Seguimento - Incêndios 2018



ClaudiaRM

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2 Dez 2009
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As pessoas são livres de escolher o que entendem ser o melhor para elas. Mas têm de assumir a responsabilidade pelas suas escolhas. Se escolhem ficar apesar de as autoridades terem chegado à conclusão que o mais seguro é partir, estão por sua conta e risco. Se acontecer uma desgraça a responsabilidade é de quem recusou sair. Não é da GNR, dos bombeiros, do PM, do PR, da Protecção Civil e do diabo a quatro. Da mesma maneira que, quando corre bem, ficam com os louros de terem salvo as suas casas sozinhos, quais super-heróis. Todos fazemos escolhas na vida e todas as escolhas que se fazem têm consequências. Ser homem e ser mulher é isso mesmo: assumirmos as nossas responsabilidades.
Portugal é um país de Chicos-espertos. São Chico-espertos no mar com bandeira vermelha a mandar vir com os nadadores-salvadores se eles lhes pedem para sair da água, são Chicos-espertos a aventurarem-se, com crianças incluídas, em praias não vigiadas, são Chicos-espertos debaixo de arribas a curtir a sombra com a família toda junto a placas onde se alerta para o perigo de derrocadas. Quando acontecem tragédias são todos responsáveis excepto os Chico-espertos. Quando corre bem, eles é que são inteligentes e os outros burros. Cada vez tenho menos pachorra para eles.
 

Davidmpb

Super Célula
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7 Jul 2014
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As pessoas são livres de escolher o que entendem ser o melhor para elas. Mas têm de assumir a responsabilidade pelas suas escolhas. Se escolhem ficar apesar de as autoridades terem chegado à conclusão que o mais seguro é partir, estão por sua conta e risco. Se acontecer uma desgraça a responsabilidade é de quem recusou sair. Não é da GNR, dos bombeiros, do PM, do PR, da Protecção Civil e do diabo a quatro. Da mesma maneira que, quando corre bem, ficam com os louros de terem salvo as suas casas sozinhos, quais super-heróis. Todos fazemos escolhas na vida e todas as escolhas que se fazem têm consequências. Ser homem e ser mulher é isso mesmo: assumirmos as nossas responsabilidades.
Portugal é um país de Chicos-espertos. São Chico-espertos no mar com bandeira vermelha a mandar vir com os nadadores-salvadores se eles lhes pedem para sair da água, são Chicos-espertos a aventurarem-se, com crianças incluídas, em praias não vigiadas, são Chicos-espertos debaixo de arribas a curtir a sombra com a família toda junto a placas onde se alerta para o perigo de derrocadas. Quando acontecem tragédias são todos responsáveis excepto os Chico-espertos. Quando corre bem, eles é que são inteligentes e os outros burros. Cada vez tenho menos pachorra para eles.
Se fosse a tua casa a estar perto do fogo, ficavas de braços cruzados ou tentavas salva-la?
 

vagas

Cumulus
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30 Set 2009
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Se fosse a tua casa a estar perto do fogo, ficavas de braços cruzados ou tentavas salva-la?
A que respeitar as autoridades e fazer a limpeza do terreno em volta dela , se fizeres o trabalho de casa bem feito , está descansado que a tua casa não arde , se sabes que existe fogo na zona porque não começas a preparar a tua casa de forma a que ele não chegue perto? Se todos tomarem conta dos seus quintais não corres o risco de perder a tua habitação, mas não quando o fogo está a 100m e que se lembram aí não vem ninguém não vem ninguém enfim

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ClaudiaRM

Furacão
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2 Dez 2009
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Se fosse a tua casa a estar perto do fogo, ficavas de braços cruzados ou tentavas salva-la?

Não sei. Nunca passei por essa situação. Quem nunca passou por uma situação limite e alega saber como reagiria, mente. Mas se desrespeitasse uma ordem de evacuação das autoridades, estaria consciente que teria de enfrentar as consequências dessa decisão, fossem elas quais fossem.
Racionalmente falando, estando morta não vejo grande utilidade numa casa, num carro, num telemóvel, etc.
 

