“A nós, o Mar levou-nos tudo, até à raiz: as igrejas, as casas, os palheiros, as praças, as ruas, as vielas. Todo o nosso Centro Histórico foi tragado pelas ondas” (…) “Não há uma rua, um marco, um pelourinho, que nos guie nos caminhos da antiguidade” Miguel (1999, p.12). Vários autores, através das suas obras literárias, têm relatado as invasões do Mar que ocorreram sobre a povoação de Espinho, dando conta das respetivas consequências. Como descrito em Quintã (1999, p.81), as investidas do Mar sobre Espinho, são quase tão antigas como a povoação primitiva pois, de acordo com apontamentos sintéticos do Padre Lima, os avanços do Mar ao longo dos tempos, tiveram uma evolução impressionante. Em 1866, a distância entre a estação do caminho-de-ferro e a linha da costa era de 450 metros, em 1875, foi reduzida para 350 metros e em 1910, era só de 140 metros. Até 1904, o Mar destruiu tudo o que era antigo. Finalmente, até 1948, foi destruído o que restava até à Rua 2.