A 96 horas do evento...
O GFS aumentou muito ligeiramente a humidade a 700 hPa. Isto teve o resultado óbvio de o output gerar aguaceiros localizados. Mas na realidade, e ainda num caso extremo, pode ocorrer trovoada seca, sendo este um evento mais ou menos raro nas ilhas de bruma.
O ambiente estará muito seco e por consequência tremendamente hostil à convecção. Contudo, se as condições certas surgirem, o desenvolvimento celular poderá ser muito rápido.
O GFS modela a persistência de condições de 'instabilidade' durante várias horas. Como escrevi anteriormente, as condições de 'instabilidade' são condicionais e aparecerão devido à adveção de ar frio em altitude (tefigrama do WRF):
Continuo a manter a ideia de que qualquer trovoada que surgir terá um topo mais ou menos elevado especialmente devido à estabilidade nos níveis baixos e ao ar seco. O ar seco do deserto será devastador para as perspetivas de chuva. Nos próximos dias a Madeira deverá ser afetada por quantidades de poeira muito elevadas (na atmosfera):
Ainda é cedo para ter certezas no que concerne aos Açores mas é expectável que cheguem ao arquipélago concentrações significativas. Não vou ainda abordar a possibilidade da ocorrência de eventos severos. O ECM mostra alguns aguaceiros fracos, ocorrendo eles no G. Central.
O antiticlone deverá deslocar-se para nordeste daqui a 48 horas, mais coisa menos coisa. A massa de ar desértica começará a descolar-se para noroeste nessa altura. Volto a atualizar a previsão na 6ª feira.