Seguimento Meteorológico Livre 2019

Açor

Cumulus
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29 Set 2019
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Água Retorta, ilha de São Miguel, Açores
Nunca digas nunca por vezes a meteorologia surpreende-nos, os dois principais modelos estão em consenso e não falta assim tanto tempo, como é óbvio essa chuva ainda está um pouco longe de estar garantida teremos de esperar as próximas actualizações, essa sinóptica seria muito favorável para a região sul.
Não deveria ser difícil.
Aliás, deveria até ser o esperado nesta altura do ano uma vez que há maior variabilidade atmosférica.
Só não percebo porque é que de há décadas para cá a alta tem estado tão desenvolvida para norte quando o normal nesta altura do ano seria começar a se deslocar mais para sul.
Dependendo da instabilidade normal associada às estações de transição, fico com ideia que o anticiclone já não se comporta como antigamente.. Parece que assumiu uma posição cada vez mais estática.
Sinais dos tempos...!
 


António josé Sales

Nimbostratus
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6 Out 2016
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Turquel, concelho de Alcobaça
Não deveria ser difícil.
Aliás, deveria até ser o esperado nesta altura do ano uma vez que há maior variabilidade atmosférica.
Só não percebo porque é que de há décadas para cá a alta tem estado tão desenvolvida para norte quando o normal nesta altura do ano seria começar a se deslocar mais para sul.
Dependendo da instabilidade normal associada às estações de transição, fico com ideia que o anticiclone já não se comporta como antigamente.. Parece que assumiu uma posição cada vez mais estática.
Sinais dos tempos...!

Para mim este comportamento atípico do anticiclone está sem sombra de dúvida relacionado com as alterações climáticas!!!!!!
 

Açor

Cumulus
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29 Set 2019
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Água Retorta, ilha de São Miguel, Açores
Para mim este comportamento atípico do anticiclone está sem sombra de dúvida relacionado com as alterações climáticas!!!!!!

Será que as alterações climáticas por si só conseguem explicar a posição anormal no anticiclone?
Ou será que estamos apenas vivenciando um ciclo?
O que é certo é que já não há estações definidas, e as pessoas já se habituaram a este padrão...
Relembro com nostalgia os bons temporais de infância dos anos 70 e 80 onde tudo vinha no seu tempo certo...!
Meus avós são dos inícios do século XX e diziam me que os temporais de antigamente até faziam inveja aos de hoje.
Sim, porque segundo relatos da época, era bastante mais frequente chover, trovejar, ventar, (e até nevar) com muito mais frequência que hoje.
Where did the time go...?!
 

António josé Sales

Nimbostratus
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6 Out 2016
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Turquel, concelho de Alcobaça
Será que as alterações climáticas por si só conseguem explicar a posição anormal no anticiclone?
Ou será que estamos apenas vivenciando um ciclo?
O que é certo é que já não há estações definidas, e as pessoas já se habituaram a este padrão...
Relembro com nostalgia os bons temporais de infância dos anos 70 e 80 onde tudo vinha no seu tempo certo...!
Meus avós são dos inícios do século XX e diziam me que os temporais de antigamente até faziam inveja aos de hoje.
Sim, porque segundo relatos da época, era bastante mais frequente chover, trovejar, ventar, (e até nevar) com muito mais frequência que hoje.
Where did the time go...?!

Pois isso eu não sei, mas é inegável que temos com muita frequência o anticiclone muito fortalecido e muito tempo estacionário a fazer bloqueio ás frentes que tentam cá chegar.
 

Açor

Cumulus
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29 Set 2019
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Água Retorta, ilha de São Miguel, Açores
Enfim, tudo mudou...! Nem o clima é mais o mesmo, tanto aí como por aqui... !
E quem o vivenciou já não está cá para contar, por isso que muitos nativos hoje têm a memória curta, exactamente por já estarem habituados ao actual padrão climático. Eu pessoalmente acredito em ciclos climáticos, até porque o clima nunca é estático.
No caso de um Furacão ou de uma tempestade qualquer, por exemplo, a população portuguesa do século XXI não sabe onde se dirigir em caso de evacuação, ou onde passar a noite ou ir buscar mantimentos em caso de enxurradas, exactamente porque em Portugal não há nenhuma cultura de protecção civil. Há sempre a esperança que tudo passa sempre ao lado e as desgraças só acontecem nas Caraíbas e aos outros!
Enfim, é o que há por aqui.
Esperemos por melhores dias!
 

jamestorm

Cumulonimbus
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12 Jan 2010
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Lisboa e Alenquer
Para mim que vivi como criança uma parte dos anos 80 e depois os 90, parece-me dar a sensação de que agora está tudo muito mais estável em termos meteorológicos nos meses de Outono/Inverno e Primavera.

