em dias frios e de céu limpo com umas belas inversões de tirar as teias de aranha à parte negativa dos termómetros.

Nos últimos anos percebi que há uma certa mitologia com as depressões térmicas aos quais muitos associam instabilidade, e isso é errado, a depressão térmica da PI só em condições excepcionais de bastante humidade gera instabilidade e trovoadas. A maioria das vezes em que temos instabilidade no Verão, é de depressões térmicas no norte de África ou da PI que interagem com depressões frias em altitude, não foi apenas pelas depressões térmicas da PI em si.
 

MarioCabral

Cumulonimbus
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14 Jan 2010
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Senhora da Hora - 100m /Povoa de Cervães - 420m
Olhe, então explique-me porque existem trovoadas no Inverno, às vezes ainda mais severas que no Verão, e em tempo frio?

Quando me referi antes às trovoadas referia-me apenas aos casos de convectividade...mas além destes, temos também mais duas possibilidades para a formação de cúmulos-nimbos que podem causar trovoada. Uma já foi falada e relaciona-se com a actividade frontal. No entanto, a elevação orográfica pode também desencadear ou favorecer a sua ocorrência, devido à elevação do ar quente ao longo da encosta, arrefecendo e adquirindo humidade ao longo da sua ascensão...formando no topo nuvens de desenvolvimento vertical...
Em relação aos sistemas frontais, por exemplo, numa frente fria o ar frio e denso empurra uma massa de ar mais quente, provocando uma elevação forte junto à superfície um pouco à frente do ar frio...Esta elevação vertical pode provocar as referidas trovoadas devido à elevação até níveis superiores da massa de ar...Um prenuncio nestes casos da sua ocorrência é, por exemplo, uma diminuição brusca da temperatura e subida também brusca da pressão atmosférica...
Temos também os famosos pós frontais...que já foi bem explicado anteriormente pelo stormy...
 

Aurélio

Cumulonimbus
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Faro
Esta run das 06h do GFS ... loooooolllll

Um "Furacao" a passear entre Açores e Madeira ... ha ha ha

NEXT RUN please !!

PS: O que noto é que poderá existir uma pequena chance de esta depressão atlântica ficar com sendo uma cut-off, mas hipótese muito remota para já ....
 

Rainy

Nimbostratus
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A coisa não está nada boa em termos de chuva, mesmo as temperaturas voltam a subir para a semana que vêm que vai ser igualzinha a esta:(:sad: ou seja monótoma:(.
Mas nunca se sabe o que pode mudar já que estamos numa altura do ano bastante instavel e difiçil de prever;)
 

Lightning

Cumulonimbus
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Algures
Esta run das 06h do GFS ... loooooolllll

Um "Furacao" a passear entre Açores e Madeira ... ha ha ha

NEXT RUN please !!

PS: O que noto é que poderá existir uma pequena chance de esta depressão atlântica ficar com sendo uma cut-off, mas hipótese muito remota para já ....

Talvez até seja possível, Aurélio.

Ok, tudo bem, concordo que sejam ainda cartas do segundo painel e sem fiabilidade absolutamente nenhuma e podemos até dizer que são meras especulações do GFS, mas não se esqueça de que a Ophelia (http://www.nhc.noaa.gov/graphics_at1.shtml?5-daynl#contents) para algum lado vai ter que se deslocar...

Não sabemos é para onde, ainda.. :)
 

MarioCabral

Cumulonimbus
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14 Jan 2010
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Senhora da Hora - 100m /Povoa de Cervães - 420m
Esta run das 06h do GFS ... loooooolllll

Um "Furacao" a passear entre Açores e Madeira ... ha ha ha

NEXT RUN please !!

PS: O que noto é que poderá existir uma pequena chance de esta depressão atlântica ficar com sendo uma cut-off, mas hipótese muito remota para já ....

Faz muito nexo aquilo que dizes:thumbsup:, não estou a ver aquela previsão a prosseguir em futuras saídas...o mais provável é mesmo termos uma cut-off e nada mais...
 

rfilipeg

Cumulus
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21 Ago 2011
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Quando me referi antes às trovoadas referia-me apenas aos casos de convectividade...mas além destes, temos também mais duas possibilidades para a formação de cúmulos-nimbos que podem causar trovoada. Uma já foi falada e relaciona-se com a actividade frontal. No entanto, a elevação orográfica pode também desencadear ou favorecer a sua ocorrência, devido à elevação do ar quente ao longo da encosta, arrefecendo e adquirindo humidade ao longo da sua ascensão...formando no topo nuvens de desenvolvimento vertical...
Em relação aos sistemas frontais, por exemplo, numa frente fria o ar frio e denso empurra uma massa de ar mais quente, provocando uma elevação forte junto à superfície um pouco à frente do ar frio...Esta elevação vertical pode provocar as referidas trovoadas devido à elevação até níveis superiores da massa de ar...Um prenuncio nestes casos da sua ocorrência é, por exemplo, uma diminuição brusca da temperatura e subida também brusca da pressão atmosférica...
Temos também os famosos pós frontais...que já foi bem explicado anteriormente pelo stormy...

Ok. Muito obrigado pela explicação.
A ver se este Inverno faz qualquer coisa por aqui. :)

Cumps,
rfilipeg
 
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