Nem o GFS nem o ECM mostram o restabelecimento de uma circulação zonal. Estranho seria se o fizessem nesta altura. Já lá vão 2 anos sem a ver (Verão de 2014). A pluma tropical ocasional (e nos próximos dias vem mais uma) salvou a situação nos Açores mas persistem alguns défices no G. Oriental.
Volto a escrever. Não percebo a insistência nas notícias da TV quando as audiências são o principal objetivo. O meteorologista não vai para a TV dizer que está previsto um aumento do calor na próxima semana para logo a seguir afirmar que as previsões são voláteis e que as coisas podem mudar. Para o comum telespectador isso seria uma incongruência atroz. Percebe-se a recorrente enfatização por parte de pessoas com menor conhecimento (claro que sempre se pode fazer a esporádica piada da cobertura noticiosa), mas de 'veteranos' já não (em termos de recorrência e persistência). Mas isso tem um objetivo, o que me leva ao ponto seguinte.
Todos os anos é sempre a mesma coisa. O aquecimento global surge sempre que há um evento minimamente anormal ou normal mas que tem um período de retorno significativo. Para começar as previsões do aquecimento global geralmente dizem respeito a 2050 e/ou a 2100. Estar em 2016 a discutir porque é que o gelo não derreteu no Pólo Norte é um bocado ilógico. Os artigos que fazem referência a semelhantes cenários catastrofistas a tão curto prazo são ridículos. Ainda estou para ler que o aquecimento global trará seca eterna.
Eu até nem levo as previsões do IPCC literalmente. Há muita intervenção político-económica, há sempre emissões não contabilizadas e os modelos estão longe de ser compreensivos (e quem sabe se não há geoengenharia em vigor). Deve-se é estar preocupado se o aquecimento a longo prazo for superior. Novamente, no fim do dia é irrelevante se o aquecimento é devido ao homem ou não. A dimensão populacional exige um valor mais ou menos fixo (e a aumentar) de recursos ambientais anuais. As variações meteorológicas (mesmo naturais) causarão choques tedencialmente superiores. No mundo ocidental o impacto é inferior devido à tecnologia (irrigação, barragens, furos) e ao poder de compra superior (importação de alimentos). Mas há muita mais gente no mundo que europeus. E hoje em dia a distância perdeu muita da sua relevância no que concerne à contenção do contágio. As análises têm que ser sempre globais.
Por fim, a atividade solar está em mínimos históricos e eu não vejo era glaciar em lado nenhum (também podia usar argumentos absolutistas/exagerados). Pessoalmente sempre escrevi que o sistema terrestre tem muito desfasamento. Ainda assim, não deixa de ser relevante a falta de um arrefecimento minimamente significativo. Isto sim, é que devia ser mais noticiado e não é.