Isso mesmo!
Hoje em dia o dinheiro é o que interessa e que se lixe a floresta nativa... É só eucaliptos...
A floresta começou a ser um local de produção extensiva de eucalipto, que ajuda ainda mais à proliferação dos incêndios...
Para além da propagação de incêndios, os eucaliptos trazem outros perigos para o futuro e o presente dos ecossistemas. Os eucaliptos e até os pinheiros não são originários do nosso país, mas realmente por questões de rapidez de crescimento e dinheiro, o nosso país vai virar uma área eucaliptal e de pinhal, o que vai dar origem à destruição progressiva da comunidade clímax dos nossos ecossistemas. Em termos de sucessões ecológicas estima-se que certas florestas portuguesas se tenham formado após cerca de 150 anos, e infelizmente aquilo que fazemos com os incêndios ou com a plantação das espécies que referi acima, é levar o ecossistema a regressar a sucessões secundárias, os quais terão de evoluir de novo de de uma comunidade pioneira e levar mais 150 anos a atingir a comunidades mais complexas ou seja de novo a comunidade clímax. O eucalipto é uma árvore que através dos seus óleos voláteis, entra em combustão com as elevadas temperaturas, entretanto o eucalipto traz problemas ao solo, como a erosão e o empobrecimento do mesmo. A erosão é mais sentida nas encostas de montanhas ou de outras elevações onde o facto da folhagem desta árvores ser reduzida permite a entrada de mais água para o solo, que deverá escorrer. Esta escorrência originará ao longo dos anos um processo de erosão que irá trazer ao de cima a rocha nua que deu depois de muitos anos e transformações seguimento às nossas florestas desde os primeiros musgos e líquenes que geraram matéria orgânica, para que fossem evoluindo os primeiros arbustos, ervas, fetos e posteriormente abetos, carvalhos, vidoeiros, nogueiras etc. E associado à erosão e à escorrência de água, podem estar a associados os perigos de inundação, se existir um rio próximo. Não sei se já repararam na pobreza de biodiversidade das áreas eucaliptais, e isto é fruto de substâncias libertadas pelo eucalipto, que afugentam qualquer outra espécie animal e mesmo vegetal, para além disso esta árvore consome em excesso nutrientes, contidos no solo, tais como potássio, cálcio, magnésio, nitrogénio e fósforo. O excessivo consumo de água (causa do elevado tamanho destas árvores e da sua ótima adaptação a Portugal) em conjunto com estes nutrientes, empobrece o solo não permitindo que outras plantas se desenvolvam, e muitas das vezes este solo é também submetido à erosão. Por todos estes perigos pergunto, é viável destruirmos o passado das nossas florestas por motivos económicos, e colocarmos os nossos ecossistemas em tamanhos riscos? Urge de facto, elaborar medidas contra a redução da plantação desta espécie, para conservarmos a nossa floresta, e não termos que esperar 150 anos para voltar a vê-la tal e qual como era.