Seguimento - Incêndios 2025

Eu sou dos que cumprem, com prejuízo, mas cumpro o meu dever. Não ha um ano, em que eu não corte mato, nos mesmos locais, até 3 ou 4 vezes. Falo de mato sem árvores, á volta das casas e onde tenho pomares também. Por difícil que seja de acreditar, o mato e erva, chegava crescer 20cm na primavera a cada 15 dias, entre março e maio!

Se a cada português lhe calhasse 1 hectare para cuidar, logo percebiam do que estou a falar! :-)

Sorteado o local do hectare, seria a lotaria do azar, e não da sorte!
 
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A indústria da celulose está tudo menos em decadência! Continua em grande crescimento! Com a necessidade de abandonar o plástico o que não falta são novos produtos à base de fibras celulósicas. Além de que celulose não é só para papel, até fibras para indústria têxtil já são criadas a partir do eucalipto que ao contrário dos poliésteres, nylons e afins são biodegradáveis. Há várias formas de olhar para o problema. O que queremos? Continuar a usar materiais que provêm do combustíveis fósseis, poluentes não renováveis e que contribuem para o AG? Ou transitar para produtos de base florestal, renovável e que promovam gestão de território?


Quem não dispõe de posses para ter pinhal ou eucaliptal gerido que corte... E depois o que acontece? O terreno fica com o quê? Eu respondo, com mato, ou pior com invasoras como acácias... E mesmo que a pessoa em questão queira vender, quem vai comprar? Quem vai comprar 1ha de mato, porexemplo, no meio da serra da Lousã? Ninguém.. Por isso fica ao abandono.
Nos países mais desenvolvidos da Europa o que se faz? Plantasse eucalipto para que o terreno valorize?
Estão cheios de mato?


Só mesmo em Portugal um pais com um território ridiculamente pequeno, cheio de vilas e aldeias alguém teve a brilhante ideia de que a pasta do papel proveniente do eucalipto ia torna lo num país melhor e mais rico
Está há muitos anos á vista o falhanço desta opção
Acredito que tal como noutros países europeus o território não precisa de monoculturas para criar riqueza há tantas outras opções… Algumas pessoas neste país é que continuam a enganar todo um povo que todos os anos é afetado pelos fogos
 
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Não há impossíveis, mas transformar um território tal como o conhecemos, em um parque florestal natural, bem gerido , é um processo de vai e vem, de pequenas conquistas e derrotas (incêndios), e muitos milhões de euros investidos durante pelo menos 25 anos.

Não é possível fazer tudo de uma vez só, nem que 10 milhões de portugueses trabalhassem 1 ano para a causa! Isto leva décadas a mudar, só têm é de começar o trabalho, sem politizar: o passa culpas habitual, o recomeçar novos projetos em cada governação, o chamar de investimento á despesa gasta no combate. Enquanto não se sentarem e acordarem para a vida, vamos continuar sempre na mesma sina!
 
Nos países mais desenvolvidos da Europa o que se faz? Plantasse eucalipto para que o terreno valorize?
Estão cheios de mato?


Só mesmo em Portugal um pais com um território ridiculamente pequeno, cheio de vilas e aldeias alguém teve a brilhante ideia de que a pasta do papel proveniente do eucalipto ia torna lo num país melhor e mais rico
Está há muitos anos á vista o falhanço desta opção
Acredito que tal como noutros países europeus o território não precisa de monoculturas para criar riqueza há tantas outras opções… Algumas pessoas neste país é que continuam a enganar todo um povo que todos os anos é afetado pelos fogos
Se vais comparar Portugal com outros países, deves comparar com países que tenham clima idêntico e solos pobres. Não sei, mas talvez a Espanha,no sul da Itália, a Grécia.. não observo grande diferença nestes países, em relação a Portugal..
 
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Se vais comparar Portugal com outros países, deves comparar com países que tenham clima idêntico e solos pobres. Não sei, mas talvez a Espanha,no sul da Itália, a Grécia.. não observo grande diferença nestes países, em relação a Portugal..
Se te referes a incêndios parece me que há uma grande diferença

Então se na Espanha subtrairmos a Galiza que está igualmente cheia de eucaliptos a diferença de área ardida em percentagem é mesmo muito grande
 
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Sim, a Galiza é comparável ao norte de Portugal. Nas restantes regiões raianas, também foram fustigadas por incêndios, apesar de não serem comparáveis com o nosso pinhal interior.

Enfim isto não é linear, uns anos calha mais a uns e noutros anos, a outros. Espanha tem mais meios aéreos. Portugal não tem canadairs, mas devia ter, uma unidade de combate, sem recorrer a concursos de aquisição de serviços, principalmente aos espanhóis.
 
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A indústria da celulose está tudo menos em decadência! Continua em grande crescimento! Com a necessidade de abandonar o plástico o que não falta são novos produtos à base de fibras celulósicas. Além de que celulose não é só para papel, até fibras para indústria têxtil já são criadas a partir do eucalipto que ao contrário dos poliésteres, nylons e afins são biodegradáveis. Há várias formas de olhar para o problema. O que queremos? Continuar a usar materiais que provêm do combustíveis fósseis, poluentes não renováveis e que contribuem para o AG? Ou transitar para produtos de base florestal, renovável e que promovam gestão de território?


Quem não dispõe de posses para ter pinhal ou eucaliptal gerido que corte... E depois o que acontece? O terreno fica com o quê? Eu respondo, com mato, ou pior com invasoras como acácias... E mesmo que a pessoa em questão queira vender, quem vai comprar? Quem vai comprar 1ha de mato, porexemplo, no meio da serra da Lousã? Ninguém.. Por isso fica ao abandono.