Hawk

Cumulonimbus
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26 Nov 2006
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Outra explicação pode ser falta de experiencia e conhecimento da gentes da terra o que transmite ainda menos confiança


GNR chama estagiários para evacuação de aldeias ameaçadas pelos incêndios

A GNR recorreu a um contingente de estagiários para fazer face à falta de guardas durante as evacuações das aldeias em Monchique e nos concelhos vizinhos de Silves e Portimão, onde também chegaram as chamas. Estes elementos nem sequer acabaram os seus cursos de formação e avançaram para o terreno sem estar legitimados para intervir.
https://www.jn.pt/nacional/interior...ldeias-ameacadas-pelos-incendios-9701541.html

pre
As pessoas são livres de escolher o que entendem ser o melhor para elas. Mas têm de assumir a responsabilidade pelas suas escolhas. Se escolhem ficar apesar de as autoridades terem chegado à conclusão que o mais seguro é partir, estão por sua conta e risco. Se acontecer uma desgraça a responsabilidade é de quem recusou sair. Não é da GNR, dos bombeiros, do PM, do PR, da Protecção Civil e do diabo a quatro. Da mesma maneira que, quando corre bem, ficam com os louros de terem salvo as suas casas sozinhos, quais super-heróis. Todos fazemos escolhas na vida e todas as escolhas que se fazem têm consequências. Ser homem e ser mulher é isso mesmo: assumirmos as nossas responsabilidades.
Portugal é um país de Chicos-espertos. São Chico-espertos no mar com bandeira vermelha a mandar vir com os nadadores-salvadores se eles lhes pedem para sair da água, são Chicos-espertos a aventurarem-se, com crianças incluídas, em praias não vigiadas, são Chicos-espertos debaixo de arribas a curtir a sombra com a família toda junto a placas onde se alerta para o perigo de derrocadas. Quando acontecem tragédias são todos responsáveis excepto os Chico-espertos. Quando corre bem, eles é que são inteligentes e os outros burros. Cada vez tenho menos pachorra para eles.

Os chicos-espertos são os chicos-espertos, os outros são os outros. Em vez de catalogar as pequenas comunidades em geral (seja de uma aldeia ou de uma rua) como acéfalos, convém relembrar que muitas destas pessoas já tiveram visitas do fogo noutros anos e podem até fazer uma melhor avaliação do risco REAL do que alguém que está a comandar uma evacuação à distância, com um enorme peso de 2017 em cima dos ombros e com base em inputs de profissionais que estão pela primeira vez naquele terreno. As pessoas que não pertencem a grupos de risco e que se encontram numa 2ª ou 3ª linha de casas em relação à mata e estão a regar os quintais, os telhados, a fechar as janelas, as portas, etc, estão a prestar um serviço a si mesmas e à comunidade. Não tem nada a ver com chique-espertice. Existe um conceito mais abrangente de "Protecção Civil" que vai além de "Autoridade Nacional de Protecção Civil"... E para não virem dizer que este discurso hipoteca a segurança das pessoas, a resposta a todas as questões não pode ser "Pedrógão". E sei do que falo, porque em 2016 vi o fogo entrar pelo Funchal adentro, sei como é que a maioria das casas começou a arder, sei como é que as pessoas morreram e sei que há incêndios e há incêndios..
 

WHORTAS

Nimbostratus
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16 Dez 2010
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Não sei. Nunca passei por essa situação. Quem nunca passou por uma situação limite e alega saber como reagiria, mente. Mas se desrespeitasse uma ordem de evacuação das autoridades, estaria consciente que teria de enfrentar as consequências dessa decisão, fossem elas quais fossem.
Racionalmente falando, estando morta não vejo grande utilidade numa casa, num carro, num telemóvel, etc.
Penso que toda esta problemática também gira em torno da confiança.
Se tens confiança no sistema ou não.
Confias que o nadador salvador saiba nadar melhor que tu. Se descobres que não é assim....
Este ponto está ferido desde o Pedrógão e ainda não está demonstrado o contrário.
 

ClaudiaRM

Furacão
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2 Dez 2009
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pre


Os chicos-espertos são os chicos-espertos, os outros são os outros. Em vez de catalogar as pequenas comunidades em geral (seja de uma aldeia ou de uma rua) como acéfalos, convém relembrar que muitas destas pessoas já tiveram visitas do fogo noutros anos e podem até fazer uma melhor avaliação do risco REAL do que alguém que está a comandar uma evacuação à distância, com um enorme peso de 2017 em cima dos ombros e com base em inputs de profissionais que estão pela primeira vez naquele terreno. As pessoas que não pertencem a grupos de risco e que se encontram numa 2ª ou 3ª linha de casas em relação à mata e estão a regar os quintais, os telhados, a fechar as janelas, as portas, etc, estão a prestar um serviço a si mesmas e à comunidade. Não tem nada a ver com chique-espertice. Existe um conceito mais abrangente de "Protecção Civil" que vai além de "Autoridade Nacional de Protecção Civil"... E para não virem dizer que este discurso hipoteca a segurança das pessoas, a resposta a todas as questões não pode ser "Pedrógão". E sei do que falo, porque em 2016 vi o fogo entrar pelo Funchal adentro, sei como é que a maioria das casas começou a arder, sei como é que as pessoas morreram e sei que há incêndios e há incêndios..

