A área ardida em Portugal devido a incêndios quase triplicou no primeiro semestre face ao mesmo período do ano passado, ultrapassando nove mil hectares, segundo dados da Autoridade Florestal Nacional (AFN).
O relatório provisório de incêndios florestais da AFN para o período entre 01 de janeiro e 30 de junho revela que arderam 9.447 hectares contra 3.504 hectares nos primeiros seis meses de 2010.
Os fogos atingiram 2.955 hectares de povoamentos (1.048 em 2010) e 6.492 hectares de matos (2.456 no ano passado).
Do total de 6.820 ocorrências, o dobro de 2010, 1.256 foram incêndios florestais e 5.564 fogachos.
No primeiro semestre, a AFN refere 12 grandes incêndios, ou seja, com uma área afetada superior a 100 hectares, tendo totalizado 2.211 hectares.
A ocorrência com maior dimensão registou-se na Guarda, em fevereiro, na qual arderam 314 hectares de matos. Em junho, o fogo destruiu 230 hectares de povoamentos no distrito de Viana do Castelo.
Os dados da AFN indicam que o maior número de ocorrências aconteceu no distrito do Porto e das 1.947 situações 90 por cento correspondem a fogachos, mas Braga, Viana do Castelo e Aveiro também apresentam um número elevado.
Já no que respeita à área ardida, mais de metade (5.624 hectares) ocorreu nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Vila Real.
Viana do Castelo registou um número mais elevado de incêndios florestais e de área ardida (2.661 hectares).
O relatório informa ainda que os meses de março, abril e junho concentraram 80 por cento das ocorrências e 76 por cento da área ardida. Em junho, 3.199 ocorrências provocaram 2.716 hectares de área ardida.
A AFN compara a situação deste ano com os valores médios do decénio anterior e conclui que se registaram mais 190 ocorrências (mais três por cento) e menos 3.127 hectares ardidos (menos 25 por cento).
A área ardida em 2010 foi a maior dos últimos quatro anos, tendo só sido ultrapassada em 2003, quando arderam mais de 400 mil hectares, e em 2005, quando as chamas consumiram cerca de 330 mil hectares.
A Autoridade Florestal Nacional é tutelada pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território.
i