Não sou um defensor da expansão do eucalipto, mas é uma espécie que tem o seu espaço. É importante para a nossa economia e diretamente emprega mais de 4000mil pessoas só na Altri e na Navigator, provavelmente outros tantos de forma indireta e em outras empresas menores. As plantações têm é que ser enquadradas na nossa paisagem compartimentadas e intercaladas com áreas com outras ocupações florestais, agrícolas ou outras. No fundo temos que promover um uso multifuncional dos espaços florestais, criando descontinuidades que dificultem a propagação do fogo. e criem economia e riqueza localmente. No fundo temos que promover, apicultura, resinagem, recolha lenha, corte de madeira de serração, caça, colheita de cogumelos silvestres, pastorícia, agricultura, turismo de natureza, entre outras atividades.
É verdade. As fibras vegetais sao cada vez mais usadas para muitas finalidades.
 
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Enfim isto não é linear, uns anos calha mais a uns e noutros anos, a outros. Espanha tem mais meios aéreos. Portugal não tem canadairs, mas devia ter, uma unidade de combate, sem recorrer a concursos de aquisição de serviços, principalmente aos espanhóis.
Este é um ano atípico, porque em condições usuais nós somos sempre campeões no rácio entre a área ardida e a área do país, e isto quando não somos campeões em valor absoluto, que creio também ocorre a maior parte dos anos. Nós temos um problema claramente maior que os nossos vizinhos do sul, por mal que eles possam estar. E como dizes, só se resolve com medidas mais efetivas que as que se têm tomado, e claro, com tempo.

Entretanto, a mesma frente que desde ontem desce muito lentamente para Loriga continua a arder praticamente no mesmo sítio depois de um dia inteiro de ataque de meios aéreos, parece que estou a ver um filme em super slow-motion. Pelo que percebo também ainda subsiste uma frente a descer para Alvoco da Serra, e outra pequena frente ao cimo do Vale Glaciar da Alforfa próxima do Covão do Ferro.
 
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"Pedro Abranches Mateus gosta de fotografar natureza — e mostrá-la quando é consumida. Captou os incêndios na zona do Açor e Serra da Estrela.

De um lado, a aldeia de Piódão, embrulhada num cenário verde; do outro, a mesma aldeia, mas desta vez o verde foi substituído pelos tons cinzentos que as chamas deixaram.


As imagens representam um cenário que por esta altura se replica em várias zonas do país. Estas são da autoria de Pedro Abranches Mateus, que a captou numa paragem em Piódão – a aldeia que este ano viu começar um incêndio que já se alastrou a Pampilhosa da Serra, Seia, Covilhã, Fundão e Castelo Branco – enquanto se dirigia ao Monte do Colcurinho.


“Quando cheguei a casa e estava a ver as fotografias, apareceu-me correspondência com fotos idênticas que eu já tinha. Apareceu-me a de 2020, praticamente do mesmo ângulo”, conta ao P3.


Pedro Abranches Mateus é bombeiro, mas a fotografia sempre fez parte da sua vida. Começou a interessar-se por influência do avô e dos tios, e gosta de fotografar “natureza e pessoas”: “Há muitas pessoas que não têm noção das dificuldades que se passam neste país”, aponta. “Tento mostrar os incêndios para quem não tem noção desta realidade e o quão grave é e que consequências tem. Principalmente no Portugal mais interior.”


Já tinha fotografado os incêndios em 2017 e, este ano, tem olhado (e captado) a Serra do Açor e Serra da Estrela – próximas da sua zona, Cabanas de Viriato. “Venho a estes sítios com regularidade. À Serra da Estrela venho quase todas as semanas a fotografar a natureza e as praias fluviais. Mas como sei que ardeu, vim agora ver como é que estava”, refere.


Este ano, esteve a combater fogos em Tondela e Viseu. “Os incêndios são cada vez mais violentos, mais rápidos e com uma dimensão maior. Mesmo havendo mais meios e tecnologia, existe um comportamento mais anómalo”, avalia. “No ano passado, tivemos um incêndio muito grande na minha zona, e passados dois ou três dias já estavam a fazer plantação de eucalipto. Aquilo estava minimamente limpo para pôr floresta autóctone, pelo menos em zonas estratégicas, para fazer corta-fogo, mas não, fica tudo ao abandono.” "
 
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Os incêndios são cada vez mais violentos, mais rápidos e com uma dimensão maior. Mesmo havendo mais meios e tecnologia, existe um comportamento mais anómalo”, avalia. “No ano passado, tivemos um incêndio muito grande na minha zona, e passados dois ou três dias já estavam a fazer plantação de eucalipto. Aquilo estava minimamente limpo para pôr floresta autóctone, pelo menos em zonas estratégicas, para fazer corta-fogo, mas não, fica tudo ao abandono.” "
Além do abandono dos terrenos e da plantação dos eucaliptos ou outras árvores que facilitam a propagação, a violência dos incêndios também depende muito de como são os invernos e primaveras.
Este último ano hidrológico foi bastante chuvoso e ao mesmo tempo algo ameno, o que contribuiu para o crescimento de muita erva. Aqui no Alentejo havia terrenos em que o pasto chegava quase às árvores. A juntar a isso, o facto de estarmos a ter períodos muito quentes e algo prolongados desde maio seria uma bomba-relógio para a floresta numa altura em que o verão já estava mais avançado, como é o caso.
Mesmo com esta onda de calor, se os meses anteriores tivessem sido mais suaves, provavelmente haveria mais humidade disponível na vegetação e estes incêndios podia não ter chegado a um nível tão violento.

Os anos historicamente mais dramáticos foram de secas graves, como é o caso de 2003, 2005 e 2017, mas em 2025 isso não se verifica. Haja seca ou não, os verões cada vez mais quentes no futuro são a maior preocupação.
 
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