Em que é que isso contradiz o meu argumento base: as pessoas devem ser livres de tomar as suas decisões mas são responsáveis por elas. Se há uma ordem de evacuação, quem recusa sair é responsável pela sua decisão, aconteça o que acontecer. Não é assim a vida?
 

ClaudiaRM

Furacão
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2 Dez 2009
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Penso que toda esta problemática também gira em torno da confiança.
Se tens confiança no sistema ou não.
Confias que o nadador salvador saiba nadar melhor que tu. Se descobres que não é assim....
Este ponto está ferido desde o Pedrógão e ainda não está demonstrado o contrário.

Tudo bem. Desde que estejam cientes que as suas decisões têm consequências.
Quando era miúda estava na praia. Bandeira vermelha. Levantou-se uma ventania. O chapéu de sol foi arrastado para o mar. Nas varetas do chapéu estava pendurada a camisa do meu pai, que continha dinheiro no bolso. O meu pai foi atrás e entrou no mar apesar de o nadador-salvador se ter fartado de apitar e gritar com ele. Se tivesse acontecido uma desgraça, certamente que a culpa não seria dele...
 

ClaudiaRM

Furacão
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2 Dez 2009
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Pelo que li, o ferido mais grave é uma pessoa que recusou sair e ficou para combater o fogo. Não posso confirmar. Li algures no Twitter.
 
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dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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pre


Os chicos-espertos são os chicos-espertos, os outros são os outros. Em vez de catalogar as pequenas comunidades em geral (seja de uma aldeia ou de uma rua) como acéfalos, convém relembrar que muitas destas pessoas já tiveram visitas do fogo noutros anos e podem até fazer uma melhor avaliação do risco REAL do que alguém que está a comandar uma evacuação à distância, com um enorme peso de 2017 em cima dos ombros e com base em inputs de profissionais que estão pela primeira vez naquele terreno. As pessoas que não pertencem a grupos de risco e que se encontram numa 2ª ou 3ª linha de casas em relação à mata e estão a regar os quintais, os telhados, a fechar as janelas, as portas, etc, estão a prestar um serviço a si mesmas e à comunidade. Não tem nada a ver com chique-espertice. Existe um conceito mais abrangente de "Protecção Civil" que vai além de "Autoridade Nacional de Protecção Civil"... E para não virem dizer que este discurso hipoteca a segurança das pessoas, a resposta a todas as questões não pode ser "Pedrógão". E sei do que falo, porque em 2016 vi o fogo entrar pelo Funchal adentro, sei como é que a maioria das casas começou a arder, sei como é que as pessoas morreram e sei que há incêndios e há incêndios..

Só falta dizer que os habitantes da aldeia tem mais experiência de comportamento fogo que qualquer operacional que esteja a combater/comandar. As chamas a 100m até podem aparentar estar calmas, basta o vento aumentar de intensidade ou mudar de direcção e é literalmente a morte do artista.

Todas essas tarefas referidas devem ser feitas em antecipação. Não quando o fogo já está em cima.
 

dahon

Nimbostratus
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1 Mar 2009
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Tudo bem. Desde que estejam cientes que as suas decisões têm consequências.
Quando era miúda estava na praia. Bandeira vermelha. Levantou-se uma ventania. O chapéu de sol foi arrastado para o mar. Nas varetas do chapéu estava pendurada a camisa do meu pai, que continha dinheiro no bolso. O meu pai foi atrás e entrou no mar apesar de o nadador-salvador se ter fartado de apitar e gritar com ele. Se tivesse acontecido uma desgraça, certamente que a culpa não seria dele...

Aqui o problema é o facto das pessoas não estarem cientes porque não conhecem a realidade da situação. Não conhecem comportamento de fogo nem sabem como o combater portanto não tem consciência do perigo. E não é por já terem passado uma vez pela situação que isso lhes confere algum tipo de experiência com o combate ás chamas.