Claramente desapareceram parte dos temporais, trovoadas, vagas de frio (à seria!), vendavais, cheias do Tejo... Pode ser so a minha precessão,aceito. Mas, ainda há dias confirmava com a minha mãe que o gelo na Serra de Montejunto hoje em dia já não se forma, quando eu era pequeno íamos lá acima ver o gelo e sentir o frio, hoje em dia é impensável ..chegamos lá em cima num dia de Janeiro e está mais ameno lá na Serra do que cá em baixo.

Enfim, tudo mudou...! Nem o clima é mais o mesmo, tanto aí como por aqui... !
E quem o vivenciou já não está cá para contar, por isso que muitos nativos hoje têm a memória curta, exactamente por já estarem habituados ao actual padrão climático. Eu pessoalmente acredito em ciclos climáticos, até porque o clima nunca é estático.
No caso de um Furacão ou de uma tempestade qualquer, por exemplo, a população portuguesa do século XXI não sabe onde se dirigir em caso de evacuação, ou onde passar a noite ou ir buscar mantimentos em caso de enxurradas, exactamente porque em Portugal não há nenhuma cultura de protecção civil. Há sempre a esperança que tudo passa sempre ao lado e as desgraças só acontecem nas Caraíbas e aos outros!
Enfim, é o que há por aqui.
Esperemos por melhores dias!
 

joralentejano

Super Célula
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21 Set 2015
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Para mim que vivi como criança uma parte dos anos 80 e depois os 90, parece-me dar a sensação de que agora está tudo muito mais estável em termos meteorológicos nos meses de Outono/Inverno e Primavera.

Claramente desapareceram parte dos temporais, trovoadas, vagas de frio (à seria!), vendavais, cheias do Tejo... Pode ser so a minha precessão,aceito. Mas, ainda há dias confirmava com a minha mãe que o gelo na Serra de Montejunto hoje em dia já não se forma, quando eu era pequeno íamos lá acima ver o gelo e sentir o frio, hoje em dia é impensável ..chegamos lá em cima num dia de Janeiro e está mais ameno lá na Serra do que cá em baixo.
Não é preciso recuar tanto tempo pra chegar à conclusão de como isto está diferente e não é por acaso que digo aquilo que digo, por vezes.
Tenho 19 anos e ainda presenciei anos bastante chuvosos, em que o Rio Caia tinha cheias constantes ao longo do Outono/Inverno. A Barragem do Caia não foi construída por acaso...
E agora?! O que se pode dizer? Tirando Março de 2018, não chove nada de jeito há quase 5 anos no Sul. As grandes diferenças entre o Norte e o Sul sempre existiram, mas agora são cada vez mais constantes. Neste momento, e mais uma vez, acumulados mensais superiores a 100mm no extremo Noroeste e inferiores a 10 em muitos locais do Sul. Lá aparecem situações favoráveis para a Região, mas acaba sempre por ir parar tudo ao mesmo sítio. A saída das 18z do GFS mostra até às 384h, 300mm no Minho e 15mm no sudeste alentejano...
Penso que existem mais que evidências de como o comportamento do anticiclone está diferente e já não desce em latitude tão facilmente, como antes.
 

"Charneca" Mundial

Super Célula
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28 Nov 2018
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Corroios (cota 26); Aroeira (cota 59)
Quase 300 mm para o Minho... Menos de 10mm para o sotavento. De qualquer maneira, já ia melhorar a seca da bacia do Tejo.

iM9ykYC.png
Este mapa faz-me lembrar o ano hidrológico 2015-2016, em que tivemos imensa chuva no Minho de janeiro a março e praticamente 0 mm no Algarve. Tínhamos chuva extrema no Gerês e seca severa no Algarve, em março. :rain:

Comparação:

Fevereiro de 2016
mrrpe201601.jpg

Vejam as semelhanças entre este mapa e o modelado até dia 3.

