Rajadas de 130 km/h provocam vários estragos
O mau tempo que se fez sentir na madrugada e manhã de ontem fez vários estragos e provocou diversas derrocadas na Madeira. Os níveis de precipitação chegaram, em menos de 24 horas, a 41 milímetros, metade do registo mais alto alguma vez feito na Madeira. O vento atingiu rajadas de 130 k/h, o que provocou vários danos, especialmente na Ribeira Brava, e condicionou os movimentos no mar e no Aeroporto da Madeira.
O mau tempo que se fez sentir durante a noite e manhã de ontem fizeram alguns estragos em vários concelhos da Madeira. O Observatório de Meteorologia da Madeira chegou a registar rajadas até 130 km/h.
A Ribeira Brava foi o território mais fustigado pelo mau tempo, especialmente pelos ventos fortes que destruíram telhados, esplanadas e iluminações de Natal e provocaram a queda de árvores. O vento e a chuva provocaram também pequenas derrocadas um pouco por todo o concelho.
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Contactado pelo JORNAL da MADEIRA, o delegado regional do Observatório de Meteorologia da Madeira, Victor Prior, esclareceu ontem que os níveis de precipitação não foram anormais para a época de Inverno que se vive. Entre as 21h00 de segunda-feira e as 12h00 de ontem, a precipitação foi de 41,6 milímetros, o que corresponde a metade do máximo alguma vez registado na Madeira, que foi de 84,9 milímetros, em 1976. Ontem o valor máximo registado em 10 minutos foi 4,5 milímetros, o que corresponde a metade do que os meteorologias consideram uma precipitação «muito forte».
Já as rajadas de vento chegaram a níveis pouco frequentes para as zonas de baixa altitude. As estações de medição da Ponta do Pargo e do Pico do Arieiro registaram, ambas, rajadas de 120 e 130 km/h.
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Foram cancelados nove voos, alguns dos quais chegaram a divergir para outros destinos, como para o Porto Santo, à espera da melhoria das condições climatéricas, mas na maioria dos casos o cancelamento efectivo acabou por se concretizar.
De acordo com a informação da Aeroportos e Navegação Aérea da Madeira – ANAM -, foram canceladas nove ligações provenientes do Porto Santo, Lisboa, Las Palmas e Gatwick. A partir das 12h30, as aterragens e descolagens foram retomadas, ainda que condicionadas ao estado do tempo. (...)
Mas o mau tempo também foi notado no mar. A forte ondulação na costa e a faixa castanha provocada pelas terras trazidas pelas ribeiras mostravam bem a agitação marítima e justificavam o comunicado que entretanto a Capitania do Porto do Funchal emitiu.
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Alberto Pita e Ricardo Caldeira