Seguimento - Incêndios 2017

luismeteo3

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14 Dez 2015
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Antigo comandante admite que “não havia meios suficientes” face à situação
O antigo comandante dos Bombeiros de Pedrógão Grande, João Dias, lamentou a tragédia que atinge o concelho e outros dois municípios do distrito de Leiria, admitindo que contra a situação vivida nas últimas horas “não havia meios suficientes”.

“O vento era muito forte, era como o diabo, que corria mais do que nós”, desabafou João Dias, em declarações à agência Lusa.

No vizinho concelho da Sertã, Rute Silva, viu o seu marido ajudar no combate às chamas que deflagraram no sábado em Pedrógão Grande e que provocaram, segundo o último balanço oficial, 62 mortos e 54 feridos.

“Não podíamos ficar sozinhos. Somos uns para os outros”, diz a moradora, que há quase 24 horas não vê o marido.

Apesar da ausência, a mulher não se mostra preocupada, porque ambos já estão “habituados a estas crises” e o marido já foi bombeiro.

“Agora anda por aí, mas ajuda a limpar terrenos e a acalmar os mais velhinhos”, diz Rute Silva.

No centro de Pedrógão Grande, hoje, há pouca gente nas ruas da vila do distrito de Leiria.

“Quem tem coisas para segurar, fica em casa. Quem não tem, vai ajudar”, explicou António Santos, reformado, sentado num banco de jardim.

Junto ao posto de comando, ao início da tarde, começavam a chegar bens de primeira necessidade.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, apelava às pessoas para que entreguem fruta e bens frescos para ajudar os homens envolvidos nas operações de combate às chamas.

“Tudo o que for fresco é bem-vindo”, disse o dirigente dos bombeiros.

Pelo menos 62 pessoas morreram no incêndio que atinge Pedrógão Grande e outros dois municípios desde sábado, de acordo com o último balanço efetuado hoje pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

O fogo mantinha quatro frentes ativas, duas delas a arder “com muita violência” e duas em que os bombeiros estavam a conseguir ganhar terreno, adiantou o governante.

Em relação às dificuldades sentidas no combate ao fogo, Jorge Gomes disse que estão a ser utilizados os meios que as circunstâncias permitiam e, depois de os meios aéreos não terem podido atuar logo desde as 08h00 devido a uma cortina de fumo, um Canadair espanhol já estava no local a auxiliar os bombeiros no terreno.

Lusa
 


Duarte Sousa

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8 Mar 2011
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Loures
Não há palavras para descrever isto.

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ClaudiaRM

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2 Dez 2009
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Pensei nisto quando comecei a ler isto dos incêndios...
Pelo o que me ensinaram(e o meu falecido pai até foi bombeiro para além de trabalhar com comandantes de equipas de bombeiros voluntários.
Uma descarga de um avião pode lançar projecções a várias dezenas de metros.. Não se pode atacar um incêndio assim do nada com meios aéreos e às vezes pode até prejudicar o trabalho de quem anda apeado.

Acredito que assim seja mas não percebo absolutamente nada deste assunto. O que escrevi foi com base no que li e se normalmente já é preciso ser criterioso com a informação, nestas circunstâncias essa necessidade decuplica.
 

Mr. Neves

Cumulonimbus
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22 Jan 2013
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É mesmo o incêndio. Provávelmente são as partículas suspensas libertadas pela combustão e que são transportadas pelas correntes ascendentes.

Sim, certamente será essa a explicação, até porque aquelas manchas de radar já circundam a zona há muito tempo, no entanto podem estar agora a intensificar-se se estiver a ocorrer a tal formação de um pyrocumulus, que se falou aqui anteriormente.
 

Orion

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5 Jul 2011
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É certo que não terá sido a fonte, mas a culpa morre sempre solteira na maioria dos casos. E não querendo desculpabilizar o palerma do incendiário, ou estar aqui a fazer grandes juízos de valor, e a culpabilizar pessoas inocentes, pergunto que papel teve a ANPC e o próprio IPMA na tentativa de evitar esta tragédia e evacuar atempadamente as pessoas dos locais críticos, obviamente que agora falar é muito fácil para quem não tem a responsabilidade nas mãos (como diriam alguns, treinadores de bancada há muitos), não quero ser um treinador de bancada, mas carambas, repare-se que o IPMA, por exemplo, voltou novamente a nem sequer emitir avisos relativos à situação convectiva da tarde de ontem, sabemos que este tipo de condições é muito imprevisível, mas por vezes parece que as autoridades competentes "ficam literalmente a ver o barco afundar". Questiono assim, se o IPMA não podia ter tido um papel mais pro-activo junto da ANPC acerca da aproximação das células convectivas...:intrigante: Ou tendo fornecido informações, porque carga de água, a ANPC pouco ou nada fez perante a situação.

Enfim, triste sina a da nossa floresta e das populações envolventes:sad:

Apaguei a publicação porque estive a rever os dados e não fiquei com muita certeza. Durante a madrugada já não estava disponível o mapa dinâmico das DE's. Só havia disponível o perfil vertical do radar de Coruche e não me pareceu ver claramente células bem definidas. Isto não quer dizer que não tenham havido trovoadas naquela altura porque basta uma célula com raios isolados no local certo. E há pouco...

https://www.meteopt.com/forum/topico/seguimento-incendios-2017.9144/page-20#post-610290

Não obstante ter apagado a publicação manteria a última parte. Sempre houve e haverão incendiários e meios insuficientes/incompetentes. Noutros países a proteção civil emite interdições totais (fire bans) quando as condições o exigem. Mas isso em PT é problemático. Não só as condições favoráveis aos incêndios são bastante prevalentes como, realisticamente, quem quiser iniciar um incêndio irá fazê-lo de qualquer forma. E nem estou a incluir os acidentes.
 

SpiderVV

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26 Ago 2010
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Sim, certamente será essa a explicação, até porque aquelas manchas de radar já circundam a zona há muito tempo, no entanto podem estar agora a intensificar-se se estiver a ocorrer a tal formação de um pyrocumulus, que se falou aqui anteriormente.
Sim, dá para ver que é o fumo/partículas do incêndio.

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luismeteo3

Furacão
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14 Dez 2015
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Fatima (320m)
João Silva Dos Santos, piloto comandante de Kamov KA32 e que participou no combate ao incêndio no concelho de Pedrógão Grande, fez um post de Facebook a descrever o fogo como algo que nunca tinha visto e garante que as respostas dos meios da Proteção Civil “foram os adequados”.
 
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