Não ponho em causa a excecionalidade do episódio, apenas refiro que são realidades completamente diferentes das de Portugal, talvez por estarmos muito mais sujeitos a ondas de calor e uma subida de 5ºC no recorde de temperatura seria quase impensável.
Por exemplo: Bragança IPMA tem um máximo absoluto de 39,7ºC, mas todos os anos se registam valores relativamente próximos, 36ºC, 37ºC ou 38ºC. Quando falamos de um novo recorde, falamos de mais algumas décimas, normalmente, mais 1 ou 2ºC, muito excecionalmente.
Depende da região de Portugal, o que se passou na França é tão anómalo como o que se passou no Algarve em Julho de 2004 ou em Maio de 2012.
Na estação de Faro (Aeroporto), em Julho de 2004, registou um recorde de 44.3ºC e o anterior recorde era de 39.8ºC, ou seja, +4.5ºC em relação ao anterior recorde.
Em Maio de 2012, a mesma estação, teve outro recorde batido em Maio, de 37.1ºC, o anterior recorde era de 33.8ºC, ou seja +3.3ºC, em Sagres passou de 30.8ºC para 35.1ºC, ou seja, +4.3ºC.
Se a região de França que bateu os recordes, tiver uma situação idêntica à do Algarve, não vejo nada de extraordinário nisso, aliás os recordes que caíram em Faro, nos meses de Julho, Maio e Outubro, não foram por meras décimas mas sim por 2 ou mais graus de diferença.
Esse episódio em Julho de 2004 foi tão excepcional que nunca mais as temperaturas aproximaram-se desse valor, aliás Faro muito raramente consegue chegar aos 40ºC quanto mais 44ºC, para esse recorde cair, é preciso existir uma sinóptica idêntica a Julho de 2004 e isso é muito raro e no final do mês faz já 15 anos sobre o ocorrido.