Seguimento Meteorológico Livre - 2021



cova beira

Nimbostratus
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Tortozendo
Quanto a essa suposta "nova siberiana" é melhor não ter expetativas. Porque depois da desilusão e do grande fiasco deste fim de semana para mim agora tudo é possível... Certezas só mesmo no próprio dia.

fiasco foi a Filomena não ter entrado por Portugal, agora no fim de semana aquilo que se passou era o modelado, havia sempre a tenue possibilidade de haver surpresas e acabaram por acontecer por exemplo em Estremoz
 

Santofsky

Cumulus
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O facto é que já não se "fabricam" anos como 2009 e 2010, anos em que ocorreram os últimos nevões dignos desse nome abaixo da cota de 500 metros e com acumulação um pouco por todo o país. Hoje em dia, se querem ver neve a cair e a acumular, só mesmo acima dos 500 metros, abaixo dessa cota é para esquecer, aí se houver neve ela é só molhada para inglês ver e portanto sem acumulação, esteja a ISO -4 em altitude, esteja frio à superfície ou mesmo o IPMA preveja queda de neve à cota zero. Talvez lá para 2030 ou no dia de São Nunca volte a haver nevões com acumulação abaixo da cota 500 metros. E para isso acontecer terá que ser logo ao início da manhã, que é quando as temperaturas estão mais baixas.
 

Santofsky

Cumulus
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E não vale a pena vir cá com a desculpa do Atlântico, este não serve de desculpa para tudo. Entre as décadas de 40 e 70 do século passado praticamente nevava com acumulação todos os anos a cotas baixas um pouco por todo o país, e já nem falo da neve em Lisboa e no Algarve nas décadas de 40 e 50, locais onde até costumava nevar com relativa regularidade e hoje em dia é algo impensável. A partir das décadas de 80 e 90 os nevões com acumulação a cotas baixas no país começaram a escassear, ainda assim, nessas décadas houve nevões no país com relativa regularidade a essas cotas. Tudo piorou com a chegada do novo milénio. Desde 2000 para cá contam-se pelos dedos das mãos as vezes em que nevou com acumulação a cotas baixas. Tirando os anos de 2009 e 2010, este século XXI tem sido uma verdadeira sensaboria completa ao nível dos nevões com acumulação abaixo da cota dos 500 metros. E a tendência para os próximos anos, infelizmente, não é para melhorar, antes pelo contrário. Qualquer dia já nem a cotas abaixo de 1000 metros nevará, qualquer dia neve só mesmo na serra da Estrela. A culpa de tudo isto: aquecimento global. Não vale a pena vir cá com a desculpa do Atlântico, porque se fosse o Atlântico a causa da neve rarear em Portugal nunca na vida tínhamos nevões, muito menos em Lisboa e no Algarve, como os que houve nas décadas de 40 e 50. A culpa de tudo isto chama-se aquecimento global, com tendência a piorar ano após ano, década após década. Tenho dito. :angry::angry::angry:
 
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Mr. Neves

Cumulonimbus
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E não vale a pena vir cá com a desculpa do Atlântico, este não serve de desculpa para tudo. Entre as décadas de 40 e 70 do século passado praticamente nevava com acumulação todos os anos a cotas baixas um pouco por todo o país, e já nem falo da neve em Lisboa e no Algarve nas décadas de 40 e 50, locais onde até costumava nevar com relativa regularidade e hoje em dia é algo impensável. A partir das décadas de 80 e 90 os nevões com acumulação a cotas baixas no país começaram a escassear, ainda assim, nessas décadas houve nevões no país com relativa regularidade a essas cotas. Tudo piorou com a chegada do novo milénio. Desde 2000 para cá contam-se pelos dedos das mãos as vezes em que nevou com acumulação a cotas baixas. Tirando os anos de 2009 e 2010, este século XXI tem sido uma verdadeira sensaboria completa ao nível dos nevões com acumulação abaixo da cota dos 500 metros. E a tendência para os próximos anos, infelizmente, não é para melhorar, antes pelo contrário. Qualquer dia já nem a cotas abaixo de 1000 metros nevará, qualquer dia neve só mesmo na serra da Estrela. A culpa de tudo isto: aquecimento global. Não vale a pena vir cá com a desculpa do Atlântico, porque se fosse o Atlântico a causa da neve rarear em Portugal nunca na vida tínhamos nevões, muito menos em Lisboa e no Algarve, como os que houve nas décadas de 40 e 50. A culpa de tudo isto chama-se aquecimento global, com tendência a piorar ano após ano, década após década. Tenho dito. :angry::angry::angry:

O atlântico por si não é desculpa, mas o que se tem visto é que o anticiclone dos Açores está cada vez mais potente despistando deste canto a instabilidade. Se esse fortalecimento tem que ver unicamente com o aquecimento global, fica a questão....
 
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Orion

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-> https://en.sat24.com/HD/en/sp/visual

Neve, a vermelho:

rJJAj9B.png


Mais logo a cores e com boa definição (à esquerda escolher Aqua, Terra, SNPP ou N20) -> https://worldview.earthdata.nasa.gov/
 

Santofsky

Cumulus
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O atlântico por si não é desculpa, mas o que se tem visto é que o anticiclone dos Açores está cada vez mais potente despistando deste canto a instabilidade. Se esse fortalecimento tem que ver unicamente com o aquecimento global, fica a questão....