mrrto201602.jpg

:surprise:
 

trovoadas

Cumulonimbus
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3 Out 2009
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loule-caldeirao
Não é preciso recuar tanto tempo pra chegar à conclusão de como isto está diferente e não é por acaso que digo aquilo que digo, por vezes.
Tenho 19 anos e ainda presenciei anos bastante chuvosos, em que o Rio Caia tinha cheias constantes ao longo do Outono/Inverno. A Barragem do Caia não foi construída por acaso...
E agora?! O que se pode dizer? Tirando Março de 2018, não chove nada de jeito há quase 5 anos no Sul. As grandes diferenças entre o Norte e o Sul sempre existiram, mas agora são cada vez mais constantes. Neste momento, e mais uma vez, acumulados mensais superiores a 100mm no extremo Noroeste e inferiores a 10 em muitos locais do Sul. Lá aparecem situações favoráveis para a Região, mas acaba sempre por ir parar tudo ao mesmo sítio. A saída das 18z do GFS mostra até às 384h, 300mm no Minho e 15mm no sudeste alentejano...
Penso que existem mais que evidências de como o comportamento do anticiclone está diferente e já não desce em latitude tão facilmente, como antes.
Pois o último ano ou anos de jeito pelo Alentejo foram 2010/2011, daqui a pouco à uma década! O Algarve tem tido algumas exepções aqui e ali o que tem permitido disfarçar o problema.( A orografia das serras também ajuda um pouco).
Muita gente inclusive aqui no fórum gosta/gostam de enfatizar os períodos mais chuvosos que têm havido como se resolvessem o problema... Bom têm sido a salvação! Isso sim, no monento...
Neste momento se acabássemos o próximo ano com precipitações no geral acima dos 500l talvez se pudesse dizer que estaríamos numa mudança de ciclo ou talvez num alívio. Vamos aguardar pelo desenrolar sendo que o padrão atual do AA indica-nos que temos de racionar muito bem a água disponível e mudar paradigmas e não esperar por milagres!
 

António josé Sales

Nimbostratus
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6 Out 2016
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Turquel, concelho de Alcobaça
Boas,
A chuva por aqui foi pouca pensei que tivesse durado menos.. Caíram cerca de 15 mm juntando aos cerca de 5 mm do outro dia são cerca de 20 mm acumulados, e posso dar me por felizardo pois noutros sítios nem isso choveu.
Somando tudo creio que temos uns 10 mm acumulados no barlavento e sotavento com algumas excepções pontuais.
No resto do Alentejo passa se o mesmo.
Na verdade está situação pouco ou nada altera em termos de barragens a sul do Tejo..
Agora veremos o que os próximos 15 dias nos reserva.
Uma forte depressão cai se formar na zona dos Açores. Se vencer o anticiclone continental teremos dias e dias de chuva.
Caso contrário teremos um tempo ameno e seco.

Esperemos que a depressão ganhe a batalha, mas ainda falta algum tempo ainda está tudo muito indefinido.
 

Orion

Furacão
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5 Jul 2011
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Açores
A malta está a depositar as esperanças na última semana de Outubro...

gfs.t12z.totp.week2.natl.gif


Tendo em conta o previsto, basta que a região depressionária fique um pouco mais a oeste para desaparecer (quase) tudo da saída operacional.

anim_pfm5.gif


O ensemble do GFS (GEFS) habitualmente tem muito menos dispersão que o ensemble do IFS (EPS). Para previsões mais distantes, às vezes é melhor olhar para este.

Em suma, não fiquem surpreendidos se houver grande variabilidade nas previsões. É o que acontece quando se está nas, vá, 'fronteiras' de um qualquer evento.
 
Última edição:

N_Fig

Cumulonimbus
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29 Jun 2009
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Figueira da Foz
E agora?! O que se pode dizer? Tirando Março de 2018, não chove nada de jeito há quase 5 anos no Sul. As grandes diferenças entre o Norte e o Sul sempre existiram, mas agora são cada vez mais constantes. Neste momento, e mais uma vez, acumulados mensais superiores a 100mm no extremo Noroeste e inferiores a 10 em muitos locais do Sul. Lá aparecem situações favoráveis para a Região, mas acaba sempre por ir parar tudo ao mesmo sítio. A saída das 18z do GFS mostra até às 384h, 300mm no Minho e 15mm no sudeste alentejano...
Abril e junho de 2018, março de 2017, maio de 2016 (o maio mais chuvoso de sempre em Faro!), outubro de 2015 e novembro de 2014 (também este excecionalmente chuvoso no sul). Não nego que tem havido muitos meses com o padrão de "chuvoso a norte, seco a sul", especialmente em 2019, mas não exageremos...