Sim, a ausência de instabilidade no nosso país também se deve ao monstro do anticiclone dos Açores, que está cada vez mais potente e afasta tudo o que é instabilidade do nosso canto (neve, chuva, trovoada...). Agora se esse fortalecimento do monstro do anticiclone está de alguma forma relacionada com o aquecimento global, acho que sim, pode haver relação...

Enquanto na Grécia temperaturas muito quentes para a época com recordes, certos sítios com 28 °C o que levou pessoas á praia.

Incrível e inacreditável. Quase 30°C em pleno janeiro, naquele que é o mês mais frio, e em pleno inverno. Enquanto a Espanha vive nevões históricos e temperaturas de -10°C, a Grécia está com temperaturas absolutamente absurdas para altura do ano. Penso que aqui em Portugal nunca se atingiram temperaturas deste calibre em janeiro, nem mesmo no Alentejo, mas pelo andar da carruagem não deverá faltar muito para que isso aconteça... Se isto não é derivado do aquecimento global, então o que será???

Qual o melhor link, para ver essa imagem ?
no ipma não é nitida.

Vais ao Sat24.com. Aparece-te o mapa europeu e nesse mapa clicas na península ibérica. :)
 

David sf

Moderação
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E não vale a pena vir cá com a desculpa do Atlântico, este não serve de desculpa para tudo.

Serve sim, o problema é de facto o Atlântico. Se tivéssemos uma fonte de humidade menos quente nas proximidades (como têm Espanha, Itália e Grécia) teríamos mais neve a cotas baixas. O Atlântico até na Noruega estraga alguns nevões a cotas baixas.

Entre as décadas de 40 e 70 do século passado praticamente nevava com acumulação todos os anos a cotas baixas um pouco por todo o país, e já nem falo da neve em Lisboa e no Algarve nas décadas de 40 e 50, locais onde até costumava nevar com relativa regularidade e hoje em dia é algo impensável.

Regularidade é 3 vezes em 30 anos? Porque desde 1940 nevou em Lisboa em 4 invernos: 1945, 1947 1954 e 2006 (esta sem acumulação).

Tirando os anos de 2009 e 2010, este século XXI tem sido uma verdadeira sensaboria completa ao nível dos nevões com acumulação abaixo da cota dos 500 metros.

2006, que é o melhor exemplo... Este ano já tivemos acumulação em Estremoz, por exemplo, que fica abaixo da cota 500.

Sim, a ausência de instabilidade no nosso país também se deve ao monstro do anticiclone dos Açores, que está cada vez mais potente e afasta tudo o que é instabilidade do nosso canto (neve, chuva, trovoada...). Agora se esse fortalecimento do monstro do anticiclone está de alguma forma relacionada com o aquecimento global, acho que sim, pode haver relação...

Por acaso a maior ajuda a que tenhamos entradas frias de qualidade é o Anticiclone dos Açores estar forte, mas bem posicionado, como está a acontecer este inverno.

Incrível e inacreditável. Quase 30°C em pleno janeiro, naquele que é o mês mais frio, e em pleno inverno. Enquanto a Espanha vive nevões históricos e temperaturas de -10°C, a Grécia está com temperaturas absolutamente absurdas para altura do ano.

Sol na eira e chuva no nabal. Para haver descargas frias a baixas latitudes tem que haver entrada de ar quente nos pólos. O ar quente não chega lá sem passar por algum local a baixas latitudes. O que caracteriza estes invernos "bons" em alguns locais, é a existência de invernos "péssimos" noutros.

Dêem uma olhadela às atuais imagens de satélite. Espanha quase toda pintada de branco por completo e Portugal a chupar no dedo como sempre, apenas com uma pintinha branca a sinalizar a serra da Estrela, e que mal se nota. :facepalm::facepalm::facepalm:

Há mais neve em Portugal do que a imagem de satélite mostra, acho que o vento estragou muito a "pintura de branco" em Portugal, uma vez que nada se acumulou na vegetação. De qualquer modo, é obviamente incomparável o que se passou em Espanha...
 
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Mr. Neves

Cumulonimbus
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Por acaso a maior ajuda a que tenhamos entradas frias de qualidade é o Anticiclone dos Açores estar forte, mas bem posicionado, como está a acontecer este inverno.

É importante ter um anticiclone potente para gerar uma situação de bloqueio na zona da Escandinávia e a trazer até nós frio seco, mas é esta mesma potência que extermina muitas depressões da nossa costa que poderiam gerar neve a cotas mais baixas em conjugação com o dito ar frio seco.

Para mim esta sinóptica é uma das mais interessante se esta abundância de instabilidade não trouxer até nós massas de ar excessivamente húmidas e mais amenas, mas isto só é possível com um AA mais débil às nossas latitudes. Não quero com isto dizer que seja a única opção para termos neve a cotas baixas com acumulação, mas ainda recentemente vimos para onde é que a depressão preferiu fazer o seu caminho.

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StormRic

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23 Jun 2014
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Póvoa de S.Iria (alt. 140m)